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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Festa de tributos: produtos juninos podem ter mais da metade do seu valor em encargos



O mês de junho é famoso pelas típicas quermesses e pelos festejos tradicionais desta época do ano. Mas o Fisco também pretende participar, ou melhor, estragar as brincadeiras, abocanhando grande volume de tributos embutidos nos preços dos produtos consumidos nas festas juninas. E neste caso, nem os Santos festejados, Santo Antônio, São João e São Pedro podem ajudar. Inclusive até mesmo suas imagens são tributadas: 51,52% dos seus preços em tributos.

Segundo o estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT, entre os itens mais tributados nesta ocasião estão: o quentão e os fogos de artifício, ambos com 61,56% de tributos e o vinho quente, com 54,73%. Mesmo os quitutes que possuem um valor mais acessível, não escapam dos encargos que já vêm embutidos  e muitas vezes impedem que sejam consumidos fazendo a alegria de todos. A incidência tributária é de 36,54% na cocada ou no amendoim, 35,38% na canjica, 34,99% na pipoca e 24,07% no pinhão.

E quem pretende curtir a festa caracterizado, de fato precisará remendar o bolso depois de tantos tributos, nas vestimentas: os encargos chegam a 34,67% na camisa xadrez e no vestido, 33,95% no chapéu de palha e 36,17% na bota de caubói.

De acordo com o presidente executivo do IBPT, João Eloi Olenike, existe um exagero de tributação no Brasil, principalmente sobre o consumo, onde os preços de todos os produtos vêm carregados de tributos. “Em desacordo com o princípio da seletividade, pela sua essencialidade, os itens básicos de consumo sofrem com a alta carga tributária, o que deveria ocorrer em menor grau, já que se trata de alimentos comuns à mesa do brasileiro durante todo o ano, afirma Olenike.

Produto
Carga tributária
Amendoim
36,54%
Camisa xadrez
34,67%
Canjica
35,38%
Chapéu de Palha
33,95%
Cocada
36,54%
Refrigerante (lata)
46,47%
Refrigerante (garrafa)
44,55%
Vestido típico
34,67%
Pé de moleque
36,54%
Pipoca
34,99%
Fogos de Artifício
61,56%
Fubá
25,28%
Milho cozido
18,75%
Pinhão
24,07%
Quentão
61,56%
Vinho
54,73%
Bota
36,17%
Imagem de Santo
51,52%

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – IBPT  





Fissura Anal e Hemorroida: Mudança de hábitos alimentares e de higiene são os principais fatores que ajudam no tratamento



Dentre as chamadas doenças orificiais do aparelho digestivo, a fissura anal e a hemorroida são as que mais incomodam no dia a dia das pessoas, sobretudo adultos, público de maior acometimento do problema, especialmente entre a terceira e a quinta década de vida. A incidência de doenças orificiais na população em geral é de 5% e acomete na mesma proporção homens e mulheres. Apesar do incômodo, muitos pacientes postergam o diagnóstico e o tratamento, o que pode agravar o seu quadro clínico.

O gastroenterologista Renato de Araújo Pereira, da clínica Gastroinclusive, especialista pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e membro da Society for Surgery of The Alimentary Tract, alerta para um fator comum de desencadeamento destes problemas, em especial da fissura anal: a constipação intestinal, popularmente conhecida como “prisão de ventre”, quando  o paciente evacua com pouca frequência (uma vez a cada três ou quatro dias ou mais) ou sob grande esforço, com fezes excessivamente duras e pequenas. A constipação intestinal acomete mais mulheres do que homens, numa proporção de 3 para 1, com predominância durante a gravidez, devido ao aumento da pressão abdominal.

O tratamento da fissura anal e da hemorroida é simples e eficaz quando adotados melhores hábitos alimentares e higienização adequada. “Ao tratar o fator desencadeante, conseguimos prevenir o surgimento do problema ou conter a sua evolução”, diz o médico. Neste sentido, é importante adotar uma dieta rica em fibras e com muita hidratação, que melhoram a consistência das fezes e aumentam a frequência evacuatória.

Com similaridade nos sintomas, como dor e sangramento nas evacuações e coceira local, tanto a fissura anal como a hemorroida exigem cuidados especiais, tratamentos e procedimentos clínicos específicos.


Entendendo a fissura anal

Trata-se de uma úlcera, um pequeno machucado, como um lábio rachado na mucosa do canal anal, que ocorre em grande parte das vezes pelo atrito causado por evacuação ressecada, uso excessivo de papel higiênico e falta de uma correta higiene anal. Muitas vezes, costuma ser mais dolorida do que a hemorroida. “Fazer a higienização da região com água, após as evacuações, diminui o atrito causado pelo papel higiênico”, diz o gastroenterologista.

O tratamento da fissura anal geralmente requer apenas alterações nos hábitos alimentares para uma melhor função intestinal, com ingestão de fibras, por exemplo, além de banhos de assento com água morna e medicamentos de uso tópico, que devem ser indicados pelo médico.

Em 10% dos casos, quando a úlcera evolui, ou seja, torna-se crônica, são necessários procedimentos cirúrgicos, como a esfinterectomia, corte de uma pequena porção do músculo do esfíncter anal. O procedimento tem boa cicatrização em 90% dos casos, embora possa causar incontinência em 5% dos pacientes, mas que geralmente regride com passa do tempo. Também é possível remover a fissura, através de um procedimento cirúrgico que recobre com um retalho cutâneo-mucoso.


Entendendo as hemorroidas

São veias dilatadas ao longo do canal anal que quando sofrem um trauma se rompem e sangram. A hemorroida também pode ser corrigida com mudanças higiênico-dietéticas, alimentação rica em fibras e boa hidratação, que melhoram a consistência das fezes e aumentam a frequência evacuatória. Em contrapartida, deve-se evitar sempre o consumo de pimenta, curry e outros condimentos apimentados. A higienização da região com água, após as evacuações, também diminui o atrito causado pelo papel higiênico.

A hemorroida é classificada como interna e externa. Na interna, é subdividida em 4 graus: grau 1 mais, mais leve, pode ser tratado clinicamente e é exclusivamente interno; grau 2, também tratado clinicamente, porém se exterioriza e regride espontaneamente; grau 3, necessita de intervenção cirúrgica, é interno, se exterioriza, mas a regressão ocorre somente quando colocada para dentro, e o grau 4, mais grave, quando a hemorroida é interna e se exterioriza, mas não regride sozinha. “O tratamento dos casos mais leves evita a evolução para outros mais críticos (graus 3 e 4). Por isso é importante procurar um especialista logo no início”, explica o gastroenterologista.

Nos casos mais críticos, pode ocorrer a trombose hemorroidária, quando o sangue dentro da hemorroida coagula (endurece), causando dor intensa e a presença de um “caroço” na região anal.

Além dos fatores gerados pela constipação intestinal, a hemorroida também ocorre por aumento da pressão abdominal, o que leva ao aumento da pressão nos vasos anais, como acontece comumente em grávidas e pessoas obesas. A hemorroida tende a se agravar em indivíduos que já estão na terceira idade, pois as veias localizadas na região anal perdem a complacência, a capacidade de elasticidade e, por isso, se dilatam com mais facilidade.

O tratamento das hemorroidas menores é clínico, enquanto que nas maiores a cirurgia (hemorroidectomia) é a melhor opção.

Nos casos mais simples, pode-se adotar cuidados caseiros, como o uso de medicamento tópicos, pomadas com corticoides que ajudam a reduzir a dor e o inchaço, ou com lidocaína, que reduz a dor, e ainda com emolientes, que ajudam a reduzir o esforço e a constipação. Os banhos caseiros de assento com água morna também são indicados.

Nos casos mais graves, as alternativas são intervenções cirúrgicas e não-cirúrgicas. A melhor opção não-cirúrgicas é a coagulação infravermelha, em que uma sonda com luz infravermelha é aplicada no local e os vasos que levam sangue à região são coagulados. Este procedimento geralmente é rápido, tem baixo índice de complicações e a eliminação de alguns tecidos desaparecem em algumas semanas. Outra alternativa não-cirúrgica é a indicação de injeções nas veias inflamadas para diminui-las.

Os dois principais tratamentos cirúrgicos mais adotados são a ligadura elástica e a hemorroidectomia, neste caso quando o paciente sente muita dor e a hemorragia grave não cessa com tratamentos caseiros e não-cirúrgicos.

A ligadura elástica consiste em amarrar alguns elásticos na base das veias inflamadas para cortar a circulação. Em poucos dias as hemorroidas caem sozinhas durante a evacuação. Na hemorroidectomia, considerado tratamento “padrão” para os casos em que o paciente tem hemorroidas recorrentes, são retiradas as veias inflamadas que causam sangramento e dor.


Diferenciando o sintoma da hemorroida e do câncer de cólon

É comum que algumas pessoas se assustem ao perceber sangramento após a evacuação, pensando ter alguma relação com câncer colorretal. O gastroenterologista Renato Pereira esclarece que nos casos de hemorroida, o sangramento é percebido na água do vaso sanitário ou no papel higiênico, assim como acontece em pacientes com fissura anal. No caso do câncer colorretal, o sangue permanece em meio às fezes. O médico Renato Pereira ressalta que em todas as situações é imprescindível procurar ajuda profissional para o diagnóstico e tratamento corretos.





Fonte: Dr. Renato de Araujo Pereira – Diretor da Clínica GastroInclusive, membro da Society for Surgery of The Alimentary Tract e médico Cirurgião na Unidade UPA Campo Limpo da Sociedade Beneficente Israelita Albert EInstein. Preceptor dos alunos da Faculdade de Medicina da Universidade Nove de Julho. Especialista e Membro Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva e certificação em Cirurgia Oncológica do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva. Área de atuação: Cirurgia do Aparelho Digestivo, Coloproctologia, Cirurgia da Obesidade (Bariátrica), Cirurgia Geral e Gastroenterologia.





Mais de um milhão de pessoas deixam de contar com plano de saúde, aponta IESS



Na contramão, NAB indica que mercado de planos exclusivamente odontológicos firmou mais de 1,6 milhão de vínculos
 
O mercado brasileiro de planos de saúde encerrou maio com mais uma retração: queda de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso significa a perda de pouco mais de 1 milhão de vínculos, o que reduz a 47,36 milhões o total de beneficiários de planos médico-hospitalares no País. Os números integram a nova edição da Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB), produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Apesar de não haver um número fechado para o saldo de empregos formais em maio, os resultados apontados pela NAB estão em ordem com a retração do total de postos de trabalho registrada em abril, de 2,8%, de acordo com dados do MTE. A NAB aponta, ainda, que apenas nos últimos três meses, 221,4 mil vínculos foram rompidos em todo o País. Retração de 0,5%.

“Enquanto a situação econômica do País não mudar e, principalmente, o saldo de empregos voltar a crescer, provavelmente não teremos uma recuperação dos vínculos perdidos ao longo dos últimos anos”, analisa o superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro. “Ainda não há indicação segura de que o mercado irá mudar a tendência e retomar o crescimento nos próximos meses”, completa.
 

O outro lado da moeda
 
Enquanto o total de beneficiários de planos médico-hospitalares está caindo, o de planos exclusivamente odontológicos está crescendo. Entre maio deste ano e o mesmo mês do ano passado, foram firmados 1,6 milhão de novos vínculos com planos de saúde exclusivamente odontológicos no Brasil. Alta de 7,7%. Apenas nos últimos 3 meses o segmento registrou a chegada de 437,8 mil novos beneficiários, 2% a mais do que em fevereiro.

Carneiro explica que apesar de ter superado a marca dos 22,5 milhões de beneficiários, o segmento ainda conta com menos da metade do total de vínculos médico-hospitalares. Ou seja, ainda está longe de ser maduro e tem mais margem para crescer. Os custos mais “atraentes” do que o de planos médico-hospitalares também são um diferencial. “As famílias têm mais facilidade de acessar esse serviço, mesmo com a redução da renda média; enquanto as empresas, mesmo em um momento de crise econômica, enxergam nos planos exclusivamente odontológicos um benefício com custo mais acessível para oferecer aos seus colaboradores”, analisa.



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