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sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Falta de controle do diabetes pode ser causa de infarto, AVC e outras doenças cardíacas



No mês do Dia Mundial do Diabetes entenda qual a relação da doença com a saúde cardíaca


No próximo dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. A data tem como objetivo conscientizar ainda mais a população sobre os perigos dessa doença, que segundo os últimos dados da Sociedade Brasileira de Diabetes, atinge cerca de 10% da população brasileira adulta.

 Segundo um outro estudo, publicado recentemente pela American Heart Association, concluiu que o paciente que sofre com o diabetes tem até duas vezes mais risco de desenvolver alguma doença cardíaca. A pesquisa ainda mostrou que a taxa de mortalidade relacionada com doenças cardíacas, em diabéticos com mais de 65 anos, é de 68% e, aproximadamente, 50% dos adultos com diabetes também desenvolvem alguma doença cardiovascular fatal.

De acordo com o cirurgião cardíaco e membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e também da internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA, Dr. Elcio Pires Júnior, as doenças cardiovasculares são a causa mais frequente de morte em pacientes com um quadro clínico de diabetes. No entanto, 23% ainda não segue nenhum tipo de tratamento. "O metabolismo do diabetes resulta em partículas de gordura que são quimicamente modificadas e tóxicas à parede da artéria. Depois de absorvidas pelas células das artérias, elas se tornam um grande risco para as doenças cardiovasculares como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e entupimento de artérias, especialmente das pernas e pés, além de formação de aneurismas", explica o especialista. 

Além disso, ainda segundo o especialista, quando o diabetes se instala no organismo, ele potencializa outras condições de risco, como a pressão alta e o colesterol elevado. “O diabetes tipo II oferece ainda mais risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares. Por isso, a má alimentação, a falta de atividade física regular e a de acompanhamento médico regularmente são hábitos que devem ser modificados”, finaliza Élcio. 






Dr. Elcio Pires Júnior - coordenador da Cardiologia e Cirurgia Cardiovascular e coordenador das Unidades de Terapia Intensiva do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialização em Cirurgia Cardiovascular pela Real e Benemérita Associação Portuguesa de Beneficência de São Paulo e Pós Graduação em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. facebook.com/Dr-Élcio-Pires-Júnior-Cirurgião-Cardíaco | linkedin.com/in/elciopiresjunior



Diabetes: doença é uma das principais causas de cegueira no mundo



Entenda como a patologia pode afetar a saúde dos olhos e comprometer definitivamente a visão


Em 14 de novembro o Dia Mundial do Diabetes levanta diversas discussões sobre a doença que já atinge mais de 415 milhões de pessoas no mundo e causa mais de 5 milhões de mortes anuais. Considerada uma das epidemias do século 21, a estimativa é que em 2040 mais de 642 milhões de pessoas tenham a doença.

Muitos pacientes portadores do diabetes não sabem sobre todas as complicações que podem ser causadas pela patologia. O Diabetes é capaz de afetar o olho por inteiro, desde a córnea passando pelo cristalino e formando as cataratas, que podem ser consideradas mais comuns em pessoas com diabetes.
Ainda com relação à saúde ocular, o diabetes induz também uma maior incidência de glaucoma e a mais temida de todas as complicações que, de acordo com especialistas, é sem dúvida a retinopatia diabética.

Atualmente as duas maiores causas de cegueira irreversível, ou seja, sem chances de recuperação visual, são glaucoma e a retinopatia diabética. "Trabalhando há mais de 30 anos com diabéticos, a retinopatia é uma grande preocupação, por que apesar da gravidade, ela pode ser prevenida com acompanhamento médico, principalmente se tratada precocemente", explica o médico Márcio Ávila, referência oftalmológica no país.

O descontrole glicêmico é principal fator de risco para surgimento da retinopatia. "Nós costumamos dizer que, caso aja negligência, o paciente diabético tem cerca de 30 vezes mais chances de se tornar cego e que 80% deles podem apresentar a retinopatia após 5 anos da doença. Se o diabetes está descontrolado, a chance de retinopatia se torna muito alta", ressalta o médico presidente do CBV Hospital de Olhos.

O controle glicêmico é fundamental. A velocidade do desenvolvimento da retinopatia pode ser lenta ou rápida, a depender deste controle realizado pelo paciente. Aqueles que mantêm o controle regular glicêmico e têm cuidados diários com a alimentação, além do uso adequado das medicações, apresentam chance muito menor de apresentar a retinopatia diabética – que é responsável por 5 a 8% de cegos no mundo.

Pacientes diagnosticados com o diabetes que possuem controle sobre a doença o indicado é ao menos uma visita anual ao oftalmologista. Quanto aos pacientes com baixo controle ou que já tenham a retinopatia, a consulta deve ser realizada de seis em seis meses, e a depender do caso, até mensalmente.


Retinopatia diabética: tratamento 

Uma vez instalada esta doença ocular é considerada irreversível. Por isso o melhor tratamento ainda é a prevenção. Somente por meio de visita periódica ao oftalmologista é possível realizar o diagnóstico precoce da retinopatia, aumentando consideravelmente o tratamento e os resultados.

O tratamento inicial consiste na aplicação de raios lasers ou por meio da injeção intraocular de medicamentos antigênicos – desenvolvidos pela medicina moderna e que atuam diretamente nos vasos da retina que estão lesados, diminuindo sangramentos, a formação de gordura e impede a perpetuação da retinopatia diabética.




Conheça dicas de alimentação e exercícios para viver bem com o diabetes




A informação é fundamental para quem tem diabetes, especialmente quando ela está ligada ao estilo de vida da pessoa e ao controle do diabetes. O nível de glicemia – quantidade de  açúcar no sangue – por exemplo, pode ser afetado de maneira positiva ou negativa de acordo com a alimentação e os exercícios físicos praticados pela pessoa. Por isso, a nutricionista e Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott no Brasil, Patrícia Ruffo, dá dicas de alimentação e atividades físicas que podem auxiliar a pessoa com diabetes a viver bem.


ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Alguns alimentos podem afetar os níves de glicemia1, por isso é importante entender como eles agem no nosso organismo:
  • Carboidratos ricos em fibras e amido, como pão integral ou cereais integrais são transformados em açúcares e absorvidos mais lentamente, ajudando a manter seu nível glicêmico mais estável ao longo do dia.
  • Alimentos açucarados, como refrigerantes, sucos e doces, são absorvidos rapidamente e isso faz com que sua glicemia aumente na mesma velocidade.
  • Inclua diariamente cinco porções de frutas e verduras com as refeições ou lanches para obter fibras, vitaminas e minerais.
  • Consuma diversas carnes, peixes e alternativas de proteínas como tofu e, sempre que possível, escolha opções com gordura reduzida.
  • Beba leite com gordura reduzida e consuma laticínios como iogurte, que contêm cálcio, bom para a saúde dos dentes e ossos.
  • Limite sua ingestão de gorduras, açúcares e sal. Não elimine as gorduras completamente, mas consuma o mínimo possível. Utilize ervas em vez de sal como tempero e reduza o açúcar sempre que puder.
  • Consuma menos alimentos ricos em gordura saturada. Eles foram ligados a níveis elevados de colesterol, o que pode resultar em ganho de peso e aumentar seu risco de doenças cardiovasculares.
  • Reduza o excesso de sal, porque ele pode elevar sua pressão arterial.


PREPARO FÍSICO

Além de se alimentar bem, manter o preparo físico por meio de exercícios regulares é um ótimo modo de controlar o diabetes2-3, contribuindo também para:

  • Tonificar os músculos para torná-los mais sensíveis à insulina.
  • Utilizar toda a energia e reduzir os níveis de glicemia.
  • Manter ou atingir um peso saudável.
  • Aliviar o estresse.
  • Aumentar a capacidade pulmonar e a quantidade de oxigênio na corrente sanguínea.
  • Ajudar a reduzir seus níveis de colesterol e pressão arterial, o que por sua vez diminui os  riscos de doenças cardiovasculares.
  • Melhorar a circulação sanguínea em todo o corpo, reduzindo o risco de doença arterial, que pode causar angina, infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais.
“É importante lembrar que é fundamental ter o acompanhamento de um médico e de profissionais de saúde como o nutricionista e o preparador físico para que a gestão do diabetes seja realizada de maneira mais completa e saudável de acordo com o perfil e as necessidades de cada pessoa”, explica Patrícia.






Referências:
1.        Joslin's Diabetes Mellitus, 14th Edition 2005, New York Ovid Technologies.
2.        National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases of the National Institutes of Health Bethesda, Mol. NIDOK.
3.        Kronenberg: Williams Textbook of Endocrinology 11th Edition 2008.




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