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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Tenho Doença Inflamatória Intestinal. Devo me preocupar com o coronavírus?

Imagem ilustrativa
Divulgação
A resposta é sim! O alerta é do GEDIIB (Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil) que desde o início da pandemia e, consequentemente, com o agravamento dos casos de coronavírus no Brasil, tem alertado sobre a situação de risco enfrentada por pacientes acometidos com DII (Doença Inflamatória Intestinal), portadores da Doença de Crohn e da Retocolite Ulcerativa.

 
Essas pessoas são grupo de risco potencialmente maior para a infecção e complicações pelo novo coronavírus porque fazem uso de medicamentos que interferem direta ou indiretamente na defesa contra infecções gerais, incluindo o novo coronavírus. Dessa forma, o quadro de gravidade em caso de infecção é muito mais agudo. “Pacientes com DII devem tomar muito cuidado. As orientações são as mesmas para todos, como higienização adequada, isolamento social, uso de máscara e evitar aglomerações. Estamos diante de uma doença que a ciência ainda busca muitas respostas, porém sabemos que pacientes que sofrem com a Doença de Crohn e da Retocolite Ulcerativa são grupo de risco e devem redobrar a atenção sempre”, alerta o médico Dr. Rogério Saad-Hossne, presidente do GEDIIB.


PORTAL DE ORIENTAÇÃO

Para orientar de forma correta sobre os perigos do coronavírus para portadores das doenças, o GEDIIB criou um portal interativo desenvolvido exclusivamente para eles. A ferramenta disponível no endereço https://diicovid.com.br/ tem o principal objetivo de repassar informações atualizadas, embasadas e precisas fornecendo, ainda, recomendações específicas levando em conta a idade, o tipo de medicação utilizada para o tratamento da Doença Inflamatória Intestinal e outros fatores. Essas informações são lançadas pelo próprio paciente no site e, ao final do processo, as orientações médicas são informadas ao interessado.
O DiiCovid foi elaborado pelo Comitê Covid-19 do GEDIIB, que reúne profissionais médicos, enfermeiros e nutricionistas, e é fundamentado em trabalhos e publicações internacionais sobre o assunto. O questionário proposto ao paciente se baseia, ainda, nas características individuais, outras doenças associadas e cirurgias prévias.


REDE DE INFORMAÇÕES

Diariamente, o GEDIIB divulga no seu site, https://gediib.org.br/, informações aos pacientes e aos profissionais da saúde que estão na linha de frente no tratamento de DII. Trata-se de uma rede de informações multidisciplinar de divulgação de estudos, orientações gerais, vídeos, palestras e webinar, permitindo a atualização constante sobre o coronavírus, principalmente no que diz respeito ao manejo desse tipo de paciente. Os materiais são gratuitos.


A DII NO BRASIL

No Brasil, a estimativa, segundo o DATASUS, é de que pelo menos 163 mil pessoas tenham o diagnóstico de DII. Essas doenças são crônicas, de caráter progressivo e recorrente que afetam o sistema gastrointestinal. Diarreia, dor abdominal, febre e sangue nas fezes são alguns dos sintomas relacionados à DII.





GEDIIB

Impactos mentais causados pela pandemia


Vive-se em tempos de pandemia, uma doença infecciosa que se alastrou pelo Planeta Terra. O coronavírus mudou o comportamento da humanidade. É uma realidade que não pode ser negada.

Por tratar-se de ameaça inédita, o Covid-19 desencadeou uma onda ameaçadora de insegurança. As pessoas se defrontam com uma situação em que a sobrevivência fica ameaçada, criam uma realidade virtual, e, assim, a corrida para os supermercados. O período de quarentena leva essa mensagem.

Dentro de princípios evolutivos, faz parte da natureza humana guiar-se pelo imperativo do verbo FUGIR. Sempre se procura fugir de uma situação ameaçadora da vida. Assim, procura-se um abrigo quando a tempestade se aproxima; afasta-se da eminência de uma avalanche; distancia-se de um incêndio. O período da quarentena provocada pelo coronavírus tem esta explicação científica neste conceito evolucionista. As pessoas “fogem” das ruas para o interior das suas casas como uma forma de proteção diante do perigo do contágio eminente.

Protegidas pela quarentena, as pessoas se deparam com uma nova realidade. Antes a dinâmica da vida e, agora, uma situação de imobilidade. Acrescente-se a isso o fato de agora se estar preocupado com a situação externa à sua casa, onde o coronavírus ronda, incansavelmente, como um inimigo mortal e ameaçador da vida e da saúde, à procura de um hospedeiro para a sua proliferação e disseminar a pandemia. Diante de tal realidade, é inevitável o desenvolvimento de estados de ansiedade e medo.

Diante da realidade do coronavírus, é inevitável refletir sobre a ameaça contínua; a possível contaminação própria ou de um dos familiares; a possibilidade da perda do emprego; os danos nos investimentos financeiros; a preocupação constante em lavar as mãos com sabão e álcool em gel para evitar contaminações; o cuidado para o uso de máscaras já que a doença é transmitida por vias aéreas; o pavor — lamentável — em cumprimentar pessoas como forma de proteção; filhos e netos impedidos de visitarem seus pais e avós. Enfim, uma pandemia como a criada pelo coronavírus é a gênese de uma realidade ansiosa e solitária instituída pelo isolamento social.

Quando se tem consciência desse estado emocional, a ansiedade passa a prevalecer sobre os estados mentais e, assim, instala-se o medo.

Nesses tempos de pandemia nunca esteve tão presente a expressão conhecida por muitos: “Mente sã em corpo são”. O medo estabelecido pelo coronavírus e a obrigatoriedade do período de quarentena provoca, inevitavelmente, mudanças no corpo (soma) físico, potencializando o surgimento de doenças de fundo emocional (psicossomáticas) como: taquicardia, pressão arterial alterada, disfunções estomacais e intestinais, irritações na garganta e na pele, distúrbios alimentares. Além disso, também podem afetar a mente, na forma de alterações de humor (como o sentimento de tristeza pelo que está acontecendo no mundo).

Criou-se um campo fértil para que a tristeza possa transformar-se num transtorno depressivo, com seus sintomas característicos: dificuldades para dormir, vazio existencial, isolamento, desesperança, pessimismo, irritabilidade, perda do prazer, fadiga, desinteresse pela vida e pensamentos suicidas.

É o impacto mental da pandemia.





Ivo Carraro - professor do Centro Universitário Internacional Uninter


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