As empresas estão
apostando na mão-de-obra que a terceira idade pode oferecer. Nos Estados
Unidos, por exemplo, já existem programas específicos para a contratação de
pessoas mais experientes, com chances de carreira. Os idosos estão apostando
nas oportunidades de emprego e se adequando, fazendo cursos, se atualizando
tecnologicamente e profissionalizando.
No Brasil, o ranking das
ocupações que mais empregaram a terceira idade, nos últimos dois anos, teve
dirigentes públicos em primeiro lugar, seguido por professores do ensino
fundamental e construção civil. O setor da construção, aliás, é um dos que
apresentam saldo positivo para essa faixa da população.
De olho nessa demanda, a
Elite International Realty, consultoria de imóveis sediada em Miami e comandada
pelos brasileiros Léo e Daniel Ickowicz, pai e filho, está investindo em
empreendimentos que atendam ao público na questão da moradia.
O Aventura Parksquare,
comercializado pela imobiliária, é um complexo formado por condomínios
residencial e de escritórios, hotel, centro de bem-estar e uma comunidade para
a terceira idade.
O empreendimento conta com
uma instalação de luxo de repouso para idosos e 144 apartamentos adaptados para
eles, são os chamados Sênior Community, desenvolvidos exclusivamente para
pessoas que têm mais de 55 anos de idade. Todos com portas mais largas, barras
de apoio nos banheiros, tomadas mais baixas e acessos externos facilitados.
Os apartamentos foram
projetados sob a premissa de que a casa deve ser um local seguro, confortável e
se adaptar à rotina dos moradores. É essencial proteger as pessoas que têm
problemas de equilíbrio e flexibilidade. Planejar a residência e garantir a
autonomia dos idosos permite que sua rotina permaneça a mais estável possível.
Problemas de visão,
redução da audição, hipertensão, labirintite e efeitos colaterais de remédios
são algumas das causas dos acidentes que acontecem principalmente dentro de
casa.
De acordo com projeções
das Nações Unidas, uma em cada nove pessoas no mundo tem 60 anos ou mais e
estima-se um crescimento para uma em cada cinco por volta de 2050. Em 2050,
pela primeira vez, haverá mais idosos que crianças menores de 15 anos.
No Brasil, não existem
dados estatísticos dos tipos de instituições que estão disponíveis para idosos,
mas sabe-se que muitos asilos funcionam sem registro, são irregulares e
predomina o caráter filantrópico e assistencial com voluntários. Estima-se que
cerca de 26% dos idosos vivam em situações precárias e tenham más condições de
vida.
"É um mercado que
merece a devida atenção. Existem muitos programas de incentivo à cultura e ao
turismo com benefícios para estimular que o idoso continue tendo uma vida
ativa, mas não observo investimento em residências para esse público no
Brasil", afirma Léo.
Assistência de casas de
repouso ou de cuidadores, serviços e mão de obra para os idosos são muito
caros, por isso eles acabam ficando em suas próprias casas, que não são
adaptadas, fato que os sujeita a um enorme número de acidentes - 70% dos que
ocorrem com idosos se dão dentro de casa.
"Nos Estados Unidos
está crescendo o investimento nesse tipo de imóvel, já que a demanda só tende a
crescer. A adaptação dos ambientes residenciais precisa estar diretamente
relacionada às necessidades de assistência e capacidades física e sensorial.
Nosso objetivo é promover a independência e a autonomia do morador",
conclui Daniel.