Disfunção erétil causada pelo cigarro e álcool
ainda é problema desconhecido pela maioria da população
É de conhecimento geral que o consumo de álcool e cigarro é nocivo à
saúde e pode ocasionar doenças como as cardiovasculares, neurológicas e câncer.
Porém, o que muita gente ainda ignora são os efeitos destas drogas no
desempenho sexual masculino. O álcool em doses elevadas e contínuas pode levar
a um quadro de impotência. Em trabalhos publicados pela Sociedade Brasileira de
Urologia de 8% a 54% dos homens alcoólatras são impotentes.
Os efeitos danosos do álcool e do cigarro para o órgão sexual masculino
são os mesmos que afetam o coração e o restante do organismo. Mas, o que o
coração tem a ver com a ereção? “Tudo a ver”, explica o urologista Wagner
Raiter José, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e especialista
no tratamento da disfunção erétil. “Os mesmo fatores que levam ao entupimento
das artérias do coração podem facilitar a obstrução das artérias do pênis. No
coração ocasionando o infarto e no pênis, a perda da ereção”, complementa.
O álcool consumido em excesso e continuamente também lesa os nervos
penianos. Nesse caso, a ordem enviada pelo cérebro aos corpos cavernosos para
que se encham de sangue, não chega direito. Além disso, o álcool é um depressor
do sistema nervoso central. Um homem que ingeriu uma quantidade elevada de álcool
vai comprometer sua atenção, visão e função sexual.
No caso do cigarro, a nicotina é um vasoconstritor que diminui o fluxo
sanguíneo na microvascularização das extremidades do corpo, particularmente na
peniana. A quantidade da substância contida em dois cigarros é suficiente para
inibir a ereção de adolescentes. “Para piorar a situação, em um consumo
prolongado, o cigarro leva à formação de placas de aterosclerose nas artérias
estreitando-as e comprometendo o fluxo sanguíneo e por consequência a ereção no
futuro”, afirma o especialista.
Falta de informação
Disfunção erétil ainda é um tema tabu e algumas barreiras como medo,
vergonha, desinformação e erro de percepção impedem o homem de buscar o
tratamento adequado no aparecimento dos primeiros sintomas.
As causas vão muito além das psicológicas. “São várias as causas que
levam à disfunção erétil e cada uma pode exigir um tipo de cuidado. O
tratamento da disfunção erétil avançou muito nos últimos anos, não apenas com a
chegada ao mercado de novos fármacos, mas, sobretudo, com o surgimento de novas
tecnologias”, acrescenta o urologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, existe hoje no País
aproximadamente 6 milhões de homens com disfunção erétil. No mundo, o número
pode chegar a 300 milhões. “Os homens precisam superar os obstáculos e buscar
ajuda médica para fazerem o tratamento adequado. Não há razão para sofrimento e
nem demora. Os tratamentos disponíveis são verdadeiramente eficazes”, enfatiza
o urologista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário