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quarta-feira, 5 de maio de 2021

Aumento de casos de puberdade precoce tem relação com pandemia, aponta estudo

Pesquisadores da Universidade de Florença registraram aumento de 188% ao longo de 2020

Segundo endocrinologista, isolamento social cria ambiente propício para pico de puberdade precoce


Após um ano de isolamento social contra o novo coronavírus, foi observado um aumento significativo de casos de puberdade precoce, segundo estudo italiano publicado pela revista Italian Journal of Pediatrics¹. Este aumento hormonal antes do período regular que vem acontecendo entre os jovens possui diversos fatores, dentre eles, o sedentarismo, o sobrepeso e o uso desenfreado de aparelhos eletrônicos, problemas muito comuns na pandemia, devido a restrição de espaços e interação humana.

O crescimento incomum de casos de maturação sexual antes dos oito anos foi identificado pelos pesquisadores da Universidade de Florença, na Itália, ao compararem o número médio de casos de puberdade precoce registrados durante a pandemia, em 2020, com os últimos cinco anos do departamento de pediatria do hospital universitário. Foram excluídas as causas orgânicas de puberdade precoce, como tumores ou lesões no sistema nervoso central, e descobriram um salto expressivo no número, de cerca de 17 para 49 casos no período avaliado, representando aumento de 188%.

De acordo com Wallace Miranda, médico endocrinologista formado pela Universidade Federal do Piauí e membro da Doctoralia, maior plataforma de saúde do mundo, o sobrepeso e a obesidade são uns dos principais responsáveis para esse salto na puberdade precoce. "O tecido gorduroso produz um hormônio chamado leptina, que tem como principais funções controlar o apetite, reduzir a ingestão de alimentos e regular o gasto energético, permitindo manter o peso corporal ou não, e atuando diretamente na ativação da puberdade." Essa evidência é vista comumente em meninas, uma vez que o aumento de peso nos meninos desencadeia um processo retardatário da puberdade.

Naturalmente, o sexo feminino tende a entrar no processo de maturação mais cedo e os primeiros sinais da puberdade são o aparecimento do broto mamário e o crescimento dos pelos pubianos e axilares. Em seguida, chega a primeira menstruação. Já nos meninos, ocorre aumento do volume testicular, desenvolvimento peniano, além da aparição dos pelos pubianos, axilares e faciais. Outra característica típica é a mudança da voz, assim como a aceleração do crescimento. Embora a puberdade precoce seja mais comum entre as meninas, o quadro também pode afetar os meninos, o que prova a importância de ficar atento aos sintomas e não deixar de realizar o acompanhamento médico frequente.


Diagnóstico

Ainda segundo o especialista, "o sedentarismo, as mudanças nos hábitos alimentares e o uso excessivo de eletrônicos que a pandemia trouxe, criaram um ambiente propício para o aumento súbito de diagnósticos da condição". É o que apontam os registros da Doctoralia Lab, plataforma para agendamento online de exames, com crescimento de 324% nas marcações de Ultrassonografias feitas por pais e/ou responsáveis, entre agosto e dezembro de 2020. "O processo fundamental para a confirmação da condição consiste em uma avaliação clínica, exames laboratoriais para a área hormonal e exames de imagem, como raio-x para identificar a idade óssea e ultrassonografia pélvica exclusivamente em meninas."

Segundo Dr. Wallace, as crianças que apresentam os sinais da puberdade precoce, correm o risco de sofrer alterações no crescimento, levando à diminuição de sua estatura final, além de ter mais chances de desenvolver futuramente obesidade, hipertensão, diabetes tipo 2, infarto e acidente vascular cerebral (AVC). "Outros riscos relacionados à puberdade precoce são os transtornos psicológicos e emocionais ligados a mudanças de comportamento, provocados pelas alterações hormonais. Por isso, é interessante que os jovens tenham acesso ao acompanhamento de um psicólogo", completa.

Para desacelerar o processo da puberdade, é necessário que o jovem procure por um médico endocrinologista de confiança para entender o tratamento mais adequado. "Cada quadro será avaliado individualmente, mas costumamos trabalhar com um tratamento muito comum, com medicamentos que atuam no bloqueio no eixo da hipófise e do hipotálamo, responsáveis pela produção e liberação de hormônios, adiando a puberdade para um momento mais apropriado para a criança", finaliza o endocrinologista.

 

 

Doctoralia

 

Referências Bibliográficas

1 Increased incidence of precocious and accelerated puberty in females during and after the Italian lockdown for the coronavirus 2019 (COVID-19) pandemic. Stefano Stagi, Salvatore De Masi, Erica Bencini, Stefania Losi, Silvia Paci, Maria Parpagnoli, Franco Ricci, Daniele Ciofi & Chiara Azzari. Nov/2020.


10 fatos "quase desconhecidos" sobre o seu nariz

cottonbro
Veja os motivos porque você deve cuidar bem de seu nariz


Você sabia que o nariz é o lugar com mais infecção no corpo humano? Em torno de  90% da carga viral está localizada no nariz e na via aérea superior, o que faz com que seja tão importante começar a lavar o nariz como fazemos com nossas mãos para prevenir os vírus. Como aproximadamente 80% das visitas aos médicos são devido aos problemas respiratórios, o simples ato de lavar seu nariz poderia evitar uma visita ao médico. 

De acordo com o cientista Gustavo Ferrer, que tem trabalhado no setor de P&D e é consultor para a Xlear, a fabricante líder de produtos à base de xylitol, lavar nosso nariz pode prevenir ataques de vírus. “O ato de lavar seu nariz é importante e pode ajudar a parar o vírus de se espalhar além do nariz e da via aérea superior para os pulmões, o que aumenta a possibilidade de ser infectado”, aponta Ferrer.

 

1. Seu nariz umidifica o ar que você respira: o nariz processa o ar que você inala, o preparando para seus pulmões e garganta, que não toleram muito bem o ar seco.

2. Seu nariz também limpa o ar que você respira: O ar que respiramos contém todos os tipos de coisas – desde oxigênio e nitrogênio até poeira, poluição, alergênicos, fumaça, bactérias, vírus, pequenos insetos e muitas outras coisas. Seu nariz ajuda a limpar tudo isso.

3. Cheiro é importante na identificação, memória e emoção: Cheiro se junta ao seu bulbo olfatório localizado na parte da frente de seu cérebro, um pouco acima de sua cavidade nasal. É parte do sistema límbico do cérebro e é associado com a memória. Nós identificamos as pessoas pela memória do seu cheiro pessoal.

4. Seu nariz lhe ajuda a encontrar um par: Não apenas seu sistema olfatório desencadeia memória, mas seu nariz possui um importante papel quando pareado com seus sistema olfatório na sua percepção sobre sexo.  Aquela característica do cheiro do perfume de uma pessoa, de uma fragrância ou o odor do shampoo ou sabonete é importante para excitação sexual. O cheiro de transpiração humana também tem um efeito direto nos receptores sexuais no cérebro. E a perda do cheiro está correlacionada com diminuição do desejo sexual.

5. Seu nariz formata o som da sua voz: O que nós ouvimos quando as pessoas falam e cantam é em grande parte relacionada às ressonantes estruturas da garganta e do nariz. Sua voz é produzida na laringe, mas o som é praticamente um zumbido. A riqueza do som é determinada pelo modo como o som é processado acima da laringe, o que ocorre no seu nariz e garganta.

6. Humanos conseguem detectar mais de 10.000 odores. Humanos possuem aproximadamente 12 milhões de células olfativas receptoras, de acordo com a University of Washington, número que decai com a idade. Isso faz com que pessoas idosas sejam menos sensitivas em relação a cheiros.

7. Narizes possuem um grande impacto em nossa percepção de beleza. Rinoplastia é o segundo procedimento cirúrgico cosmético mais comum e o formato do nariz tem sido considerado historicamente um indicador de caráter. “Nos tempos da Grécia e Roma antigos,um nariz forte e longo significava poder e força”.

8. O formato do seu nariz é formado aos 10 anos de idade. Seu nariz continua a crescer vagarosamente até as idades entre 15 e 17 para mulheres e em torno de 17 e 19 nos homens.Com o tempo, o nariz alonga e cai devido à gravidade.

9. O estilo de espirro pode ser genético. Partículas de um espirro viajam em média 160 km por hora e o estilo como você executa esse processo básico poderia ser algo que você herda porque espirros são um reflexo neurológico com o qual todos nós nascemos. Como os tecidos são muito similares entre membros de uma mesma família, todas as ações de músculos, incluindo sorrir e rir, serão semelhantes também.

10. Seu nariz é culpado pelo senso de cheiro. O senso de cheiro humano é responsável por aproximadamente 80% do gosto que sentimos. Devido a isso, sem esse senso, ninguém será capaz de sentir gosto de uma manga ou um delicioso bolo de chocolate. A raça humana tem um limite para detectar apenas cinco sensações distintas: doce, salgado, azedo, amargo e o novo sabor descoberto “umami” ou sensação saborosa. A sensação de umami é naturalmente incluída no queijo parmesão, aspargos, tomates, carne, anchovas, molho de soja ou presunto.

 

 

Dr Gustavo Ferrer - MD FCCP - professor associado de medicina e fundador da clínica de doença pulmonar intersticial da Cleveland Clinic Florida e da bolsa de estudos de cuidados críticos e pulmonares do Aventura Hospital. Hoje ele atua como presidente de especialistas em terapia intensiva / instituto pulmonar do Aventura e anteriormente atuou como diretor de pesquisa respiratória da Universidade das Nações Unidas, Venezuela.

 

Xlear Inc


O que muda no atendimento odontológico após os 80?

Cuidados especiais ajudam a manter a saúde bucal na velhice


O atendimento aos idosos no consultório odontológico tem ganhado cada vez mais atenção e cuidados específicos que garantem segurança e conforto para esse público que também precisa cuidar da saúde bucal. Para aqueles que têm mais de 80 anos – os novos 70 – a recomendação é estar atento e confiar no profissional para que tudo corra bem. Um atendimento realizado de forma atenciosa faz com que o paciente se sinta bem e volte sempre para a manutenção. 

A cirurgiã-dentista Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), ressalta que quanto mais avançada a idade, maior o risco de uma intercorrência no consultório. “O profissional deve se preocupar em ter uma boa anamnese, somada a exames físicos e clínicos que devem ser replicados e comparados a cada consulta”, avalia. 

Para um tratamento com o odontogeriatra existem cuidados específicos quanto ao exame físico realizado com paciente dessa faixa etária, como o controle da pressão arterial durante o procedimento odontológico. “Não se pode comparar um idoso ao outro, por isso é importante utilizar conhecimentos, materiais, tecnologia e tudo o que for preciso para atender da melhor forma o paciente com mais de 80 anos”, frisa a cirurgiã-dentista.


A saúde bucal após os 80


Sobre a importância de cuidar dos dentes ou próteses depois dos 80 anos de idade, Denise Tibério lembra que a manutenção da saúde bucal deve ser feita durante a vida toda, não somente no último ciclo vital. “Porém, às vezes, a falta de cuidado ao longo da vida compromete a mastigação, a fonação e a digestão, principalmente quando estamos falando de prótese total”.

Outro ponto de atenção é a saliva, que tem um papel importante na manutenção da saúde oral. Muitas medicações diminuem o fluxo salivar, por isso é recomendado o acompanhamento de um profissional de Odontologia capacitado, que possui estratégias para suprir essa situação.

Atualmente, muitos idosos chegam aos 80 anos com seus dentes permanentes, porém, a falta de prevenção em idades mais jovens faz com que apareçam doenças gengivais. De acordo com a integrante do CROSP, se o idoso foi um jovem preocupado com a saúde bucal, o mesmo tende a continuar se cuidando na velhice. Mas, existem muitos idosos que, por estarem com a destreza e a visão comprometidas, deixam a desejar na higiene e na manutenção da boca.

“Outra situação são os idosos que, nessa faixa etária, dependem de cuidadores ou possuem algum comprometimento neurológico. Nesses casos, é importante orientação e atendimento odontológico domiciliar para uma manutenção com maior frequência. A infecção da boca pode levar à exacerbação de déficits cognitivos, pneumonia aspirativa, entre outras complicações”, explica Denise.


Avanços no atendimento


A Odontogeriatria, apesar de ser uma especialidade nova no país, existe e está preparada para orientar e executar os procedimentos com segurança e traçar o planejamento que melhor se adequa à necessidade do paciente.

Hoje, também já existem arquitetos especialistas em gerontologia. Um profissional que entende o envelhecimento e planeja adequações, por exemplo, na altura das cadeiras, iluminação, cores, disposição de móveis e o que mais for necessário para uma consulta confortável e sem riscos.

Os cuidados, segundo Denise, devem ir além do consultório. “Para que o trabalho seja efetivo, há a necessidade de manutenção com o profissional e uma adequada higiene em casa, que também é específica conforme cada situação e momento, devendo ser orientada por profissional qualificado. Só através dessa parceria, a saúde bucal será mantida”.

Por fim, a cirurgiã-dentista reforça que é preciso ter em mente que a boca faz parte do corpo e, para que este esteja em equilíbrio, ela deve estar sempre saudável.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


Mês de Atenção à Cefaleia: O estresse da pandemia pode aumentar crises recorrentes de enxaqueca

Ansiedade, estresse, angústia, rotina inadequada de sono. Somam-se a esses fatores os outros que vieram com a pandemia: o medo do coronavírus em si, as preocupações financeiras, a sobrecarga de trabalho e o isolamento prolongado. Com tudo isso, observamos um aumento de frequência e intensidade das crises de enxaqueca, uma doença neurológica e genética, que tem na dor de cabeça seu sintoma mais conhecido.

A enxaqueca é uma doença muito mais comum do que se imagina: no país, acomete 20% das mulheres e até 10% dos homens, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia. Ela ocupa a sexta posição entre as doenças mais incapacitantes, segundo a Organização Mundial de Saúde. É também uma das principais causas de absenteísmo e queda de produtividade.

É chamada de crônica quando se manifesta em pelos menos 15 dias por mês. O diagnóstico é clínico, isto é, nenhum exame é capaz de identificar a doença.

Na infância, a enxaqueca se manifesta de forma semelhante em ambos os sexos. A partir da adolescência, as mulheres costumam ter crises mais graves e frequentes do que os homens devido ao gatilho hormonal do ciclo menstrual. Depois dos 50 anos, ela volta a afetar da mesma maneira o sexo masculino e o feminino.

As crises podem durar de quatro a 72 horas. A dor de cabeça moderada a severa é latejante e atinge a testa e as têmporas, podendo descer até o pescoço e os ombros. Ela é acompanhada de intolerância a luz, barulhos e cheiros; sensação de má digestão refluxo, náuseas e, às vezes, vômitos.

Cerca de 30% dos pacientes apresentam enxaqueca com aura, um sintoma visual que faz a pessoa enxergar pequenos brilhos ou luzes. A própria visão fica embaçada em certas ocasiões

O estresse está entre os fatores que desencadeiam as crises de enxaqueca. Outros gatilhos importantes são a privação de sono, o jejum prolongado, a pouca ingestão de água, o sedentarismo e o consumo em excesso de cafeína, bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos e muito condimentados.

O medo e as incertezas provocados pela pandemia têm contribuído para aumentar as crises de enxaqueca. O que estamos vendo hoje nos consultórios são pessoas que antes tinham episódios esporádicos e agora são acometidas quase diariamente de dores de cabeça e outros sintomas associados à doença.

A Covid-19 também contribuiu para o aumento da automedicação. Por medo da infecção pelo coronavírus, muitas pessoas tentam minimizar os sintomas tomando anti-inflamatórios ou analgésicos sem indicação. Acontece que, se a pessoa ingerir medicamentos mais de duas vezes por semana, pode ser vítima da "dor de cabeça de rebote", uma consequência do excesso de medicamentos e do aumento progressivo das doses necessárias para alívio das crises. O efeito rebote costuma agravar os sintomas e tornar os incômodos mais frequentes e severos.

A boa notícia é que a enxaqueca pode ser controlada. Com remédios adequados e sob prescrição médica, a ocorrência de crises é espaçada e a intensidade dos sintomas, amenizada.

Segundo o Consenso Latino-Americano para as Diretrizes de Tratamento de Migrânea Crônica e o Consenso da Sociedade Brasileira de Cefaleia sobre o Tratamento da Migrânea Crônica, os tratamentos se dividem basicamente em duas vertentes:

• Tratamento agudo: serve para reduzir a intensidade da dor no momento da crise e amenizar sintomas associados. A escolha do medicamento será definida por um neurologista caso a caso, incluindo tratamento hospitalar em pronto-socorro.

• Tratamento preventivo: seu objetivo é diminuir ou evitar a recorrência das crises. Ele pode incluir fármacos orais, como neuromoduladores e betabloqueadores, e injetáveis, como a toxina botulínica. Nesse caso, ela é aplicada no trajeto dos nervos na cabeça e pescoço, impedindo o processo inflamatório e a liberação de neurotransmissores que levam os sinais de dor para o cérebro. Em média, cada aplicação tem duração de três meses e é possível retornar à rotina no mesmo dia.

Muitos gatilhos das crises de enxaqueca estão relacionados aos hábitos de vida. Manter uma rotina de alimentação balanceada, sono adequado e atividades físicas equilibradas favorece o bem-estar de quem sofre com a doença.

O paciente deve ainda evitar luzes intensas, o consumo excessivo de álcool e ruídos altos, além de manejar o estresse, ainda mais durante a pandemia.

 


Thais Villa - neurologista e chefe do Setor de Cefaleias da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


GESTANTES, LACTANTES E PUÉPERAS: AGORA A RECOMENDAÇÃO É SE VACINAR CONTRA A COVID19, MAS HÁ CONDIÇÕES.

Dra. Elis Nogueira traz informações atualizadas sobre a vacinação destas mulheres

 

Recentemente foi publicada uma nova portaria do Ministério da Saúde com a recomendação de que mulheres grávidas, lactantes e puérperas que tenham doença prévia que se enquadre na lista de “comorbidades”, recebam a vacina contra a Covid-19 neste momento. Como este é um assunto muito discutido e que levanta uma série de dúvidas, a Dra. Elis Nogueira, ginecologista e obstetra, selecionou os principais pontos sobre a vacinação de gestantes, lactantes e puérperas com base nesta portaria e na cartilha publicada pela SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).

A nova recomendação é válida para todas as mulheres grávidas, lactantes e puérperas (que deram à luz nos últimos 60 dias) que possuam comorbidades. Entre as doenças listadas estão: diabetes, hipertensão arterial crônica, obesidade, doença cardiovascular, asma brônquica, imunossuprimidas, transplantadas, doenças renais crônicas e doenças autoimunes. Para estes casos é necessário que a mulher leve ao posto de vacinação um atestado médico quanto à comorbidade, com a recomendação médica de que ela deve tomar a vacina.

Outra situação prevista é a vacinação das gestantes ou puérperas que não possuem comorbidades, mas que façam parte dos grupos prioritários previstos no calendário de vacinação dos estados e municípios, como por exemplo, profissionais da saúde, professoras, membro das Forças Armadas, etc. Nestes casos é necessário que a mulher consulte o calendário de vacinação dos grupos prioritários de sua cidade. Se ela se enquadrar em um dos grupos prioritários, ela deve apresentar no posto de vacinação uma recomendação da sua médica ou médico de que ela deve tomar a vacina.

Convém ressaltar que seja qual for a decisão da mulher quanto ao melhor momento de se vacinar, ela deve se basear nos esclarecimentos e considerações de sua médica ou médico sobre os riscos e benefícios para o seu caso específico, lembrando que as grávidas vacinadas devem sempre observar que, após cada dose da vacina, há um período necessário para o corpo criar a defesa contra o vírus, e que mesmo após este período devem manter as medidas de proteção contra a Covid, como o uso de máscaras, a higiene das mãos, e o distanciamento social.

Por fim, apesar de não haver testes conclusivos sobre o uso das vacinas neste grupo de mulheres, neste momento, como regra geral, está recomendada a vacinação de grávidas, lactantes e puérperas com as vacinas atualmente em uso no Brasil (Coronavac e de Oxford), e há a firme recomendação de que a amamentação seja mantida após a vacinação.

Como já mencionado, é recomendado a cada mulher que converse com sua médica ou médico para entender os benefícios e eventuais riscos no seu caso específico, para que ela possa tomar uma decisão de forma esclarecida e consciente, e esteja bem orientada.

 

 

Dra Elis Nogueira - CRM: 98344 - membro da SOGESP (Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), APM (Associação Paulista de Medicina) e FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Faz parte do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luís Itaim, Sírio Libanês , Santa Catarina, São Luís Morumbi, Oswaldo Cruz, ProMatre, Santa Joana entre outros.


Veja as suas Mãos

 



Conheça 5 hábitos para alcançar a longevidade com saúde

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Newton Terra, professor da PUCRS e pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia, sugere hábitos que contribuem para a qualidade de vida e o envelhecimento saudável


Alcançar a longevidade com saúde exige cuidados e bons hábitos durante todas as fases da vida. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2030 o número de idosos no Brasil deve ultrapassar o número de crianças. A inversão da pirâmide etária no País caracteriza uma mudança do perfil demográfico e amplia a necessidade de atenção para a promoção do envelhecimento saudável. 

No livro Só é velho quem quer, o professor da Escola de Medicina da PUCRS Newton Terra destaca que é possível envelhecer com saúde, tornando o processo mais longevo, autônomo e independente. Na obra o autor também destaca que, segundo pesquisas, o envelhecimento depende 25% da genética e 75% do estilo de vida e do ambiente.  

Pesquisador do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, Terra reuniu sugestões de hábitos que promovem um estilo de vida saudável, fundamental para alcançar a longevidade com qualidade. Confira:


1. Gerenciar o estresse

O estresse define um estado em que ocorre uma ameaça (real ou percebida) à homeostase (estabilidade do organismo). Não é considerado uma doença, mas sim uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos. Pode ser positivo (o eustresse) e negativo (o distresse), que é o estresse propriamente dito. O termo “estressor” define os eventos ou estímulos que provocam ou conduzem ao estresse, e estes podem ser classificados como sensoriais (físicos), psicológicos e infecciosos. 

Quando o estressor se torna crônico, acontece o desgaste de tecidos e órgãos, aumentando o risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, transtornos neuropsiquiátricos, doenças infecciosas, metabólicas e tumores. Essa forma de impacto do estresse no organismo é conhecida como carga alostática. 

Entre as ações que contribuem para gerenciar o estresse estão aumentar a resistência (ou resiliência) aos estressores e mudar a maneira de enfrentá-los. Encontrar opções benéficas de liberar a tensão, como a prática de atividades físicas, também auxilia na redução dos riscos causados pelo estresse. 

Dormir regularmente, cultivar um hobby, manter uma organização financeira e buscar atividades de relaxamento meditação como yoga ou mindfulness são comportamentos que também trazem benefícios. Buscar ajuda de psicólogos e conversar sobre aquilo que lhe causa estresse contribui para evitar que os estressores se tornem crônicos. 


2. Ter atividades de lazer 

O lazer é um momento de liberdade interior, expressão da personalidade e da individualidade. É quando podemos decidir o que fazer, como fazer e quando fazer. É o momento do descanso e do divertimento. O lazer é um direito social.  

Em todas as fases da vida, inclusive durante o processo de envelhecimento, é fundamental ter momentos de lazer, de acordo com as preferências e condições de cada pessoa. Ler, praticar exercícios físicos, fazer artesanatos, pintar, ouvir música, estimular o raciocínio com jogos, assistir filmes, tocar instrumentos musicais e manter-se aprendendo são práticas que fazem bem em qualquer idade. 


3. Evitar a automedicação

Os idosos são os maiores usuários de remédios devido ao surgimento de doenças crônicas associadas ao processo de envelhecimento e que requerem tratamento medicamentoso. No entanto, é preciso manter a atenção aos efeitos dos medicamentos em todas as idades. Por mais que se consiga eficácia no combate às doenças, o uso da polifarmácia eleva a chance dos efeitos adversos, podendo impactar negativamente na saúde. 

Para alcançar a longevidade, o indicado é tomar apenas os medicamentos receitados por médicos e evitar a automedicação – lembrando que muitas pessoas idosas frequentemente ingerem por conta própria ácido acetilsalicílico (conhecido popularmente como aspirina), anti-inflamatórios não esteroides, laxantes e vitaminas, o que deve ser evitado. Em média, essa faixa etária utiliza de dois a cinco medicamentos por dia. 

A polifarmácia está associada ao desenvolvimento e agravamento de síndromes geriátricas, incluindo comprometimento cognitivo, delírios, quedas, fragilidade, incontinência urinária, perda de peso, além de aumentar o risco de hospitalizações. A prescrição de medicamentos para quem possui mais de 60 anos é uma tarefa que requer planejamento e monitoramento constantes. 

desprescrição, uma tendência moderna e preventiva, é o processo sistemático de identificar e suspender remédios quando o risco potencial de prejuízo supera os benefícios. Deve ser realizada uma revisão criteriosa da prescrição, junto ao médico, com o objetivo de identificar os medicamentos inapropriados, passíveis de ser retirados. 


4. Realizar uma nutrição adequada

A nutrição é um dos fatores externos que exerce mais influência na saúde das pessoas ao longo da vida. Efeitos de uma alimentação inadequada, tanto por excesso quanto por déficit de nutrientes, são extremamente prejudiciais. Alimentação adequada é aquela que fornece ao organismo os nutrientes necessários para a manutenção, reparo e crescimento dos tecidos, sem que haja excesso no consumo alimentar.  

Uma boa alimentação deve ser suficiente (contém as calorias necessárias ao gasto diário), completa (fornece todos os nutrientes indispensáveis), harmônica (mantém a proporção correta entre proteínas, açúcares e gorduras) e adequada (atende às condições fisiológicas de cada pessoa).  

A adoção de uma alimentação de qualidade, com variedade de cores, nutrientes e texturas, e com menor quantidade de químicos, ou isenção de agrotóxicos, pode colaborar para a proteção do organismo contra o desenvolvimento de doenças.  

Dentre os principais componentes alimentares que atuam como fatores protetores estão as vitaminas antioxidantes (encontradas em frutas e verduras, de preferência cruas ou frescas), os carotenoides (presentes em alimentos com tons vermelhos, laranjas e amarelos) os compostos fenólicos (estão em frutas cítricas, como limão, laranja e tangerina) e as fibras alimentares (disponíveis em leguminosas, cereais e alimentos integrais). 


5. Evitar o sedentarismo

Sedentarismo é uma palavra derivada do latim que significa “ficar sentado”, sendo definido como a falta, ausência ou diminuição de atividades físicas ou esportivas. É considerada a doença do século por estar relacionada ao comportamento cotidiano da vida moderna e pela associação com várias doenças. Para evitar o sedentarismo, o ideal é realizar exercícios físicos regularmente. 

A prática regular de um exercício também é útil para atrasar o processo de envelhecimento e alcançar a longevidade. Existe unanimidade entre os especialistas ao afirmarem que os indivíduos que se exercitam com regularidade vivem mais e com mais qualidade. O exercício físico deve ser praticado por todos, preferencialmente, desde a infância sem interrupção. Os benefícios trazidos pela realização do exercício à saúde são tão transitórios quanto os trazidos pela alimentação e pelo sono. Ao descontinuar a prática de exercícios, os benefícios conquistados também começam a ser perdidos. 


Dicas bônus

Cultivar a espiritualidade: Pesquisas demonstram que os indivíduos que têm uma religião ou que são espiritualizados envelhecem melhor e previnem, tratam e se recuperam com mais sucesso de muitas das doenças

Evitar o tabagismoO hábito de fumar é uma doença crônica gerada pela dependência da nicotina. O tabagismo provoca alterações, físicas, emocionais e comportamentais, além de ter relação com 55 doenças diferentes. 


Doença Inflamatória Intestinal tem redução com Alimentação Saudável e Estilo de Vida, alerta nutricionista


De acordo com a Federação Europeia de Associações de Doença de Crohn e Colite Ulcerativa, cerca de 10 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com doenças inflamatórias intestinais. Comemorado no dia 19 de maio, o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal (DII)  tem por objetivo conscientizar a população sobre as doenças inflamatórias intestinais.  

As Doenças Inflamatórias Intestinais são um conjunto de sinais e sintomas que se manifestam, predominantemente, no cólon (parte do intestino cuja função é extrair água e sais minerais dos alimentos digeridos e as vitaminas K, B1 e B2 que são produzidas pelas mais de 700 espécies de bactérias que vivem nele, a chamada flora intestinal. 

O desconforto abdominal, dor, cólicas, sensação de barriga estufada, alternância entre períodos de diarreia e de prisão de ventre, e flatulência (gases) exagerada listam os sintomas da doença inflamatória intestinal, que  podem piorar depois da ingestão de certos alimentos, como cafeína, álcool e comidas gordurosas.

 

De acordo com a  nutricionista Dra. Luanna Caramalac, adotar uma alimentação saudável e equilibrada ajuda a combater a inflamação no organismo como um todo, inclusive da área intestinal.  “Com a microbiota intestinal saudável, ocorre a diminuição da passagem de substâncias mal digeridas e de toxinas à corrente sanguínea, contribuindo para diminuir a inflamação crônica,” informa a nutricionista com foco em prevenção e tratamentos de doenças crônicas degenerativas e emagrecimento saudável.

Para amenizar estes sintomas,  os pacientes precisam fazer mudanças na alimentação e no estilo de vida. O paciente pode passar longos períodos sem manifestações clínicas, mas o problema pode retornar, tanto por distúrbios intestinais quanto por fatores emocionais pois o intestino também envia muitas informações para o cérebro. 

“Recomenda-se apostar em alimentos com propriedades anti-inflamatórias como vegetais, folhas, frutas, açafrão conhecido como cúrcuma, gengibre e evitar ou reduzir a ingestão de comidas gordurosas, carne vermelha, leite e derivados, embutidos, frituras, açúcares e doces em geral, farinha refinada, refrigerantes e outras bebidas gaseificadas de forma artificial. Também é necessario investir em comida de verdade, e se possível orgânica que é livre de agrotóxicos, pesticidas e fungicidas que são bem inflamatórios” finaliza a especialista.

Nutricionista Dra. Luanna Caramalac Munaro – CRN - 3 49383 - atua na área da saúde integrativa com o foco em prevenção e tratamentos de doenças crônicas não transmissíveis, como: doenças autoimunes, depressão, infertilidade, câncer, diabetes, HAS, compulsão alimentar e emagrecimento.   Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional- VP, em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase, Pós- graduanda em Nutrição Comportamental- IPGS, formação em modulação intestinal.  


Sensor não invasivo comprova relação entre hipertensão arterial e aumento da pressão intracraniana

Descoberta realizada por pesquisadores da Unesp e da startup Brain4care possibilita novos tratamentos para hipertensão intracraniana e complicações decorrentes, como o acidente vascular cerebral (foto: Ewa Urban/Pixabay) 


De uma tacada só, pesquisadores conseguiram mostrar a relação existente entre hipertensão arterial e aumento da pressão intracraniana, validaram um método de pesquisa não invasivo para o monitoramento do encéfalo e um tratamento para pressão arterial que também tem efeito para a hipertensão intracraniana.

O estudo, publicado na revista Hypertension, monitorou durante seis semanas a evolução da pressão arterial em ratos. A pesquisa, realizada por equipe da Universidade Estadual Paulista (Unesp) em parceria com a startup Brain4care, teve o apoio da FAPESP e pode resultar em novos tratamentos para hipertensão intracraniana e complicações decorrentes, entre elas o acidente vascular cerebral.

“Queríamos responder à pergunta de como a hipertensão intracraniana evolui durante o período em que o animal está ficando hipertenso. De maneira inédita, conseguimos monitorar essa evolução por um método não invasivo e acompanhamos as alterações morfológicas da curva da pressão intracraniana [PIC]. Nosso estudo sugere que a hipertensão intracraniana pode ser prevenida por meio do diagnóstico precoce e do tratamento com o medicamento Losartana, amplamente utilizado para hipertensão. O fármaco bloqueia as ações da angiotensina 2 [peptídeo que participa do controle pressórico], algo que provamos ser importante também para a pressão intracraniana”, conta Eduardo Colombari, professor da Faculdade de Odontologia de Araraquara da Universidade Estadual Paulista (Unesp), coordenador do estudo.

O aumento da pressão intracraniana ocorre geralmente em decorrência de problemas como tumores, encefalite, meningite ou trombose. No entanto, os pesquisadores demonstraram que a hipertensão crônica pode trazer consequências também para a pressão no encéfalo, prejudicando a complacência cerebral.

No estudo, os pesquisadores utilizaram clipes para simular a obstrução da artéria renal de ratos, diminuindo assim o fluxo sanguíneo para um dos rins do animal. A redução da irrigação fez com que o rim disparasse um conjunto de peptídeos, enzimas e receptores (todos ligados ao sistema renina-angiotensina, que controla a pressão), causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial em todo o organismo. Já na terceira semana de monitoramento, quando o animal já era considerado hipertenso, a pressão arterial aumentou ainda mais, ocasionando retenção de líquidos e, sobretudo, aumento do fluxo de sangue para o encéfalo.

“Se a hipertensão não for tratada, a doença pode se tornar ainda mais grave. Com o aumento da pressão intracraniana causado pela hipertensão sistêmica, ocorre a perda da capacidade do encéfalo em estabilizar a pressão [autorregulação cerebral]. Isso pode acarretar ainda a ruptura da barreira hematoencefálica, protetora do encéfalo. No estudo, mostramos que a barreira hematoencefálica dos ratos já está comprometida na terceira semana. Quando ela se rompe, substâncias e produtos do sistema renina-angiotensina bem como substâncias pró-inflamatórias, presentes nos vasos sanguíneos, podem ir para o espaço intersticial, onde estão presentes os neurônios, principalmente nas regiões importantes para o ajuste neuro-humoral integrativo, como sistemas cardiovascular, respiratório, renal, entre outros”, afirma Colombari.


Tratando a pressão intracraniana

As rupturas na barreira hematoencefálica fragilizam áreas do sistema nervoso importantes para o controle da pressão cardiovascular como um todo. “Como a hipertensão intracraniana é tratada hoje? Por coma induzido ou com diurético para resolver a retenção de líquido principalmente no encéfalo, envolvido pela caixa craniana. São métodos pouco específicos e muito sistêmicos. Com a maior compreensão sobre a relação entre hipertensão arterial e hipertensão intracraniana, abre-se a possibilidade de um novo campo de estudo na farmacologia”, avalia Gustavo Frigieri, diretor científico da Brain4care, startup que desenvolveu o sensor não invasivo.

Parte do estudo envolveu a comparação entre as medições de PIC realizadas pelo sensor não invasivo e as feitas com o método invasivo. O dispositivo do tipo vestível, desenvolvido pela Brain4care, tem sido utilizado para medir a pressão intracraniana de pacientes com comprometimentos sistêmicos, já possuindo autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da Food and Drug Administration (FDA, dos Estados Unidos).

Dessa forma, o trabalho marca uma nova fase da empresa, que se volta também para o campo da pesquisa fundamental. “Ao comparar os resultados do estudo realizado com o método invasivo e o não invasivo, validamos nossa tecnologia para uso em pesquisas científicas com pequenos animais. Com isso, será possível preencher algumas lacunas que antes estavam em aberto devido à agressividade do método convencional. Com ele, era preciso furar o crânio e incluir um sensor dentro do encéfalo, o que também gera um grande risco de infecção”, explica.


Fluxo sanguíneo e hormônios

No final do estudo, os pesquisadores trataram os animais com um medicamento antagonista dos receptores tipo 1 da angiotensina (Losartana) e, com isso, além de baixar a pressão arterial dos animais houve também a redução da pressão intracraniana. “Não se trata de uma relação de causa e consequência, pois quando baixamos a pressão arterial dos animais com um vasodilatador [Hidralazina] não houve redução da pressão intracraniana. Foi observado um comprometimento muito grande no encéfalo e o inibidor de angiotensina [Losartana] melhora não só a pressão sanguínea, como também a perfusão sanguínea cerebral”, diz Colombari.

Na sexta semana do experimento, antes de receberem o tratamento medicamentoso, a pressão arterial dos animais estava alta (190 por 100 mmHg) e a pressão intracraniana também tinha aumentado significativamente. Os pesquisadores descobriram que nesse estágio ocorrem alterações inclusive nas ondas de pulso da pressão intracraniana. A cada batimento cardíaco (sístole/diástole), ocorre o bombeamento do sangue para o encéfalo, originando o primeiro pico dessa onda (P1). Em sequência, ocorre uma segunda onda (P2), que está diretamente correlacionado ao volume arterial intracraniano e complacência cerebral, fatores importantes observados imediatamente antes da diástole ventricular.

Os pesquisadores explicam que a segunda onda está relacionada com a complacência do tecido cerebral e a capacidade elástica das artérias, dentro do crânio, de absorver a energia daquela primeira onda. No entanto, como há o rompimento da barreira hematoencefálica e perda da complacência cerebral, torna-se mais difícil controlar a P2 e ela acaba se tornando maior do que a P1.

“Nesse estágio, notamos a P2 maior do que a P1, ou seja, exatamente o contrário de uma situação normal. Isso acontece porque o cérebro começa a perder a proteção da barreira hematoencefálica e se expande, extravasando líquido para o interstício”, relata.

O artigo Intracranial Pressure During the Development of Renovascular Hypertension (doi:10.1161/HYPERTENSIONAHA.120.16217), de Marcos Vinicius Fernandes, Mariana Rosso Melo, Francesca Elisabeth Mowry, Gabriela Maria Lucera, Mariana Ruiz Lauar, Gustavo Frigieri, Vinicia Campana Biancardi, Jose V. Menani, Débora Simões Almeida Colombari, Eduardo Colombari, pode ser lido em www.ahajournals.org/doi/10.1161/HYPERTENSIONAHA.120.16217.
 



Maria Fernanda Ziegler

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/sensor-nao-invasivo-comprova-relacao-entre-hipertensao-arterial-e-aumento-da-pressao-intracraniana/35761/


Calcário: o implacável amigo dos fertilizantes

É muito comum entre os brasileiros as reclamações sobre os sintomas de azia. O desconforto ocasionado pela queimação no estômago que irradia pelo pescoço e garganta, afetando o bem estar e a ingestão de alimentos. Em muitos casos, o tratamento com antiácidos é recomendado e utilizado. 

Quando olhamos para os solos brasileiros, os quais apresentam uma severa acidez, podemos fazer uma analogia com aquilo que acontece conosco. Os nossos solos também sofrem de “azia”. A acidez dos nossos solos indisponibiliza os nutrientes para as plantas. Sendo assim, as plantas não terão os nutrientes em condições de serem absorvidos, ou seja, as plantas irão passar fome, com isso a eficiência das adubações é baixa.

 

Da mesma forma que tratamos nossa azia, o tratamento mais correto e eficaz para o solo é a aplicação de um antiácido. O antiácido para o solo é o calcário. Sua aplicação é o caminho para manter o potencial de produção dos solos. O controle da acidez é essencial e a prática da aplicação de calcário é uma prática fundamental para melhorar a vida do solo, aumentando a eficiência do uso dos fertilizantes e o rendimento das culturas. Essa prática consiste na realização de correções à base de, principalmente, carbonato de cálcio e magnésio.

 

O objetivo do calcário é manter o solo em uma faixa de pH favorável ao crescimento da cultura. O fornecimento de cálcio e magnésio, além de nutrir as plantas, contribui para a formação de agregados do solo, o que auxilia na redução da erosão e compactação e permite melhor infiltração da água.

 

A acidez do solo influencia a disponibilidade de nutrientes e pode criar deficiências ou toxicidades, que afetarão o crescimento das plantas e, consequentemente, o seu rendimento. A atividade dos microrganismos do solo que mineralizam a matéria orgânica e de diversos organismos benéficos e patogênicos também são influenciados por essa acidez.

 

Os efeitos da aplicação de calcário são múltiplos, alguns favoráveis ​​às culturas, enquanto outros podem ser prejudiciais no caso de mal aplicação deste insumo. Visar um pH entre 6,0 e 6,5 representa um ideal no que diz respeito à disponibilidade de todos os nutrientes essenciais às culturas.

 

A eliminação da toxicidade do alumínio em solos demasiadamente ácidos é a principal função da aplicação de calcário. A toxicidade do alumínio é responsável por reduções de rendimento em solos ácidos. A concentração de alumínio na solução do solo aumenta fortemente com a acidez do solo e tornam-se tóxicos a partir de um certo limiar de pH.

 

O alumínio diminue fortemente o crescimento das raízes, que ficam mais espessas e pouco ramificadas. Essas raízes não são mais capazes de garantir adequadamente o abastecimento de água e nutrientes pelas plantas.

 

A disponibilidade de fósforo no solo também é influenciada pelo nível de pH. Em condições de acidez do solo a disponibilidade de fósforo para a planta é baixo. No final, a disponibilidade de fósforo é maior para pH próximo a 6.

 

Por todos esses fatores acima podemos ter certeza de que o investimento na aplicação de calcário é compensador. Essa prática irá melhorar a eficiência dos fertilizantes, ajudando na maior disponibilidade dos nutrientes para as plantas, melhorar a fixação de nitrogênio do ar pelas leguminosas, aumentar a decomposição da matéria orgânica, melhorar a estrutura do solo, aumentar a capacidade de enraizamento das plantas, além de limitar o desenvolvimento de certas doenças.

 

A Nutrientes para a Vida tem como missão melhorar a percepção da população urbana em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes. A NPV possui visão, missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life. Sua principal missão é destacar e informar a população a respeito da relevância dos fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar, colaborando com melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e, consequentemente, com uma melhor nutrição e saúde humana.




 

Valter Casarin - engenheiro agrônomo da iniciativa Nutrientes para a Vida

 

 

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