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terça-feira, 4 de abril de 2017

Influenza e Bronquiolite: infectologista do Hospital São Luiz esclarece todas as dúvidas



Veja como funciona a prevenção, quem pode ser vacinado e quais os sintomas das doenças


Os termômetros mostram a chegada das temperaturas baixas, fazendo com que comecem a surgir as doenças de inverno. As respiratórias são as mais comuns nesta época do ano, com destaque para a bronquiolite, que acomete crianças de até dois anos, e a gripe, mais comum em toda a população. O Dr. Daniel Wagner, infectologista do Hospital São Luiz Jabaquara e do Hospital da Criança, ambos da Rede D’Or São Luiz, esclarece dúvidas sobre as doenças; como funciona a prevenção; quem pode ser vacinado; e quais os principais sintomas.

A bronquiolite, que afeta os pequenos, é caracterizada por uma obstrução inflamatória dos bronquíolos (pequenas vias aéreas). Geralmente é causada por uma infecção viral e afeta apenas crianças de até dois anos de idade. Assim como a bronquite, que é uma inflamação em outra área do pulmão, contudo, ambas são uma doença sazonal, ocorrendo principalmente nos meses de outono e inverno. 

Já na população geral, é muito comum pessoas contraírem influenza. Mais conhecida como gripe, ela é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, responsáveis por um grande número de internações hospitalares no país. A transmissão ocorre principalmente por meio do contato com partículas eliminadas por pessoas infectadas ou por mãos e objetos contaminados por secreções. Esta transmissão é muito elevada em ambiente domiciliar, creches, escolas e locais fechados.  

A transmissão da bronquiolite acontece pelo VSR (Vírus Sincicial Respiratório), cujos sintomas se assemelham aos de uma gripe: coriza, espirros e congestão nasal. O especialista recomenda atenção dos pais nos bebês que, além dos sinais da gripe, apresentam chiado no peito e falta de ar. “Esse é o momento em que é necessário ir imediatamente para o pronto-socorro”, recomenda. 

A prevenção da gripe é feita por meio da vacina, que pode ser tomada por crianças a partir dos seis meses de idade. O medicamento é feito por partículas virais, ou seja, com vírus inativado. Por isso, pode ser administrada, também, em pessoas com defesas imunológicas baixas (transplantados, portadores do HIV e pacientes com câncer). 

Contudo, ela não pode ser tomada por quem que já teve reação alérgica grave em doses anteriores, bem como a qualquer componente da vacina como o ovo de galinha e seus derivados. A gripe, que normalmente é uma doença benigna, chamada pelos especialistas de síndrome gripal, com sintomas como febre alta, dor de cabeça, dores musculares, tosse, dor de garganta e cansaço, pode evoluir para uma forma grave com pneumonia com necessidade de internação hospitalar. Sem um cuidado especial, o paciente pode falecer.

No caso da bronquiolite, não há uma vacina específica para a doença, mas é recomendado pelos especialistas que os pais evitem levar seus filhos para locais com grande acúmulo de pessoas e contato com outras pessoas doentes, principalmente em ambientes fechados. É importante também lavar sempre as mãos, dos pais e dos pequenos e manter a carteira de vacinação em dia para que não haja infecção por outros vírus que possam complicar o quadro atual. 







Cerca de 14% de brasileiros sofrem de perda auditiva



 Diabetes está entre as causas da surdez


Ruídos, infecções, genética e medicamentos estão entre as principais causas da perda de audição. A prevalência da deficiência auditiva ao nascimento é de cerca de quatro a cada 1.000 nascidos vivos. Ou seja, 0,4% dos bebês nascem com alguma deficiência auditiva. Cerca de 9% das crianças, até 31 meses de idade, apresentam alguma perda auditiva. 

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) o total de pessoas surdas em 2015, no Brasil, era de 28 milhões (14%), e 360 milhões em todo mundo. Esta prevalência pula para mais de 33% quando considerados indivíduos maiores de 65 anos, o que corresponde a 1/3 dos idosos, segundo dados da OMS 2012. 

A cada ano, surge cerca de 1% de novos casos de deficiência auditiva, quando se baseia nos dados da OMS 2012 sobre a prevalência em crianças e idosos.

A Dra. Jeanne Oiticica, otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica que a exposição excessiva ao ruído e o diabetes são fatores importantes para a perda de audição. 

“O uso de fones de ouvido, música ou atividades recreativas com sons em intensidade elevada, acima da recomendada, podem prejudicar a audição quando a pessoa chegar na 3ª idade. Achamos que somos invencíveis quando jovens, que nada nos afeta, que somos imortais, e que a 3ª idade nunca vai chegar. Daí, não vemos a necessidade de tratar conforme orientado pelo médico, pelo tempo que foi prescrito, na quantidade e horário recomendados”, comenta Dra. Jeanne.

A especialista lista algumas dicas para manter a saúde auditiva em dia:


- Faça uma consulta ao otorrinolaringologista e o exame de audiometria pelo menos uma vez ao ano;

- Trate adequadamente as infecções de ouvido;

- Procure o especialista ao menor sinal de dor, desconforto ou sensação de ouvido tampado. 

“Quanto mais cedo diagnosticado o problema, menores as chances de sequelas”, alerta Dra. Jeanne.






Dra. Jeanne Oiticica - Médica otorrinolaringologista, formada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de Medicina da USP. Chefe do Grupo de Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Professora Colaboradora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Responsável do Ambulatório de Surdez Súbita do hospital das Clínicas – São Paulo.





Usar lente sem prescrição é perigoso



 Dos brasileiros que usam lente de contato 30% não têm prescrição médica. Erros na adaptação e uso aumentam o risco de complicações.


No Brasil metade da população precisa de correção visual segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). Desses só  2 milhões optam por lente de contato. O número é pequeno porque a falta de regulamentação do mercado expõe a população a complicações. Prova disso é que nos últimos 12 meses o uso de lente de contato sem prescrição médica saltou de 25% para 30%. É o que mostra um levantamento do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do Instituto Penido Burnier nos prontuários do hospital. Para o médico este crescimento  tem a ver com a venda livre na internet e ópticas sem receituário, o que coloca a saúde ocular do brasileiro em alto risco. Pior - Isso acontece  mesmo depois do CFM (Conselho Federal de Medicina) publicar a resolução 1965 na qual determinou que a indicação, adaptação e acompanhamento de lentes de contatos são atos médicos "Só  quando aparece alguma complicação esta parcela da população consulta um oftalmologista" afirma. Uma lente mal adaptada, adverte. pode causar cicatriz e úlcera  na córnea com grande risco de perda da visão. Algumas pessoas só aparecem no consultório quando estão com sequelas definitivas nos olhos.   Para outras, comenta, uma pequena intercorrência que poderia ser resolvida com troca de material, melhor ajuste ao formato do olho ou prescrição de colírio  lubrificante. é o suficiente para o abandono do uso. 


Prescrição e acompanhamento

Engana-se quem pensa que a prescrição só é necessária para lentes corretivas.. É indicada também nos casos de lente estética para trocar a cor dos olhos.

Queiroz Neto explica que a adaptação inclui análise da curvatura e relevo da córnea, exame de refração, avaliação do filme lacrimal, fundoscopia e de utilização de lentes teste independente da finalidade

Usar lente sem prescrição médica é um erro porque nem todos estão aptos, adverte. A estimativa é de que 16% dos brasileiros não podem. Quem tem alguma doença ocular externa, alergia, olho seco ou a borda da córnea irregular, salienta,  tem problemas com certeza se não passarem por avaliação e  acompanhamento.   

No outono, ressalta, o risco de desconforto com lentes de contato é maior. Isso porque, o aumento da poluição no ar desencadeia doenças alérgicas nas vias respiratórias que levam à alergia ocular em 70% dos casos.Quando surge alergia nos olhos, pondera, a recomendação é interromper o uso da lente até a completa recuperação.


Falhas comuns

O especialista diz que o uso de lentes vencidas ou durante o sono, quando a produção lacrimal tem uma redução de 50%, são as causas mais frequentes de úlcera de córnea. Estas duas atitudes aumentam o risco de contaminação em 10 vezes por reduzirem a oxigenação da córnea. O perigo é ainda maior no calor por conta da evaporação da lágrima e proliferação de bactérias no ar. 

O erro mais comum na manutenção de lentes, ressalta, é enxaguar com soro fisiológico. Isso porque, soro não contém conservante e depois de aberto se torna um campo fértil para a multiplicação de bactérias e fungos. Ao primeiro sinal de desconforto - olhos vermelhos, dor, sensibilidade à luz, visão embaçada e sensação de corpo estranho – o especialista indica interrupção do uso e passar por consulta com um oftalmologista.



Prevenção

As recomendações do médico para prevenir a contaminação da córnea são:

·         Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes.

·         Utilizar solução higienizadora tanto na limpeza quanto no enxágüe das lentes e estojo.

·         Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos 

·         Não usar soro fisiológico ou água na higienização

·         Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo

·         Colocar as lentes sempre antes da maquiagem

·         Guardar o estojo em ambiente seco e limpo

·         Trocar o estojo a cada quatro meses

·         Respeitar o prazo de validade das lentes

·         Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno.

·         Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e procurar o oftalmologista

·         Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas

·         Não entrar no mar ou piscina usando lentes.






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