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quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

As cores são capazes de exercer influência sobre o cérebro?

Divulgação
Sim: segundo o cientista Dr. Fabiano de Abreu, elas influenciam até mesmo os comportamentos dos indivíduos

 

O fato da cor vermelha estar em placas de trânsito como “pare” não é à toa: de acordo com o cientista luso-brasileiro Dr. Fabiano de Abreu, as cores exercem influência comportamental nos indivíduos. Em seu artigo “Neuroanatomia das Cores”, o investigador explica que a percepção das tonalidades decorre de uma interação entre ondas, olhos e o cérebro humano. 

 

Há mais de centenas de anos, as cores são objeto de estudo da ciência: “muitos cientistas como Isaac Newton, Goethe e da Vinci buscaram entender o processo de formação das cores, fazendo vários testes com elas”, explica o PhD, neurocientista e biólogo Dr. Fabiano de Abreu. Todos esses estudos foram responsáveis pela ampliação de um campo denominado “teoria das cores”, essencial até os dias de hoje para publicitários, arquitetos, designers e todos os profissionais que trabalham com cores no seu dia a dia. 

 

Goethe também pesquisou sobre os fatores psicológicos que as cores causam. Eis o motivo da placa “pare” ser vermelha, porque de acordo com os estudos feitos por ele, essa cor transmite urgência e velocidade. 


O cientista contextualiza que atualmente toda a indústria sabe a enorme importância da teoria das cores: “hoje em dia, as cores são amplamente estudadas nas áreas de marketing para a construção da personalidade de uma marca e a forma com que ela irá se comunicar com o seu público alvo. Elas são consideradas aliadas no processo de persuasão para o consumo de um determinado serviço ou compra de um produto”, constata Fabiano de Abreu.

 

Em sua pesquisa, Fabiano de Abreu destaca que muitos estudos mostram ativações sutis em áreas do cérebro durante a percepção de certas tonalidades: “dois exemplos são as alterações neurais relacionadas à captação de ondas dos cones da retina que diferem entre vermelho e verde e as alterações neurais que ocorrem quando o cérebro identifica cores quentes (amarelo, laranja e vermelho) e frias (violeta, azul)”, afirma o pesquisador. 

 

De acordo com o estudo, ao receber a informação das cores pela luz, os receptores da retina interpretam a cor. Cada tonalidade tem uma frequência: conforme ocorre a mudança de frequência nas ondas de luz, mais de um receptor será acionado e dependendo da velocidade da frequência, ela pode acionar receptores diferentes, das quais cada uma será absorvida de uma forma distinta.  

 

 

 

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

5 dicas para identificar e sair de um relacionamento patriarcal

Sabemos que o Brasil é um país estruturalmente machista em todos os seus espaços. Para ter ideia, de acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), no último ano, uma em cada quatro mulheres acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência. Isso mostra que cerca de 17 milhões de mulheres, totalizando 24,4%, sofreram violência física, psicológica ou sexual no último ano. É importante entender que, muitas vezes, a violência é consequência dos relacionamentos patriarcais que as mulheres acabam vivendo - até mesmo sem entender o que é um.

Desde o momento do seu nascimento, a mulher é socializada para ter um relacionamento patriarcal. O tempo todo é introjetado na gente de que cabe às mulheres serem a parte mais afetuosa da relação e praticar papéis que estão delimitados à casa. A mulher é submissa ao poder enquanto o homem deve sublimar as emoções para passar a ideia do que a sociedade patriarcal entende como força e para parecer ser o provedor financeiro, quem dá as regras na relação. Um relacionamento patriarcal é como vivemos em uma sociedade patriarcal, a maior parte dos nossos relacionamentos tem resquícios dessas crenças.

Para a pessoa identificar se está em um relacionamento patriarcal, é necessário entender o que é uma socialização patriarcal e as crenças que permeiam esse tipo de relacionamento. É preciso entender como a divisão sexual do trabalho e os papéis de gênero emergem no relacionamento, isso porque o relacionamento patriarcal está muito desenhado de acordo com os estereótipos e os papéis de gênero. Se as situações emergem de acordo com aquilo que é passado para garantir as estruturas de uma sociedade patriarcal, se a mulher se sente obrigada a lavar a louça da casa, fazer todo o trabalho doméstico, pois acredita que essa é a sua função como mulher, ou se o parceiro espera que ela faça isso também, isso é um relacionamento patriarcal.

Abaixo, listo as principais maneiras de perceber se está em um relacionamento patriarcal e como lidar com isso. Confira:


1. Violência no relacionamento: a grande parte das mulheres só percebe que está em um relacionamento patriarcal quando começa a sofrer violência, seja ela qual for o tipo. O que acontece é que o casal pode identificar se está nesse tipo de relação ou com requisitos patriarcais sem chegar ao nível da violência. A principal dica é sempre conversar, perceber se estão operando em atitudes estereotipadas e conversar sobre as exigências que um tem em relação ao outro. Infelizmente, isso exige um nível de autoconhecimento no nível de consciência sobre as formas de opressão, algo que a maior parte dos brasileiros não tem. Então, a identificação de um relacionamento patriarcal e abusivo, acaba acontecendo somente quando a mulher começa a sofrer violência.



2. A baixa autoestima: nesses casos de relacionamento, a autoestima e a autoconfiança ficam cada vez mais minimizadas. As mulheres começam a se diminuir, seja na relação ou em outros ambientes que ela frequenta. Se ela costuma ter uma postura submissa em casa, em que o homem gere o dinheiro da casa, toma as últimas decisões e ela atua de uma maneira servil, provavelmente essas atitudes são reproduzidas no ambiente de trabalho. Dessa forma, a mulher começa a ter uma postura, não só em relação ao seu parceiro, mas ao longo da vida, de passar o tempo todo sem ter voz ativa, se desempoderar de tomar o rumo da própria vida, passar a vida em um backstage e não no palco porque o palco já está ocupado pelo homem.



3. Ajuda psicológica: o tratamento psicológico é importante tanto para quem está em processo de descobrir que está em um relacionamento patriarcal, quanto para quem já saiu. É importante fazer um tratamento e trabalhar em um processo de autoconhecimento, em que seja capaz de perceber e questionar as crenças que ela tem sobre os relacionamentos, sobre qual deve ser a função de uma mulher, o que ela quer para a vida dela. Muitas vezes, sem conhecer as crenças que carregam, mesmo após sair de um relacionamento patriarcal e abusivo, a mulher acaba se envolvendo em um outro relacionamento assim. A melhor maneira de se curar de um relacionamento abusivo é passar por um processo de autoconhecimento, em que a mulher questione aquilo que foi introjetado nela, para que ela não seja mais atraída por essas formas de relacionamento.



4. Conhecimento: para entender os sinais, sobre estar em um relacionamento patriarcal ou não, é preciso ter um nível de consciência sobre o que é ter um relacionamento desse. É importante entender o que é o patriarcado, o que é uma pessoa machista e o que a mulher entende sobre o feminismo. Infelizmente, a maior parte das pessoas não têm essa consciência e acaba sofrendo situações abusivas e machistas sem saber que é algo errado. Uma dica necessária é estudar sobre isso, sobre o feminismo, sociedade patriarcal, crenças introjetadas na sociedade. Entender irá criar um arcabouço teórico para que a mulher se sinta confiante de falar que está sofrendo um relacionamento desse.



5. Novas fontes de amor: para quem consegue deixar um relacionamento patriarcal e abusivo, é importante ter em mente a necessidade de encontrar outras fontes de amor e se empoderar. Não adianta nada deixar o relacionamento e acabar se envolvendo com outras pessoas que são machistas, misóginas e vão configurar novos relacionamentos abusivos. O ideal é que a mulher vá norteando a sua fonte de amor, para que tenha mais confiança para sair de um relacionamento que a faz sofrer, e consiga encontrar uma outra realidade de amor e relacionamento com seus próximos parceiros.




Mayra Cardozo - Mentora de Feminismo e Inclusão.

 

Especialista em Biohacking lista 7 dicas para gerenciar o estresse e a ansiedade durante as férias


Se você já luta contra o estresse diariamente, saiba que durante as férias essa condição pode piorar caso você não dedique atenção em olhar para esse fator tão importante para a sua saúde mental. De acordo com a médica atuante em nutrologia, Dra. Roberta Genaro (@drarobertagenaro), referência em biohacking, o estresse é implacável quando não gerenciado adequadamente e pode ser o gatilho principal de diversas doenças que afetam diferentes órgãos levando a doenças autoimune,  ansiedade, depressão, insuficiência adrenal, insônia, doenças cardíacas e outros distúrbios orgânicos. 

A médica listou 7 maneiras de gerenciar o estresse durante as férias para que você possa desfrutar deste momento feliz sem piorar seu nível de ansiedade.

 

1. Comprometa-se com a sua saúde

O trabalho duro e dedicação são necessários e fundamentais para permanecer comprometido com os objetivos de saúde. Com as festas de fim de ano e férias de janeiro, vêm muitas tentações com comidinhas deliciosas, doces, bebidas e álcool em excesso. Permanecer comprometido com a sua saúde pode ser um desafio com todas essas tentações. Uma das melhores maneiras de controlar o estresse e a ansiedade durante as férias é manter o cuidado com a saúde como prioridade e estar preparado para evitar tentações e saber dizer não. 

 

"Não é o fim do mundo se você se deliciar com aquela sobremesa ou drink ocasional. No entanto, as exceções quando repetidas  se tornam hábito e podem atrapalhar o progresso que você teve ao longo do ano. Uma forma de manter o compromisso é ter opções saudáveis no cardápio das festividades. “Experimente receitas saudáveis da linha low carb e paleo feitas em casa sem corantes e conservantes que não causam inflamação como alimentos industrializados”, indica Dra. Roberta. 

 

2. Limite de açúcar, carboidratos simples e álcool

É fato que guloseimas açucaradas, alimentos ricos em carboidratos simples e álcool estão em toda parte durante a temporada de férias. Esses biscoitinhos, docinhos, petiscos e drinks estão cheios de açúcares e carboidratos. 

 

Dra. Roberta ressalta que ultimamente, estamos consumindo quantidades muito maiores de açúcar do que jamais fomos “programados” para lidar. "No decorrer de um dia normal, seu corpo simplesmente não precisa de todas aquelas explosões rápidas e intensas de energia que o açúcar fornece como já foi necessário na era das cavernas, porque ao contrário de nossos ancestrais, não estamos fugindo de animais ou precisando lutar pela sobrevivência. Como eu disse, não há problema em comer um doce ou uma bebida de vez em quando. Mas nesta época do ano, o cuidado em relação ao consumo de carboidratos e açúcares deve ser ainda maior.  Mesmo que você tenha realizado uma dieta de eliminação de 30 dias e não tenha sensibilidade a açúcar, álcool e carboidratos, esses alimentos ainda são tóxicos e podem causar doenças autoimunes, resistência à insulina, doenças cardíacas, depressão, ansiedade, candidíase e SIBO (super crescimento bacteriano) - patologias que tem como uma das causas principais, a ingesta de alimentos ricos em carboidratos, açúcar e álcool", explica.

 

3. Esteja preparado

Uma das melhores maneiras de gerenciar o estresse do feriado é estar preparado. Se você estiver viajando, prepare muitos lanches saudáveis ​​para não ter que se contentar com alimentos inflamatórios que podem atrapalhar seu progresso.

 

"Ter o hábito de ter opções fáceis à mão não é algo exclusivo para viagens. Uma maneira que gosto de controlar o estresse e diminuir as chances de furar a dieta é preparar lanches e snacks saudáveis disponíveis a qualquer momento que bater a fome. Sua ansiedade pelas férias pode aumentar com a ideia de ir a uma festa ou comer fora ou você ainda pode ficar tentado a evitar essas situações sociais por causa do medo de haver alimentos aos quais é sensível ou de não ter opções saudáveis ​​suficientes".

 

 4. Defina um tempo para você

As férias são uma ótima época para se reconectar com a família e amigos. No entanto, também é importante reservar um tempo para si mesmo e trabalhar o seu autocuidado para ajudar a gerenciar o estresse. Tomar um banho relaxante , andar descalço na grama, meditar por 30 minutos ajudam muito na redução do estresse. 

 

"'Recomendo quase obrigatoriamente que você reserve um tempo todos os dias para fazer algo que goste e o ajude a relaxar. Algumas das minhas atividades favoritas para ajudar a controlar o estresse incluem: sauna, exercícios de meditação e respiração, dançar e ouvir músicas, ler bons livros, entre outros. Há muitas maneiras de tirar um tempo para você e administrar o estresse, então encontre algo que você goste de fazer e “autoestime-se.” Não importa o quão ocupado você pense que está, é possível encontrar esse tempinho para se dedicar a si mesmo".

 

5. Tenha momentos offline: desligue!!!

 

Vivemos em um mundo “inteligente”, onde muitas coisas são sem fio. De nossos telefones a computadores, o mundo está realmente se tornando cada vez mais conectado 24 horas por dia. Embora isso tenha muitos benefícios, se não houver limites o excesso de vida online pode piorar a sua ansiedade,  a compulsão e levar a uma Síndrome do Pensamento Acelerado.

 

Muitas pessoas gostam de assistir TV, navegar pelas redes sociais ou usar nossos computadores antes de dormir, mas esses dispositivos emitem um tipo de luz que atrapalha a sua produção hormonal de melatonina e prejudica o seu ciclo do sono, o que impede a recuperação do organismo proporcionada durante esse período . "Estamos cercados por luzes artificiais e tecnologia em todas as horas do dia, o que pode desregular o seu ritmo circadiano principalmente à noite,  momento em que somos mais sensíveis à luz", ressalta a médica.

 

6. Saiba quando dizer 'não'

Nos dias atuais existe uma urgência exagerada em que “tudo é para ontem”, são muitas demandas e muitas vezes você acaba tendo dificuldade em dizer não às pessoas. Isso pode  aumentar ainda mais o seu nível de ansiedade e estresse nessa época. Quando você diz sim para todos, muitas vezes está dizendo não para você! Isso pode comprometer demais a sua saúde mental, deixá-lo ainda mais cansado, estressado e ainda baixar a sua imunidade. Definir limites e dizer “não” o ajudará a controlar  e gerenciar melhor o seu nível de estresse.

 

"Mantenha um planejamento diário e cumpra-o. É fácil reorganizar sua agenda para tentar agradar a todos. Já fiz isso muitas vezes até aprender a dizer NÃO. Muitas vezes, isso significa que você terá que sacrificar tempo com sua família, suas horas de sono ou estresse por causa de uma agenda já lotada, não faça isso!  Não há problema em priorizar sua própria saúde mental e reservar um tempo do dia para si mesmo".

 

7. Crie Metas palpáveis

Um bom passo para controlar o estresse é criar metas palpáveis com expectativas possíveis não apenas com o seu tempo. A ansiedade extra que vem com as férias pode levar você a acreditar que é uma supermulher ou um super-homem. Você espera trabalhar sem intervalos, dormir pouco, se alimentar 1x no dia e ainda deseja ter energia e disposição sem dar o mínimo de combustível necessário para que o seu corpo funcione. A verdade é que você não pode viver assim!  O corpo fala  através do cansaço, da alteração de humor, da falta de motivação.  E quando você não ouve, ele grita em forma de doença. Por isso, separei algumas dicas para ajudá-lo a definir metas razoáveis ​​para gerenciar o estresse durante as férias e feriados:

 

- Pondere e avalie a possibilidade de algo que pode dar errado para checar se é algo que realmente vale a pena.

 

- Saiba que você se sentirá cansado depois de ficar acordado até tarde em uma festa de fim de ano ou com amigos e não faça planos que exijam muito de você na manhã seguinte. 

 

- Defina metas que dependem apenas de você. Você não pode controlar outras pessoas. 

- Concentre-se no que você pode controlar: seu tempo e você mesmo. 

 

- Dica bônus: priorize o seu bem-estar 

 

-  E como são feriados e estou no espírito de generosidade, gostaria de oferecer uma grande dica bônus para ajudar a controlar o estresse e a ansiedade do feriado: Durma! 

 

-  Ter um sono de qualidade, faz com que a realização das outras dicas seja feita de forma muito mais fácil! Quando você está bem descansado,  tem mais clareza  ao pensar e planejar bem o seu tempo.

 

Dra. Roberta Genaro - médica atuante em nutrologia e medicina integrativa, palestrante em Biohacker - Instagram: http://www.instagram.com/drarobertagenaro - CRM/SP 152811. Graduada em medicina pela Universidade Severino Sombra, em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, e nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia.


Dores e má postura em crianças e adolescentes podem estar ligadas ao encurtamento muscular

Redução da amplitude de movimento e vícios de postura são os principais sinais de os músculos estão encurtados

 


Os problemas musculoesqueléticos, como dores nas costas, ombros, pescoço e a falta de flexibilidade afetaram muitas pessoas nos últimos dois anos, devido ao maior tempo dentro de casa. O chamado encurtamento muscular também atingiu as crianças e adolescentes.
 
Segundo a fisioterapeuta Walkíria Brunetti, especialista em RPG e Pilates, o público infantojuvenil foi bastante afetado do ponto de vista da saúde musculoesquelética durante a pandemia.  
 
“O ensino remoto exigiu um espaço dedicado para os estudos, mas nem sempre foi possível oferecer uma ergonomia adequada. Com isso, muitas crianças e adolescentes adquiriram vícios de postura. Esses, por sua vez, podem causar dores e encurtamento muscular”.
 
“A outra questão é que as crianças e os adolescentes passaram todo esse tempo sem praticar esportes e atividades físicas oferecidos pelas escolas. Em resumo, o sedentarismo atingiu também esse público. Como resultado, muitas crianças e adolescentes tem apresentado dores e vícios de postura, justamente relacionadas ao encurtamento muscular”, aponta Walkíria.


 
O que é encurtamento muscular?
 
O encurtamento muscular é resultado da permanência, durante muito tempo, na mesma posição. Com isso, o corpo ignora a cadeia muscular que não é usada.
 
“Em outras palavras, o corpo se adapta na posição que exige menos esforço ou menos amplitude de movimento. O melhor exemplo é jogar o tronco para frente ao usar um computador. A postura correta, nesse movimento, é manter o tronco ereto. Essa postura, com o tempo leva ao desenvolvimento de uma cifose, a famosa corcunda”, explica Walkíria.
 
Esse movimento se torna confortável para a criança ou adolescente e, assim, se instala o vício postural. O problema é que a má postura causa outras condições, como dores e a redução da flexibilidade, pois o músculo que não é usado fica encurtado.


 
Estirão do crescimento e encurtamento muscular

O outro problema do encurtamento muscular está relacionado ao estirão do crescimento. O crescimento ósseo precede o muscular. Quando há um crescimento ósseo muito rápido, o músculo não consegue acompanhar.
 
“Um adolescente que fica muito tempo sentado ou deitado, sem oportunidades de se alongar, pode ter um agravamento do encurtamento muscular na fase do estirão. A consequência é uma desorganização mais grave da postura”, reforça a especialista.  
 
Portanto, os pais devem ficar atentos aos sinais posturais das crianças e adolescentes, bem como às queixas de dores nas costas, pescoço e membros inferiores. Caso notem alterações, o ideal é procurar um fisioterapeuta para uma avaliação.


 
RPG Infantojuvenil
 
A fisioterapia é um recurso importante para recuperar os músculos encurtados. A Reeducação Postural Global (RPG), nesses casos, é muito indicada. O foco do método é o alongamento global do paciente, por meio do reequilíbrio e da manutenção da postura. A RPG pode ser realizada semanalmente. O tratamento pode durar em torno de 10 a 15 sessões.
 
“Outros recursos podem ser usados para tratar o encurtamento muscular, como o Pilates Kids e sessões de alongamento”, finaliza Walkíria.


Barulhos e cheiros do corpo -- até que ponto são normais?

Arroto, gases, barriga roncando, soluço... não faltam timbres quando a trilha sonora está por conta do sistema digestivo. Mas, afinal, todos os barulhos e cheiros são normais? O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Rodrigo Barbosa, de SP, revela. 

“Os barulhos da barriga podem ser bem normais e indicarem apenas que está na hora de comer como também serem consequências do processo digestivo. Se forem acompanhados por outros sintomas como, dor e aumento do abdômen, por exemplo, pode ser indicativo de infecções, inflamações ou obstrução intestinal”, alerta o médico.  

Para entender melhor cada um deles, o especialista separou algumas informações importantes sobre os barulhos e cheiros mais comuns: 


  • Flatulências (gases): denuncia se o organismo está em desalinho já que é o resultado da eliminação de ar ingerido junto com a comida e também de gases produzidos no intestino a partir da fermentação de açúcares durante o processo digestivo.  

O corpo humano saudável elimina, em média, 20 deles por dia — inclusive durante o sono e a maioria deles nem percebemos sair. Vale ressaltar que, em certas condições, contudo, reduzem a velocidade do intestino e promovem acúmulo de gases e desconforto. É o caso da doença inflamatória intestinal, intolerâncias alimentares e desequilíbrios na microbiota. 

Apesar de impactantes, cheiros mais intensos não apontam doenças. Gases fétidos são, na verdade, consequência da composição da microbiota e da fermentação de certos alimentos, como feijão, ovo, carnes, leite e tantos outros. 


  • Barriga roncando: O ronco que vem do abdômen normalmente é um sinal que o cérebro dispara para sinalizar que está na hora de comer. Isso acontece porque, nesse momento, o caminho é ocupado principalmente por líquidos e bolhas de ar, sem alimentos para abafar o eco do reflexo gastrointestinal. 

  • Arroto (eructação): o aparecimento é bem similar à das flatulências, só que a eliminação é pelo lado de cima. 

Quando engolimos o ar, ele chega ao estômago, que se distende e o envia de volta pelo esôfago. A mistura com os gases concentrados por ali dá o cheiro característico dessa reação, que pode retumbar no ambiente. Mastigar rápido, falar durante as refeições e tomar bebidas gaseificadas são hábitos que influenciam neste processo. 

Se os arrotos forem constantes e acompanhados de queimação, dor e regurgitação — quando um pouco da comida volta à boca —, vira sinal de alerta. Pode ser refluxo, gastrite ou outra doença que vale ser investigada.  


  • Soluço: Esse incômodo que chateia muita gente é uma contração involuntária do diafragma e outros músculos do tórax, seguido do fechamento da glote e vibração das cordas vocais, produzindo, por isso, um ruído característico. 

Ele pode aparecer por excesso de comida ou bebidas gasosas e alcoolicas ou pode doenças já pré-relacionadas. Na maioria das vezes, a causa do soluço não é grave, no entanto, se persistir por mais de 2 dias, ou se for acompanhado de outros sintomas que indiquem doenças como pneumonia ou doenças cerebrais, é necessário.

 

Dr Rodrigo Barbosa - Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba com internato médico pelo Hospital Sírio-Libanês - SP. Cirurgião geral pela Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo e cirurgião do aparelho digestivo pela Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba. Especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio-Libanês-SP. @drrodrigobarbosa


Tumor cerebral: técnica cirúrgica com paciente acordado ajuda a preservar área cognitiva

Para retirada de tumor no lobo temporal esquerdo do cérebro, responsável pela linguagem, a cirurgia acordada é a melhor opção (imagem ilustrativa)
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Jovem relata adrenalina antes de realizar procedimento e poucas lembranças da cirurgia

 

“Sempre fui fã de Grey's Anatomy, mas nunca imaginei passar por uma cirurgia acordada. Foi muita adrenalina”. Com bom humor, Camila Rodrigues, 25 anos, relata sua experiência para retirada de um tumor no cérebro, comparando o seu caso com a série norte-americana. O procedimento realizado no Hospital Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), foi o segundo ao qual foi submetida a auxiliar administrativa que diz lembrar apenas de “alguns flashes” do que se passava no centro cirúrgico. 

Camila descobriu o tumor no cérebro após uma convulsão, em 2017. Assustada, procurou vários especialistas até descobrir que o tratamento indicado era cirúrgico. “Quando fiquei sabendo que medicação não ajudava no meu caso, foi bem difícil. Passei então pelo procedimento tradicional, e precisei de quatro meses para voltar a falar normalmente. Este ano, durante consulta de acompanhamento, descobri que precisaria de nova cirurgia e foi assustador. Não queria aceitar, mas resolvi encará-la com otimismo para que o tumor não piorasse ainda mais”, conta.

O neurocirurgião Carlos Alberto Mattozo foi o cirurgião responsável pelos dois procedimentos da Camila. Ele explica que o complicador do tumor em casos como o da jovem é a posição, no lobo temporal esquerdo -  responsável pela linguagem - por isso, a cirurgia acordada é a melhor opção.


Procedimento

Nesses casos, o paciente é sedado e dorme na primeira parte da cirurgia, enquanto é realizada a incisão e a abertura do osso do crânio. Após essa etapa, a medicação é diminuída e ele é despertado. “Estar acordado em casos assim é importante para preservarmos a parte cognitiva. São mostradas para o paciente algumas imagens usando um tablet, e feitas algumas perguntas relacionadas aos nomes dos objetos, ao mesmo tempo que fazemos estimulações elétricas para ver se existem implicações que possam causar algum tipo de sequela na função da linguagem”, explica o médico. “Quando a Camila realizou a cirurgia pela primeira vez, a gente ainda não tinha a tecnologia que dispomos hoje, que é fazer o procedimento com o paciente acordado. Já usei algumas vezes essa técnica e, embora possa parecer traumática, pacientes relatam que a experiência é tranquila”, complementa.

A cirurgia para retirada do tumor da auxiliar administrativa durou cerca de 6 horas e, em menos de uma semana, ela já estava se recuperando em casa. A jovem conta que lembra apenas de algumas imagens mostradas no centro cirúrgico. “Na primeira cirurgia, tive problemas com a fala e dessa vez foi bem mais tranquilo. Agora vou fazer radioterapia e quimioterapia para que esse tumor não volte mais”, conta. “Assim que passar essa fase, quero voltar a trabalhar e ter uma vida normal, como a de todo mundo”. 


Verão Laranja: estação exige cuidados para evitar aumento de casos de câncer de pele

 Após quase dois anos de pandemia, vontade de curtir a estação não pode significar descuido com a pele; Campanha promove conscientização sobre prevenção e sinais da doença

 

A chegada do verão e das férias escolares neste fim de 2021 será ainda mais esperado, afinal, após quase dois anos de pandemia e isolamento social, o brasileiro poderá aproveitar a sua estação do ano favorita, respeitando os cuidados ainda necessários para evitar o contágio da covid-19. 

Mas, a empolgação com o período não pode levar ao descuido com a saúde, por isso, os cuidados para prevenir o câncer de pele - o mais comum do país - devem ser redobrados. O câncer de pele representa cerca de 185 mil novos casos registrados a cada ano, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). E, embora muitos acreditem que saibam lidar com o sol por viverem em um país tropical, Rodrigo Perez Pereira, líder da especialidade de câncer de pele do Grupo Oncoclínicas, explica que, em geral, a população ainda comete muitos deslizes na hora de se cuidar. 

“O brasileiro ainda desconhece os fatos mais importantes sobre o câncer de pele, acreditando em alguns mitos como achar que pessoas de pele mais escura não precisam se proteger do sol. O câncer de pele pode atingir a todos e é preciso redobrar os cuidados no verão”, comenta. 

Os dados do INCA dizem respeito a dois tipos de câncer: o câncer de pele não melanoma e o câncer de pele melanoma, somados. O mais comum deles, o não melanoma, possui altos índices de cura quando é detectado e tratado precocemente. 

Já o câncer de pele melanoma é considerado grave. Apesar de corresponder somente a 3% dos tumores malignos de pele registrados no país, esse tipo de câncer tem altos índices de letalidade: no Brasil, dos cerca de 7 mil casos registrados por ano, quase 1.800 levaram à morte. Ele pode surgir em qualquer parte do corpo, especialmente na pele, na forma de manchas, pintas ou sinais. Ao primeiro sinal de mudança nessas pintas, é preciso consultar logo um especialista, afirma o oncologista “É necessário ficar alerta se surgir alguma mudança no aspecto de alguma pinta, como aumento de tamanho, variação de cor, perda da definição de bordas ou ainda quando as bordas ficam irregulares e sangramento”. 

As alterações das manchas escurecidas ou pintas, sejam de nascença ou que mudam conforme o tempo, podem ser classificadas no sistema "ABCDE", ou seja, Assimetria, Bordas irregulares, Cor, Diâmetro e Evolução: 

● Assimetria: quando a metade da lesão não é igual a outra parte; 

● Bordas: quando a mancha, sinal ou pinta possui um contorno irregular; 

● Cor: caso a lesão tenha cores diferentes, entre vermelho, marrom e preto; 

● Diâmetro: quando a lesão apresenta um diâmetro maior do que 6 mm; 

● Evolução: caso a lesão apresente mudanças em suas características ao longo do tempo, como tamanho, forma e cor. 

Não à toa, durante a estação marcada pelas altas temperaturas as campanhas de conscientização são ampliadas com o objetivo de alertar sobre a importância de evitar fatores de risco que aumentam a incidência da doença e reforçar as precauções que devem entrar na rotina dos brasileiros. Um exemplo disso é o Verão Laranja, promovido pelo Instituto Oncoclínicas - iniciativa do corpo clínico do Grupo Oncoclínicas para promoção à saúde, educação médica continuada e pesquisa. 

A ação, direcionada à sociedade em geral e principalmente ao público jovem, entra no ar a partir de 21 de Dezembro e prevê uma série de ativações nas redes sociais durante toda a temporada de calor para alertar sobre a importância dos cuidados com a pele como forma efetiva de achatar os índices de ocorrência da doença. O objetivo é ressaltar duas importantes informações: proteja sempre a pele contra os raios solares e busque aconselhamento especializado se notar algo diferente na pele para que o diagnóstico aconteça o quanto antes.

 

Câncer de pele pode ser grave 

Independentemente da classificação do câncer de pele, os fatores que aumentam o risco são os mesmos: a exposição prolongada e repetida ao sol, sem uso de proteção adequada (especialmente na infância e adolescência). Ter a pele e olhos claros, com cabelos ruivos ou loiros, ou ser albino (ou possuir histórico familiar) também figuram como fatores que contribuem para o aumento no risco, o que não significa que pessoas de pele mais escura não devam se proteger. 

“A irradiação ultravioleta do sol - conhecida como raio UV - é a principal vilã no câncer de pele. Continuada, ou mesmo intermitente, como em períodos de férias, por exemplo, se feita de maneira não protegida, pode ser considerada um fator de risco preocupante”. 

O oncologista ainda ressalta que, além das pessoas que possuem histórico familiar e exercem profissões que exigem exposição solar diária, os tabagistas também podem estar mais suscetíveis a desenvolver câncer de pele. 

“Além disso, os portadores de algum tipo de imunossupressão também podem ter seu risco aumentado. Porém, tais grupos de risco não invalidam a necessidade de cuidado em todo o tipo de pele”.

 

Diagnóstico e tratamento 

Apesar do diagnóstico ser bastante desafiador, quando o câncer de pele é descoberto precocemente as chances de sucesso no tratamento e cura são maiores. Ele é realizado através de exame clínico em consultório ou com o auxílio de exames complementares para a visualização das diferentes camadas da pele, além da realização de uma biópsia. 

Para o tratamento, é muito importante que o especialista avalie o estágio da doença, porém, em grande parte dos casos, a cirurgia é suficiente. "Vale lembrar ainda que, caso sejam necessários, o tratamento oncológico com imunoterapia ou terapia alvo, além da radioterapia podem ser um complemento no processo do tratamento destes pacientes", comenta Rodrigo Perez Pereira. 

O oncologista reforça que o auxílio médico é fundamental na identificação precoce de lesões na pele. "É muito importante que o paciente tenha informações de qualidade para que possa conhecer os sinais de possíveis anormalidades. Contudo, é indispensável procurar por um especialista para a investigação e tratamento adequado da doença", finaliza.

 


https://www.grupooncoclinicas.com/movimentopelavida

 

Drogas antipsicóticas podem aumentar o risco de câncer de mama

 Drogas antipsicóticas podem aumentar o risco de câncer de mama

Rastreando medicamentos fornecidos a mais de meio milhão de mulheres nos Estados Unidos, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, descobriram que muitos medicamentos antipsicóticos mais antigos, comumente prescritos, e alguns mais novos, estão associados a um aumento significativo no risco de câncer de mama. Os antipsicóticos são prescritos para uma ampla gama de condições, incluindo depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, demência e transtornos do espectro do autismo. 

Embora estudos anteriores tenham descoberto ligações entre o uso de drogas antipsicóticas e o risco de câncer de mama, este é o primeiro estudo a comparar os antipsicóticos mais recentes com as drogas mais antigas e a observar como as drogas afetam os níveis de um hormônio chamado prolactina. Níveis elevados de prolactina foram associados ao câncer de mama. 

A prolactina é um hormônio importante envolvido na puberdade, gravidez e amamentação. No entanto, muitos antipsicóticos elevam os níveis de prolactina e podem produzir efeitos colaterais, como irregularidades do ciclo menstrual, produção anormal de leite materno e crescimento anormal do tecido mamário. 

Os resultados serão publicados na edição de fevereiro do Jornal of Clinical Psychopharmacology, mas já estão disponíveis on-line. 

“Muitas mulheres com doenças psiquiátricas, como esquizofrenia e transtorno bipolar, tomam antipsicóticos por décadas, e eles são essenciais para manter os sintomas sob controle”, disse o primeiro autor do artigo, Tahir Rahman, professor associado de psiquiatria. "Mas tanto os medicamentos antipsicóticos mais antigos quanto alguns medicamentos mais novos aumentam os níveis de prolactina e aumentam o risco de câncer de mama, o que é preocupante. Nós concordamos com esse conselho e acreditamos que os psiquiatras devem começar a monitorar os níveis de prolactina em seus pacientes que tomam antipsicóticos." 

Os pesquisadores classificaram os medicamentos antipsicóticos em três categorias, com base em seus efeitos estabelecidos sobre a prolactina. A categoria 1 incluiu medicamentos associados a níveis elevados de prolactina, como haloperidol, paliperidona e risperidona. Os medicamentos da categoria 2, que tiveram efeitos de médio alcance sobre a prolactina, incluíram os medicamentos iloperidona, lurasidona e olanzapina. A categoria 3 incluiu medicamentos com menor efeito sobre os níveis de prolactina, como aripiprazol, asenapina, brexpiprazole, cariprazina, clozapina, quetiapina e ziprasidona. 

Os pesquisadores compararam os efeitos de todas as três categorias de medicamentos antipsicóticos aos anticonvulsivantes e ao lítio, que também costumam ser prescritos para tratar distúrbios psiquiátricos. Quando comparado com esses medicamentos, o risco relativo de câncer de mama foi 62% maior para mulheres que tomaram medicamentos de categoria 1 e 54% maior para aquelas que tomaram medicamentos de categoria 2, enquanto os antipsicóticos de categoria 3 não foram associados a nenhum aumento no risco de câncer de mama. 

"Certas drogas são conhecidas por elevar a prolactina e as mulheres que tomaram essas drogas eram mais propensas a ter câncer de mama", disse Rahman. "Mas não detectamos nenhum risco aumentado em mulheres que tomam antipsicóticos que não aumentam os níveis de prolactina". 

Em modelos de camundongos, a prolactina pode contribuir para o enfraquecimento dos sistemas celulares que impedem que as lesões pré-cancerosas se tornem câncer de mama. Nas pessoas, os níveis de prolactina tendem a ser mais baixos em mulheres que tiveram mais filhos em uma idade mais jovem do que em mulheres que têm menos filhos ou esperam até serem mais velhas para fazê-lo. 

Neste estudo, usando dados coletados de 2012 a 2016, a equipe de pesquisa realizou um estudo retrospectivo e observacional do risco de câncer de mama em mulheres de 18 a 64 anos que tomaram antipsicóticos. Os dados vieram dos bancos de dados IBM MarketScan e Multi-State Medicaid, que contêm informações médicas anônimas sobre mais de 170 milhões de pessoas. 

Rahman e seus colegas usaram bancos de dados para saber quais pacientes foram tratadas de câncer de mama durante um período de 12 meses. Em seguida, eles compararam essa informação com pacientes que tomavam medicamentos antipsicóticos. Das 540.737 mulheres no banco de dados em uso de antipsicóticos, apenas 914 foram identificadas como tendo câncer de mama. Mas um número significativo dessas mulheres estava tomando medicamentos conhecidos por aumentar a prolactina.
 

"Medicamentos antipsicóticos podem salvar a vida de pacientes que têm episódios psicóticos em que experimentam sintomas como alucinações e delírios", disse Rahman. "Nos últimos anos, os medicamentos foram aprovados para tratar outras condições também, incluindo depressão e transtorno bipolar”. 

Em outro estudo recente, a equipe analisou amostras de sangue de mulheres que tomaram a droga antipsicótica aripiprazol (Abilify) como um tratamento complementar para a depressão. Eles descobriram que seus níveis de prolactina não aumentaram e que algumas mulheres que iniciaram o estudo com altos níveis de prolactina experimentaram diminuições nos níveis de prolactina após 12 semanas de tratamento. 

Essas descobertas -- combinadas com evidências pré-clínicas dos efeitos anticancerígenos de alguns antipsicóticos -- inspiraram Rahman e seus colegas a propor o reaproveitamento de algumas drogas antipsicóticas na luta contra o câncer de mama. 

“Não queremos alarmar os pacientes que tomam medicamentos antipsicóticos para problemas de saúde mental com risco de vida, mas também achamos que é hora de os médicos rastrearem os níveis de prolactina e monitorarem vigilantemente seus pacientes que estão sendo tratados com antipsicóticos”, disse Rahman.

  

Rubens de Fraga Júnior - professor titular da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia pela SBGG.

 

 Fonte: Tahir Rahman et al, Risk of Breast Cancer With Prolactin Elevating Antipsychotic Drugs, Journal of Clinical Psychopharmacology (2021). DOI: 10.1097/JCP.0000000000001513

Estudos revelam que pandemia acelerou aumento de crianças com obesidade

Shutterstock  
 A pesquisa Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19.

 

O Relatório Global de 2021, produzido por agências da Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por avaliar o impacto global da pandemia, aponta que, em 2020, mais de 2,3 bilhões de pessoas (30% da população mundial) não tiveram acesso à alimentação saudável, sendo este um dos fatores mais importantes para a prevenção da obesidade infantil e doenças associadas.  

Um estudo global publicado em 2017 pela revista científica The Lancet projetou que, se as tendências observadas na época continuassem, até 2022 a obesidade em crianças e adolescentes de 5 a 19 anos superaria a proporção de pessoas com baixo peso pela primeira vez. Essa previsão agora parece certa se tornar realidade. A pandemia de COVID-19 acelerou em muitos países o quadro de obesidade infantil, afinal, as crianças ficaram mais tempo em casa, sentadas e deitadas, geralmente na frente de uma tela.  

A estimativa da Organização Mundial da Saúde é que para 2025 o número de crianças obesas no planeta chegue a 75 milhões. Os registros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que uma em cada grupo de três crianças, com idade entre cinco e nove anos, está acima do peso no País. Atrelado a escassez de alimentos, a má alimentação está presente de forma intensa, com crianças pagando um alto preço.  

Dados da ONU de 2020 estimam que mais de 149 milhões de menores de cinco anos sofrem de atraso de crescimento ou possuem uma estatura muito baixa para sua idade; mais de 45 milhões - debilitadas ou muito magras para sua altura; e quase 39 milhões - acima do peso. Três bilhões de adultos e crianças não conseguem acessar comidas saudáveis, em grande parte devido ao aumento da pobreza e a inabilidade de adquirir verduras, carne e laticínios, itens cujos preços seguem em ascensão.

 

Desafio no tratamento - O desafio para profissionais que atuam no tratamento da obesidade também cresce à partir do momento que cada vez mais pessoas, especialmente a população mais vulnerável, comem as chamadas calorias vazias, que não possuem nenhum valor nutricional e possuem altos índices de gordura e açúcares.  

"Isso aumenta a população de mal alimentados, de pessoas vivendo com obesidade, com sobrepeso e doenças associadas a ela como, por exemplo o diabetes, hipertensão e problemas nas articulações, entre outras. Tudo isso também aumenta os custos de investimentos em saúde pública", afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), cirurgião do aparelho digestivo, Fábio Viegas.  

Segundo ele, é comum as pessoas pensarem que crianças acima do peso são encontradas apenas em países ricos. "Na África, cerca de 27% das crianças abaixo dos cinco anos estão com excesso de peso e na Ásia já estão em 48%", informa Viegas. 

O presidente da SBCBM reforça que durante a pandemia, notou-se um aumento ainda maior do número de crianças acima do peso. "Esta é uma questão multifatorial, não só física, mas também mental. Com tanto tempo em isolamento, observou-se crianças mais ansiosas e descontando algumas de suas frustrações na comida. Escolas fechadas, aspectos ambientais e comportamentais fizeram com que elas estivessem muito mais tempo em frente ao computador, por exemplo, o que acaba implicando no sedentarismo, aumentando o consumo de alimentos ricos em açúcares e gorduras", avalia.

 

Obesidade x pandemia -- O Brasil é hoje um dos países com a mais alta taxa de pessoas com obesidade no mundo. No entanto, com a pandemia o quadro se agravou.  

Para que se tenha ideia o número de cirurgias bariátricas realizadas pelo SUS caiu em 69,9% em um ano, saindo de 12.568 em 2019, para 3.772 em 2020. Em 2021, até o mês de outubro, foram realizadas 1.940 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde, redução em 84,5% se comparado a 2019. A realização de cirurgias pelos planos de saúde também caiu 11,9%, saindo de 52.599 procedimentos realizados em 2019, para 46.419 cirurgias em 2020. 

Em contrapartida, a recente pesquisa Diet & Health Under Covid-19, que entrevistou 22 mil pessoas de 30 países, identificou que foram os brasileiros os que mais ganharam peso durante a pandemia de COVID-19. Aqui, cerca de 52% dos entrevistados declararam ter engordado. A média global é de apenas 31%. Ainda segundo a pesquisa, os brasileiros ganharam, em média, cerca de 6,5 quilos neste período. 

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, um em cada quatro adultos está obeso. São 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens. 

A obesidade impacta diretamente na saúde global dessa população. Existe uma série de comorbidades como, por exemplo, diabetes, hipertensão, doenças nas articulações -- que podem surgir ou se agravar diante do excesso de peso.


Implante Hormonal não pode ser banalizado e vendido como "chip da beleza

Equipe do médico brasileiro Dr. Elsimar Coutinho, referência mundial no assunto, explica que o método não deve ser usado para fins estéticos


A terapia com implante hormonal é um método indicado para tratamento de distúrbios ginecológicos para endometriose, adenomiose, TPM intensa e outras patologias. Implante hormonal é um dispositivo implantável embaixo da pele, que libera hormônios de maneira progressiva por um período de até um ano.

Dr. Elsimar Coutinho, médico que criou o primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado no Brasil e se dedicou às pesquisas neste setor, formou uma equipe especializada na clínica que leva seu nome.
Dr. Luiz Calmon, ginecologista, um dos discípulos e diretor médico da Clínica Elsimar Coutinho, explica que o implante jamais deve ser utilizado pensando em qualquer benefício estético para a paciente.
Quando o tratamento é feito de forma correta e com um produto de qualidade, os principais benefícios são o aumento da disposição, melhora da libido, alívio de cólicas menstruais e sangramentos intensos.
Nem todas as mulheres devem e podem usar implantes hormonais, pois o uso inadequado, a falta de especialização, procedência do produto e dos profissionais, podem causar um efeito totalmente oposto ao desejado, explica o especialista.


Como funciona


O tratamento com implantes hormonais é realizado por meio da implantação subcutânea de um segmento de tubos de silicone semipermeáveis. Esses tubos medem de 4 a 5 cm e comportam cerca de 40 a 50 mg de uma substância hormonal pura, que pode ser estradiol, testosterona bioidêntica ou progestínico.
Após a implantação, o hormônio é liberado gradativamente na corrente sanguínea, de maneira segura e com dosagem personalizada, por um período de seis meses a um ano. Em suma, o método bloqueia a ovulação, fazendo com que a mulher não menstrue ou tenha TPM.

Entre os principais motivos que fazem com que os implantes hormonais sejam cada vez mais procurados estão: eficácia, praticidade, segurança, conforto e bem-estar.
A necessidade de buscar profissionais dedicados ao tema foi endossada há 50 anos pelo próprio Dr. Elsimar Coutinho: “Nós estamos aqui por causa delas e nada mais justo do que dedicar meu trabalho ao bem-estar e à saúde das mulheres”.

Dr. Luiz Calmon explica que a mulher que tem interesse em utilizar o método, deve passar por uma avaliação clínica e laboratorial minuciosa.
“Saber a procedência do implante, o que contem em cada um deles e ser acompanhada constantemente pelo médico que prescreveu o método é fundamental para o sucesso e segurança do tratamento”, finaliza.

 



Dr. Luiz Carlos Calmon – Médico Ginecologista e obstetra. Formado na Escola de Medicina e Saúde Pública na Bahia, e possui registro nos conselhos regionais para atendimento em 4 importantes Estados do País (Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília). Especialista em Histeroscopia pela Sociedade Brasileira de Endoscopia, realizou diversos cursos de extensão nos Estados Unidos, em Oncologia, no Roswell Park Memorial Institute – Buffalo e também Fellowship no Departamento de Prevenção de Câncer Ginecológico do Detroit Medical Center – Michigan. Além de exercer a medicina, atua como Membro do Conselho Deliberativo do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana, Membro da Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia e Membro da Sociedade Bahiana de Colposcopia e Patologia do Trato Genital Inferior, ambos no Estado da Bahia. Dr. Luiz conquistou ainda a certificação, nos anos de 2016, 2017 e 2020do Prêmio Top of Quality Brazil pela Cia Nacional de Eventos e Pesquisas pela Excelência e Qualidade em atuação com destaque e credibilidade como Médico Ginecologista. Figura também como sócio-responsável técnico pela Laboratório Elmeco – Produção de Implantes Hormonais, em Salvador.



Clinica Elsimar Coutinho
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