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segunda-feira, 22 de maio de 2017

6 passos para cultivar girassóis em casa



Apesar de ser mais comum em estações mais quentes, a florescência do girassol pode acontecer em qualquer época que apresente temperatura entre 18ºC e 30°C – o que torna o outono uma ótima época de cultivo. Além da beleza, outro bom motivo para ter a flor do sol  no jardim é que ela oferece um fruto seco, chamado de cipsela, cujas sementes podem ser apreciadas em diversas receitas cruas ou assadas e ainda são usadas na extração de óleo vegetal. Já pensou ter tudo isso ao alcance das mãos? Para te ajudar, a Giuliana Flores separou algumas dicas de como cuidar da espécie em casa. Confira o passo a passo:
 
  1. O primeiro passo é a escolha do recipiente, que deve levar em conta o tamanho da planta. Vasos entre 30 cm e 40 cm e jardineiras de janela são mais recomendados para girassóis anões, enquanto as espécies maiores pedem vasos de 18 a 20 litros;
  2. Em seguida, atenção à drenagem. Para que ocorra facilmente, adicione no fundo pedras, cascalhos, pedaços de terracotas ou pequenas espumas de poliestireno;
  3. Para garantir que o girassol se desenvolva com saúde, misture compostagem e solo comercial até alcançar 2,5 cm do topo do recipiente e umedeça bem;
  4. Também é recomendado adicionar cristais de retenção de água para garantir que os girassóis disponham da quantidade adequada, além de reduzir as regas;
  5. Outro ponto importante é a distribuição das sementes, que devem ser semeadas em quantidades de no mínimo duas e no máximo 10 sempre em pares. Para cada uma, despeje 25 ml de água;
  6. Repita a rega a cada dois dias para se certificar de que o solo permanecerá úmido até ocorrer a germinação, o que deve ocorrer entre três e oito dias.

Dicas e cuidados
Para que os girassóis continuem fortes e bonitos por muito tempo, alguns cuidados simples são necessários. Enquanto a planta cresce, corte as mudas fracas, doentes ou com má formação. Atente-se também ao espaço que a flor ocupa: quando for maior que o vaso, é hora de transferir para um local amplo, para não interferir na expansão. Coloque os girassóis em uma área ensolarada, posicionado na direção do sol – parapeitos de janelas são os mais indicados para o cultivo dentro de casa ou em apartamentos sem sacadas.





 

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Após “delação das delações” JBS dá sinais de deixar o país



Enquanto olhos da nação se voltam para o presidente, investigações em cima da administração do Grupo são ofuscadas


Aparentemente o Grupo JBS está mesmo de mudança para os Estados Unidos. A recente delação dos controladores do Grupo JBS, Joesley e Wesley Batista, contra o governo Temer lançaram incertezas políticas e econômicas ao cenário brasileiro. Enquanto os olhos da nação se voltam para as investigações em cima do presidente Michel Temer, o país cega os olhos para as inúmeras investigações em cima do Grupo JBS.

Aproximadamente 80% das operações da empresa já estão no exterior, sendo que 56 de suas fábricas estão nos EUA e são responsáveis por mais da metade de suas vendas globais. Os proprietários do Grupo já estão no país, em Nova York, onde a base de operações só aumenta. Em dezembro passado a empresa realizou um IPO na Bolsa de Nova York, dando início a um amplo processo de realocação que claramente retira a administração geral da empresa de solo brasileiro. 

Quem abriu a IPO foi a JBS Foods International, com sede na Holanda. Ainda em 2016 eles tentaram migrar sua sede para a Irlanda, algo que só não foi possível graças à oposição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES. A ida para os EUA, que não pode ser considerado paraíso fiscal, como a Irlanda o foi na época, parece ter sido a saída.

O silêncio do BNDES foi questionado, na época, como apoio aos negócios praticados em benefício da família Batista Sobrinho. O órgão ligado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, foi notificado sobre os atos da administração do JBS onde os administradores do Grupo favoreceram seu próprio banco, o Banco JBS S/A, hoje Banco Original. A acusação é de ter utilizado recursos da empresa de capital aberto para alavancar os negócios do Original e da JBS Negócios Agropecuários. 

A interpelação indagava à Presidência do BNDES se ela apoiava os atos da família controladora do JBS ou se adotaria medidas para afastar o controlador da administração do frigorífico. Nada foi feito, e agora o Grupo, que continua sendo investigado em diversas operações como a Lava Jato e a Carne Fraca, solta uma delação devastadora para a economia e administração do país, e se prepara para deixa-lo. Enquanto isso seu acionista, BNDES, continua calado.

A CVM, assim como o Banco Central, foi acionada pelo advogado Nacir Sales, porque o JBS não pode realizar negócios em benefício de seus controladores, uma vez que a empresa possui milhares de acionistas que compraram ações na BOVESPA. O interesse dos investidores do mercado de capitais é protegido pela CVM, órgão regulador que por isso mesmo é chamada de “xerife do mercado”. “O BNDES não poderá manter a sua atitude de indiferença, ainda mais agora dado o cenário, sob pena de a própria administração incorrer em responsabilidade”, afirma Sales.

Quando dos fatos denunciados, o Ministro Henrique Meirelles era Presidente do Banco Central do Brasil, e a representação levada ao BACEN na mesma época dava conta que o Banco Original jamais poderia ter sido fundado da forma que foi, já que seu primeiro presidente, Geraldo Dontal, era réu no processo do Mensalão Mineiro, não preenchendo a condição legal da "reputação ilibada". Além disso, não poderia ter se utilizado de uma companhia de capital aberto, o maior frigorífico do mundo, para alavancar um banco particular da família controladora do Grupo JBS.

Após sair da presidência do Banco Central, o Ministro Meirelles, sem dar notícias de haver punido publicamente o Banco JBS, veio a presidir a empresa que é dona do Original e controla o Frigorífico JBS. “Com a situação atual, nos resta saber quanto mais a justiça irá se cegar diante das ações do grupo”. São mesmo muitas coincidências curiosas envolvendo o Grupo, que aparentemente é quem mais se beneficia de sua “delações das delações”.




Nacir Sales





Ação controlada, delação e o grave cenário político do país



O Brasil sofreu mais um duro golpe em sua vida política na noite do último 17 de maio. Mais uma delação explosiva pode mudar os rumos do país. O presidente Michel Temer foi gravado por um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS, falando sobre a compra do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

As gravações foram legais, pois trata-se de uma ação controlada, prevista na Lei de Organizações Criminosas. Neste caso, a Lei determina que o Ministério Público pode decidir o momento de divulgar as informações contidas nas gravações, na medida em que as investigações vão avançando. O processo de delação dos executivos da JBS teve acompanhamento eletrônico de cédulas de dinheiro, filmagens e gravações, forma excepcional de investigação policial.

Essa ação controlada fez parte do acordo de delação, no qual o investigado terá benefícios, como um tempo menor de prisão ou mesmo a extinção da pena.

O futuro próximo deve ter pedido de impeachment ou até mesmo a renúncia de Michel Temer. Nesse caso, o Brasil se tornará uma zona cinzenta.  Inicialmente teríamos uma eleição indireta e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assumiria o cargo interinamente.
Entretanto, não há condições morais e políticas neste momento de qualquer parlamentar envolvido na Operação Lava-Jato assumir o cargo de maior responsabilidade de nosso país. Temos um Congresso Nacional carcomido pela corrupção, são três quartos de deputados e senadores envolvidos e investigados pelos mais variados crimes.

Ademais, não existe credibilidade para Congresso Nacional eleger ninguém. Preciso pensar em alternativas, uma delas é uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar as atuais regras do jogo. Seria uma exceção neste terrível cenário, onde poderíamos pensar em eleições diretas.

Além de Temer, existem também acusações graves contra o senador Aécio Neves, que poderá ter seu mandato suspenso a qualquer momento pelas recentes revelações da delação de Joesley Batista, que entregou à Polícia Federal áudio em que o senador pede R$ 2 milhões para pagar seus advogados de defesa na Lava-Jato. O delator aponta ainda que a propina teria sido repassada para o senador Zeze Perrella. Trata-se de uma rede de corrupção que parece não ter fim

Essas delações e as próximas que virão ainda devem atingir muita gente graúda do BNDES, Caixa Econômica Federal, entre outros. Está se abrindo a caixa preta do Governo Federal.

Aguardemos os próximos capítulos desta triste página da política brasileira. Precisamos de ações rápidas e certeiras, mas também de serenidade para colocar o país nos trilhos corretos e começar a exterminar, de uma vez, os focos de corrupção que nos afundaram nesta crise.

Marcelo Gurjão Silveira Aith - advogado especialista em Direito Público e Eleitoral e sócio do escritório Aith Advocacia

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