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quarta-feira, 20 de maio de 2020

Especialista em gestão oferece dicas para melhorar desempenho em home office


Consultor Éber Feltrim conta que, além de manter os rituais do trabalho aliado a disciplina, é preciso que haja comprometimento com a empresa


Aqueles que não estão acostumados com o home office ou mesmo nunca tiveram a oportunidade de fazê-lo em outras ocasiões, podem sentir uma grande diferença em relação a modalidade tradicional de trabalho. Além disso, há as inúmeras mudanças que a quarentena promove no ambiente profissional.
O consultor de marketing e especialista em gestão voltada para a área da saúde, Dr. Éber Feltrim, explica que o home office pode ser algo desafiador, com prós e contras, mas que deve ser levado com paciência. “O teletrabalho é algo novo para muitas pessoas devido ao cenário de quarentena, ainda assim, é preciso tirar o máximo de proveito desse tempo”, relata.

Em um primeiro momento, muitas pessoas podem ficar confusas até mesmo os gestores podem sentir algumas dificuldades envolvendo esse novo cenário. Isso porque estar em casa pode remeter ao lazer e o tempo com a família, o que resulta em pequenas interrupções ao longo do dia de trabalho.

No entanto, Dr. Éber revela que o teletrabalho pode ser extremamente favorável quando há disciplina e concentração no serviço que deve ser feito. Outro ponto importante é que há alguns benefícios, como a flexibilidade de horários, redução de custos e, com a mentalidade certa, maior produtividade. “Embora pareça complicado, é necessário desvencilhar o ambiente familiar do trabalho. É importante lembrar que todo local de trabalho requer harmonia para que flua mais facilmente. De certo, isso não envolve interrupções, sejam ruídos, pessoas passeando pela casa ou mesmo os pets correndo”, o consultor ressalta. 

Para que tudo ocorra da melhor forma, existem alguns detalhes que fazem toda a diferença. É essencial ter um local tranquilo, internet de qualidade para evitar imprevistos em momentos delicados e uma boa gestão de tempo, com ferramentas que ajudem a monitorar os afazeres. Manter os hábitos de quando o trabalho era feito no escritório também pode ajudar, como se vestir apropriadamente e tomar um bom café da manhã. “Não basta ter acesso a tecnologia de ponta, ou um ambiente apropriado, se não houver o engajamento para desempenhar as funções de forma plena, por isso o comprometimento é essencial”, finaliza.






Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde começou a sua carreira em Assis. Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.


As novas diretrizes para o consumo consciente e o planejamento financeiro


As incertezas econômicas impostas pela grave situação sanitária mundial devido a pandemia do coronavírus (Covid-19) vão gerar uma grande revolução na maneira em que o consumidor irá enxergar as empresas que sobreviverem. Não dá para prever quais serão os reais caminhos da economia no mundo, mas certamente teremos curvas crescentes de desigualdade social, fome e até de mudanças climáticas no período pós pandemia. Praticamente todas as famílias e empresas sofrerão algum impacto em 2020.

O comportamento do consumidor já começou a mudar ao ser afetado pela crise sanitária. Muitos deixaram de ser guiar pelo luxo e o superfulo e passaram a consumir o necessário para a sobrevivência. E também uma boa parte da sociedade passou a comprar das lojas e empresas locais, para impulsionar o comerciante e o empresário regional. E tem um filtro que também aumentou: os consumidores passaram a "cancelarem" as empresas que não têm um propósito social claro de integração com a comunidade. Ou seja, aquelas companhias que pensam só nos cifrões estão com os dias contados.

O consumidor está mais exigente, sem dúvidas. O produto ou serviço deve ter qualidade, mas também tem que ser ecologicamente correto e socialmente engajado. E essa transição da economia mundial gerada pela pandemia será capitaneada pelo novo consumidor que será mais conectado não só com a tecnologia e suas ferramentas, mas também com uma maior sensibilidade com os movimentos que sejam meramente oportunistas e extrativistas.

Em suma, para as atuais e futuras gerações de consumidores, as empresas e marcas deverão ter um papel não apenas como fornecedores de produtos e serviços, mas também como disseminadores das boas práticas no universo ambiental, social e virtual.

E neste cenário de futuro breve, os novos negócios focados em bem-estar e felicidade terão um grande impacto e serão vetores da nova economia. Serão também importantes na regeneração da economia mundial, com inovações e tecnologias utilizadas para melhorar o bem-estar e a saúde das pessoas e do planeta.

Nesse contexto ganha corpo a FIB - Felicidade Interna Bruta. Um indicador sistêmico baseado na premissa de que o objetivo principal de uma sociedade não deveria ser somente o crescimento econômico, mas a integração do desenvolvimento material com o psicológico, o cultural e o espiritual. O conceito foi desenvolvido no Butão, um pequeno país do Himalaia, em 1972, elaborado pelo rei Jigme Singya Wangchuck. Desde então, o reino de Butão, com o apoio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), começou a colocar esse conceito em prática, e atraiu a atenção do resto do mundo com sua nova fórmula para medir o progresso de uma comunidade ou nação. Assim, o cálculo da “riqueza” deve considerar outros aspectos além do desenvolvimento econômico, como a conservação do meio ambiente e a qualidade da vida das pessoas.

As principais dimensões para a mensuração do FIB são o bem-estar psicológico e saúde, ou seja, são avaliados com grande peso o grau de satisfação e otimismo de cada pessoa em relação a sua vida, com a prevalência de taxas de emoções tanto positivas quanto negativas, e analisam a auto-estima, sensação de competência, estresse, e atividades espirituais.

Outras importantes mensurações são a governança e o padrão de vida. Na governança a população avalia o governo, a mídia, o judiciário, o sistema eleitoral, e a segurança pública, em termos de responsabilidade, honestidade e transparência. Também mede a cidadania e o envolvimento dos cidadãos com as decisões e processos políticos. Já o chamado padrão de vida leva em conta a renda individual e familiar, a segurança financeira, o nível de dívidas, a qualidade das habitações, etc.


O FIB leva em consideração outros fatores como o uso do tempo, a vitalidade da comunidade, a educação, a cultura e os cuidados com o meio ambiente. Ou seja, é um medidor muito mais completo e complexo que o conhecido PIB- Produto Interno Bruto - que move as centenas de nações espalhadas pelo mundo, inclusive o Brasil. O PIB, um indicador meramente econômico tem um peso gigantesco em todos os passos da sociedade e que aumenta a cada ano a desigualdade e gera um desequilíbrio não só econômico, mais no bem-estar social e psicológico das pessoas.

E a educação financeira será uma peça fundamental para conscientizar os indivíduos sobre o planejamento como ferramenta de equilíbrio financeiro para melhora na tomada de decisões de investimentos e consumos de boa qualidade. Logo a melhora no desempenho para o indivíduo na sua vida financeira, contribui para um bem-estar coletivo, ou seja, as pessoas terão melhores condições teóricas para lidar com imprevisto e oscilações econômicas na vida.

O impacto já é visível, uma vez que as empresas estão sendo forçadas a tomar decisões que vão da redução de salário à demissões. E as famílias também estão tendo que exercitar sua cultura financeira para minimizar o impacto das reduções salariais e de recursos para a manutenção do padrão e da qualidade de vida neste momento de crise. A grande maioria da população está tendo que "apertar" o orçamento e as esposas e até filhos estão tendo que assumir uma maior responsabilidade com os gastos mensais.

E para auxiliar as famílias e empregados atravessarem esse oceano de novas e duras medidas financeiras, é interessante que as empresas adotem um programa interno de conscientização à educação financeira para seus colaboradores.

Uma vez que, como cada um de nós, dependendo de suas características humanas de pensar, sentir e se comportar, irá refletir e agir neste momento de maneiras diversas. E não há dúvidas de que precisa ter cautela, qualquer que seja o perfil humano. É imprescindível ter uma força pessoal para enfrentar a crise, com bravura, criatividade, curiosidade, esperança, amor em aprender, persistência, prudência, auto-regulação, entre outros. A soma destes fatores poderá ajudar a passar por esta crise repentina com as perdas e os riscos reduzidos, sejam eles financeiros ou emocionais.



Sheila David Oliveira - planejadora financeira membro TOP OF The TABLE da maior Associação de Planejadores Financeiro do Mundo - MDRT (Million Dollar Round Table) , sócia e diretora da GFAI Empresa de Planejamento Financeiro.

O COVID-19 e os Desafios da Indústria de Óleo e Gás (O&G)


Os desafios da indústria de O&G são preexistentes ao coronavírus e sobreviverão a ele, acrescentando novas e relevantes incertezas.

A indústria já vinha lidando com as pressões de ativistas, investidores e sociedade em geral, demandando uma matriz energética com menos emissão de CO2 e com mais renováveis. A motivação desses stakeholders é conter a mudança climática e buscar o desenvolvimento sustentável. Passar da energia fóssil para energias renováveis mais limpas,

Em que pesem os anseios da sociedade e o fato que algumas soluções se mostraram efetivamente plausíveis (como os biocombustíveis no Brasil), a substituição em grande escala do petróleo, principal fonte de energia do mundo, em particular para o transporte de pessoas e de mercadorias, não é tarefa simples. Diversos fatores entram em jogo como os grandes volumes consumidos, a logística envolvida, a necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias, o desafio de barateamento de algumas das tecnologias já existentes, a tecnologia utilizada nos motores da frota existente, as peculiaridades dos países, entre outros. Como consequência, para se chegar a uma economia com baixa emissão de CO2 e com mais Renovaveis é necessário percorrer um longo caminho (muito longo para muitos), a chamada Transição Energética.

Nesse caminho há uma variável emblemática que é o pico de demanda por óleo. Embora haja razoável convergência que o petróleo vai ter um papel relevante como energético nas próximas décadas, uma dúvida é: a partir de que momento o consumo de óleo começará a cair? Não há consenso. O debate passa pela velocidade com que os demais energéticos vão ganhar escala na matriz mundial. Que, obviamente, depende de diversos fatores, inclusive, ações governamentais.

Muitas empresas do setor de O&G já vêm reportando várias iniciativas na direção da transição energética, com diversas ações e destaque para otimizações operacionais, com reduções de emissões nas próprias operações das empresas. Alguns investimentos em desenvolvimento tecnológico e em negócios relacionados a essas novas energias.

A entrada em cena do COVID-19, afetando a saúde das pessoas e a economia mundial, com redução da atividade industrial e do deslocamento das pessoas confinadas e com significativa redução dos voos (segmento com crescimento significativo no mundo na última década) provocou uma crise sem precedentes para o setor, acrescentado novas incertezas.

A crise provocada no setor é uma combinação de uma drástica redução no consumo diário (30% em relação ao mês anterior), que nunca havia acontecido, combinada com uma significativa redução do preço do petróleo (o petróleo Brent, que é a principal referência mundial para preço de petróleo iniciou o ano pouco abaixo de US$ 70 o barril e está sendo negociado pouco acima de US$ 20).  Preços nesse patamar são atribuídos ao óbvio desbalanceamento entre oferta e demanda, mas também a uma batalha entre os dois maiores exportadores (Arábia Saudita e Rússia) que tentaram, sem sucesso, um acordo para reduzir as produções para segurar os preços.

Entre as implicações para as empresas, uma é óbvia e imediata: queda brusca das receitas. Analistas vêm apontando uma possível consolidação no setor nos EUA com as dificuldades financeiras de pequenos produtores com dívidas elevadas. Mas há também implicações para estados e países. Royalties de petróleo são fontes relevantes de recurso para alguns estados brasileiros, em particular o Rio de Janeiro. Alguns países dependem do petróleo para evitar significativos déficits orçamentários, correndo risco de colapso de suas economias, com consequências geopolíticas. São exemplos a Arábia Saudita, o Irã, a Nigeria, a Venezuela, a Rússia entre outros.

Como é natural em situações de crises, as ações das empresas estão no momento voltadas a minimizar os impactos imediatos, preservar a saúde dos trabalhadores, atender necessidades essenciais e ajudar a sociedade a enfrentar a crise. No Brasil muitas empresas vêm promovendo ações sociais, atuando diretamente ou através da entidade representativa do setor, o Instituto Brasileiro de Petroleo,  Gás e Biocobustiveis (IBP).

No meio da crise vários desafios se combinam. São exemplos: o desafio operacional, em um setor que trabalha com algumas atividades confinados (plataformas e navios); o desafio de atender necessidades essenciais da sociedade e o desafio do caixa, com a brusca queda de receitas.

Para enfrentar as dificuldade várias iniciativas estão sendo empreendidas no setor objetivando preservar a saúde dos trabalhadores e das próprias empresas: hibernação de plataformas, reduções de equipes, teletrabalho, redução de custos, renegociações de contratos, etc. Em síntese o desafio da gestão neste momento é o estabelecimento de novas regras para conduzir as empresas durante a crise. Face ao ineditismo, é um processo de aprendizagem, baseado em tentativa e erro: como trabalhar?, como decidir? O que pode ser postergado?, etc.

No curto prazo, como o mundo saírá da crise é, obviamente, uma variável muito importante para qualquer setor. No caso do petróleo o consumo tem uma histórica correlação com o PIB mundial (embora o fator de correlação tenha se modificado após crises).  A Agência Internacional de Energia (EIA, no original em inglês) está estimando, no momento, que o consumo de petróleo este ano será 10% menor que o de 2019. Do ponto de vista ambiental, alguns especialistas estão apontando como externalidade positiva da crise a redução das emissões, ganhando tempo para se buscar soluções para a questão climática. Outra variável igualmente importante é: para onde irão os preços do petróleo?  Planos de negócios devem ser revistos, considerando inclusive o atraso na entrega de unidades marítimas encomendadas pelo setor, consequência dos efeitos da crise nos fornecedores.

Atravessada a ponte da sobrevivência, o médio e o longo prazos reservam incertezas fundamentais, mesmo lembrando que o setor tem um histórico de superação em outras crises. Como já afirmado por muitos, a crise tem potencial para alterar comportamentos, maneiras de trabalhar e de consumir. Caso essas mudanças ocorram, como o trabalho em casa, as reuniões não presenciais (reduzindo viagens a trabalho), entre outras, afetarão o transporte e o mercado de combustíveis?

Outra questão relevante é: como fica a Transição Energética? Historicamente preços mais baixos de petróleo desincentivam desenvolmentos de fontes alternativas. Embora muitos especialistas acreditem que a atual crise pode trazer a oportunidade caso os governos deem maior ênfase à questão climática, principalmente onde vem sendo discutidos pacotes de socorro à indústria de O&G e a flexibilização de regulamentos ambientais para acelerar a retomada das atividades econômicas (Canadá, por exemplo).

As poucas certezas e as muitas incertezas fazem com que seja impossível, neste momento, desenhar cenários muito claros. Duas das certezas são: os hidrocarbonetos continuarão a ter um papel relevante na matriz energética mundial e os baixos custos de produção são inevitáveis. São as ações interdependentes dos diversos atores que vão moldar o setor neste novo contexto. É esperar, pois como disse o pensador americano Ralph Waldo Emerson, Os anos ensinam muita coisa que os dias desconhecem.

O novo cenário, muito provavelmente, levará a estratégias adaptativas que demandarão redução de custos, adequação de portfólios, identificação de oportunidades e riscos, resiliência para, eventualmente, refazer decisões que se tornem inadequadas face às mudanças no cenário. Tudo isso combinado com a capacidade de comunicar as estratégias da companhia e obter a confiança de investidores e demais stakeholders. Conselhos e diretorias certamente estarão atentos à necessidade de ter pessoas com as competências e perfis adequados para lidar com esses desafios.






José Lima de Andrade Neto - sócio Odgers Berndtson Brasil - é formado em engenharia química e atuou na Petrobrás por mais de 30 anos, onde exerceu diversos cargos, inclusive na área de recursos humanos e chegando à presidência da BR Distribuidora. Na Odgers Berndtson Brasil vai se dedicar a prática de Óleo e Gás, área onde é especialista e ficará sediado no Rio de Janeiro, além de atender clientes de outros segmentos nesta praça.


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