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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

60% dos donos de animais de estimação não se planejaram financeiramente para ter um pet, mostra pesquisa do SPC Brasil



14% dos donos estão com o nome sujo por causa de compras para pets e 20% gastam mais do que o orçamento permite neste tipo de compra. Com a economia do país ainda em recuperação, 23% diminuíram as compras desse segmento em 2017 


Os gastos mensais com animais de estimação podem ser muito altos dependendo dos produtos e serviços que os donos proporcionam aos pets, mas se não houver planejamento financeiro, pode acabar extrapolando o orçamento e trazendo dores de cabeça. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais com internautas que possuem ou são responsáveis financeiros por um animal de estimação mostra que 60% dos entrevistados não se planejaram financeiramente para a aquisição do animal de estimação e 20% gastam mais do que o orçamento permite com compras direcionadas a ele.

Os principais motivos que levam a extrapolar o orçamento são acreditar que o animal merece (30%) e a sensação de felicidade que uma compra para o animal proporciona (24%). Dentre os donos de animais 35% esbanjam nos gastos com alimentos sem se importar com o impacto no orçamento, 22% com serviços de pet shop e 20% com brinquedos. Entre aqueles que não controlam mensalmente os gastos com o animal (26%), as principais razões são o fato de não achar importante ou necessário (37%) e a falta de hábito/disciplina para controlar gastos de forma geral (26%).
 


14% estão com o nome sujo por causa de compras para pets

O levantamento revela que 31% já deixaram de adquirir algo de seu uso ou de pagar alguma conta para poder comprar alguma coisa para o seu Pet e 37% para pagar tratamento de saúde para o PET. Já a maioria (71%) nunca deixou de guardar dinheiro para si ou para a família por causa do animal de estimação.

No lado oposto ao planejamento de gastos estão os consumidores que ficam como nome sujo por causa de compras com produtos e serviços relacionados a pets (14%), sendo que 8% estão nessa situação por causa de um gasto urgente com a saúde do animal – cerca de 73% já tiveram gastos imprevistos com seu animal de estimação, principalmente com doenças (54%) e 44% já comprometeram seu orçamento ou fizeram dívidas para cuidar da saúde do seu animal. Outros 50% nunca passaram por essa situação, mas afirmam que se passassem fariam o mesmo pelo seu Pet.

Entre os que extrapolaram o orçamento e fizeram dívidas, 47% não estavam preparados para estes gastos e pagaram no cartão de crédito (33%) ou fizeram um empréstimo com amigos/parentes (8%).

Para o educador financeiro do Meu Bolso Feliz, José Vignoli, existe um risco em se deixar levar pelo aspecto emocional: “Justamente por ser uma relação de carinho e cuidado, é normal a pessoa querer dar o melhor para o pet, sem se preocupar com valores financeiros. Mas os gastos precisam ser controlados mensalmente, assim como qualquer outra despesa da casa, para não chegar a comprometer o orçamento”, explica. “Uma dica é evitar idas não planejadas ao pet shop e fazer uma lista antes de sair de casa, pensando em adquirir apenas o necessário. Outro ponto importante é formar uma reserva financeira para estar preparado em casos de emergência.”



A maioria costuma pesquisar preços antes de comprar produtos e serviços

A pesquisa mostra que não são todos os donos de animais de estimação que não se planejam: 19% planejaram-se parcialmente, levando em conta alguns custos e 17% analisaram se podiam arcar com os custos para criar o animal. A grande maioria (90%) afirma que o gasto dos últimos três meses com seus pets está dentro do orçamento e 69% dizem que costumam controlar os gastos relacionados ao animal.

Oito em cada dez entrevistados (81%) também costumam pesquisar preços antes de comprar produtos e serviços para seu animal de estimação e 38% costumam economizar em coisas para si mesmo para poder comprar o que há de melhor para seu animal de estimação.
 


Impacto da crise: 23% diminuíram as compras para pets em 2017

Ainda que o faturamento do mercado pet no Brasil tenha crescido ao longo do ano passado, na comparação com 2015, o setor não parece totalmente imune à crise econômica. A pesquisa mostra que neste ano 46% compraram a mesma quantidade de produtos para seus animais comparando com 2016, 23% diminuíram o volume de compras – sendo que 33% tinham como objetivo economizar e 30% tiveram queda na renda – e 25% aumentaram os gastos.

A maioria (75%) afirma ter reorganizado os gastos com seus animais de estimação a fim de manter o orçamento em dia, sendo que 29% têm comprado somente produtos essenciais ao Pet, 23% reduziram as idas ao pet shop e 19% as idas ao veterinário.

Os principais itens relacionados ao animal de estimação que sofreram cortes ou redução no consumo devido à crise são rações mais caras (23%), brinquedos (20%), banho em pet shop (18%) e serviços de pet shop (16%) – 55% cortaram os gastos considerando os itens menos importantes para o dia a dia do animal, enquanto outros 27% cortaram os produtos ou serviços mais caros.

“É visível que os efeitos da recessão, em maior ou menor grau, já alcançaram também o mercado de produtos e serviços pet. A tendência natural é que parte dos consumidores adote medidas de contenção, sobretudo eliminando gastos supérfluos, como muitos já vêm fazendo em relação a outros itens de consumo cotidianos”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. “Isso, por sua vez, poderá impactar o resultado final das vendas do setor ao final deste ano. O tamanho deste impacto, contudo, ainda é incerto e dependerá do desempenho da economia nos próximos meses”, conclui.



Metodologia

Em um primeiro levantamento foram ouvidas 796 consumidores com o objetivo de identificar o percentual de entrevistados que possuem animais de estimação. Em seguida, um novo levantamento foi realizado com 610 casos para identificar as características das pessoas que têm animal de estimação. Resultando, uma margem de erro no geral de 3,5 p.p para o primeiro levantamento e 4,0  p.p para o segundo levantamento. Em ambos os casos trabalhou-se com um intervalo de confiança a 95%.








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