Começo amanhã!
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Todos nós temos, em
nosso dia a dia, coisas que amamos fazer e outras que simplesmente insistimos
em adiar, adiar e adiar. Seja por falta de tempo, excesso de preguiça ou
distrações no ambiente de trabalho, os motivos para protelar tarefas e tomar
decisões que levam à procrastinação compartilham raízes comuns.
Escrevendo esse artigo,
descobri que aquele famoso “deixa pra depois” diz muito sobre a psicologia
humana. Abaixo destaco cinco pontos que podem nos ajudar a compreender e –
principalmente! - evitar a arte da procrastinação:
Medo
Este item abrange muitas
subcategorias: medo do sucesso, da falha e da incompetência.
O medo de falhar pode
ser o mais comum. Provavelmente todos nós já enfrentamos algo que parece estar
além de nossas capacidades: preparar um evento, escrever um trabalho de
pesquisa, passar em uma prova.
Tamanho é o medo que a
tarefa em si ganha mais importância e aumenta a necessidade de álibis:
"Não tenho tanto conhecimento sobre esse assunto!", "Por que eu
concordei em fazer isso?!", "Eu vou falhar com certeza!".
Sem a confiança
suficiente em nossas habilidades, construímos cenários sobre o que aconteceria
se inevitavelmente falhássemos: ser demitido, expulso da escola, perder status.
De mãos dadas com a
falha está (ironicamente) o medo do sucesso. Se concluirmos uma tarefa de
maneira bem-sucedida, espera-se que consigamos atingir aquele mesmo nível de
sucesso (e outros ainda maiores no futuro).
Com isso, misturado a um
sentimento de insegurança, temos a sensação de estarmos em uma posição para a
qual não nos sentimos qualificados, o que nos leva a questionar a nossa
capacidade.
Quando o medo te deixa estagnado, pense nos
desafios que você já venceu. Lembre-se de projetos trabalhados que pareciam
enormes e do seu sucesso ao finalizá-los. Relembre as metas que você achou que
não iria conseguir alcançar e ainda assim conseguiu. Você pode ser sua própria
inspiração para vencer.
Outra dica? Veja estes medos sob outra
perspectiva. Converse com colegas, amigos e parentes próximos. Peça ajuda e
feedback. Receber a confirmação que estamos no caminho certo ou enxergar onde
podemos ter errado, enquanto o processo está caminhando, é reconfortante.
Perfeccionismo
Qualquer pessoa tem um
ideal platônico do que se propõe a fazer. Porém, muitas vezes a desconexão do
produto final com a versão absolutamente perfeita que havíamos imaginado, pode
nos impedir de iniciar uma tarefa.
Por isso, a
procrastinação pode ser confortável — enquanto a ideia está na sua cabeça, ela
permanecerá perfeita e imune a críticas.
Em casos assim, é nosso
dever reconhecer que, apesar da possibilidade da falha, não devemos ceder à
tentação de pensar que não temos que dar nosso melhor. Ao final, e se nos
dermos um pouco de liberdade, passamos a aceitar que nossas criações são
interessantes e possuem mérito.
Falta de Motivação
Para encontrar a real
motivação, descubra porque você está fazendo uma tarefa e qual o significado
que ela tem para sua vida. As coisas simples como pagar as contas ou preparar o
jantar podem ser onerosas, mas quando você percebe que é menos desejável
receber ligações de cobrança ou passar fome, a motivação aparece como se fosse
mágica.
Enxergue as razões pelas quais você está
comprometido a cumprir uma meta. Conecte-se aos motivos pelos quais aquela
tarefa tornou-se importante e isso poderá te motivar. Se você não conseguir
encontrar um motivo forte o bastante para retomar a sua ação, então reconsidere
se ela é realmente importante.
Dificuldade em Iniciar
Não é fácil inventar
desculpas? “Agora já não dá mais tempo”, ”só falta fazer uma coisinha”, ou
"tenho muito tempo ainda".
Estas sabotagens,
especialmente a última, são fatais. Podem haver fatores externos que nos
impeçam de iniciar projetos — ter que esperar por uma resposta, a incapacidade
de conseguir informações, a falta de proximidade física, ou uma data de início
oficial. No entanto, na maioria das vezes, estas restrições são racionalizações
autoimpostas. Prazos e metas a cumprir ainda estão sobre você, não importa o
quanto você tente negar.
Mesmo que você esteja aguardando
por algo que está verdadeiramente fora do seu controle, busque por funções você
possa resolver ao longo do processo. Trabalhar em algo - diferente daquilo que
você havia sido inicialmente designado a fazer - o permite ter insights que
poderão apontar na direção de algo novo que você ainda não tenha considerado.
Não tenha medo de
começar por partes. Projetos grandes são melhor executados quando cumpridos aos
poucos, em partes componentes, ao invés de tentar completá-lo de uma só vez,
transformando-se em um objetivo cada vez maior.
Em um nível prático, começar de fato
significa que você pode terminar mais cedo e evitar que aquilo fique pesando na
sua cabeça. Focar exclusivamente naquilo que deveria estar fazendo, pode no começo
ser trabalhoso. Mas a recompensa do resultado valerá muito a pena.
E o mais importante: se
você recebeu uma tarefa, geralmente é porque você é a pessoa mais qualificada
para realizá-la. Entenda que por simples mudanças de hábito você poderá alterar
de maneira intencional o destino da sua vida.
Se existe um motivo
forte o suficiente para te fazer repensar a procrastinação, é o seguinte: o
tempo que você perdeu - simplesmente - não volta.
Joshua Zerkel - Diretor
de Global Customer Education e Community na Evernote