Em 2015, a
baixa confiança no Brasil afetou os investimentos. Com isso, as exportações
também foram atingidas, fator que trouxe ao país grandes impactos a todos os
setores industriais. O empresário brasileiro, em 2017, ainda trabalhou em busca
de solidificar o caminho da retomada da desconfiança iniciada em 2015. Mas, o
que se sabe até o momento é que o equilíbrio para melhorar a demanda do mercado
interno e externo é a grande cereja do bolo.
Em outubro
desse ano, durante o evento Synergy, organizado pela Thomson Reuters, que é
referência para profissionais que atuam nas áreas de gestão e regulação fiscal,
tributária, de comércio exterior e de tecnologia, eu assisti a palestra do
Ricardo Amorim, observando o gráfico abaixo por ele apresentado, e me veio a
dúvida sobre como a exportação se comporta, comparado ao momento de contração e
retomada.
Diante
dessa dúvida, iniciamos uma pesquisa e tabulamos a questão com base nas informações
disponíveis no site no MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
Serviços), que trouxe o resultado apresentado abaixo.
Fonte: http://www.mdic.gov.br/
Ao iniciar
a análise deste gráfico, observei que, em 2005, tivemos a maior crise política
dos últimos 2 anos. A partir disso, o Brasil começou a ensaiar um foco no
mercado para exportação, porém a crise foi ainda mais forte no âmbito político
e ainda tínhamos um PIB “saudável”. Iniciou-se então uma visão muito mais
estratégica para o mercado externo, pois quando observamos esse gráfico, a
participação de produtos made in Brazil até 2005 tinha pouca expressão.
Após três
anos, em 2008, quando parecia que finalmente iniciávamos uma grande
participação dos produtos brasileiros no mercado estrangeiro, onde
ultrapassamos a barreira de US$ 18 bilhões na exportação e vínhamos de um PIB
de 2007 acima de 6 pontos percentuais, nos deparamos com a crise de 2008, que
teve sua raiz no crédito fácil, o que culminou em um 2009 ruim para a
exportação.
De 2009
para 2010, o mercado brasileiro se fortaleceu no exterior e se manteve com
pequenas oscilações no volume de exportação até 2015, onde iniciou a crise mais
recente e tivemos uma grande retração no PIB.
Assim como
o primeiro gráfico apresentado, é notável uma tendência no segundo gráfico,
pois após momentos de picos e quedas dos volumes de exportação, observamos uma
sequência de anos com volumes altos na exportação. O crescimento nos volumes de
2009 até 2015, com uma tendência iniciada em 2016, mostra em 2017 um rompimento
do volume se comparado a 2010.
Diante essa
tendência, e sabendo da importância do mercado externo para a saúde financeira
das empresas instaladas no Brasil, o governo na figura da Receita Federal vem,
ano após ano, melhorando os regimes especiais brasileiros para o comércio
exterior, no intuito de buscar a melhora em competitividade e de compliance
para todo o parque fabril industrial e de transformação.
No centro
da modernização dos regimes especiais estão o RECOF-SPED e REPETRO-SPED, que
são acompanhados do RECOF, Depósito Especial, Drawback, entre outros. Quando
identificados cada qual pela característica do negócio, traz resultados
surpreendentes no fluxo de caixa da empresa, na isenção dos impostos, redução
de multas e juros, além da melhoria contínua da sistemática que envolve o
compliance de alto nível.
É com base
nesse estudo que podemos afirmar que exportar em epóca de crise é a melhor
solução. E as empresas que já se preparam para esse momento utilizando algum
dos regimes especiais disponíveis, não só passaram por esse momento de
desconfiança com um impacto menor, como também conseguiram melhorar o
posicionamento do seu produto no atendimento do mercado interno e externo.
Gustavo Felizardo - especialista em soluções e regimes aduaneiros especiais
da divisão de comércio exterior da Thomson Reuters no Brasil.
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