Uma menina de 7 anos morreu, no último dia 3 de fevereiro, após
realizar um desafio, que a levou a inalar desodorante aerosol, tendo uma parada
cardíaca. O caso ocorreu em São Bernardo do Campo, após a jovem Adrielly
assistir pela internet um vídeo, no qual um indivíduo realizava o denominado
desafio do desodorante, acabando por imitar este comportamento. Este desafio
estimula a pessoa a inalar desodorante aerosol, pelo máximo de tempo que
conseguir.
Segundo a polícia, a mãe de Adrielly, Marcia Gonçalves, estava
trabalhando quando o acidente aconteceu. Ao voltar para casa, Marcia encontrou
a filha, que aparentava estar dormindo, mas, ao tentar acordá-la, verificou que
a menina estava desfalecida. Embora socorrida, a menina não resistiu, e,
segundo nota da Secretaria de Saúde do município, a causa da morte foi uma
parada cardiorrespiratória.
Esta morte é resultado de mais um acidente causado por
influência de vídeos postados na internet, contendo desafios perigosos.
Segundo o Presidente da Comissão Nacional de Estudos dos
Cibercrimes da ABRACRIM (Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas),
Dr. Luiz Augusto Filizzola D’Urso, “Esta tragédia reprisa tantas outras,
resultantes da inocência de quem assiste estes perigosos desafios na internet,
e os imitam, sem ter ideia do perigo que estão correndo. O problema é que estes
desafios estão se tornando cada vez mais populares, porque são reproduzidos em
canais no Youtube, com milhões de visualizações”.
Quanto à responsabilização de alguém pela morte ocorrida, o
especialista em cibercrimes esclarece: “Caso seja comprovado que um vídeo induziu ou
instigou alguém a cometer suicídio, poderá, o responsável por este vídeo e
postagem, responder pelo crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio,
que prevê pena de até seis anos. Todavia, se a vítima for menor de 12 anos,
entende-se que, pela sua falta de consciência e sua vulnerabilidade, pode-se
ter configurado até um crime de homicídio”.
O advogado Luiz Augusto D’Urso finaliza, fazendo um alerta: “Fica,
portanto, o alerta aos pais, que devem acompanhar o que seus filhos estão
acessando na Internet, inclusive, podendo se utilizar do modo restrito no
Youtube, que selecionará um conteúdo perigoso, ocultando-o, para que o menor
não tenha acesso, desse modo, talvez, haverá uma diminuição neste verdadeiro
descontrole virtual”.
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