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terça-feira, 10 de maio de 2016

Dores de cabeça merecem atenção especial




Aproveitando o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, Academia Brasileira de Neurologia difunde informações imprescindíveis sobre as incômodas dores
Um dos principais e mais comuns problemas de saúde no mundo, a dor de cabeça, conhecida como cefaleia pela comunidade médica, afeta uma grande parcela da população mundial e não tem distinção de idade, gênero, etnia ou condição social. Dependendo de sua intensidade, pode afetar a vida profissional, social e conjugal do indivíduo e, por isso, investigar suas causas é essencial para tratá-la.

Com a proximidade do Dia Nacional de Combate à Cefaleia, 19 de maio, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) destaca a relevância da data para explicar a todas as especialidades médicas a importância de avaliar e examinar adequadamente os portadores de Cefaleia. “Aos pacientes, é imprescindível esclarecer os vários tipos de dores de cabeça e desmistificá-las”, afirma Mauro Jurno, coordenador do Departamento Científico de Cefaleia da ABN.


O passo inicial para o tratamento e diagnóstico adequado é deixar de lado o senso comum de que é normal sentir uma “dorzinha” de cabeça ocasionalmente: o sintoma é um indicativo de alerta do corpo avisando que há algo de errado. A busca por um médico especializado, nesses casos, é essencial: só ele poderá investigar as reais causas do incômodo e indicar o tratamento correto. Por mais que a dor seja esporádica, a automedicação pode acarretar em problemas ainda mais graves.

Classificação
As cefaleias podem ser primárias e secundárias: na primeira delas, a própria dor caracteriza a doença. “Surgem devido a um desequilíbrio químico que se origina no sistema nervoso central cuja consequência é a dor de cabeça”, afirma Celia Roesler, secretária do DC de Cefaleia.  Em sua outra forma, apresenta manifestação ou sintoma de outra doença de base.

Elas também se manifestam clinicamente em agudas, como no aneurisma cerebral, que aparece de forma explosiva e sem aviso prévio; ou crônicas, representada pela enxaqueca, que tem, em alguns casos, períodos de agudização.

Tipos de dor e diagnóstico
 As dores de cabeça são classificadas em mais de 200 tipos e podem indicar apenas um mal-estar ou problemas mais graves de saúde, por isso o diagnóstico preciso é de extrema importância. “Quando se trata de cefaleia primária, o diagnóstico é clínico, feito através do histórico do paciente, questionando quando começou a dor, há quanto tempo, quanto dura, o que piora, o que melhora e um bom exame físico e neurológico”, comenta a dra. Celia.

Migrânea ou enxaqueca
Embora seja a mais conhecida, não é a mais frequente na população. A enxaqueca é uma doença do funcionamento cerebral que desencadeia uma série de alterações que levam à mudança do sistema trigêmino-vascular (neurônios do quinto par de nervos cranianos) com ‘inflamação’ perivascular (envolta dos vasos sanguíneos) que causa a dor. Os principais sintomas são fotofobia, fonofobia e dores fortes.  

Suas divisões são em “enxaqueca com aura” e “sem aura”: a pessoa com enxaqueca com aura pode perder a visão por meia hora, ver luzes ou perder o foco antes de sentir a dor. Essa modalidade também pode acarretar em dormência no braço ou dificuldade momentânea ao falar.  A enxaqueca sem aura provoca a mesma dor, mas não apresenta estes sintomas. “A dor da cefaleia migrânea é intensa, incapacitante e pulsátil”, esclarece Jurno.

Cefaleia tensional
A tensional é uma resposta ao estresse, ansiedade, traumas na região craniana e depressão. Sua duração é variada – pode ser de 30 minutos a sete dias – e pode prejudicar a qualidade de sono do indivíduo. “A cefaleia tipo tensional costuma ser mais branda com características de peso ou aperto, não interferem nas atividades diárias e normalmente não acompanham náuseas e/ou vômitos”, ressalta o coordenador do DC de Cefaleia. Além disso, é o tipo de cefaleia mais comum, que acomete cerca de 90% da população.

Cefaleia em salvas
Embora tenha duração menor, a dor causada pela cefaleia em salvas é de grande intensidade. Tem maior incidência em homens e acomete apenas um lado da cabeça. Tem sinais como olhos vermelhos, lacrimejamento excessivo, agitação e queda da pálpebra do lado da dor.

Tratamento
Os tratamentos medicamentosos são de dois tipos: o abortivo, quando é utilizado um medicamento específico para abortar a crise, e o preventivo que utilizam um ou mais medicamentos diários para evitá-las. “A prevenção também pode ser feita pelo reconhecimento de fatores deflagradores de dor de cabeça (alimentos, odores e situações específicas como alteração de rito de sono, entre outras)”, ressalta dr. Mauro.

Cada cefaleia é tratada de forma diferente, com medicamentos específicos. Por isso é preciso ficar alerta aos perigos da automedicação: o uso abusivo de analgésicos pode levar à cefaleia crônica diária. “Medicar-se sem orientação médica pode mascarar o quadro de uma cefaleia secundária grave em desenvolvimento. Todos acham que qualquer dor de cabeça é uma enxaqueca e muitas vezes não é”, explica a dra. Roesler.

Para uma melhora efetiva, é preciso investir no tratamento não medicamentoso, que inclui mudanças de hábitos de vida, dieta equilibrada, horário de sono regular, prática de atividade física, técnica de relaxamento e até psicoterapia quando necessário.
A busca de um especialista é essencial. Além de sintoma, a dor de cabeça pode ser a própria doença e o encaminhamento médico correto traz segurança ao paciente e evita que ele peregrine por diversas unidades de emergência, se submetendo a exames desnecessários. O tratamento adequado é essencial para uma boa qualidade de vida do paciente. 

Surto de caxumba: mulheres que querem engravidar têm de se prevenir




  Já os homens correm risco de terem orquite e ficarem inférteis

Depois do surto de gripe H1N1, outra doença que parecia controlada começa a ter mais casos confirmados em várias cidades brasileiras: a Parotidite Infecciosa, mais conhecida como caxumba. Trata-se de uma infecção viral que afeta as glândulas salivares e é transmitida pela saliva infectada. Algumas pessoas não apresentam sintomas. Porém, no geral, os mais comuns são dor e inchaço nas glândulas salivares, febre, dor de cabeça, cansaço e falta de apetite. A doença não costuma ser grave, porém, entre suas complicações está a orquite (infecção nos testículos) que pode deixar o paciente infértil. 

Para quem já teve a doença, o surto não é preocupante. Já quem tiver dúvidas se está ou não imune, por ter sido vacinado anos atrás, a saída é fazer um exame de sangue e se o resultado for negativo, tomar uma nova dose da vacina. 

“Vendo os casos de caxumba aumentarem, penso que não há dúvida que uma das melhores e mais eficientes maneiras de se prevenir de doenças é pela imunização. As vacinas estimulam a produção de anticorpos no organismo, que farão a defesa natural contra as infecções às quais foram programados para combater. A imunização é tão importante e eficaz que frequentemente são realizadas campanhas pelos governos estimulando crianças e adultos a receberem vacinas”, afirma o médico especialista em medicina reprodutiva Arnaldo Cambiaghi, diretor do IPGO

Ele frisa: é extremamente fundamental que mulheres que pretendem ter filhos, ou que serão submetidas a tratamentos de infertilidade, tenham consciência da importância de estarem imunizadas contra doenças que poderão afetar o futuro de seus bebês e de suas gestações. Grande parte delas desconhece a necessidade de estar em dia com o calendário da vacinação recomendado e as sérias consequências de doenças, que podem ser evitadas, para si e para o bebê na gravidez. É vital que mulheres e casais sejam informados das recomendações antes de engravidarem. O ideal é que a imunização sempre ocorra antes da gestação, uma vez que muitas vacinas não podem ser aplicadas durante a gravidez. As futuras gestantes devem proteger seus bebês antes mesmo deles serem planejados”, alerta o médico.

A vacinação em mulheres em idade fértil ou em tratamento de fertilidade é fundamental, pois, assim, ficam protegidas de doenças importantes, evitam infecções intrauterinas, previnem malformações fetais e até mesmo abortos espontâneos. Além disso, a imunização passiva ao bebê, pela transferência de anticorpos via transplacentária, que ocorre durante a gestação (principalmente durante as últimas quatro, seis semanas) e pelo leite materno no período de amamentação. Durante a gravidez, a vacinação só deve ser indicada em situações de perigo quando os benefícios são superiores aos riscos. Exemplos: viagens para locais de alto risco de contaminação, profissões de risco e doenças crônicas. Nessas situações o uso de imunoglobulinas é uma boa alternativa. 

 Deve-se lembrar que quando a mulher não estiver imunizada e já tiver dado à luz ao primeiro bebê, recomenda-se que, logo após o nascimento, ainda no período chamado puerpério, ela receba as vacinas indicadas, uma vez que estará frequentando centros de vacinação com o seu filho e, provavelmente, não deverá engravidar nos próximos meses”, lembra Cambiaghi.

A vacinação para mulheres que desejam engravidar está resumida na Tabela 1, publicada nos Estados Unidos pela CDC (Centers for Disease Control and Prevention) e ampliada pelo IPGO em um estudo realizado que se baseou em pesquisa bibliográfica mundial. Por essas pesquisas recomenda-se que a imunização deve ser feita antes do início do tratamento de infertilidade.

Classificação das vacinas
1- Vacinas vivas atenuadas
Compostas de microrganismos vivos atenuados em laboratório, que devem ser capazes de se multiplicar no organismo hospedeiro, para que possa ocorrer a estimulação de uma resposta imune idêntica à produzida pela infecção natural. Exemplos de vacinas vivas atenuadas: sarampo, caxumba, rubéola, febre amarela, varicela.

2- Vacinas inativadas
Compostas de microrganismos inativados por tratamento químico, físico, manipulação genética ou componentes extraídos desses patógenos. Isso significa que esses não mais se encontram vivos, logo, são incapazes de se multiplicarem. Exemplos de vacinas inativadas: DPT, hepatite A, hepatite B, raiva, pneumococo, meningococo, influenza, haemophilus do tipo-b.
Vacina Tríplice Viral (sarampo – caxumba – rubéola)

Esta vacina faz parte do calendário vacinal obrigatório da criança, pelo qual é indicada uma dose aos 12 meses e outra entre 4 e 6 anos. Em mulheres que desejam engravidar e não receberam o esquema completo de vacinação para essas doenças ou que se mostraram não imunes a elas, deve ser aplicada antes da gestação, que deve ser evitada no primeiro mês após a aplicação da vacina, uma vez que é composta por vírus atenuados e, portanto, há o risco teórico de infecção congênita na criança.  A imunidade à rubéola é importante, uma vez que, adquirindo esta doença na gestação, há riscos de malformações no feto, como surdez, catarata, glaucoma, problemas cardíacos e neurológicos.

É contraindicada na gestação, mas, em situações de exposição, pode-se utilizar imunoglobulina (imunização passiva).
Varicela (catapora)
A vacina, composta por vírus vivos e atenuados, já é utilizada há mais de 20 anos em países como o Japão e os Estados Unidos e confere níveis elevados de proteção, com ótima tolerância. O esquema vacinal para crianças é igual ao da tríplice viral: uma dose aos 12 meses de vida, se possível, e um reforço aos 5 anos de idade. Em adolescentes e adultos não imunes, a vacina é indicada através de apenas uma dose. É contraindicada na gestação, mas, em situações de exposição, pode-se utilizar imunoglobulina (imunização passiva).
Influenza (gripe)

A vacina confere proteção exclusivamente contra as cepas do vírus da influenza contidos em sua formação, portanto sua fórmula é readequada anualmente em decorrência das mutações genéticas que ocorrem no vírus da influenza em todo o mundo.

Tétano, Difteria e Coqueluche (dTaP) e Tétano, Difteria (dT)
A vacina tríplice bacteriana, ou dTaP, protege contra difteria, tétano e coqueluche ou Pertussis. A vacina dT, somente contra difteria e tétano. 

Pneumococo
É indicada para mulheres que têm chance aumentada de contrair essa infecção. São pacientes que sofrem de diabetes, doenças crônicas, cardíacas e pulmonares e doenças que provocam imunodepressão. Devem receber essa vacina antes de ficarem grávidas ou na gestação em situações de risco.

Meningococo
O meningococo é o principal agente causador de meningite bacteriana no Brasil. O tipo C vem sendo o mais incidente na maior parte do País. A doença atinge sobretudo crianças, mas também ocorre em adolescentes e adultos, principalmente durante surtos. Recomenda-se a vacinação de mulheres adolescentes e adultas com uma única dose da vacina meningocócica conjugada do tipo C.
Hepatite A
A vacina para hepatite A pode ser aplicada em qualquer pessoa a partir do primeiro ano de vida, geralmente em esquema de duas doses, com intervalo de seis meses entre a primeira e a segunda. É constituída de vírus inativados, e sua eficácia é de aproximadamente 100%. Não faz parte do calendário vacinal obrigatório da criança no Brasil.

Hepatite B
Utilizada para prevenir a hepatite B em qualquer idade. É aplicada rotineiramente em esquema de três doses. Atualmente, recomenda-se que as crianças recebam a primeira dose logo após o parto, nas primeiras 24 horas de vida. A segunda aplicação é realizada de um a dois meses após a primeira, e a terceira, após seis meses. 

Febre Amarela
Vacina de uso restrito aos habitantes de áreas endêmicas ou aos que para elas se dirigem. Constituída de vírus vivos e atenuados, pode ser aplicada por via subcutânea a partir dos nove meses de idade, pelo menos dez dias antes da viagem. É contraindicada para gestantes e pacientes imunossuprimidos, e deve-se esperar pelo menos 30 dias após a vacina para engravidar. 

Raiva
Utilizada em situações muito especiais, sua fórmula atual (células VERO), obtida da cultura do vírus em células humanas de laboratório, difere em muito da antiga vacina (Fuenzalida-Palacios), que causava um grande número de reações. 

HPV
Recomenda-se o uso em mulheres de idade entre 9 e 26 anos, de preferência aquelas que ainda não tiveram relações sexuais. Ainda não existem estudos que justifiquem o seu uso em homens. O esquema de vacinação consiste em três doses: aos zero, dois e seis meses, com reforço realizado a cada três anos. Não deve ser usada na gestação.

Tabela 1: Imunização para mulheres adultas entre 19 e 45 anos
Imunização
Agente
Dose
Administração na gestação
Puerpério
Intervalo para outra gestação
Sarampo, Caxumba e Rubéola (tríplice viral)
Vacinas vivas atenuadas
Uma dose se não houver confirmação anterior de sorologia negativa
Não* (B)
Sim
1 mês
(Varicela)
Catapora
Vacinas vivas atenuadas
Duas doses
Não* (B)
Sim
1 mês
Influenza
(gripe)
Vacinas inativadas
Uma dose no período de contágio máximo (inverno) – sugestão: entre abril e maio
Sim
Sim
Nenhum
Difteria – Tétano – Coqueluche ou Pertussis (dTaP)
Vacinas inativadas
Uma dose a cada 10 anos
Sim* (A)
Sim
Nenhum
Difteria – Tétano 
(dT)
Vacinas inativadas
Uma dose a cada 10 anos
Sim
Sim
Nenhum
Pneumocócica
Vacinas inativadas
Dose única para pessoas em situações especiais de risco
Sim
Sim
Nenhum
Hepatite A
Vacinas inativadas
Duas doses com intervalo de 6 meses
Sim* (A)
Sim
Nenhum
Hepatite B
Vacinas inativadas
Três doses com intervalo de 1 mês entre a 1ª e a 2ª e de 5 meses entre a 2ª e a 3ª.
Sim
Sim
Nenhum
Meningocócica
Vacinas inativadas
Dose única para pessoas que têm histórico de contato
Sim
Sim
Nenhum
 
Raiva
Vacinas inativadas
Dose única para pessoas em situações de risco muito especiais
Sim* (A)
Sim
Nenhum
Febre Amarela
Vacinas vivas atenuadas
Para habitantes de áreas endêmicas ou os que a elas se dirigem
Não* (B)
Sim
1 mês
HPV
Modificadas
geneticamente
Três doses – suspender no caso de gestação inesperada
Não
Sim
Após a 3ª dose
A - Considerar situações de risco especial.
B- Vacinas contraindicadas na gestação: em situações de exposição, pode-se utilizar imunoglobulina (imunização passiva).
Conclusão:
  • A vacina em mulheres na idade reprodutiva, antes ou durante a gestação, confere a elas resistência a doenças e, ao recém-nascido, uma imunidade passiva.
  • A imunização deve ser realizada preferencialmente antes dos tratamentos de infertilidade, pois algumas delas não podem ser administradas no período da gestação.
  • A vacina MMR deve ser prescrita para todas as mulheres que não comprovarem imunidade desta doença.
  • A imunização para vírus influenza deve ser realizada antes, mas pode ser realizada durante a gravidez.
  • Catapora, Pneumococos, Hepatite A, Hepatite B e Meningococos são indicadas em condições específicas e devem ser aplicadas antes da gestação.
  • Não existem indicações de que as vacinas Pneumococos, Hepatite A, Hepatite B e Meningococos, administradas durante a gravidez, causariam complicações à gestação

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