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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Coronavírus: 66% dos filhos sofrem com a mudança de rotina, diz estudo


As mães são as mais preocupadas com essa mudança repentina, e representam mais da metade das entrevistadas.


Com o aumento de casos de coronavírus no Brasil, e as mortes causadas pela pandemia, está claro que o medo da população vem crescendo igualmente. Os governos dos estados vêm adotando medidas de prevenção, como o isolamento social, e o fechamento de locais públicos, como é o caso das escolas, creches e instituições de ensino superior. 

Com isso, as famílias brasileiras tiveram que adaptar sua rotina de forma repentina. Sem as escolas e creches, as crianças ficam em casa o tempo inteiro. A Famivita, em seu mais recente estudo, constatou que 66% das mães sentem que seus filhos sofrem com a nova rotina que surgiu com a pandemia. Entre as famílias com filhos mais velhos, o sofrimento alcança 3 em cada 4 crianças. 

No Espírito Santo, 73% das mães relataram que seus filhos sofrem com a nova rotina que surgiu com a pandemia. Em São Paulo, estado mais afetado pelo vírus, 68% das famílias sentem o sofrimentos de seus filhos. Já no Rio de Janeiro, segundo estado mais afetado, 69% dos pais percebem esse desconforto. As mães são as mais preocupadas com essa mudança de rotina repentina na vida de seus filhos, e representam mais da metade das entrevistadas.

Mesmo com as medidas de prevenção adotadas no país, percebemos que 4 em cada 5 das famílias brasileiras têm medo de serem infectadas com o vírus em instituições de saúde. Ou seja, evitam ir ao hospital ou postos de saúde ao máximo. Esse medo independe da idade, e é 9% maior entre as mães; Afinal, elas não podem ficar doentes, pois precisam cuidar de seus filhos. Sendo assim, outros problemas de saúde são negligenciados, exames não são feitos, e falta prevenção para o câncer ou doenças infecciosas, por exemplo. 

No Acre e em Roraima, pelo menos 90% das mulheres têm medo de ir à um hospital ou posto de saúde no momento, por causa do vírus. Na Bahia, 85% das mães também estão com medo. Já em Santa Catarina, o medo é um pouco menor, com 72% das participantes. Além do medo de ir a hospitais, 58% da população considera um risco à saúde o comportamento inadequado que algumas pessoas adotam e que podem aumentar o número de casos.

Tecnologia no universo da cannabis medicinal


A University British of Columbia, no Canadá, investigou recentemente uma maneira do óleo de canabidiol (CBD), substância da cannabis com características terapêuticas, aumentar seu valor biológico, ou seja, sua absorção nutricional e eficiência pelo corpo humano. Apesar do CBD ser utilizado na medicina desde, no mínimo, 2700 a. C., Anubhav Pratap Singh, um dos professores à frente do projeto da universidade, verificou que os seres humanos não absorvem completamente as doses do produto. Para isso, os cientistas desenvolveram um método de utilizar a nanotecnologia para diminuir as partículas de CBD, mantendo suas propriedades. Desta forma, o CBD continua a ser um aliado da medicina e com uma efetividade otimizada.


Essa não é a primeira vez que a tecnologia é utilizada para melhorar o universo da cannabis medicinal. O avanço da engenharia genética, permite manipular diferentes cepas por meio do cruzamento das espécies da planta cannabis, de acordo com os níveis de CBD e o tetrahidrocanabinol (THC) que são necessárias para a fabricação do item medicinal.


Com a evolução dos métodos de obtenção de recursos das plantas, não é necessário utilizar técnicas manuais como acontecia na China Antiga. As máquinas de extração ultra-sônica permitem que os canabinoides sejam extraídos da planta com a máxima segurança, evitando contaminação do insumo e a garantia da qualidade do espectro completo.


Esse procedimento aliado à genética controlada da planta permite a rastreabilidade do extrato. Desta forma, é possível saber as origens do material, como a cepa, que foi utilizada e até mesmo a semente que deu origem à planta, bem como as concentrações da substância, o que aumenta ainda mais a segurança na obtenção de um produto para o paciente.


O uso da tecnologia na produção de canabidiol e outros produtos à base de cannabis proporciona que os pacientes possam utilizar um produto seguro e de qualidade. A produção nacional e farmacêutica permitirá que essa seja controlada e regulada pelos órgãos responsáveis, beneficiando a sociedade e melhorando as possibilidades de tratamento médico.






Gustavo de Lima Palhares - CEO da Ease Labs


Não é fácil, mas tem jeito certo de dar má notícia



A época que estamos vivendo nos coloca diante de um estado de impotência e insegurança. E não me refiro apenas ao medo da contaminação do coronavírus. O pavor vem também das notícias. Já é aterrorizante saber pela TV o crescente número de mortes pelo vírus. Imagina receber uma má notícia sobre um amigo, familiar ou colega de trabalho.

Dar notícias ruins não é tarefa fácil. Difícil de transmitir, difícil de receber. Seja doença, morte, demissão ou falência. Qualquer informação triste, ou até drástica, pode alterar completamente a vida de uma pessoa e seus planos para o futuro. E quando é você o responsável por dar uma má notícia? Como contar às crianças? Aos idosos? Aos amigos e familiares?

Sim, é terrível, mas a habilidade na comunicação pode favorecer muito o momento de transmitir algo não esperado e com provável desfecho ruim. O transmissor da notícia deve ser uma referência de vínculo, de confiança. O que fará a diferença ao dar a notícia será o olhar acolhedor, a escuta atenta e a aceitação das reações. Esse comportamento é fundamental para que o outro consiga processar a informação com total liberdade para exteriorizar suas emoções.


Como falar com crianças e idosos

As crianças e os idosos não devem ser rotulados como incapazes de lidar com uma perda. Com os pequenos, é preciso adotar uma linguagem de acordo com seu nível de compreensão. O ideal é fazer uma sondagem antes. Pergunte se a criança sabe o que está acontecendo, até para não falar além do necessário. Fazer analogias com a natureza é uma boa alternativa: as plantas nascem, são cuidadas, vivem um período, mas morrem depois de algum tempo. Explique que o mesmo acontece com as pessoas.

A criança mais velha já tem mais compreensão sobre alguns acontecimentos. Com esta, use uma linguagem clara e dê espaço para ela expressar seus sentimentos. Você deve assegurar que ela se sinta acolhida e segura. E haja como tal, pois as crianças absorvem o que os adultos sentem. Se seu discurso não se igualar com suas atitudes, ela ficará insegura e confusa.

Omitir ou mentir também causa consequências no desenvolvimento psíquico infantil, fazendo com que as crianças criem fantasias. Ao longo da vida, esse comportamento pode afetar seu modo de se relacionar com os outros. Para que o processo de luto da criança ocorra de modo natural, é preciso ser verdadeiro, e, junto com ela, se adaptar a essa perda.

Já os idosos são um outro grupo que as pessoas tendem a querer proteger por acharem que são mais frágeis e não conseguirão lidar com uma notícia ruim. No entanto, são pessoas que já passaram por muitas experiências na vida, algumas boas e ruins, inclusive guerras e até outras epidemias. Os mais velhos não só têm condições de enfrentar esses eventos, como podem usar suas lições de vida para nos ajudar a lidar com nossos sentimentos. Mais uma vez, o que vai fazer a diferença é o modo como a notícia será transmitida.


O impacto na família e nos amigos

O grau de proximidade, o tipo de relação e a importância que a pessoa acometida tem na vida do familiar ou do amigo serão determinantes no impacto da notícia. Antes de contar, procure saber quais informações a pessoa já tem. Isso é importante para você entender o que e como vai falar.

Não existe momento bom para dar uma péssima notícia. O melhor que você pode fazer pelo outro é ter o máximo de empatia e solidariedade. Deixe-o à vontade para se manifestar como preferir, sem julgamentos. Tem quem prefira chorar e gritar. Outros, precisam de solidão e silêncio para absorver a informação. As pessoas podem ter as mais diversas reações, e basta você permitir que seu amigo ou familiar reaja conforme seu temperamento, procurando sempre ficar por perto.

Lembrando que o portador da notícia deve se preparar para o difícil comunicado. O sofrimento não diz respeito apenas ao receptor, mas também ao responsável em dar a informação. Afinal, ninguém está livre de sofrer o choque, principalmente porque todos nós já estamos num estado de fragilidade emocional constante.

Portanto, quando estiver à frente da situação, reflita se você está preparado. Caso contrário, não vá além das suas limitações. Peça ajuda. Ninguém precisa carregar esse peso sozinho se não tiver condições.

O cenário atual é realmente difícil, e cada um tem seu próprio ritmo para entender, absorver e elaborar tantas mudanças e perdas. A boa notícia é que o ser humano possui capacidade de adaptação para encontrar saídas às situações mais adversas. Podemos, sim, tomar as rédeas e ser protagonistas de uma história da qual não fomos perguntados se gostaríamos de escrever.






Flávia Teixeira - psicóloga, mestre em Saúde Coletiva pela UFRJ, professora de pós-graduação em Psicologia Hospitalar na UFRJ e com especialização em Aprimoramento Interdisciplinar em Transtornos Alimentares pela USP

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