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domingo, 12 de fevereiro de 2017

EXPOSIÇÕES QUE VALEM UMA VISITA




INSTITUTO TENCO DEMOCRATIZA A CULTURA E A EDUCAÇÃO LEVANDO EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE LEONARDO DA VINCI PARA O INTERIOR DO BRASIL



Serão 10 cidades e mais de 20 mil quilômetros percorridos em dois anos, na maior itinerância desse tipo no país. O público poderá conferir cerca de 60 peças, entre elas as réplicas da Monalisa e da Santa Ceia
 


A exposição ‘Da Vinci – A Exibição’, que integra o roteiro das grandes mostras internacionais e já percorreu diversas cidades em todos os cantos do globo, como Bogotá, Nova York, Quito e Las Vegas, foi escolhida pelo Instituto Tenco para levar cultura, educação e entretenimento ao público de dez cidades do interior do Brasil. Mais de 60 peças, sendo 44 interativas, percorrerão os shoppings do Grupo nas regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste, proporcionando aos visitantes a experiência única dos grandes museus do mundo, como o Louvre, em Paris, ou o MASP, em São Paulo.


Segundo a presidente do Instituto Tenco, Adriana Gribel, levar um projeto desta magnitude para localidades que estão fora do circuito cultural das grandes capitais, é dar oportunidade para todas as pessoas conhecerem a obra e a mente de um dos maiores gênios de todos os tempos, em uma exibição educacional, cultural e interativa. “As peças são de um acervo internacional vindo ao Brasil especialmente para essa itinerância nos shoppings da Tenco. A mostra fortalece a nossa missão de promover o desenvolvimento nos locais onde atuamos, por meio de uma atividade extraordinária de conhecimento e reflexão”, ressalta Adriana. 


Serão 10 cidades e mais de 20 mil quilômetros percorridos em dois anos, na maior itinerância de Da Vinci pelo país.   A Exposição transporta o visitante para um ambiente museográfico, com iluminação e umidade cuidadosamente controlados. O público terá a chance de conferir e interagir com as obras idealizadas pelo gênio e executadas por artesãos especialistas que deram vida às suas invenções, muitas das quais nem chegaram a ser construídas devido à falta de tecnologias no século XVI. O parafuso aéreo (princípio do voo de helicóptero), além de máquinas das áreas de robótica e mecânica, são algumas das peças interativas.


A exibição é uma parceria com a Exhibition Club e traz, ainda, as réplicas de Monalisa, Anunciação e Santa Ceia. A exposição receberá excursões de escolas, em horários diferenciados, para que as crianças possam aprender sobre arte e estudar a mente do artista, um dos mais importantes do Alto Renascimento. As interpretações dos desenhos de Da Vinci são divididas em seis áreas de estudos: Voo, Guerra, Anatomia, Física e Mecânica, e Óptica. Entre outros talentos, Da Vinci se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico.

Exposição Itinerante
A exposição vai passar pelas cidades de Juazeiro do Norte (CE); Boa Vista (RR); Taubaté (SP); Macapá (AP); Arapiraca (AL), Lages (SC), Juazeiro da Bahia (BA), Varginha (MG), Bragança (SP) e Itaquaquecetuba (SP). 







Museu do Futebol inaugura novo espaço para bebês e oferece programação no Carnaval
Inauguração do “Espaço Dente de Leite”, Oficinas de máscaras de carnaval e visitas educativas ao acervo fazem parte das atrações de fevereiro

Uma novidade na programação do Museu do Futebol, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em fevereiro, é o lançamento do “Espaço Dente de Leite”, ambiente para convivência e estímulo ao brincar dedicado aos pais e cuidadores com crianças de até 3 anos, abrigado na primeira sala expositiva do Museu e aberto sempre no terceiro final de semana de cada mês.

“Os Museus têm sido espaços procurados por famílias com crianças pequenas, na primeira infância. O Museu do Futebol adaptou uma de suas salas para convidar pais e cuidadores a nos frequentar. O Núcleo Educativo do Museu estudou diferentes estratégias e criou o Espaço Dente de Leite” afirma Daniela Alfonsi, Diretora de Conteúdo do Museu.

Outro destaque da programação desse mês são as oficinas durante o Carnaval. A garotada soltará a imaginação fazendo máscaras de Carnaval com sacolas de papelão. Monstros, jogadores de futebol e personagens ganharão vida nessas oficinas. A área externa do Museu também estará em clima festivo durante as oficinas de Lançador de confetes. Os participantes poderão brincar com os lançadores após confeccioná-los e, ainda, levá-los consigo para aproveitar a folia. 

Em todos os finais de semana, sábado e domingo, sempre às 11h00, o Museu oferece visitas educativas. Durante o Carnaval não será diferente e haverá visitas inclusive na terça de Carnaval. Visitantes de todas as faixas etárias poderão fazer o percurso de cerca de uma hora no universo do nosso futebol em companhia de Educadores da instituição.

A programação do mês conta com outras atividades educativas, todas relacionadas abaixo e no site do Museu.

O Museu não abre às segundas-feiras e na Quarta-feira de Cinzas estará fechado.




PROGRAMAÇÃO DE ATIVIDADES EDUCATIVAS

Dia: 18/02 – Sábado
Ação: Espaço Dente de Leite
Horário: entre 10h30 e 15h30
Local: Sala Grande Área
Descrição: O Espaço Dente de Leite é um ambiente educativo de convivência lúdica e estímulo ao brincar para bebês e crianças de até 3 anos, suas famílias e cuidadores. O espaço é aberto ao público sempre no terceiro final de semana de cada mês.
Ação: Visita Educativa ao Estádio Pacaembu + Museu
Horário: Início às 11h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: Visita com educadores do Museu do Futebol. Durante a caminhada ao redor do campo e pelo acervo do Museu, os participantes conhecerão a importância do Estádio, patrimônio histórico e arquitetônico da cidade de São Paulo, e sua relação com a história do futebol e do país. Até 20 pessoas.
Ação: Mapa das Torcidas
Horário: entre 14h e 15h30
Local: Sala Copas do Mundo
Descrição: Os participantes montarão o quebra- cabeça “Mapa das Torcidas”, relacionando os estados brasileiros aos escudos de seus times de futebol. O jogo tem textura e Braille.


Dia: 19/02 – Domingo
Ação: Espaço Dente de Leite
Horário: entre 10h30 e 15h30
Local: Sala Grande Área
Descrição: O Espaço Dente de Leite é um ambiente educativo de convivência lúdica e estímulo ao brincar para bebês e crianças de até 3 anos, suas famílias e cuidadores. O espaço é aberto ao público sempre no terceiro final de semana de cada mês.
Ação: Visita Educativa ao Museu
Horário: início 11h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: De forma instigante, a visita com educadores do Museu do Futebol proporciona o diálogo e a reflexão sobre como o futebol faz parte da nossa história. Até 20 pessoas.
Ação: Futevôlei adaptado
Horário: 14h às 15h30
Local: Área externa
Descrição: Os participantes experimentarão uma adaptação do jogo que une regras e habilidades do vôlei e do futebol, dois dos esportes mais populares do País. Inventado nas praias cariocas, o Futevôlei surge da criatividade do brasileiro, após uma proibição da prática do futebol nas areias. A cada 4 pessoas.


Dia: 25/02 – Sábado Carnaval
Ação: Visita Educativa ao Estádio Pacaembu + Museu
Horário: Início às 11h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: Visita com educadores do Museu do Futebol. Durante a caminhada ao redor do campo e pelo acervo do Museu, os participantes conhecerão a importância do Estádio, patrimônio histórico e arquitetônico da cidade de São Paulo, e sua relação com a história do futebol e do país. Até 20 pessoas.
Ação: Oficina de Lançador de confetes
Horário: entre 14h e 15h30
Local: Área externa
Descrição: O carnaval é uma festa tipicamente brasileira resultante da junção de muitas culturas e festejos. Para trazer a alegria dessa festa ao Museu e à Praça Charles Miller, educadores realizarão essa oficina. Os participantes poderão brincar com seus lançadores após confeccioná-los e, ainda, levá-los consigo para aproveitar as festividades. A cada 10 pessoas.


Dia: 26/02 – domingo Carnaval
Ação: Visita Educativa ao Museu
Horário: início 11h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: De forma instigante, a visita com educadores do Museu do Futebol proporciona o diálogo e a reflexão sobre como o futebol faz parte da nossa história. Até 20 pessoas.
Ação: Oficina de Máscaras de Carnaval
Horário: entre 11h e 12h30
Local: Cantinho Ins-pirar
Descrição: As sacolas de papel podem se transformar em uma grande brincadeira. Nessa oficina elas ganharão vida e se transformarão em animais, personagens, jogadores de futebol, caretas e monstros. A cada 10 pessoas.
Ação: Oficina de Lançador de confetes
Horário: entre 14h e 15h30
Local: Área externa
Descrição: O carnaval é uma festa tipicamente brasileira resultante da junção de muitas culturas e festejos. Para trazer a alegria dessa festa ao Museu e à Praça Charles Miller, educadores realizarão essa oficina.
Os participantes poderão brincar com os seus lançadores após confeccioná-los e, ainda, levá-los consigo para aproveitar as festividades. A cada 10 pessoas.



Dia: 28/02 – terça-feira Carnaval
Ação: Visita Educativa ao Museu
Horário: início 11h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: De forma instigante, a visita com educadores do Museu do Futebol proporciona o diálogo e a reflexão sobre como o futebol faz parte da nossa história. Até 20 pessoas.
Ação: Oficina de Balangandã
Horário: entre 11h e 12h30
Local: Área externa
Descrição: Com fitas, papel, barbante e muita criatividade, os participantes confeccionarão um brinquedo popular conhecido como Balangandã. A cada 10 pessoas.
Ação: Mundo das Copas
Horário: entre 11h e 12h30
Local: Sala Copas do Mundo
Descrição: Jogo de perguntas e respostas sobre as Copas do Mundo. Um desafio de memória e conhecimento.
Ação: Visita Educativa ao Museu
Horário: início 14h (duração aproximada de 1h)
Local: Ponto de encontro sala Grande Área
Descrição: De forma instigante, a visita com educadores do Museu do Futebol proporciona o diálogo e a reflexão sobre como o futebol faz parte da nossa história. Até 20 pessoas.
Ação: Oficina de Máscaras de Carnaval
Horário: entre 14h e 15h30
Local: Cantinho Ins-pirar
Descrição: As sacolas de papel podem se transformar em uma grande brincadeira. Nessa oficina elas ganharão vida e se transformarão em animais, personagens, jogadores de futebol, caretas e monstros. A cada 10 pessoas.
Ação: Baú da Memória
Horário: entre 14h e 15h30
Local: Sala Origens
Descrição: Os visitantes serão instigados a interagir com os acervos da Sala Origens do Museu utilizando objetos que retratam a sociedade brasileira no início do século XX, quando o futebol chegou ao País.




Programação sujeita a alterações. Quando há jogos no Estádio do Pacaembu, o horário de funcionamento é diferenciado.



MUSEU DO FUTEBOL
Praça Charles Miller, S/N São Paulo, SP
Terça a sexta-feira: 9h às 16h (permanência até às 17h)
Sábado, domingo e feriados: 10h às 17h (permanência até às 18h).
Ingressos: R$ 10,00 | Meia-entrada: R$ 5,00 | Entrada gratuita aos sábados.
*Horários diferenciados de funcionamento em dias de jogos no Estádio do Pacaembu, consulte o site www.museudofutebol.org.br.
*Estacionamento na Praça Charles Miller, sendo necessário o uso de Zona Azul Digital, que pode ser adquirido por meio de aplicativos para celulares ou em postos oficiais. Mais informações no site da Companhia de Engenharia de Tráfego – CET.









Cristina Schleder expõe em Londres

Na mostra "Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica" a artista emerge em um mundo onde a vegetação descortina um novo universo aos seus olhos




A artista plástica multidisciplinar Cristina Schleder apresenta a exposição “Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica”, com fotografias autorais que registram texturas, tramas, cores e detalhes de sua inspiração maior – a Natureza. A mostra ficaem cartaz até 24 de fevereiro, na Galeria Sala Brasil, na Embaixada do Brasil em Londres. Para a criação da série, que também está registrada em um livro com nome homônimo, Cristina adentrou na Mata Atlântica munida de olhos treinados em busca do inusitado e do oculto. As imagens e espelhamentos de seus enquadramentos possibilitam uma releitura que dão novos significados à importância e beleza deste ecossistema.

Com um trabalho gráfico de composição, Cristina Schleder transformou a Natureza em verdadeiros tapetes, com motivos e designs surpreendentes e impactantes. "É um trabalho de pesquisa do efeito da água: a chuva e a humidade do ar. Sob esses fatores, a Mata desabrocha e mostra suas verdadeiras cores, é quando a Natureza se revela de forma majestosa. Sem a água este microcosmo não se apresentaria”, declara a artista. “Estou muito feliz em ser convidada para inaugurar o Calendário Cultural de 2017 da Embaixada e mostrar minhas obras fora do Brasil, ou melhor, mostrar a Mata Atlântica”, comemora.

Para a curadora e historiadora de arte Tereza de Arruda, Os Tapetes Voadores da Mata Atlântica criados por Cristina Schleder incorporam em sua essência toda a herança da Natureza brasileira. As obras são, à primeira vista, confundidas com uma camuflagem refinada, com uma trama bem elaborada, com uma renda artesanal sofisticada, com um gabarito exemplar ou mesmo com uma tapeçaria milenar. Eis aí a interferência e a destreza da artista ao elevar detalhes singulares da Mata Atlântica às riquezas inigualáveis, trazendo tudo isso para uma nova superfície até então inexplorada. 

A Luz muda a cor
A Água nos dá a cor
E, nossos olhos captam quando conseguimos sentir o mundo conectado com nossa alma.
Cristina Schleder




Embaixada do Brasil em Londres
14-16 Cockspur Street, London SW1Y 5BL
Segunda a sexta, das 11h às 18h 
Visitação: até  24 de fevereiro








MOSTRA LIVIO ABRAMO: INSURGÊNCIA E LIRISMO 

Com 120 obras, exposição sobre o artista plástico Livio Abramo com curadoria de Paulo Herkenhoff traça panorama da sua inserção na modernidade do século XX e segue em cartaz até 12 de março 


Obra “Operário e Máquinas”, de Livio Abramo      



O crítico e cineasta Olivio Tavares de Araújo analisou as suas relações com a arte gráfica do expressionismo alemão. Mario Pedrosa, por sua vez, destacou a sua importância na modernidade emancipatória política do século XX. Aracy Amaral relembra a origem política do artista: trotskista e marginalizado pelo Partido Comunista, que defendia Portinari e Di Cavalcanti. Seja no contexto sociopolítico ou na inserção nas vanguardas modernas, a obra do gravador, ilustrador e desenhista paulista Livio Abramo (1903-1992) destaca-se pelo rigor formal, tendo a gravura como a sua autêntica linguagem de expressão.

Passados quase 25 anos da morte do artista, o Instituto Livio Abramo (ILA) apresentou ao público um rico acervo – grande parte pertencente à família – com cerca de 120 obras. Aberta em 7 de dezembro, a mostra Livio Abramo: Insurgência e Lirismo será reaberta em 5 de janeiro, prosseguindo em cartaz até 12 de março de 2017, na Biblioteca Mário de Andrade (BMA), em São Paulo. A exposição reúne linoleogravuras, xilogravuras, litogravuras, aquarelas, grafites e nanquins, além de matrizes em madeira, matrizes em linóleo, clichês de metal, croquis, estudos e provas do artista, reunindo uma produção de quase 70 anos de trabalho. O panorama com curadoria assinada por Paulo Herkenhoff destaca os territórios estéticos e conceituais do artista, sobretudo, assinalando a sua importância como gravurista. 

A exposição assinala o início das atividades do Instituto Livio Abramo (ILA) com a organização e a digitalização do acervo da família pelo Programa Rumos do Itaú Cultural e propicia uma releitura de todo o conjunto da obra do artista, após uma década da última individual de Livio Abramo, realizada no Instituto Tomie Ohtake. "O projeto Rumos Itaú Cultural foi essencial neste processo, uma vez que deu suporte para a escolha das obras a partir do inventário e classificação realizado na primeira fase do projeto de preservação e divulgação do acervo, permitindo que a demanda pelo conhecimento do acervo do Instituto fosse amplamente atendida", afirma Pedro Abramo, presidente do Instituto Livio Abramo. Agora, pelo olhar curatorial de Paulo Herkenhoff, essa nova exposição objetiva rever a obra, valorizando Livio Abramo não apenas como pioneiro da xilogravura no Brasil, mas como um artista vigoroso, que dialoga com os movimentos sociais e artísticos do século XX, criando soluções formais inovadoras para responder às angústias de um homem e artista dentro do contexto histórico e social em que ele viveu. 

Nesse sentido, Paulo Herkenhoff, que teve contato com Livio Abramo em Assunção (Paraguai), em pleno ano de 1968, e que depois selecionaria obras do artista para diversas exposições, realiza uma curadoria dinâmica e ousada. As escolhas de Herkenhoff permitem uma interpretação original, a partir de um diálogo com artistas do período, do contexto sociopolítico e das lutas dos movimentos sociais da época, sem perder de vista a capacidade transcendente da produção artística de Abramo, que desvela questões ainda contemporâneas. 

Ao lado de originais do acervo do Instituto Livio Abramo (ILA), a mostra inclui ainda empréstimos de trabalhos de coleções de outras importantes instituições brasileiras, como o Museu de Arte do Rio (MAR) e a própria Biblioteca Mário de Andrade (BMA), assim como obras da Fundação Biblioteca Nacional. Obras de José Clemente Orozco, de Louise Bourgeois, de Rossini Perez, de Lasar Segall e de Kathe Kollwitz aparecem no programa como diálogos, convergências e rupturas entre Livio Abramo e outros expoentes de sua geração.

Além de obras físicas, a mostra conta, ainda, com um programa educativo, composto de mesas de debates, de palestras, de cursos de formação e da exibição de documentário inédito, que mostra o processo de trabalho do xilogravurista Rubem Grilo, que usou matrizes de oito obras de Abramo para reimpressões, que farão parte da exposição.  Ao lado de Grilo, um dos principais nomes da xilogravura na atualidade, e do curador Paulo Herkenhoff, o documentário intitulado “Livio Abramo: o Profundo Mistério dos Horizontes Inacabados” (11 minutos), produzido pelo Instituto Livio Abramo, inclui depoimentos de Frederico de Morais e Ferreira Gullar. 


DA INQUIETUDE À PLÁSTICA DO MUNDO ESPIRITUAL
Tanto a forma quanto o conteúdo da exposição aliam o rigor do uso da gravura como linguagem com as insurgências e os lirismos, na arte e na política. Não se trata apenas de uma politização da arte, mas de agir como um precursor artístico no Brasil das teses contidas na filosofia do pensador alemão Walter Benjamin (1892-1940). A arte, como questionamento do presente ao passado, com o poder de incluir os vencidos pela história dominante: operários, ativistas da resistência espanhola, vítimas do fascismo, negros, favelados, paraguaios, os cidadãos anônimos “sem rosto e sem voz”. 

Se a série “Frisos”, que retrata a tragédia moderna do homem urbano no “destino” da arquitetura da metrópole, é dedicada à cidade de São Paulo, as religiões afro-brasileiras surgem como contraste, num êxtase – longe de folclorismos – que reivindica uma plástica do mundo espiritual. Como salienta o diretor da Biblioteca Mário de Andrade (BMA), Luiz Armando Bagolin: “A concepção da mostra sobre a importância da obra de Livio Abramo é consoante com a cidade de São Paulo, sua transformação contínua, seu ‘work in progress’. Na abertura, no dia 07 de dezembro, o encontro do curador Paulo Herkenhoff e um convidado desdobra-se numa série de atividades.” 

Segundo Bagolin, para a Biblioteca Mário de Andrade, além de toda a importância de Livio Abramo como artista, a sua relação com o centro da cidade, como aparece na série ‘Frisos’, destaca o dinamismo defendido pela instituição. “O visitante tem à disposição, seja durante um passeio noturno pelo centro ou no intervalo do trabalho, uma biblioteca com uma exposição 24 horas que traduz essa dinâmica, também em termos de acesso à cultura e da formação de novos olhares”.
 
A contestação, tão atual, está consoante com a própria trajetória e a identidade artística desse filho de imigrantes italianos. Na década de 1960, afastando-se do viés oligárquico e pequeno burguês prevalecente no modernismo em São Paulo e da “fanfarra” voltada para Paris, o artista acolheu como residência o dilacerado pela Guerra da Tríplice Aliança, o Paraguai. Ali, aperfeiçoou a sua técnica de desenho e gravura, ferindo com faca ou goiva pontiaguda matrizes de madeira, metal ou pedra, segundo o curador Paulo Herkenhoff, “para abrir gravuras que expressassem a sua profunda visão da sociedade e o olhar lírico sobre o mundo”. 

Como uma linguagem de expressão sem grandes atrativos comerciais e baixa margem de lucro, a xilogravura expõe, antes de qualquer corte, a relação com a matéria-prima como prenhe de possibilidades de significantes nas mãos do artista. “Antes de qualquer corte o que se tem na chapa é a absoluta escuridão. O corte pelo artista fere a matéria e instaura a luz, sendo, pois, a própria hipótese do olhar e da arte. Essa visão primal da imagem surgente é o tesouro do xilógrafo e a base de sua ética da linguagem”, conta o curador no texto do programa da exposição.




SOBRE LIVIO ABRAMO 

Livio Abramo não é apenas, com Oswaldo Goeldi, um dos mestres clássicos da moderna gravura brasileira. Devido à sua inquietação, à sua atividade e à sua inovação permanente, ao longo da sua trajetória, ele sempre foi moderno e meticuloso com a sua produção artística. A história da sua carreira é uma expressão do conturbado século XX, em que uma vida de militância política e social, atravessada por uma visão humanista do mundo, conviveu com a consciência aguda das exigências e da necessidade do domínio técnico na exploração das possibilidades da gravura em madeira, a luta por um refinamento artesanal nas texturas e pela virtuosidade da sua expressão artística.
Autodidata em gravura, Livio Abramo também foi ilustrador, desenhista e militante político. Nascido em Araraquara (SP) em 1903, foi muito influenciado pela fase antropofágica de Tarsila do Amaral. Premiado como o melhor gravador nacional na 2ª Bienal Internacional de São Paulo em 1953, deu aulas de xilogravura na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), fundou com Maria Bonomi o Estúdio Gravura em 1960 e foi convidado pelo Itamaraty a integrar em 1962 uma missão cultural no Paraguai, onde fundou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico daquele país. Com a sua capacidade criadora, de forma silenciosa e seguindo a tradição do artista artesão, Livio Abramo buscou concentrar em cada nova etapa da sua longa trajetória os desafios de expressar de forma sintética o sentido do homem na história, com lirismo, força e delicadeza, o que dota as suas gravuras de uma dimensão espiritual.



SOBRE O CURADOR
Paulo Herkenhoff – Teve contato com Livio Abramo em Assunção em 1968, cuja obra conhecia porque os seus pais já tinham uma gravura do artista. No exercício do cargo de Diretor do Instituto Nacional de Artes Plásticas, promoveu uma homenagem a Livio Abramo pelos seus 75 anos, ocasião em que reuniu xilogravadores de todo o Brasil. Incluiu a obra de Livio Abramo em diversas exposições e adquiriu as suas gravuras para o acervo do Museu de Arte do Rio (MAR), do qual foi Diretor Cultural. Dirigiu o Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro (2003-2006) e foi curador adjunto no departamento de pintura e escultura do Museu de Arte Moderna de Nova York - MoMA (1999-2002), curador geral da 24ª Bienal de São Paulo (1997 e 1999) e curador da Fundação Eva Klabin Rapaport. 


SOBRE O INSTITUTO LIVIO ABRAMO (ILA)
O Instituto Livio Abramo é uma associação sem fins lucrativos que tem como objetivo recuperar, preservar e difundir o acervo e a obra do artista. Em parceria com os herdeiros, a instituição foi criada em 2014 para gerenciar a coleção de trabalhos de Livio Abramo, composta por material que já se encontrava no Brasil, e para trazer parte do acervo documental que estava no Paraguai. Pertencem a esse conjunto não só gravuras, desenhos e aquarelas, mas também as matrizes das gravuras, muitos esboços, estudos, experiências com técnicas de gravação, caricaturas e charges dos jornais em que Livio Abramo trabalhou. Também há registros escritos por ele sobre a sua arte e sobre a pedagogia do ensino da xilogravura.

Contemplado pelo Programa Rumos do Itaú Cultural, o Instituto vem implementando o primeiro estágio de um plano maior de recuperação material e artística de Livio Abramo, resgatando a sua importância, tanto como criador quanto como mestre e formador de muitos outros artistas plásticos no Brasil e na América Latina. Como diretor-presidente do instituto, encontra-se Pedro Abramo.  

Pedro Abramo é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pesquisador nível 1 A do CNPq, Visiting Schollar em Universidades dos USA, Europa e America Latina. Publicou mais de  uma dezena de livros no Brasil, na América Latina e na Europa e Premio Milton Santos e de Política Urbana da ANPUR, premio de melhor livro de economia pela ANPEC e premio de livro da XX Bienal Pan-americana de arquitetura e urbanismo de Quito. Na Diretoria Executiva do Instituto está Luis Abramo. Diretor de Fotografia de, aproximadamente, 30 filmes de longa-metragem. Ganhou os prêmios de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Recife (2014) com o longa “Romance Policial”; de Melhor Fotografia no Festival de Cinema de Gramado (2010), com “Não se Pode Viver sem Amor”; e de Melhor Fotografia de longa-metragem com “Fronteiras”, no Festival do Paraná de Cinema Latino e Brasileiro. 



SOBRE O PROGRAMA RUMOS 
O Itaú Cultural mantém o programa Rumos desde 1997. Este que é um dos primeiros editais públicos do Brasil para a produção e a difusão de trabalhos de artistas, produtores e pesquisadores brasileiros, já ultrapassou os 52 mil projetos inscritos vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,3 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa. Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados. No formato atual, as propostas inscritas são examinadas, em uma primeira fase, por uma comissão de 30 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Em seguida, passam por um processo de avaliação e análise por uma  Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 22 profissionais, incluindo gestores da própria instituição.




Biblioteca Mário de Andrade (BMA)
Rua da Consolação, 94, Centro, São Paulo – SP
Telefone: (11) 3775-0002
Horário de visitação: 24 horas
Visitação: até a 12 de março de 2017
Mais informações: www.bma.sp.gov.br







‘Novos dinossauros’ movimentam exposição no Zoológico de São Paulo


O Mundo dos Dinossauros é a mais completa e interativa exposição sobre o tema no Brasil; evento tem mais de 25 robôs em tamanho real, além de réplica de fósseis


Os dinossauros, animais pré-históricos que habitaram a Terra há milhares de anos, ainda despertam curiosidade e são alvos de estudos. Prova disso é o cinema que vez ou outra se dedica ao tema lotando salas em exibições pelos quatro cantos do mundo. O assunto repercute e mexe com o imaginário de crianças e adultos. E para apresentar um pouco dessa realidade e despertar sensações e vivências em torno do tema, o Parque Zoológico de São Paulo abriga a exposição “O Mundo dos Dinossauros”, considerada a mais interativa mostra desses animais pré-históricos no Brasil, em uma área isolada dentro do próprio Zoo. São cerca de 25 animais robotizados, em tamanho real, que se movem, soltam grunhidos e  supostamente respiram, como se ainda estivessem vivos.

Os dinossauros expostos são tão idênticos aos animais que habitaram a Terra que a sensação dos visitantes é de estar mergulhando no passado e vendo de perto os gigantes pré-históricos. Graças à tecnologia, é possível vivenciar por alguns momentos a rotina dos dinos, algumas réplicas chegam a medir oito metros de altura e 25 metros de comprimento. Há ainda réplicas de fósseis.

A exposição, sempre de olho em novidades para o público, colocou à mostra recentemente duas novas peças, um Tiranossauro Rex que sai de uma vasta e densa vegetação de forma totalmente inusitada, com seus dentes enormes e afiados, e um Dilophossauro com cerca de dois metros. Este último é uma espécie de dinossauro afamada no primeiro filme da série Jurassic Park, na clássica cena em que o personagem de Wayne Knight (Dennis Nedry) era atacado, após um acidente, enquanto tentava fugir da ilha Nublar. O Dilophossauro cospe nele seu veneno.

No Zoológico de São Paulo a visita à pré-história começa em uma área isolada dos outros animais, dando a quem optar por fazer o passeio jurássico uma sensação ainda mais próxima da atmosfera jurássica. Há também cinema em quatro dimensões para os visitantes. Esses animais da era Mesozoica ocupam um espaço de 3 mil m2 em meio à natureza viva, como a que eles habitavam há 65 milhões de anos, quando foram extintos. Tiranossauro Rex, Pterodátilos, Mamenquissauro e outros estão posicionados no mesmo local onde, por conta da preservação ambiental, vivem diversas espécies da era atual, a Cenozoica. Dinossauros robotizados e animais de vida livre, como tucanos, pica-paus, sabiás, tatus, macacos bugios, bichos-preguiça e lagartos teiús podem ser vistos no mesmo espaço. A exposição O Mundo dos Dinossauros ainda não tem data para terminar.

 Sobre os dinos

Pesquisas revelam que os dinossauros habitaram a Terra há 220 milhões de anos. No Brasil, há vestígios deles no Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso, mas a partir de agora eles estarão na capital paulista, em uma experiência totalmente real e interativa, inédita no país, usando parte de uma floresta natural, não mais representada.



 Zoológico de São Paulo
A Fundação Parque Zoológico de São Paulo foi inaugurada em 1958. Possui uma área de 900 mil me um acervo de aproximadamente três mil animais, entre espécies exóticas e nativas, muitas delas ameaçadas de extinção. Está inserida no PEFI (Parque Estadual das Fontes do Ipiranga), um dos mais significativos remanescentes de Mata Atlântica presente em área urbana do país. O PEFI tem 526,38 hectares e está localizado no bairro da Água Funda, distrito do Ipiranga, em São Paulo.

     

  
Imagens: Fernando Battistetti




Parque Zoológico de São Paulo
Av. Miguel Stefano, 4.241 - Água Funda - São Paulo - SP
segunda-feira a domingo, das 9h às 17h, com fechamento das bilheterias O Mundo dos Dinossauros, às 16h45; Bilheteria Zootur, no Jabaquara, tem fechamento às 15 horas e as bilheterias do Zoológico permanecem abertas até às 16h30, mas vendem ingressos até às 16 horas)
Informações:(11) 5073-0811
Quanto custa o ingresso da exposição:
Bilhete-combo (Zoo + O Mundo dos Dinossauros) para adultos ou crianças acima de 12 anos: R$ 45
Bilhete-combo (Zoo + O Mundo dos Dinossauros) para crianças de 6 a 12 anos, estudantes com documento de identificação estudantil, professores da rede pública e idosos com mais de 60 anos: R$ 16
Bilhete-combo + transporte, na bilheteria do Jabaquara,R$50,50 para adultos ou crianças acima de 12 anos ou R$21,50 para crianças de 6 a 12 anos, estudantes com documento de identificação estudantil, professores da rede pública. Idosos com mais de 60 anos tem isenção no transporte e pagam R$ 16
Não há opção de visitação apenas à exposição, sendo necessário adquirir também o tíquete de entrada para o Zoológico de São Paulo





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