Não se iluda com o
dinheiro extra; aproveite para quitar ou renegociar dívidas e planejar o futuro
financeiro
Muitos trabalhadores já receberam o 13º salário; outros devem receber
nos próximos dias. Se o ímpeto de consumo não falou mais alto, ainda dá tempo
de planejar e estudar direitinho qual a melhor forma de utilizar esse dinheiro
extra. De acordo com o contador Luiz Antonio Leal, do Conselho Regional de
Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), o melhor é traçar um planejamento para
que, ao chegar em dezembro, já se saiba ao certo como empregar o dinheiro.
“As diversas maneiras de gastar ou aplicar o 13º salário deveriam ser
precedidas de um planejamento ao longo do ano. Assim, a ideia de como usar o
13º já estaria definida. Porém, se isso não aconteceu, é preciso fazer uma
lista de prioridades: pagar dívidas, gastos com lazer, viagens, fim de ano,
contas de janeiro. Isso é fundamental para que o entusiasmo de agora não se
transforme em dor de cabeça depois. É preciso analisar as suas despesas fixas e
traçar um panorama do próximo ano para agir com inteligência financeira”,
explica o contador.
Muita gente usa o 13º salário para pagar as dívidas que foram contraídas
durante o ano, o que é uma ótima opção, segundo o conselheiro do CRCRJ. Mas é
possível também fazer uma composição de gastos para se ter um Natal “menos
magro”. Neste caso, se utiliza uma parte do 13º salário para diluir as dívidas
e outra parte vai para os gastos com as festas de final de ano.
“Nesta época do ano acontecem muitos feirões para renegociação de
dívidas e esse tipo de transação é sempre válida e benéfica. Muitas financeiras
reduzem os juros e aumentam os prazos para pagamento, fazendo com que o cliente
diminua o valor mensal de sua despesa com débitos, o que faz com que se tenha
uma brecha maior no orçamento”, diz Leal. Porém, é preciso, a partir daí, um
controle orçamentário maior, até mesmo usando uma planilha. Se isso nunca foi
feito é necessário criar essa rotina. Desse modo, é possível aproveitar esse
dinheiro extra na conta para o seu bem estar e de sua família, e não para
contrair novas dívidas. Planejamento é o segredo de uma vida financeira
saudável”, reitera.
Mas se a opção for utilizar o 13º para quitar dívidas à vista, é preciso
conversar com toda a família e explicar que, apesar das privações neste fim de
ano, há uma contrapartida boa, que é situação financeira melhor ao longo de
2018.
“Somos movidos pela emoção e assim conduzimos nossas finanças. Agir com
a razão muitas vezes dói e a maioria das pessoas não se sente muito confortável
com isso. Mas para o controle do orçamento de uma pessoa endividada, essa é a
melhor solução. Então é preciso “passar uma pomada” no coração para diminuir a
dor e visualizar que o próximo ano será bem melhor, uma vez que sobrará
dinheiro porque não há mais dívidas a pagar. E essa é uma ótima recompensa. O
desafio será sempre equilibrar o orçamento mês e mês para não se endividar de
novo”, conclui o representante do CRCRJ.
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