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quinta-feira, 30 de março de 2017

Conheça a importância do exercício físico para quem deseja largar o cigarro



 Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cigarro é responsável pela morte de 5 milhões de pessoa por ano no Brasil. Exercitar-se é essencial para quem luta contra o vício


No início deste ano Brasília foi apontada a capital onde as pessoas mais praticam atividades físicas no país, de acordo com pesquisa do Ministério da Saúde. A rotina de exercícios é uma grande aliada na luta contra o vício no tabaco, como afirma o pneumologista Sérgio Prado. As doenças relacionadas ao tabagismo, só no Distrito Federal, mataram cerca de 2 mil pessoas em 2016, segundo a Secretaria de Saúde do DF.

O número de fumantes no DF caiu 40% nos últimos oito anos. As atividades físicas auxiliam tanto a curto quanto em longo prazo. Além de combater alguns dos primeiros efeitos negativos que o cigarro proporciona, como falta de fôlego, diminuição de resistência e queda no desempenho físico e até sexual, a prática de exercícios estimula as pessoas a largarem de uma vez por todas o cigarro. 

O Dr. Sérgio Prado, médico pneumologista da Aliança Instituto de Oncologia, explica que os exercícios físicos liberam hormônios relativos ao bem estar, que incentivam o cessar do tabagismo. “A atividade física estimula o sistema imunológico, melhora a capacidade física e pulmonar do paciente. Acredita-se que pacientes que praticam atividade física tem maior chance de cessar o tabagismo, principalmente entre seis meses e um ano”, aponta o especialista. 

Aliado a isso, a sensação de satisfação ao terminar uma atividade física ocasiona mais horas sem a vontade de fumar, conforme complementa o professor Talles Sucesso, da Bodytech Lago Sul. “Ao executar movimentos a sensação fisiológica promovida pela atividade física promove mais tempo sem fumar. E conforme a pessoa vai avaliando a progressão da evolução física, percebe que uma coisa não combina com a outra e psicologicamente tende a diminuir o habito de fumar, ou até mesmo parar de fumar”, explicou o professor que é ex-fumante.

Com a capacidade física diminuída pelo cigarro, Talles conta que os fumantes possuem dificuldades específicas quando iniciam os exercícios. “A dificuldade pulmonar dos fumantes é agravada pelo cigarro, e acabam cansando com mais facilidade. Então é necessário limitar, inicialmente, a intensidade e o volume do treinamento, para que a pessoa aos poucos melhore a condição física”, destaca. Segundo o professor, em alguns casos, até mesmo o tempo que passam longe do cigarro enquanto estão na academia já é um obstáculo extra. 

O tabagismo é um dos principais fatores de risco para os diversos tipos de câncer, em especial câncer de pulmão. Está relacionado também a doenças pulmonares, como asma bronquite, pneumonia, e doenças cardiovasculares, como arritmia, hipertensão e infarto. Segundo a OMS, o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo.




SBPC/ML divulga recomendações sobre métodos para diagnóstico da febre amarela



Casos confirmados no Brasil já somam 448 e motivam entidade a alertar a sociedade sobre as características da doença e exames realizados para identificá-la

O Brasil enfrenta o maior surto de febre amarela desde os registros mais antigos do Ministério da Saúde, de 1980, e tem causado uma corrida aos postos de vacinação nas regiões mais afetadas pela doença. Na última segunda-feira (21), o Ministério da Saúde divulgou um relatório que confirma 144 mortes e 448 casos de febre amarela no País. Diante do quadro, a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) informa a população sobre as diferenças entre os exames laboratoriais utilizados para detecção da doença e a alerta para as recomendações de vacinação.

Dr. Celso Granato, médico patologista clínico e membro da SBPC/ML, explica que o aumento que se observa na proliferação da doença está ligado tanto ao ciclo periódico de 8 a 9 anos a que a doença obedece (o último surto ocorreu no verão de 2007/2008) como à época do ano – de dezembro a maio, o risco de transmissão aumenta tanto pela quantidade de chuvas como por viagens.


Sobre a doença
A febre amarela (FA) é uma doença infecciosa aguda, febril, causada pelo vírus de mesmo nome. É uma doença potencialmente grave e que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), provoca cerca de 200 mil casos no mundo a cada ano, majoritariamente no continente africano. Ela se apresenta em dois tipos: a silvestre e a urbana. “Do ponto de vista clínico, os dois são exatamente iguais. A diferença está ligada ao local em que o paciente foi infectado e ao mosquito transmissor – na febre amarela urbana, o transmissor é o Aedes aegypti, enquanto na silvestre são os mosquitos Haemagogus e Sabethes”, explica Granato.

A morte de macacos com febre amarela representa um fator que tem alarmado os brasileiros. Sobre o tema, Granato afirma que os animais são os hospedeiros naturais da febre amarela silvestre e funcionam como sentinelas da doença para nós, humanos, e que matá-los pode contribuir para que a doença chegue até nós de forma inesperada. “Se macacos estão morrendo em função da febre amarela, esse é um sinal de alerta e todo o esforço da Saúde Pública deve se voltar a restringir a disseminação da doença”, esclarece.


Métodos de diagnóstico
A febre amarela consiste em uma doença de difícil diagnóstico, principalmente em fases iniciais, porque seus sintomas podem ser confundidos com os de várias outras enfermidades, como dengue, malária grave, hepatites virais (principalmente os tipos B e D) e outras febres hemorrágicas, como o Zika. Portanto, além da avaliação clínica do paciente, alguns exames laboratoriais também são essenciais para confirmação do diagnóstico.

Para detecção do vírus da febre amarela, faz-se o isolamento viral, exame realizado a partir de amostras de sangue coletadas nos primeiros cinco dias após o aparecimento da febre. Nesses casos, o vírus é identificado pelo teste de imunofluorescência direta, que determina a presença de antígenos virais na amostra. Pode-se também realizar a Reação em Cadeia de Polimerase (PCR).

Exames de sorologia também são indicados para complemento do diagnóstico, por meio da técnica MAC-Elisa. Esse tipo de exame se baseia na detecção de anticorpos IgM específicos do vírus causador da febre amarela. O isolamento viral e o PCR são positivos desde o momento em que surgem os sintomas até o quinto dia. A sorologia, por sua vez, só passa a ser positiva depois do quarto dia da doença. Nesses casos, devem ser feitas duas coletas, uma no primeiro atendimento médico e outra após 14 dias. Esse tempo de comparação é necessário porque a primeira coleta pode não ser reativa já que pode ter sido feita muito precocemente.

Em casos fatais da doença, utiliza-se a técnica chamada imuno-histoquímica, que indica a presença de antígenos em tecidos de diferentes partes do organismo.

Método de diagnóstico
Período de coleta
Finalidade
Isolamento viral
1º ao 5º dia da doença
Identifica a presença de antígenos virais na amostra por teste de imunofluorescência direta
Reação em Cadeia de Polimerase (PCR)
1º ao 5º dia da doença
Analisa a presença do vírus no organismo
Sorologia
1ª amostra: a partir do 5º dia da doença
2ª amostra: após 14 dias
Identifica anticorpos IgM específicos do vírus amarílico no sangue do indivíduo
Imuno-histoquímica
Menos de 12 horas de óbito e máximo de 24 horas
Analisa a presença de antígenos nos tecidos

No Brasil, os exames para diagnóstico de febre amarela devem ser feitos, obrigatoriamente, por um laboratório especializado nesta doença. Tais laboratórios são o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, e o Instituto Evandro Chagas, em Belém. Laboratórios privados não podem realizar exames para febre amarela. Granato justifica que, “por ser uma doença bastante incomum e que requer medidas rápidas de intervenção dos órgãos de Saúde Pública, em um momento como este parece mais adequado restringir a identificação dos pacientes a laboratórios especializados”.


Sintomas e áreas de risco
Os sintomas da febre amarela variam muito. Para Granato, “existem pessoas que apresentam apenas um quadro febril, que dura de 4 a 5 dias e nada mais, e outras que têm febre por um período mais prolongado, acompanhado de icterícia (amarelamento da pele), sangramento gengival, nasal e até digestivo. Neste último caso, a gravidade da doença é elevada. Quando a doença evolui para um estágio mais avançado, o paciente pode apresentar também inflamação do fígado e rins, olhos avermelhados, sangramento na pele e urina escurecida”.

Granato ressalta que,“no Brasil, a região em que as pessoas que têm maior chance de se contaminar é a região amazônica, mas em períodos em que a doença se torna mais frequente, em praticamente qualquer lugar do País pode surgir a infecção, exceto em grandes cidades, onde não há incidências desde 1942”. Em Minas Gerais, onde surgiram os primeiros casos, 73% dos moradores já se encontram imunizados pela vacina. Junto com o Espírito Santo, os dois estados concentram 93% dos casos suspeitos. Todos os casos registrados no Brasil até então são silvestres, transmitidos por mosquitos em áreas rurais.


Imunização
A vacina representa a medida mais eficaz para controlar a doença, mas Granato reforça que, “neste momento, não há indicação de vacinação indiscriminada para toda a população, pois pode ocasionar efeitos colaterais e, por essa razão, só deve ser administrada a pessoas que corram alto risco de contração da doença”.

A recomendação atual do Ministério da Saúde é de que apenas as pessoas que vão se dirigir a uma zona endêmica ou que moram em uma região endêmica tomem a vacina. “Quem mora, por exemplo, em São Paulo, e não vai sair daqui, não tem indicação de vacinação”, explica Granato. Pessoas que nunca foram vacinadas e/ou que vivem ou irão a locais endêmicos devem se informar nos Postos de Saúde sobre a vacinação.

A SBPC/ML esclarece que o paciente que apresentar algum sintoma em uma região endêmica deve dirigir-se a um posto médico para ser acompanhado até terminar o período de risco de evolução para uma forma mais grave da doença. “Se a pessoa não estiver em zona endêmica e não houver ocorrência de casos em sua região, ela pode ser mantida em casa e, apenas se apresentar pele amarelada ou sangramento gengival e nasal, mesmo que discreto, deve buscar atendimento médico”, esclarece Granato.


Tratamento
 Tanto a febre amarela, como dengue, Zika ou Chikungunya são doenças que não possuem tratamentos específicos. “O tratamento é de sustentação (hidratação com soro, oxigenoterapia e repouso), para dar tempo de o próprio organismo preparar uma resposta do sistema imune e combater o vírus”, conclui Granato.




Bancos bloqueiam contas para garantir pagamento de dívida




A tecnologia da informação tem sido uma grande aliada das instituições financeiras que têm se aproveitado de bons sistemas para fazer o cruzamento de dados e, com isso, evitar que clientes fiquem inadimplentes com os serviços contratados. Mas o problema é quando essa tecnologia é utilizada em abuso de poder.

De acordo com o consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), Vinícius Costa, recentemente, a entidade tem recebido reclamações de clientes que observaram bloqueios em contas, das mais variadas, com posterior apropriação de valores para pagamentos de serviços contratos em outras modalidades, que não a de abertura de contas. “Essa medida tem sido adotada por diversas instituições financeiras com intuito de evitar que haja inadimplência pelos clientes”, observa.

O problema é que conta salário, poupança e até conta corrente que se tem saldo oriundo de pagamentos, pensões, aposentadorias e outras formas de subsistência são absolutamente impenhoráveis, conforme determina o código de processo civil, em seu artigo 833. “Portanto, qualquer medida administrativa do banco tendente a bloquear contas com essas características é considerada ilegítima e passível de ser discutida judicial”, alerta Vinícius Costa.

Não é dado às instituições financeiras fazer uso de informação privilegiada de seu cliente para se apropriar de valores em conta sem o devido processo legal. “Bloqueio de contas é uma medida admitida em processo judicial quando já se tem um título executivo (contrato inadimplente, cheque, duplicata, sentença transitada em julgado, etc), que também não foi adimplido em tempo e modo determinados por uma decisão judicial. Após transcorrido o prazo determinado pela justiça sem cumprimento é que se admite o ato expropriatório, conhecido como penhora on-line.”

Conforme o consultor jurídico da ABMH, atos expropriatórios praticados por instituições financeiras sem o devido processo legal ensejam o ajuizamento da competente ação de indenização. “Podem ser discutidos tantos danos materiais como danos morais, uma vez que a medida (bloqueio) se caracteriza como abuso ou excesso de direito”, conclui.






Sobre a ABMH – Idealizada 1999 e mantida por mutuários, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem como objetivo difundir as formas de defesa de quem compra imóveis, em juízo ou fora dele, com o efetivo cumprimento dos dispositivos legais. Atualmente, a Associação possui representações em 10 estados (confira abaixo), além do Distrito Federal, e presta consultoria jurídica gratuita.




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