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quarta-feira, 24 de agosto de 2016
Ética Médica, sem ela é o fim
O primeiro artigo do Código de Ética Médica praticamente sintetiza o que é a medicina. Trata-se de uma profissão a serviço da saúde do ser humano, da coletividade, devendo ser exercida sem discriminação de qualquer natureza.
A medicina se relaciona intrinsicamente com o humanismo. Para exercê-la com grandeza, é fundamental ter princípios, respeito e amor ao próximo, além de honradez. Enfim, é necessário espírito altivo e postura ética.
Lógico que devemos ser maleáveis às transformações do meio para garantir sincronicidade entre o pensamento dos cidadãos e a prática médica. Avanços tecnológicos e mudanças de comportamento mexem cada vez mais rapidamente com nossa forma de ver o mundo. Os valores, ainda bem, não são estáticos, exigindo reflexão e revisão constante.
Enfim, a medicina precisa se atualizar para melhor atender às demandas de uma sociedade que se reinventa o tempo todo. Agora mesmo, o Conselho Federal de Medicina (CFM) acaba de abrir consulta pública para reformar o Código de Ética Médica, cuja edição atual vigora desde 2010.
É primordial que eventuais ajustes venham reforçar e aprimorar a base humanista da versão vigente do CEM. Em seu capítulo I, artigo 2º, está definido que “o alvo de toda a atenção do médico é a saúde do ser humano, em benefício da qual deverá agir com o máximo de zelo e o melhor de sua capacidade profissional”. E assim deve ser sempre.
Não devemos, jamais, ceder à visão mercantilista. Lidamos com vidas e com a saúde humana. Aí deve estar nossa prioridade.
A ética, volto a frisar, é a essência da medicina. Portanto, não podemos nos submeter às pressões de certos planos de saúde que atacam direitos dos pacientes. Não podemos nos calar diante das mazelas do sistema público de saúde, pois elas impossibilitam o exercício adequado de nossa profissão. Não é honesto aceitar qualquer ato que tenham desdobramentos negativos à assistência.
A correção e a lealdade devem dar o tom em todas as situações e campos da medicina. Inclusive nos próprios Conselhos de Ética de hospitais.
Em mais de uma oportunidade, tive conhecimento de pacientes que buscavam uma instituição para serem atendidos por seus médicos particulares serem desviados, de forma sub-reptícia, a profissionais da operadora da saúde. Isso tem sido feito sem que os médicos que assistem a esses pacientes no dia a dia sejam avisados.
Ao recorrer aos profissionais de retaguarda desta ou daquela operadora, o hospital se exime de pagar os honorários do médico particular, com o único fim de cortar custos.
Trata-se de uma prática ilegal, e ademais perigosa, pois saúde é coisa séria e, reafirmo, não pode ser movida única e exclusivamente pela lógica do capital.
O desvio de doentes é preocupante, em especial pelo atendimento de baixo nível ofertado, na maior parte das vezes, pelas empresas da área suplementar.
Como em qualquer setor profissional, temos ovelhas não merecedoras do integrar o rebanho: se salvá-las for impossível, precisamos extirpá-las. Esse, aliás, tem de ser um dos intuitos do Código de Ética.
Desvios não podem ser aceitos em quaisquer instâncias em nosso meio. A responsabilidade que carregamos é imensa e precisamos estar conscientes. Queremos uma medicina íntegra – este é o compromisso assumido no Juramento de Hipócrates.
Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM)
Dia do Voluntário é comemorado em todo o Brasil
Instituto
dá dicas para quem deseja tornar-se voluntário, mas não sabe por onde começar
O
Dia do Voluntário é comemorado no Brasil em 28 de agosto. A data alerta para a
importância do voluntário num país em desenvolvimento, como o Brasil, e lembra
os benefícios à sociedade e também a quem pratica o voluntariado. De acordo com
a coordenadora de Responsabilidade Social do Instituto Positivo, Cristiane
Fonseca, pessoas que se dedicam a atividades voluntárias têm mais autoestima,
satisfação pessoal, trabalham melhor em equipe e ampliam o networking.
Mas
então por que o brasileiro não se dedica ao trabalho voluntário? Uma pesquisa
da Fundação Social Itaú mostrou que apenas 3 em cada 10 brasileiros já
realizaram alguma ação voluntária na vida. O principal motivo alegado para não
entrar nessa estimativa é a falta de tempo, seguida pela falta de convite, por
nunca terem pensado nessa possibilidade e por não saberem onde obter
informações a respeito. Se você conseguir dedicar alguns minutos da sua semana
para doar em benefício de algum projeto, Cristiane dá algumas dicas para você
tornar-se um voluntário:
1 – Reflita sobre o que gosta de fazer
Escolher
um trabalho sem remuneração leva as pessoas a investirem seu tempo em coisas
que realmente lhes interessam. Você pode descobrir um talento que nem mesmo
você sabia por ajudar os outros. Feche os olhos e pense o que você gostaria de
fazer para o resto da vida se não precisasse ganhar dinheiro. É importante que
o voluntário encontre prazer na atividade escolhida.
2 – Procure uma causa, projeto ou organização na qual você
acredite
Você
prefere trabalhar com crianças, idosos, adolescentes ou com alguma causa
específica como garantia de direitos, educação, qualidade de vida, meio
ambiente, etc.? Essa é uma boa reflexão na hora de escolher onde atuar. Escolha
lugares onde você acredita que vai fazer a diferença.
3 - Envolva sua família
Solidariedade
se ensina com o exemplo. Então, que tal dedicar o tempo em família para,
juntos, praticarem uma atividade voluntária? Com certeza, o tempo em família
terá muito mais sentido.
4- Visite a organização social, dialogue conheça o seu
propósito
Observe
se sente-se à vontade e consegue contribuir. Isso diminui a chance de desistir
no futuro.
5- Valorize e avalie constantemente sua ação e o benefício
causado por ela
Sobre o Instituto Positivo
Alinhado à estratégia de sustentabilidade e em consonância
com a principal vocação do Grupo Positivo, o Instituto Positivo tem a Educação
como foco prioritário. Ele articula e promove iniciativas que contribuam para o
aumento da qualidade da educação básica do país, direcionando os seus
investimentos para ações sustentáveis e estruturantes. O IP atua por meio de
três frentes:Fortalecimento da Gestão Municipal para a Educação, Produção e
Disseminação de Conhecimento e Mobilização Social Estruturada.
Mata Atlântica depende de animais ameaçados de extinção
Projeto
monitora espécies em risco em área protegida de 185 mil hectares
Onça-pintada (Panthera onca)
O
Parque Nacional do Iguaçu (PNI) abriga um dos mais importantes remanescentes de
Mata Atlântica da América Latina, que totaliza mais de 600 mil hectares de
áreas protegidas, considerando o território
argentino. Esse remanescente do bioma Mata Atlântica é composto por oito
ecossistemas, entre eles a Floresta com Araucárias ou Mata dos Pinhais, e
abriga mais de 22 mil espécies de fauna e flora. Em todo o Brasil, mais de 120
milhões de pessoas dependem diretamente da Mata Atlântica para viver.
Dada
a importância desse bioma e a necessidade de conservá-lo, a Fundação Grupo
Boticário de Proteção à Natureza apoia o projeto “Mamíferos como indicadores da
saúde do ecossistema Floresta com Araucárias”, desenvolvido no PNI pelo
Instituto Neotropical: Pesquisa e Conservação. A ocorrência de espécies
ameaçadas de extinção em áreas protegidas pode ser um sinal de ‘boa saúde’ do
ecossistema. Por isso, os pesquisadores estão analisando a presença de animais
ameaçados dentro do parque para identificar o status de ameaça e, posteriormente, criar um
plano de ação para conservá-los.
Desde
março deste ano, 30 câmeras foram instaladas em vários pontos estratégicos do
parque. O monitoramento está sendo realizado em duas etapas, totalizando 60
pontos amostrais (o acompanhamento dura em média 40 a 45 dias).
Várias espécies já foram flagradas, como onça-pintada (Panthera onca), cutia (Dasyprocta azarae) e
tamanduá-bandeira (Myrmecophaga
tridactyla), anta (Tapirus
terrestris). Cada uma possui importante papel na conservação e
manutenção natural dos ambientes naturais onde estão, especialmente a Floresta
com Araucárias, um dos ecossistemas mais ameaçados dentro da Mata Atlântica,
que está protegido no PNI.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga
tridactyla)
O
registro de grandes mamíferos carnívoros, como a onça-pintada, pode ser um bom
indício de que o ecossistema está equilibrado, já que sua nutrição depende da
existência de outras espécies, as quais dependem de fontes de alimentação
variadas para sobreviver. “ Ela é menos comum nessa região do parque,
principalmente por causa da caça, pois acreditam que ela pode causar danos a
rebanhos domésticos”, explica Carlos Rodrigo Brocardo, pesquisador responsável
pelo projeto e associado do Instituto Neotropical: Pesquisa e Conservação.
Malu
Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, explica que mamíferos de
médio e grande porte são especialmente sensíveis a intervenções nos ambientes
naturais, tais como desmatamentos e caça e, por essa razão, são excelentes
indicadores de equilíbrio ecológico de um determinado ecossistema. “Uma
floresta que aparentemente esteja conservada, mas que não abrigue esses
mamíferos, está sujeita a desaparecer com o tempo, prejudicando todos os demais
serviços ambientais por ela ofertados, tais como o fornecimento de água, a
proteção de encostas, a manutenção de polinizadores, a regulação climática,
entre outros, afetando diretamente a vida das pessoas de seu entorno”.
Animais
de pequeno porte têm papel fundamental
Nem
só os grandes animais trazem referências sobre o status de conservação do ambiente. Segundo o
pesquisador, a presença de cutias também é um ótimo indicativo. “A cutia tem
papel importante para dispersar o pinhão, semente da araucária, auxiliando na
regeneração da Floresta com Araucárias”, comenta. Esse ecossistema nativo do
Centro-Sul do Brasil tem hoje menos de 3% da sua área original de ocorrência,
que abrangia áreas do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e da Serra da
Mantiqueira.
Outro
animal observado no parque foi o tamanduá-bandeira, considerado
“criticamente em perigo”. Essa espécie tem uma função essencial no equilíbrio
do ecossistema, já que é responsável pelo controle de insetos e dispersão de
sementes.
Sobre a Fundação Grupo Boticário: a
Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem
fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da
natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner,
a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção
de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de
conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.457
projetos de 492 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas
reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a
Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do
país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços
ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.
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