Especialista
do Seconci-SP explica os principais problemas e procedimentos para higiene
O uso de adereços
metálicos como acessórios no corpo humano é uma prática que remonta a mais de
cinco mil anos. Porém, se nos primórdios os piercings possuíam a função de
diferenciar classes socais ou religiões, hoje o adorno adquiriu outro sentido e
está ligado à moda e estética. Atualmente, é muito comum os jovens colocarem
piercings na língua, bochecha e até mesmo nos dentes.
Contudo, o que muitas
pessoas não sabem é que fazer perfurações na cavidade bucal pode trazer
problemas para a saúde. “O interior da boca é uma área muito sensível em
virtude da grande quantidade de tecidos vasculares. Por isso, se não efetuada
corretamente, a colocação do adereço pode resultar em hemorragia”, explica
Sylvio Varkala Sangiovani, dentista do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção).
Alguns dos locais
preferidos para o uso do piercing, de acordo com o especialista, são a língua e
os lábios superiores e inferiores, regiões muito úmidas e que concentram alta
quantidade de bactérias. Para evitar infecções, é imprescindível o uso de equipamentos
esterilizados quando da abertura do orifício.
Outro tipo de piercing
muito comum entre os trabalhadores da construção atendidos no Seconci-SP,
segundo Sangiovani, são os chamados twinkle, ou piercing dental. “Nesse caso,
um pequeno brilhante é colado no dente, que pode variar entre cristais de
strass, ou mesmo ouro e pedras semi ou preciosas”, comenta o dentista.
O risco desse tipo de
adereço é que a pedra seja colada em um dente com restauração, o que pode
fragilizar a estrutura e causar uma fratura dental. “Outro problema é a questão
da higiene dental pois, se a pessoa não realiza a limpeza adequadamente, pode
ocorrer o acúmulo de alimento, causando cárie, inflamação na gengiva e,
consequentemente, halitose”, esclarece o dr. Sangiovani.
“Além disso,
independentemente se o acessório é afixado no dente ou perfurado no tecido,
todos os piercings podem ser ingeridos acidentalmente. E quando isso acontece a
pessoa está suscetível a sofrer uma lesão estomacal e até mesmo perfurações
intestinais”, ressalta.
Caso ocorra a ingestão do
adereço, o indivíduo deve procurar atendimento médico imediatamente. “Também é
importante buscar ajuda médica quando o portador do piercing perceber inchaço
ou sangramento na região perfurada. No Seconci-SP, estamos preparados para
auxiliar o trabalhador e seus familiares em todas essas emergências”, explica.
Higienização
Devido aos riscos
associados ao piercing na cavidade bucal, o especialista recomenda que as
pessoas evitem a sua colocação na região. Contudo, para os trabalhadores que já
utilizam o acessório, o dr. Sangiovani sugere que sempre lavem muito bem as
mãos antes de manusear o acessório. “Isso evita a contaminação da boca com as
bactérias presentes nos itens que estão sendo manipulados”, orienta o médico.
“A recomendação vale
também para as pessoas que usam o piercing dental e de mucosa, mas nesses casos
é necessária uma atenção especial quanto à limpeza. É preciso escovar muito bem
a região onde o item está colado e, após o procedimento, finalizar com um bochecho
do enxaguante bucal. Já para as pessoas que utilizam o acessório tradicional,
com perfuração, o ideal é retirá-lo antes de cada escovação”, pondera.