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terça-feira, 2 de março de 2021

A agricultura de precisão a serviço da adubação ambientalmente correta

Em sua propriedade o produtor rural Vicente iniciou um diagnóstico do solo para avaliar a necessidade de fertilizantes. O objetivo era reduzir o custo com a aplicação de fertilizantes. Foi sabendo sobre a utilidade da agricultura de precisão que Vicente encontrou o caminho para fornecer a dose necessária de uma maneira muito localizada. 

O termo agricultura de precisão, frequentemente abreviado como AP, é um conceito de gestão agrícola moderna que usa técnicas digitais para monitorar e otimizar os processos de produção agrícola. O principal objetivo desta ferramenta é a otimização. Em vez de aplicar uma quantidade igual de fertilizante em uma área inteira, a agricultura de precisão leva em conta as variações dentro da área e aplica doses de fertilizante de acordo com as variações. Isso permite otimizar o uso de fertilizantes, reduzir custos e diminuir o impacto ambiental.

 

“O processo ainda está em andamento, mas quando terminar, poderei saber os teores de nutrientes e o pH quase por metro quadrado”, explica Vicente.

 

Este diagnóstico é ainda mais importante porque, entre 2013, Vicente iniciou o plantio de duas safras, com soja e milho, em sua propriedade de 1000 ha. O manejo foi então alongado e a questão da adubação veio à tona. “Adubar duas culturas representou um custo significativo. Meu objetivo é ser capaz de usar o fertilizante certo no lugar certo”, explica Vicente.

 

O sucesso de uma propriedade não está somente em ter altos rendimentos das culturas, mas também ter um bom retorno econômico. “Nosso desafio está na qualidade da nossa produção, mas também no aspecto ambiental. A agricultura de precisão torna possível atender a esses dois critérios ", diz Vicente.

 

O objetivo da agricultura de precisão é homogeneizar o rendimento das safras, fornecendo a dose certa de fertilizante necessária. Pode, portanto, impactar o balanço econômico da fazenda de duas maneiras: ou, como na propriedade do Vicente, permite reduzir despesas otimizando a compra de fertilizantes, ou permite aumentar a produtividade em certas áreas que anteriormente eram mal adubadas.

 

Mediante o uso da agricultura de precisão é possível obter os mapas de produtividade da propriedade do Vicente. "Os mapas de produtividade são importantes, mas não foram feitos para pendurar na parede, onde fica muito bonito. Eles são sobrepostos aos mapas de diagnósticos do solo, o que fazem tomar maior importância", reitera Vicente.

 

Só é possível alcançar esse resultado, se houver primeiro investimento no processo. O diagnóstico realizado por Vicente representa, por si só, um investimento monetário por hectare. O equipamento para modular a informação também representa um investimento significativo. No entanto, a economia feita com a redução do volume de fertilizantes e outros insumos pode reembolsar rapidamente os custos da aplicação da agricultura de precisão.

 

Com o crescente uso de fertilizantes e produtos fitossanitários foi necessário otimizar o uso para proteger as pessoas e o meio ambiente. A agricultura de precisão conta com ferramentas tecnológicas que auxiliam o agricultor a tomar as melhores decisões possíveis para suas safras, se tornando a ponta de lança da agricultura sustentável.

 

Com objetivo de melhorar a percepção da população em relação às funções e os benefícios dos fertilizantes, foi estabelecida no Brasil, em 2016, a iniciativa Nutrientes Para a Vida (NPV). A NPV possui visão, missão e valores análogos aos da coirmã americana, a Nutrients For Life. Sua principal missão é destacar e informar a respeito da relevância dos fertilizantes para o aumento da qualidade e segurança da produção alimentar, colaborando com melhores quantidades de nutrientes nos alimentos e, consequentemente, com uma melhor nutrição e saúde humana.

 



 

Valter Casarin - engenheiro agrônomo, coordenador científico da  iniciativa Nutrientes para a Vida

 

Três das tendências de busca de emprego que mais crescem no Brasil atualmente, de acordo com o Indee

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Buscas para o termo 'home office', aumentaram quase 600% em janeiro em comparação com o mesmo período do ano passado


A pandemia da Covid-19 impactou muitas empresas e trabalhadores em todo o mundo e impactou principalmente os trabalhos de serviços essenciais. Muitas mudanças estão acontecendo no mercado de trabalho brasileiro e a fim de identificar as tendências mais recentes na procura de emprego no Brasil, o Indeed calculou o volume das buscas (por 1M) em Jan'20 e Jan'21, e então calculou a variação em % dessas participações , e descobrimos três tendências principais que estão acontecendo no mercado agora. 


Oportunidades em serviços essenciais

Como mostram as estatísticas do governo, os trabalhos mais afetados com a pandemia foram os que não são possíveis de serem feitos em home-office, como porteiros, manutenção e faxina e também motoristas, vendedores de loja e atendentes. E as estatísticas do Indeed mostram que, por exemplo, as pesquisas de emprego para o termo ‘motorista categoria b’ - cresceram 263% neste mês de janeiro, com mais de 3,4 mil pesquisas por milhão. Assim como as pesquisas pelos termos ‘atendente de loja’ e ‘porteiro noturno (12x36)’, aumentaram 236% e 113% respectivamente. 


A tendência de 'home office' e horários flexíveis

Como esperado, as pesquisas pelo termo 'home office', por exemplo, aumentaram 594% quando comparamos jan2020 a jan2021, com mais de 7 mil pesquisas por milhão em janeiro deste ano. Um reflexo dos hábitos trazidos pela pandemia. 

Para Felipe Calbucci, diretor de vendas do Indeed, esse dado marca uma nova tendência no Brasil que se manterá mesmo quando a situação da Covid-19 se resolver. “As pessoas tiveram a oportunidade de sentir como é ter flexibilidade e melhor qualidade de vida trabalhando à distância e escolhendo seus próprios horários. Não perder tanto tempo no trânsito para chegar ao trabalho e poder ficar mais tempo com a família é algo de que as pessoas não irão abrir mão facilmente. É por isso que podemos ver um aumento tão grande na procura de empregos que oferecem a opção de home office”. 

O sistema de home office implantado durante a pandemia também possibilitou a contratação de pessoas com deficiência, uma vez que a falta de adequação dos espaços de acessibilidade nos ambiente de trabalho deixaram de ser um problema. De acordo com os dados do Indeed, houve um aumento de 21% nas pesquisas por 'vagas pcd'.


Jovens no mercado de trabalho

Os dados também mostraram que as pesquisas pelo termo “jovem aprendiz '' cresceram 9% quando comparamos jan2020 a jan2021, com quase 17 mil buscas por milhão em jan 2021. A demanda por estágios também cresceu em muitos setores. O termo 'estágio' sozinho cresceu 10%, com mais de 659 pesquisas por 1 milhão. Mas as que tiveram o maior aumento nas pesquisas na comparação jan2020 - jan2021 foram 'estágio engenharia’ (115%), ‘estágio em direito’ (89%) e 'estágio recursos humanos’ (68%). As pesquisas por 'estágio online' aumentaram 133%. E o termo 'trainee' teve um acréscimo de mais de 18%.

“Considere um emprego pela experiência. Seu primeiro emprego pode não ser exatamente o que você deseja, mas oferece uma experiência valiosa que você pode usar mais tarde. Cada setor apresenta formas únicas para você aprender novas habilidades ou aprimorar as antigas”, disse Calbucci. “Minha recomendação para os jovens que buscam entrar no mercado de trabalho é fazer networking em todas as oportunidades disponíveis, networking é essencial para encontrar emprego e progredir na carreira. E também adaptar seu currículo para cada vaga que aplicar, gerentes de diferentes locais procuram qualificações diferentes que condizem com a demanda de cada vaga. Procure palavras-chave específicas ou frases de destaque nas descrições dos cargos das vagas de interesse”.


Alta de preços do transporte de cargas pressiona inflação, diz economista da ESPM


Segundo Leonardo Trevisan, redução da concorrência no setor é um dos motivos para a elevação dos preços cobrados pelos serviços

 

- A alta do dólar não é o único fator que pressiona a inflação. Os preços do transporte de cargas vêm passando por diversas alterações desde o início da pandemia do novo coronavírus, provocando um efeito cascata. Um dos motivos seria a redução da competição no setor. Um levantamento sobre transporte de carga marítima feito pela  Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o número de transportadoras que operam para empresas no Brasil caiu de 23 para 14, de 2015 para 2019. “Com um número menor de empresas que transportam contêineres por via marítima, os preços tendem a subir”, diz o economista da ESPM, Leonardo Trevisan.

Segundo dado da Associação Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (ABINEE), o preço do transporte unitário de contêineres triplicou, passando de 3 000 dólares, em 2019, para 9 000 dólares em 2020. Pelo ar o transporte de carga também encareceu, passando de 6 dólares o quilo de carga transportada, em 2019, para 12 dólares o quilo, em 2020. “A somatória dessas variantes logísticas afeta direta ou indiretamente os preços de produtos que são vendidos para a indústria ou direto ao consumidor, o que pressiona os preços e aumenta a taxa de inflação”, diz Trevisan.

 

segunda-feira, 1 de março de 2021

SAÚDE DA MENTE & PANDEMIA | Pesquisa aponta que 59% dos brasileiros que trabalham no modelo home office estão mais irritados

 
O recorte "Impacto do home office no humor do brasileiro" aponta que 59% dos entrevistados que trabalham em casa estão mais irritados. Entre os que adotaram o modelo híbrido - parte em casa, parte no escritório - esse índice é superior e atinge 65% dos entrevistados. Ainda assim, na prática, mesmo com todos os desafios, o modelo tem representado diminuição do estresse. Entretanto, as pesquisadoras alertam que os índices de irritação são muito altos em ambos os casos.


Conduzido pela NOZ Pesquisa e Inteligência em parceria com o Instituto Bem do Estar, o mapeamento “Saúde da Mente & Pandemia” – realizado entre maio de 2020 e fevereiro de 2021 com 1.515 participantes (primeira etapa) e 1.050 (segunda etapa) – investigou o impacto do isolamento social no cotidiano do brasileiro. O levantamento avaliou questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; alimentação; e o impacto na libido de casados e solteiros.


De solução a problema, o home office se tornou um fator de estresse e alteração de humor para uma legião de brasileiros que adotou o sistema de trabalho remoto como medida de prevenção e maneira de manter o distanciamento social. Para entender o real impacto da pandemia na saúde emocional dos brasileiros, o Instituto Bem do Estar e a NOZ Pesquisa e Inteligência conduziram o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia, que contou com 2.565 respostas de brasileiros de todas as regiões, idades e classes sociais. O levantamento – conduzido entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, em duas etapas – traz um recorte que avalia como a modalidade influenciou os trabalhadores submetidos ao trabalho a distância.

Para 59% dos entrevistados, trabalhar em casa gerou um estado maior de irritação; 65% dos profissionais que estão retornando ao local de trabalho e que dedicam alguns dias ao home office, em um modelo híbrido, também reportam que estão mais irritados do que quando o trabalho era totalmente presencial. De acordo com as pesquisadoras, os índices de irritabilidade são altos nos dois modelos, embora os dados mostrem que permanecer em casa, com todos os desafios, pode reduzir o estresse. 

O mesmo padrão foi observado em relação à insegurança: enquanto 53% dos brasileiros que estão em home office estão se sentindo mais inseguros, o percentual é de cerca de 63% para os estão no modelo híbrido – ou trabalhando apenas presencialmente. Esses índices apontam para o aumento da insegurança em relação ao contágio, principalmente, no momento que vivemos, no qual são registrados novos picos da doença.

A pesquisa – que integra o projeto Sociedade de Vidro – avaliou, também, questões como hábitos e rotinas; sentimentos e reações físicas; e impacto na alimentação e na libido de casados e solteiros. Ao longo do primeiro trimestre de 2021, o levantamento contará com outros módulos focados em investigar a saúde da mente de moradores de periferias, de jovens e o novo ambiente de trabalho.

Segundo Juliana Vanin, fundadora da NOZ Pesquisa e Inteligência e uma das coordenadoras da pesquisa Saúde da Mente & Pandemia, entre os destaques do mapeamento estão as análises propositivas que a diversidade de dados possibilita. “A pesquisa traz muitas informações sobre os sentimentos e as reações físicas, mas também mapeamos mudanças nos hábitos e nas rotinas provocadas pela pandemia, como, por exemplo, o nível de isolamento, aumento de horas dedicadas ao home office e às atividades físicas. Isso nos permite traçar as relações entre as alterações nos sentimentos e as reações físicas ligadas à ansiedade e à depressão com as novas rotinas e os novos hábitos. Essas análises serão úteis para planejarmos como lidar com a saúde da mente nesse novo contexto em que vivemos”, afirma Juliana.

Na percepção de Isabel Marçal, cofundadora do Instituto Bem do Estar, o diferencial da pesquisa está em proporcionar pelo menos cinco minutos de reflexão aos participantes sobre os próprios sentimentos e as reações físicas diante da maior crise da contemporaneidade. “Queremos impulsionar o debate, a troca de experiências e a escuta de novas visões e percepções sobre a saúde da mente. E, o primeiro passo é entender como estão nossos sentimentos e quais reações físicas são provocadas em nosso corpo por questões emocionais. A pesquisa proporcionou, por meio do olhar para si mesmo, que levantássemos esses dados, além de outros – citados por Juliana Vanin, com possibilidade de diversos cruzamentos. A partir dos dados levantados e compilados de forma consistente, precisa e plural, poderemos, com a ajuda de especialistas convidados, observar as tendências e realizar uma análise propositiva do atual cenário brasileiro da saúde da mente”, avalia Isabel.

De acordo com a análise de Milena Fanucchi, cofundadora do Instituto Bem do Estar, a pandemia veio para ‘iluminar’ diversos problemas da nossa sociedade, entre eles, os transtornos relacionados à saúde da mente, como depressão e ansiedade. “Se, antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já previa que, em 2020, a depressão seria a maior causa de afastamentos no trabalho – e até 2030 a doença mais incapacitante do mundo –, imagina agora? A pesquisa mostra o aumento de diversos sintomas relacionados tanto à depressão quanto à ansiedade, o que é preocupante. Por isso, é de extrema urgência informar a população sobre os cuidados com a nossa saúde da mente, para assim prevenir, principalmente, a depressão e a ansiedade", pondera.

“Embora esteja sendo uma alternativa para manter o distanciamento social, o home office traz desafios, sobretudo à saúde da mente. Em alguns aspectos, proporcionou comodidade e qualidade de vida; em outros, trouxe transtornos, reforçando quadros de ansiedade e irritação, como demonstra o recorte da pesquisa. Em suma, embora permanecer trabalhando em casa neste momento possa trazer maior segurança, os dados mostram que a modalidade ainda requer alguns ajustes para garantir o bem-estar de funcionários com diferentes perfis comportamentais”, analisa Juliana Vanin.


PRINCIPAIS RESULTADOS DO RECORTE

| Entre quem estava trabalhando no final de 2020 e no início de 2021, 56% dos entrevistados estavam atuando integralmente em home office. Na pesquisa Sociedade de Vidro, realizada em maio de 2020, 69% dos respondentes estavam trabalhando em home office.

  • 5%      sempre atuaram no sistema home office.
  • 47%    estavam trabalhando em home office, sem previsão de retorno presencial.
  • 4%      estavam trabalhando em home office, mas já com previsão de retorno.
  • 14%    estavam retornando ao local de trabalho, ou seja, trabalhando alguns dias da semana presencialmente e, em outros, no modelo home office.
  • 13%  por um período trabalharam em home office, mas já retornaram presencialmente todos os dias.
  • 15%    não trabalharam em nenhum momento em home office durante a pandemia.
  • 2%      outros formatos.


O percentual de pessoas que se sentem excessivamente preocupadas mais do que antes do início da pandemia é maior entre quem está deixando de ou nunca trabalhou em home office (o percentual é crescente).

  • 60%    sempre atuaram em home office.
  • 63%    estavam trabalhando em home office, sem previsão de retorno presencial.
  • 64%    estavam trabalhando em home office, mas já com previsão de retorno.
  • 63%    estavam retornando ao local de trabalho, ou seja, trabalhando alguns dias da semana presencialmente e, em outros, no modelo home office.
  • 68%    trabalharam em home office, por um período, mas já retornaram presencialmente todos os dias.
  • 69%    não trabalharam em nenhum momento em home office durante a pandemia.

 

 A análise do impacto do home office no grau de irritação dos entrevistados.

  • 59% dos que estão em home office estão mais irritados.
  • 65% que estavam retornando ao local de trabalho – ou seja, trabalhando alguns dias da semana no local de trabalho e, nos outros, em home office – estão mais irritados.
  • 65% que não trabalharam em nenhum momento em home office durante a pandemia estavam se sentindo mais irritados.

Em geral, o aumento da dificuldade de concentração não se altera entre quem está em home office ou não, mantendo-se alta para todos; porém, cerca de 53% afirmaram que estão com mais dificuldade do que antes da pandemia. Entretanto, entre os que estavam retornando ao local de trabalho – trabalhando alguns dias da semana presencialmente e, em outros, trabalham em home-office – 68% sentiam-se com maior dificuldade de concentração.


METODOLOGIA DA PESQUISA | Conduzida pela NOZ Pesquisa e Inteligência – em parceria com o Instituto Bem do Estar –, o mapeamento Saúde da Mente & Pandemia é uma pesquisa quantitativa on-line com questionário de autopreenchimento voluntário. Sem fins comerciais, foi realizada entre de maio de 2020 e fevereiro de 2021 e contou com participação voluntária de 1.515 respondente na primeira fase e mais 1.050 na segunda etapa. Os dados permitiram mapear os sentimentos, as sensações e mudanças de hábitos e rotinas durante o isolamento social. O perfil da amostra é composto por 20% homens, 70% mulheres e 10% outros ou preferiram não informar; 75% moradores do Estado de São Paulo e 25% distribuídos por todas as regiões do Brasil e com faixas etárias e renda mensal individual diversas. 

O estudo “Saúde da Mente & Isolamento Social” integra um grande projeto do Instituto Bem do Estar, Sociedade de Vidro – um olhar contínuo sobre a sociedade brasileira e as fragilidades emocionais. O projeto conterá estudos para que o máximo de dados sejam levantados e compilados de forma consistente e precisa, além de iniciativas de reflexão e conscientização. 

 

 

INSTITUTO BEM DO ESTAR

www.bemdoestar.org

 

NOZ PESQUISA E INTELIGÊNCIA

www.noz-pesquisaeinteligencia.com


Quando uma mulher é empoderada?

Divisão de átomos, limpador de para-brisa, genética microbiana, cromossomos X e Y, bote salva-vidas. O que todas essas invenções têm em comum? Foram descobertas feitas por mulheres. É verdade que o empoderamento feminino é uma palavra moderna, mas é inegável que a ousadia, o estímulo e a habilidade feminina sempre estiveram ativamente entre os domínios ditos como masculinos.

Mas quando é que a mulher é empoderada?! Quando está psicologicamente fortalecida! A mulher que não permite ser subjugada, que tem a autoestima inabalável, tem tudo para conquistar seus sonhos sem temor às diferenças de gêneros. Da forma que vejo, esses ensinamentos precisam vir do berço, da escola, da sociedade e, também, da literatura como agente transformador. Os livros sempre foram e serão essenciais para construção gradual desta mudança social, que aos poucos quebra paradigmas preestabelecidos em sociedades tradicionais.

De uma forma mais ampla, a literatura de ficção que traz personagens femininas fortes, como é o caso do romance D'Angelo - O Viajante de Conca, inspira um simbolismo à imaginação de leitoras que passam a se espelhar na personagem, em seu modo de expressar suas emoções na construção de uma mulher forte que busca a equidade de gênero, mesmo em outras épocas como em 1949 – ano em que se passa a obra.

No outro lado do prisma, quando decidi escrever um romance de época em um universo totalmente dominado pelas mulheres, sabia das dificuldades, mas foi espelhando-me nessa quebra de padrões que tornei meu objetivo uma realidade. É fato que ainda ouço pessoas impressionadas com isso, mas os desafios nos movem para fora da zona de conforto e é lá que estão as oportunidades.

Deixo aqui minha homenagem às mulheres e o anseio para que todas tenham a certeza que são fortes, que acreditem em seus potenciais. Desejo que todas possam se espelhar nas personagens fortes da minha obra, que sejam uma Valentine confiante; uma Giovanna dona de si e decidida ou uma Isabella em busca de seus sonhos e que todas possam conquistar sua própria felicidade. E, é claro, uma homenagem singular às minhas leitoras que tornam o meu trabalho especial e minha obra mágica.

 



Sérgio Giacomelli - escritor, engenheiro eletricista, nascido em São Miguel do Oeste/SC, passou a infância e a juventude entre a cidade e o campo. Viveu muitos anos em Ribeirão Preto/SP e na capital paulista, hoje segue a vida profissional em Belo Horizonte/MG. Apaixonado por pesquisas, é descendente de italianos e coloca essas particularidades no romance de época D'Angelo - O Viajante de Conca.


Campanha mundial reforça que é possível viver bem com a Doença Renal Crônica

Dia Mundial do Rim: educação e conscientização podem fazer a diferença na prevenção e tratamento da DRC


Idealizado pela Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN), o Dia Mundial do Rim (DMR) tem como objetivo reduzir o impacto da doença renal em todo o mundo, sendo comemorado na segunda quinta- feira do mês de março. Esse ano, a data será celebrada no dia 11 de março. A Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) coordena a campanha no Brasil, desenvolvendo material informativo e educativo sobre os fatores de risco para a Doença Renal Crônica (DRC) para todas as regiões do país visando estimular os cuidados com a saúde dos rins.

"Um dos objetivos da campanha mundial de 2021 é ressaltar a importância de educar e conscientizar a população sobre os sintomas da DRC e mostrar que o paciente renal pode ter qualidade de vida e, conviver bem com a doença, seu tratamento e suas diversas fases", comenta Dr. Osvaldo Merege Vieira Neto, presidente da SBN.

O empoderamento do paciente, sua autonomia, envolvimento e resiliência também são tópicos importantes da campanha. O diagnóstico da doença renal crônica pode ser um grande desafio para o paciente, seus familiares, amigos e pessoas do seu convívio social. "Por isso, é fundamental todos entenderem que a DRC, embora apresente sintomas e exija cuidados e gerenciamento com profissionais da saúde, é uma patologia que pode (e deve) ser controlada com tratamentos que visam longevidade, aliviam os sintomas e restauram/substituem a função renal", explica Dr. Merege.

Para o presidente da SBN, o DMR deste ano repetirá o grande sucesso dos anos anteriores, com um número cada vez maior de atividades, sendo o Brasil o atual campeão em ações em todo o mundo. "Para isso, há o engajamento de diversos profissionais de saúde, assim como da maioria dos associados da Sociedade."

Com o tema "Vivendo Bem com a Doença Renal", diversas atividades serão realizadas no Brasil visando ressaltar a importância da saúde renal e conscientizar as pessoas sobre a necessidade da prevenção e diagnóstico precoce da DRC.


Sobre a Doença Renal Crônica


A doença renal crônica se caracteriza por lesão nos rins que se mantém por três meses ou mais, com diversas consequências, pois os rins têm muitas funções, dentre elas: regular a pressão arterial, filtrar o sangue, eliminar as toxinas do corpo, controlar a quantidade de sal e água do organismo, produzir hormônios que evitam a anemia e as doenças ósseas, entre outras. Em geral, nos estágios iniciais, a DRC é silenciosa, ou seja, não há sintomas ou são poucos e inespecíficos. Por isso, o diagnóstico pode ocorrer tardiamente, quando o funcionamento dos rins já está bastante comprometido, muitas vezes em estágio muito avançado, sendo necessário o tratamento de diálise ou transplante renal. Assim, são fundamentais a prevenção e o diagnóstico precoce da doença, com exames de baixo custo, como a creatinina no sangue e o exame de urina simples.


Brasil registra 9.457.100 milhões de pessoas recuperadas

Número é superior à quantidade de casos ativos, ou seja, pessoas que estão em acompanhamento médico. Informações foram atualizadas às 17h desta segunda-feira (01/03)


 

OBrasil já registra 9.457.100 milhões de pessoas curadas da Covid-19. O número é superior à quantidade de casos ativos (874.181) - que são os pacientes em acompanhamento médico. O registro de pessoas curadas já representa a grande maioria do total de casos acumulados (89,3%). As informações foram atualizadas às 17h desta segunda-feira (01/03) e enviadas pelas secretarias estaduais e municipais de Saúde. 

A doença está presente em 100% dos municípios brasileiros. Contudo, mais da metade das cidades (4.010) possuem entre 2 e 100 casos. Em relação aos óbitos, 1.717 municípios tiveram novos registros, sendo que 903 deles apresentaram apenas um óbito confirmado.  

O Governo do Brasil mantém esforço contínuo para garantir o atendimento em saúde à população, em parceria com estados e municípios, desde o início da pandemia. O objetivo é cuidar da saúde de todos e salvar vidas, além de promover e prevenir a saúde da população. 

Dessa forma, a pasta tem repassado verbas extras e fortalecido a rede de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), com envio de recursos humanos (médicos e profissionais de saúde), insumos, medicamentos, ventiladores pulmonares, testes de diagnóstico, habilitações de leitos de UTI para casos graves e gravíssimos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIS) para os profissionais de saúde. 

O Ministério da Saúde já destinou aos 26 estados e o Distrito Federal R$ 126,9 bilhões, sendo que desse total foram R$ 93,7 bilhões para serviços de rotina do SUS, e outros R$ 33,2 bilhões para a Covid-19. Também já foram comprados e distribuídos 28,2 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento do coronavírus, 345,2 milhões de EPI, mais de 23,5 milhões de testes de diagnóstico para Covid-19 e 79,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, que ajuda a diminuir casos de influenza e demais síndromes respiratórias no meio dos casos de coronavírus

O Ministério da Saúde, em apoio a estados e municípios, também tem ajudado os gestores locais do SUS na compra e distribuição de ventiladores pulmonares, sendo que já entregou 11.661 equipamentos para todos os estados brasileiros.

As iniciativas e ações estratégicas são desenhadas conforme a realidade e necessidade de cada região, junto com estados e municípios, e têm ajudado os gestores locais do SUS a ampliarem e qualificarem os atendimentos, trazendo respostas mais efetivas às demandas da sociedade. Neste momento, o Brasil registra 10.587.001 milhões de casos confirmados da doença, sendo 35.742 registrados nos sistemas nacionais nas últimas 24h. 

Em relação aos óbitos, o Brasil tem 255.720 mortes por coronavírus. Nas últimas 24h, foram registrados 778 óbitos nos sistemas oficiais, sendo que 1.131 óbitos ocorreram nos últimos três dias. Outros 2.811 permanecem em investigação. 

Ministério da Saúde

Em meio à pandemia, Agentes Comunitários de Saúde reforçam cuidados com a dengue durante visitas familiares

Chuvas comuns na estação reforçam importância dos cuidados com a doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti


Embora sejam registrados em todo o ano, é durante as chuvas de Verão que os casos de dengue geralmente apresentam aumento, em razão, principalmente, da maior proliferação do mosquito Aedes aegypti. Neste cenário, apesar da pandemia de Covid-19, que naturalmente tem dominado o debate nacional sobre saúde, os cuidados com prevenção, diagnóstico e tratamento da doença não podem diminuir.

Por todo o país, cidades reforçaram o combate e as políticas de conscientização para evitar que os números de infectados sigam crescendo na estação, como no caso do Estado do Paraná, que teve um aumento de 5% nos casos da doença somente entre as duas primeiras semanas de fevereiro.

De acordo com Simone Prado, enfermeira da equipe de Vigilância em Saúde do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim", a população tem sido orientada de forma periódica e presencial por Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Promoção Ambiental das unidades de saúde sob gestão do CEJAM.

"Durante as visitas, famílias recebem informações de combate à doença e sobre os cuidados necessários para impedir a reprodução do mosquito causador da dengue e de outras doenças, como Zika e Chikungunya", afirma.

Prevenção


A melhor maneira de prevenir a dengue é sempre adotar hábitos como armazenar lixo em sacos plásticos fechados, manter a caixa d’água vedada e não deixar água acumulada em calhas. Também é importante encher com areia os pratinhos dos vasos de plantas e tratar a água de piscinas e espelhos d’água com cloro. Outras medidas, como uso de repelentes, também são recomendadas.

O isolamento provocado pela pandemia fez com que muitas pessoas passassem a trabalhar de casa, facilitando as visitas e orientações diretas promovidas pelos agentes.

"A presença do usuário em sua residência no ato da visita facilita a inspeção dos profissionais e reforça a importância de sua colaboração em relação ao cuidado necessário para evitar risco de novos focos do mosquito", explica Simone.

Além das visitas presenciais, os cidadãos também contam com ampla presença de cartazes informativos e com orientações nas unidades de saúde, ressaltando o cenário de agravo da dengue durante o Verão.

Sintomas


Nesse sentido, a enfermeira frisa que a orientação às pessoas é para que procurem a unidade de saúde mais próxima caso notem a ocorrência de sintomas da dengue. "Para casos leves, recomenda-se repouso e ingestão de bastante líquido. Na presença de qualquer sinal de alarme, no entanto, deve-se procurar o serviço de saúde imediatamente", completa.

São considerados sinais de alerta para a ocorrência de dengue:

- Febre alta com início súbito

- Dor de cabeça

- Dor atrás dos olhos

- Dor no corpo

- Perda do apetite

- Manchas vermelhas na pele

- Náuseas

- Vômitos

- Tonturas

- Extremo cansaço

- Dores nas articulações

Alguns desses sintomas podem ser confundidos com os da Covid-19, em uma análise superficial. Por isso, o encaminhamento a um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento corretos é essencial.



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim"

 

5 principais motivos para dor nas costas

Má-postura no desempenho de atividades podem estar entre as principais causas 

 

A coluna vertebral se estende por todo o eixo central do corpo, sustenta o peso e conecta os sistemas nervosos central e periférico, para que tenhamos movimento e sensibilidade.

Por tal importância, é comum que seja bastante afetada: “especialmente ao longo da vida, pois há o acúmulo de má-postura, excessos de peso, pouco descanso, falta de nutrição, entre outros”, esclarece Dr. André Evaristo Marcondes, ortopedista e especialista em coluna no Hospital Sírio-Libanês. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% da população mundial ou já sofre ou pode sofrer com ao menos um episódio de dor nas costas durante a vida. “A parte mais afetada da coluna é a lombar, conhecida como lombalgia, mas o uso em excesso de dispositivos eletrônicos, com postura inadequada, tem feito aumentar os números de dores na coluna cervical”, revela o especialista.

 

Veja algumas das principais causas para dores nas costas:


 

1) ️Má-postura: sentar-se sem apoio nas costas, ficar muito tempo com a cabeça baixa, abaixar somente o dorso para pegar objetos pesados no chão, sem flexão das pernas, entre outros.

 

2) ️Sedentarismo: passar horas sentado aumenta a pressão da coluna sobre os discos intervertebrais, provoca alteração postural e consequente dor. A falta de atividades físicas também colabora para este quadro. 

 

3) ️Estresse: a condição causa tensão muscular e rigidez do corpo, que pode refletir em dor nas costas.

 

4) ️Doenças da coluna: os itens elencados acima, com o passar do tempo, podem resultar em problemas na coluna, como surgimento de protusão discal, hérnia de disco, desgaste, entre outros. Hereditariedade também é um fator para dores na coluna.

 

5) ️Traumas: batidas, movimentos muito bruscos e de alto impacto podem causar traumas na coluna vertebral, desencadeando dores nas costas.

 

“A saúde da sua coluna pode impactar no funcionamento de todo o corpo, por isso cuidados no dia a dia, como: manter a coluna alinhada, apoiar as costas ao sentar, levantar a cada hora para, flexionar os joelhos para agachar e usar o impulso das pernas para pegar objetos pesados no chão, são essenciais para evitar dores”, recomenda Dr. André. 

 

Pequenas mudanças no dia a dia ajudam a restaurar os quadros de dor e evitam a evolução dos problemas na coluna.

 

 

 

Dr. André Evaristo – Ortopedista Especializado em Coluna - Formado pela Universidade de Marília, fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia no Hospital do Servidor Público Municipal (SP) e é Especialista em Cirurgia da Coluna. É membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Coluna (SBC) e da North American Spine Society (NASS). Atualmente, atende no Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio-Libanês, AACD e NeuroOrtho Spine Center (N.O.S.). Instagram: @dr.andrecoluna | Facebook: @DrColunaAndreEvaristo




Março Amarelo: campanha da Endometriose

Endometriose, doença que acomete uma em cada dez mulheres, causa dor pélvica incapacitante e infertilidade – e o tratamento está relacionado à mudança no estilo de vida

 

Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, explica que a endometriose tem relação com os hábitos da paciente e componente emocional envolvido no desenvolvimento da patologia. Por isso, é preciso de um diagnóstico clínico bem feito e um tratamento multidisciplinar para eliminar o problema


Março Amarelo é o nome da campanha que alerta as mulheres para a endometriose, uma doença que causa dor pélvica, muitas vezes incapacitante, e pode levar à infertilidade.

Trata-se de uma doença inflamatória que, segundo o Ministério da Saúde (MS), atinge uma em cada dez mulheres em idade fértil no Brasil. “Às vezes, é fácil identificar que a paciente tem endometriose, no próprio exame clínico, quando ela relata os sintomas. Então, pedimos exames bioquímicos e de imagem para fechar o diagnóstico”, diz a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, especialista no assunto. 

A médica explica que a paciente com endometriose precisa ser tratada individualmente, porque essa doença nunca é igual, de uma mulher para a outra. “Por isso, cada uma precisa de um tratamento diferente, mas todas necessitam de mudança de estilo de vida”, diz ela.

A endometriose acontece quando a camada de tecido que reveste internamente o útero, o endométrio, ao se desprender (descamar), na menstruação, em vez de sair pela vagina, no formado de fluxo menstrual, por algum mecanismo não identificado completamente pela ciência, escapa para a cavidade abdominal. É a chamada menstruação retrógrada. “Quando algumas dessas células do endométrio migram para a cavidade abdominal, elas atingem outros órgãos, como as trompas, ovários, intestino e bexiga, por exemplo, fixando-se nestes órgãos. As células do endométrio descamam a cada menstruação, então, estejam elas onde estiverem, elas sangrarão a cada menstruação. É por isso que mulheres com endometriose na bexiga ou no intestino podem apresentar sangue na urina ou nas fezes, na menstruação, por exemplo”, resume Dra. Mariana.

A endometriose também pode atingir outros órgãos. Quando ela se encontra no músculo do útero, o miométrio, é chamada de adenomiose, e pode causar sangramento menstrual intenso e cólicas. Se, em casos raros, as células forem enviadas pela corrente sanguínea para órgãos distantes, como coração, cérebro e pulmões, pode haver complicações ainda mais severas. “No cérebro, ao sangrar, as células da endometriose podem causar um acidente vascular cerebral (AVC), por exemplo”.

A maioria dos casos de endometriose, porém, estão restritos à cavidade abdominal e devem ser diagnosticados o mais rápido possível, para que a mulher ganhe qualidade de vida.


O tratamento da endometriose

Dra. Mariana Rosario, que faz parte do corpo clínico do hospital Albert Einstein e também é obstetra e mastologista, diz que a endometriose pode ser diagnosticada em exame clínico, após uma boa conversa com a paciente. Depois, exames de imagem e de marcadores específicos são solicitados, para saber o tamanho do foco da doença. “Em casos graves, apenas a videolaparoscopia consegue determinar a extensão da doença”, explica.

O tratamento é realizado de forma que a paciente evite, ao máximo, a cirurgia. Atualmente, existem drogas antiestrogênicas para combater o problema, que trazem excelente resultado para dor e lesão. “Essa doença depende do hormônio estrógeno para se manifestar, então, os implantes hormonais bioidênticos antiestrogênicos são excelentes neste tratamento”, ressalta.

Paralelamente, é imprescindível que seja adotada uma dieta sem glúten e sem lactose por um período, para desinflamar o organismo. “A prática de atividade física regular, a meditação e o tratamento psicológico, sempre que possível, completam o pacote, porque não adianta tratarmos o corpo, se a alma está doente”, explica a especialista. É isso mesmo: a Dra. Mariana Rosario defende que, no tratamento da endometriose, não basta apenas tratar a doença clinicamente. “Apenas o tratamento multidisciplinar surte efeitos na endometriose. Essa doença tem componente emocional envolvido e mulheres com tendência à depressão são naturalmente mais propensas a desenvolvê-la. Por isso, é necessário eliminar a inflamação crônica do organismo, por meio da redução do glúten e da lactose, adotar uma rotina fixa de atividades físicas e investir no apoio psicológico”, alerta.

Nos casos graves, em que as cirurgias são necessárias, é preciso avaliar a extensão das lesões e envolver os profissionais capazes de eliminá-las. Pode ser necessário que gastroenterologistas, além dos ginecologistas, participem do procedimento. O tratamento multidisciplinar também se faz necessário nesta hora.

A endometriose também está ligada a problemas de fertilização porque a doença produz algumas citotoxinas endometriais que dificultam a implantação do embrião, devido a esse endométrio não ser normal. A infertilidade atinge cerca de 40% das brasileiras com essa doença. Portanto, é necessário que se trate a endometriose o quanto antes, quando a mulher quer engravidar.

A endometriose não é um câncer, mas se estuda a ligação da doença como precursora de casos de câncer de ovário. “Estudos, ainda inconclusivos, apontaram que pacientes que desenvolvem câncer de ovário teriam sofrido de endometriose. Mas, ainda é cedo para poder afirmar a relação entre as doenças. A endometriose não é um tumor, mas, como sou mastologista e estudo o câncer, percebo que ela se assemelha ao câncer na invasão de órgãos, sem causar metástase. A endometriose é uma doença séria, que precisa de atenção e tratamento. Não se deve negligenciá-la”, finaliza a médica.

 



Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.


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