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sexta-feira, 16 de junho de 2017

O lado negativo das decisões em grupo



Tomar decisões em grupo faz parte da rotina das empresas.


Resolver problemas, desenvolver novos produtos ou estabelecer normas são exemplos de ações raramente tomadas de forma individual. Essa interação em geral produz excelentes resultados. Diversos pontos de vista sobre uma mesma questão aumentam as chances de obter soluções completas e eficazes.

Mas há um lado das resoluções em grupo ao qual executivos deveriam prestar atenção: as consequências negativas que as decisões coletivas podem trazer.

De acordo com pesquisa realizada pela Bain & Company recentemente, existem quatro efeitos nocivos originados das decisões em grupo: polarização, uniformidade, obediência à autoridade e “efeito espectador”. 

Normalmente, a ideia que se tem é que o grupo tende a moderar os pontos de vista e balancear opiniões. Mas, muitas vezes, ocorre o contrário, e as pessoas radicalizam as posições. Um estudo que analisou a conduta de juízes federais nos Estados Unidos concluiu que, ao trabalhar sozinhos, eles tomaram decisões extremas em apenas 30% dos casos. Quando tomavam decisões em grupos de três, esse índice mais do que dobrava, atingindo 65%. Nos negócios, é fácil identificar isso em comitês de investimento, por exemplo: se são compostos por pessoas com uma visão conservadora e cautelosa, as decisões serão no sentido de afastar qualquer risco.

Há uma situação que pode ser definida como uniformidade. Ela ocorre quando as pessoas que compõem o grupo tendem a concordar com o que a maioria decide, sem ponderar se de fato o que está sendo defendido é sua opinião pessoal. Um experimento famoso feito pelo psicólogo Solomon Asch mostrou quão poderoso esse efeito é: ele pediu individualmente para que pessoas identificassem linhas do mesmo tamanho. Quando isolados, quase todos os participantes do experimento acertaram. Ao repetir a experiência dentro de um grupo previamente instruído para escolher a opção errada, quase 75% dos entrevistados concordaram com o grupo.

Nos negócios, a tendência de seguir a maioria geralmente faz com que pessoas se calem. A Warner Brothers, por exemplo, investiu US$ 50 milhões na adaptação do best-seller de Tom Wolfe “Feira das Vaidades”, e a bilheteria foi um fracasso. No processo de produção, muitas pessoas tiveram ressalvas a respeito da escolha de elenco e de mudanças no roteiro, mas nunca verbalizaram isso para o diretor. Por não ouvir essas opiniões, o diretor teve a percepção de que tinha tomado a decisão correta.

O medo de expressar opiniões por uma obediência cega aos superiores também é um entrave. Para se ter uma ideia da gravidade dessa situação, é possível tomar como exemplo o pior acidente da história da aviação comercial: a colisão entre aviões da Pan Am e da KLM em Tenerife no ano de 1977. O piloto da KLM não tinha autorização dos controladores de voo para decolar. Mesmo assim, ninguém o impediu quando ele começou a taxiar o avião pela pista, porque tinham confiança na experiência do piloto. A omissão resultou no choque entre os aviões e, consequentemente, na morte de mais de 500 pessoas.

Ao não expressar suas opiniões, as pessoas caem no chamado “efeito espectador”. Ou seja, ficar quieto e não participar das decisões do grupo. No contexto de negócios, um dos efeitos nocivos que isso pode ter é o de colaboradores serem instruídos a reportar violações de segurança e não reagirem em situações de perigo – caso os demais ignorem esse tipo de circunstância.

Para resolver esses problemas, boas práticas organizacionais podem ajudar a reduzir os maus efeitos da dinâmica de grupo. O mais importante é designar papéis de decisão e responsabilidades a pessoas específicas. Ao ser publicamente responsáveis por determinada decisão, colaboradores ficam menos propensos a ceder diante da opinião de grupos.

Além dessas duas estratégias, as companhias podem pôr em prática várias outras, tais como:

· Ter sempre o “advogado do diabo”: ao elencar uma pessoa ou equipe para levantar o lado menos popular de um problema, a empresa pode se proteger contra a conformidade dos demais colaboradores. 

· Formar um comitê diverso para tomar decisões importantes: pessoas de diferentes funções ou com diferentes experiências podem ajudar a proteger contra a conformidade e polarização de grupo.

· Pedir por opiniões com antecedência: evita a tendência de um grupo tomar posições mais extremas.

· Estabelecer um fórum para comunicação direta com líderes sênior: pessoas que discordam quanto a uma ação e têm medo de dizer isso podem usar canais secundários para comunicar suas preocupações.

· Fomentar a cultura da responsabilidade: encorajar todos a assumir responsabilidade pessoal por decisões em grupo. 

Nossa experiência mostra que ninguém pode acabar de vez com os efeitos negativos da interação em grupo. Mas, com essas precauções, as companhias podem reduzir os riscos e aproveitar o que há de melhor nas boas decisões em grupo. Como consequência, seu desempenho será superior ao das empresas que não se preocupam em resolver essas questões.




Alfredo Pinto - sócio na Bain & Company e tem mais de 15 anos de experiência em consultoria de gestão.
www.bain.com.br. Twitter: @BainAlerts.




Arritmias Cardíacas: 10 informações úteis para seu coração bater no ritmo certo



No Brasil, 40 milhões de pessoas têm algum tipo de Arritmia Cardíaca. Estimase que até 20% da população seja acometida pela doença. Em 2009, em um levantamento realizado pela SOBRAC (Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas), em parceria com o Ministério da Saúde e com o DECA (Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial), foi apontada a ocorrência de mais de 320 mil mortes súbitas por ano em decorrência de arritmias cardíacas. 

Do total de mortes súbitas em decorrência de problemas cardiovasculares, estima-se que 80 a 90% são provenientes de algum tipo de arritmia cardíaca.

Ainda assim, mesmo sendo tão prevalente, há muita desinformação a respeito da doença. A hereditariedade e outros fatores de risco merecem atenção de especialistas e, por isso, a consulta periódica com um cardiologista é fundamental.

Mas, afinal, o que é uma arritmia cardíaca? Quais são os sintomas? Quais os tipos mais prevalentes? Qual o tratamento? Como prevenir?

Visando informar corretamente sobre arritmias cardíacas e morte súbita, a SOBRAC listou 10 informações que você precisa saber para que seu coração bata no ritmo certo. Confira:


1. O que é arritmia cardíaca?

R: Arritmia cardíaca é uma alteração que ocorre na formação ou na condução do estímulo elétrico do coração, as quais podem provocar modificações do ritmo cardíaco.

As arritmias podem ser benignas e malignas. Indivíduos que apresentam problemas no músculo cardíaco, como infarto, cicatrizes de inflamações, doença nas artérias coronárias e insuficiência cardíaca, estão no grupo de maior risco. As arritmias em corações estruturalmente normais geralmente são benignas, embora haja exceções.


2. Como ocorre o batimento cardíaco?

O coração é uma bomba formada por 4 cavidades: duas do lado direito e duas do lado esquerdo (os átrios e os ventrículos). Sua função é impulsionar o sangue que vem das veias para os pulmões e o sangue rico em oxigênio, que vem dos pulmões, para todos os nossos órgãos.

Um sistema elétrico é responsável pela contração muscular no ritmo certo e pela sincronização dos batimentos das 4 câmaras do coração. Esse sistema elétrico é formado por um conjunto de células que geram o estímulo elétrico espontaneamente, denominado nó sinoatrial ou nó sinusal e por uma rede de nervos que espalha o estímulo pelo músculo todo.


3. Qual é o ritmo cardíaco adequado?

R: O ritmo cardíaco adequado é ritmo regular, compassado. A frequência dos batimentos cardíacos depende da atividade que o indivíduo está realizando (repouso ou em exercício) e é medida pelo número de contrações do coração por uma unidade de tempo, geralmente por minuto. Por isso é expressa em BPM (batimentos por minuto). A frequência cardíaca pode variar muito, mas normalmente situa-se entre 60 bpm e 100 bpm num indivíduo em repouso ou atividades habituais.

Para um indivíduo adulto em repouso, uma frequência cardíaca de 100 bpm, persistentemente, pode ser considerada alta. Em algumas situações, como durante exercícios físicos de alta intensidade, estes batimentos podem atingir até mesmo 180 bpm. Por outro lado, quando dormimos ou estamos em repouso, a frequência pode ficar abaixo dos 60 bpm e isso é considerado normal.


4. Quais são os tipos de arritmias cardíacas?

R: Existem vários tipos de arritmias, mas as mais comuns são a taquicardia, quando o coração bate rápido e a bradicardia, quando as batidas são muito lentas. Existem também os batimentos fora de compasso, que se manifestam com pulsação irregular, como as  extra-sístoles e a fibrilação atrial. 


5. O que é a Morte Súbita Cardíaca?

R:  A morte súbita cardíaca é a morte inesperada, instantânea, causada pela perda da função de bombeamento do músculo cardíaco. A falta de função de bombeamento, na grande maioria, é causada por arritmias originadas nos ventrículos (fibrilação ventricular).  A causa mais frequente de arritmias ventriculares na população em geral é o Infarto do Miocárdio.


6. Quem está sujeito às arritmias cardíacas e à morte súbita?

R: Qualquer pessoa pode ter arritmia cardíaca, independentemente de faixa etária, gênero ou condição socioeconômica. As arritmias cardíacas podem acometer recém-nascidos, jovens supostamente saudáveis e esportistas. Mas são mais frequentes em pessoas portadoras de doenças do músculo cardíaco ou doenças hereditárias do sistema elétrico e também em idosos.


7. Quais os sintomas de uma arritmia cardíaca?

R: Os principais sintomas das arritmias cardíacas são palpitações, batedeira no peito, sensação de batimentos rápidos, lentos, irregulares, às vezes cansaço de início recente e desproporcional ao grau de esforço realizado, tonteiras, desmaios, fraqueza, desconforto no peito.


8. Como é feito o diagnóstico de uma arritmia cardíaca?

R: Quando uma pessoa percebe que seu coração está batendo de forma inadequada, deve procurar um cardiologista para avaliação clínica. O médico fará a anamnese, levantará dados da história familiar, realizará um exame clínico detalhado e um eletrocardiograma. A partir de então, outros testes são solicitados dependendo da necessidade de cada paciente, tais como: Ecocardiograma, Holter de 24h, Teste Ergométrico, Monitor de Eventos, Ressonância Magnética do Coração e Estudo Eletrofisiológico Intracardíaco.


9. Qual tratamento de uma arritmia cardíaca?

R: Quem determinará o tratamento adequado é o médico especialista em arritmias (o Arritmologista ou Eletrofisiologista). Os tratamentos podem ser medicamentosos, por Ablação por Cateter (cauterização dos focos das arritmias) ou ainda pode ser necessário o uso de Dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEI), tais como Marca-passo (MP), Cadioversor-Desfibrilador (CDI) ou Ressincronizador.


10. Como prevenir as arritmias cardíacas e a morte súbita?

R: Para prevenir as arritmias cardíacas, assim como as demais doenças, é preciso ter hábitos saudáveis, alimentação saudável, não se exceder no consumo de bebidas alcoólicas, energéticos, não usar tabaco, tratar diabetes e evitar obesidade. Também é importante dar atenção à saúde emocional, evitando o estresse.

Toda atividade física e/ou esportiva moderada traz benefícios à saúde, mas antes de iniciá-la, deve-se procurar um médico para avaliação clínica e orientação adequada. 

Por fim, visitas regulares a um cardiologista, pelo menos uma vez por ano, são fundamentais. Preste atenção nos sinais do seu coração, como pulsações irregulares, batimentos intensos, rápidos, cansaço demasiado e sem motivo aparente, tonturas e desmaios.





Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) 




Pelo fim do genocídio juvenil



Nossos jovens estão sendo assassinados! Em uma década (2005-2015), 318 mil jovens perderam suas vidas violentamente, de acordo com o relatório Atlas da Violência, divulgado pelo Fórum da Segurança Pública e pelo Ipea. Se você demandar 20 minutos para ler este artigo, tenha uma certeza: um jovem terá sido assassinato nesse interim. Essa triste realidade é o resultado da falta de oportunidade de continuar seus estudos, de ingressar no mundo do trabalho, permitindo que o crime os roube de nós e de si próprios. Dados do IBGE indicam que o desemprego afeta 39,7% da população com idade entre 14 e 17 anos, e 25,9% dos que têm entre 18 e 24 anos.

Duas formas que têm se mostrado positivas na criação de oportunidades para a juventude são os programas de estágio e de aprendizagem. O primeiro possibilita que estudantes ingressem em organizações privadas e públicas, alinhando os conhecimentos teóricos a situações reais em ambiente corporativo, enriquecendo o currículo e aumentando o conhecimento. Pela atividade, o estudante recebe remuneração em forma de bolsa-auxílio, que em muitos casos auxilia na renda familiar e financia a continuidade dos estudos. Já a aprendizagem é a única modalidade do País que permite a jovens com idade a partir de 14 anos ingressar no mercado de trabalho. Por meio dela, os aprendizes atuam quatro dias por semana na empresa e um dia em entidade certificadora, como o CIEE, onde têm aulas de capacitação teóricas nas áreas que atuam, aumentando seu conhecimento e a aquisição de experiência profissional, exigêncida do mercado.

A eficácia das duas modalidades são comprovadas pelos índices de efetivação: 64,7% no caso do estágio e 70% no caso da aprendizagem. Na contramão do desemprego crescente, o CIEE apurou crescimento de 1,75% no número de jovens inseridos no mercado em 2016, ante 2015. Isto posto, conclamamos os cidadãos a ajudar, como possam, a mudar o cenário apontado no primeiro parágrafo. Jovens, inscrevam-se para concorrer a oportunidades de estágio e de aprendizagem. Pais, familiares e amigos, estimulem os seus a se inscreverem. Gestores abram vagas para que esses jovens ingressem em seus quadros. Assim teremos a oportunidade de formá-los, ao invés de continuar a enterrá-los precocemente! 



Luiz Gonzaga Bertelli - presidente do Conselho de Administração do CIEE





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