Conheça os principais benefícios que o
consumo regular do doce pode trazer para a sua saúde
É difícil encontrar alguém que resista a
tentação de apreciar o sabor e aroma marcantes de um belo chocolate,
especialmente nesse período de Páscoa em que as prateleiras dos supermercados
transbordam dos mais variados tipos. O doce, que já foi uma iguaria consumida
apenas pelos nobres e usado como moeda de troca por civilizações antigas, é
extremamente versátil e facilmente encontrado em vários formatos, textura, cor
e sabor, sendo amplamente consumido em todo o mundo, o que o torna um forte
componente da indústria alimentícia e explica seu papel fundamental na economia
de vários países.
Mas o alimento é tão querido quanto polêmico,
pois atualmente há vários questionamentos acerca de seus efeitos no organismo,
especialmente para aqueles que prezam pela boa forma física, assim, muitos
acabam restringindo ou excluindo totalmente o doce do cardápio, mesmo que isso
exija muita força de vontade e determinação. A boa notícia é que alguns estudos
recentes comprovam que o alimento, se consumido de forma correta e moderada,
não só é inofensivo à saúde, como também pode trazer muitos benefícios. Por
isso, chega de tortura, conheça as vantagens do chocolate e saiba como incluí-lo
na dieta.
Histórico e origem
Derivado da amêndoa fermentada e torrada do
cacau, o alimento já foi considerado sagrado e passou por diversas
transformações nos últimos 3.500 anos até chegar a forma como o conhecemos
hoje. Os primeiros relatos referentes ao consumo regular de chocolate se dão
por volta de 1.500 a.C. pela civilização Olmeca, habitantes dos países
conhecidos atualmente como México e Guatemala. Posteriormente, Maias e Astecas,
povos da mesma região, desenvolveram uma bebida amarga através do chocolate,
batizada de água de cacau e consumida pelos guerreiros para ter energia. Mas
foi através de navios espanhóis que o alimento chegou à Europa e ao mundo, onde
foi adicionado de açúcar, mel e outras especiarias até chegar ao modo
comercializado hoje. O Brasil figura entre os maiores produtores de cacau do
mundo, pois o clima tropical favorece as plantações do cacaueiro, cultivado em
algumas regiões do país, especialmente na Bahia e no Pará.
Principais benefícios da
guloseima
Seja em forma de bombom, barra, bebida,
branco, amargo ou ao leite, entre tantas outras opções, o fato é que o
chocolate sempre atrai e conquista cada vez mais admiradores desde a sua
descoberta. O mundo inteiro se rende ao sabor incomparável do produto, que já
inspirou canções, quadros e foi até tema de filmes. Entretanto, seu consumo foi
associado, injustamente, ao ganho de peso e aumento do colesterol ruim, porém,
a nutricionista Sinara Menezes explica que é a forma moderna de fabricação, com
alto teor de gordura e açúcar, que prejudicam o potencial nutritivo do
alimento.
De acordo com a profissional da Nature Center, o
responsável pelas vantagens do chocolate é o cacau. O fruto é rico em
nutrientes que possuem comprovação científica sobre seus benefícios, como os
polifenóis, que auxiliam na redução da pressão arterial e atuam para melhorar a
saúde do coração e os flavonoides, que são potentes antioxidantes com ação
extremamente hidratante que protegem o organismo do excesso dos radicais livres
– moléculas reativas que danificam vários tecidos do corpo. “Para aproveitar os
benefícios do cacau, o chocolate deve apresentar uma boa concentração do fruto,
além disso, para que seus nutrientes não percam o efeito é preciso prestar
atenção aos outros componentes da fórmula” Explica Menezes.
Chocolate e boa forma
Estudos apontam que os polifenóis do cacau
ajudam na luta contra a diabetes, combatendo a síndrome de resistência à
insulina, isso contribui para o aumento da sensibilidade ao hormônio, que é
responsável pelo metabolismo dos carboidratos, ou seja, ele transporta a
glicose, ingerida através dos alimentos, para as células do organismo para que
seja transformada em energia, regulando os níveis de açúcar no sangue, dessa
forma o organismo trabalha corretamente e não acumula excesso de gorduras. Além
disso, as pesquisas indicam também que o consumo de chocolate antes e depois
das atividades físicas pode aliviar o desgaste muscular e as dores, conferindo
mais energia e contribuindo no processo de regeneração muscular.
A nutricionista lembra que, no entanto, é
preciso moderação para não causar efeito contrário. Além de escolher um produto
de boa qualidade, o consumo não deve ser feito de forma indiscriminada, o
recomendável, para um cardápio saudável, é uma quantidade
diária de cerca de 30 gramas da guloseima.
Qual a melhor opção para se
beneficiar
O chocolate ao leite é o tipo mais consumido
em todo o mundo, seu sabor é doce e altamente agradável. A lei determina que
para ser comercializado como chocolate o alimento contenha no mínimo 25% de
cacau em sua composição, porém, os 75% restantes são compostos geralmente por
leite integral, açúcar, aditivos, gordura hidrogenada e outras substancias que
não fazem nada bem à saúde. “E engana-se quem pensa que o chocolate diet é uma
boa opção, indicados para quem tem diabetes por não possuírem açúcar, eles
ainda contêm a parte química do adoçante e, muitas vezes, apresentam um
percentual de gordura mais elevado”, acrescenta a nutricionista, segundo ela o
ideal é optar por versões com maior concentração de cacau, pois, quanto maior
for a quantidade do fruto maior será o potencial nutritivo do alimento.
Os melhores tipos de
chocolate
50%: Esse é o tipo mais
indicado para aqueles que querem começar a degustar um chocolate com mais
qualidade. Nesse percentual já é possível sentir um gosto diferenciado e uma
acidez mais intensa;
60%: Esse percentual tem
uma intensidade mais elevada e é o que apresenta maior índice de retrogosto –
aquela lembrança que fica na boca após a ingestão do alimento, como se o sabor
ainda estivesse presente. Sua composição apresenta um traço amargo mais
acentuado;
75%: Esta faixa de
concentração de cacau é a mais consumida por quem busca um equilíbrio entre o
prazer do sabor e a qualidade do produto. Seu gosto é menos amargo que o
classificado em 60%, mas ainda é intenso e marcante.
85%: Não contém adição de
açúcar. Seu sabor intenso e amargo traz lembranças do café preto e sua textura
derrete bem lentamente na boca.
99%: Esse chocolate é
quase composto inteiramente por cacau e apresenta um sabor amargo com um forte
traço salgado, é um dos mais difíceis de ser encontrado no mercado, porém é o
que apresenta maior concentração de flavonoides.
Desenvolva seu paladar aos
poucos
Não é preciso comer um ovo de páscoa ou uma
caixa de bombom inteira para contar com os benefícios do chocolate, assim como
também não é preciso limitar o consumo apenas as versões com 99% de cacau. A
nutricionista aconselha que, aqueles que querem obter mais saúde e, ao mesmo
tempo, degustar um chocolate refinado, com sabor agradável, pode optar pela
versão 75% cacau, que tem um gosto mais palatável e um alto valor nutritivo.
Mas para quem está habituado apenas as versões mais doces do produto, a
porcentagem de 50% já traz benefícios, e pode ser acrescentada em receitas e
sobremesas.
A especialista afirma que o ideal é que o
chocolate seja saboreado lentamente, para que a pessoa consiga sentir a textura
e o sabor marcante do cacau derretendo na boca, além disso, deve ser consumido
em pequenas quantidades. “O chocolate é um alimento para ser apreciado, quanto
mais rápido a pessoa devorar o doce maior será a quantidade ingerida e as
chances de compulsão ao comê-lo, pois não há tempo para desfrutar do sabor
agradável e a sensação de prazer que ele traz” – explica Menezes.
Derrubando os maiores mitos
As dúvidas em torno do chocolate são muitas
e, por falta de informação, alguns mitos se propagam como verdade, dificultando
ainda mais que as pessoas conheçam seus benefícios. Confira algumas das dúvidas
mais frequentes:
Todo chocolate engorda?
Mito. Para o consumo
saudável basta ficar atento à quantidade e à qualidade do alimento. Se o
consumo for moderado e o doce apresentar maior concentração de cacau ele pode
até auxiliar no processo de perda de peso. “O cacau é rico em ácidos fenólicos,
substâncias que agem na produção da leptina, o hormônio da saciedade, e, de
acordo com alguns estudos recentes a ingestão regular pode auxiliar no processo
de emagrecimento e ainda
inibir a estocagem de gordura pelo organismo” – explica Menezes.
Chocolate pode causar
acnes?
Mito. Não há evidências
científicas que comprovem a relação do chocolate com qualquer tipo de
malefícios à pele, exceto em casos específicos onde o paciente já possui
intolerância à lactose ou glúten. Menezes acrescenta que: “Fora essas situações
isoladas, o aparecimento de acnes geralmente provém de uma dieta desequilibrada
e rica em carboidratos de alto índice glicêmico”.
Qualquer chocolate é
saudável?
Mito. A especialista afirma
a melhor opção é o tipo amargo, com concentração acima de 50% de cacau. As
versões mais comuns, como o chocolate ao leite, possuem um alto teor de gordura
e açúcar, por isso só devem ser consumidas ocasionalmente.
Chocolate branco faz bem
para a saúde?
Mito. De acordo com a
nutricionista o chocolate branco é composto por uma mistura de manteiga de
cacau e outros ingredientes, como baunilha, leite e açúcar, ou seja, ele não
contém massa de cacau e, consequentemente, não possui as propriedades
nutricionais provenientes do fruto, além disso ele é um doce mais calórico e
rico em gordura saturada.
Fonte: Nature Center