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quarta-feira, 5 de maio de 2021

O que muda no atendimento odontológico após os 80?

Cuidados especiais ajudam a manter a saúde bucal na velhice


O atendimento aos idosos no consultório odontológico tem ganhado cada vez mais atenção e cuidados específicos que garantem segurança e conforto para esse público que também precisa cuidar da saúde bucal. Para aqueles que têm mais de 80 anos – os novos 70 – a recomendação é estar atento e confiar no profissional para que tudo corra bem. Um atendimento realizado de forma atenciosa faz com que o paciente se sinta bem e volte sempre para a manutenção. 

A cirurgiã-dentista Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), ressalta que quanto mais avançada a idade, maior o risco de uma intercorrência no consultório. “O profissional deve se preocupar em ter uma boa anamnese, somada a exames físicos e clínicos que devem ser replicados e comparados a cada consulta”, avalia. 

Para um tratamento com o odontogeriatra existem cuidados específicos quanto ao exame físico realizado com paciente dessa faixa etária, como o controle da pressão arterial durante o procedimento odontológico. “Não se pode comparar um idoso ao outro, por isso é importante utilizar conhecimentos, materiais, tecnologia e tudo o que for preciso para atender da melhor forma o paciente com mais de 80 anos”, frisa a cirurgiã-dentista.


A saúde bucal após os 80


Sobre a importância de cuidar dos dentes ou próteses depois dos 80 anos de idade, Denise Tibério lembra que a manutenção da saúde bucal deve ser feita durante a vida toda, não somente no último ciclo vital. “Porém, às vezes, a falta de cuidado ao longo da vida compromete a mastigação, a fonação e a digestão, principalmente quando estamos falando de prótese total”.

Outro ponto de atenção é a saliva, que tem um papel importante na manutenção da saúde oral. Muitas medicações diminuem o fluxo salivar, por isso é recomendado o acompanhamento de um profissional de Odontologia capacitado, que possui estratégias para suprir essa situação.

Atualmente, muitos idosos chegam aos 80 anos com seus dentes permanentes, porém, a falta de prevenção em idades mais jovens faz com que apareçam doenças gengivais. De acordo com a integrante do CROSP, se o idoso foi um jovem preocupado com a saúde bucal, o mesmo tende a continuar se cuidando na velhice. Mas, existem muitos idosos que, por estarem com a destreza e a visão comprometidas, deixam a desejar na higiene e na manutenção da boca.

“Outra situação são os idosos que, nessa faixa etária, dependem de cuidadores ou possuem algum comprometimento neurológico. Nesses casos, é importante orientação e atendimento odontológico domiciliar para uma manutenção com maior frequência. A infecção da boca pode levar à exacerbação de déficits cognitivos, pneumonia aspirativa, entre outras complicações”, explica Denise.


Avanços no atendimento


A Odontogeriatria, apesar de ser uma especialidade nova no país, existe e está preparada para orientar e executar os procedimentos com segurança e traçar o planejamento que melhor se adequa à necessidade do paciente.

Hoje, também já existem arquitetos especialistas em gerontologia. Um profissional que entende o envelhecimento e planeja adequações, por exemplo, na altura das cadeiras, iluminação, cores, disposição de móveis e o que mais for necessário para uma consulta confortável e sem riscos.

Os cuidados, segundo Denise, devem ir além do consultório. “Para que o trabalho seja efetivo, há a necessidade de manutenção com o profissional e uma adequada higiene em casa, que também é específica conforme cada situação e momento, devendo ser orientada por profissional qualificado. Só através dessa parceria, a saúde bucal será mantida”.

Por fim, a cirurgiã-dentista reforça que é preciso ter em mente que a boca faz parte do corpo e, para que este esteja em equilíbrio, ela deve estar sempre saudável.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


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