Foto divulgação da ARTESP |
Pelo
menos uma vez por ano cada uma das 20 concessionárias do Programa de Concessões
Rodoviárias do Governo do Estado de São Paulo, gerido pela ARTESP -
Agência de Transporte do Estado de São Paulo, realiza em um trecho da malha sob
sua responsabilidade uma atividade que, muitas vezes, pode ser confundida com
um grave acidente rodoviário. Os exercícios de Simulado de Atendimento a
Acidente com Produtos Perigosos tem como cenário um quadro que envolve pelo
menos um caminhão, carros de passeio, às vezes ônibus com vários passageiros e,
em quase totalidade das vezes, vítimas com ferimentos de gravidade leve a
gravíssima ou presas em ferragens. E, claro, sempre há vazamento de produtos
tóxicos na pista.
Entre
as prioridades do exercício estão a capacitação das equipes de Atendimento
Pré-Hospitalar (APH) e operacional frente a situações de emergência. A
realização da atividade tem, entre outros objetivos, integrar as equipes das
concessionárias com as de órgãos como Corpo de Bombeiros, Polícia Militar
Rodoviária (PMRv), Defesas Civis estadual e municipais, Cetesb, Águia da
Polícia Militar, entre outras. A ação é prevista no contrato das
concessionárias que operam os 11,1 mil quilômetros de rodovias concedidas do
Estado de São Paulo. Cabe a ARTESP coordenar a programação e a fiscalizar os
simulados, conforme previsto na ficha técnica do Simulado de Atendimento a
Acidente com Produtos Perigosos.
“É
muito importante treinar e manter as equipes de atendimento em condições de
assistência e suporte a qualquer ocorrência ou sinistro. A integração das
equipes envolvidas com a Polícia Militar Rodoviária, Bombeiros, SAMU e Cetesb
busca preparar para situações de emergência que podem acontecer diariamente nas
rodovias concedidas”, diz Milton Persoli, diretor-geral da ARTESP.
Foto divulgação da ARTESP |
ENTENDA COMO FUNCIONA
O cenário e o
roteiro da ação são baseados nas experiências de rotina, estudos das
características dos produtos transportados na malha viária, tipo de acidente
registrado, e contam, ainda, com a contribuição de órgãos parceiros, além de
serem aprovados pelo Programa de Redução de Acidentes (PRA), que define grau de
dificuldade, quantidade de vítimas, quantidade de veículos envolvidos e o
tipo do produto perigoso.
A preparação dos
roteiros dos simulados, bem como a narrativa da história, são produzidos pelas
equipes de operações das concessionárias e contam com representantes de
diferentes áreas como engenharia, meio ambiente e sustentabilidade. Há sempre a
participação de outros agentes que atuam nas rodovias, como a Polícia Militar
Rodoviária, Bombeiros, SAMU, Defesas Civis estadual e municipais, Departamento
de Estradas de Rodagem (DER), empresas parceiras, além de outros órgãos
de resgate e do governo, para definição da atuação operacional de cada
instituição.
Para a encenação,
as vítimas (atores) são estudantes de enfermagem convidados, funcionários
voluntários das próprias concessionárias, colaboradores terceirizados, entre
outros. Os envolvidos também produzem cenografia, caracterização e
maquiagem.
CENÁRIO
A cena é montada
tendo como premissa o desafio técnico e treinamento mais próximo de uma
situação real. Assim, poderão ser realizados ensaios de acordo com o grau de
dificuldade proposto para a cena, bem como reuniões de alinhamento prévio com
todos os envolvidos, onde participam tanto as equipes internas, quanto as
externas como técnicos da área de operações da ARTESP e policiamento
rodoviário.
Os veículos
utilizados nos simulados são algumas vezes da própria concessionária, veículos
de passeios sucateados para que as equipes de resgate e Bombeiros possam
treinar as técnicas de salvamento de vítimas presas em ferragens. As operadoras
contam com o apoio de empresas parceiras para o empréstimo de ônibus e
caminhões de transportadoras, que participam do evento.
Foto divulgação: Arteris Intervias |
LOCAL
Já para a escolha
do local são levados em consideração pontos como o baixo risco de
congestionamento e que gere menor impacto aos demais usuários do trecho,
garantindo também a segurança dos participantes. Antes do exercício simulado é
feito um “simulado de mesa”, onde são realizados os últimos ajustes e
orientações de posicionamento dos recursos para a encenação do
atendimento ao acidente.
“Os simulados de
acidente com derramamento de produtos perigosos trazem impactos positivos para
a agilidade na tomada de decisão frente a uma situação real com múltiplas
vítimas e contaminação de solo, pois reforçam que o treinamento das
equipes operacionais e de APH, além de garantir integração fundamentais para
salvar vidas”, explica Walter Nyakas, Diretor de Operações da ARTESP.
AVALIAÇÃO
DO SIMULADO
A equipe da
Diretoria de Operações (DOP) da ARTESP avalia o atendimento disponibilizado
pelas concessionárias, fazendo sugestões e exigindo melhorias, quando
necessário. São avaliados os tempos de resposta para o atendimento,
sinalização, integração de todas as equipes envolvidas e os demais
procedimentos adotados para que os objetivos sejam atingidos.