Falta
de diagnóstico propicia o avanço da doença e compromete qualidade de vida
Com o progresso tecnológico e a maior
emissão de gases tóxicos, a saúde da população sofre com diferentes tipos de
doenças. Entre elas, a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), responsável
por dificultar progressivamente o fluxo de ar para os pulmões e que foi, nos
últimos 10 anos, a 5ª maior causa de internações no Sistema Único de Saúde
(SUS), de acordo com o próprio Sistema, e será a 3ª maior causa de morte em
2020 no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A DPOC usualmente
inicia pela bronquite crônica, caracterizada por tosse e catarro.
Progressivamente irá se desenvolver enfisema, que é a destruição das paredes
dos alvéolos.
A doença é causada pela
inspiração de partículas nocivas encontradas em fumaças como a do cigarro,
químicos, madeira e poluição. Com isso, a enfermidade demora anos para se
manifestar, fazendo com que seus pacientes apresentem sintomas a partir dos 40
anos.
"Em seu estágio inicial a DPOC causa falta de ar apenas durante
esforço físico, e por isso o paciente vive anos sem perceber a presença da
doença", afirma o Dr. José Jardim, Pneumologista, e
Professor-Livre Docente da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.
Apesar do grande número de
pacientes, apenas 12% deles são diagnosticados com a doença, dos quais apenas
18% são devidamente tratados, segundo a Associação Brasileira de Portadores de
DPOC (ABP DPOC). O diagnóstico da DPOC é realizado por meio da espirometria, um
exame que mede o volume de ar e a rapidez que uma pessoa pode inspirar e
expirar. Quando constatada a doença, é necessário definir em qual dos 4
estágios a doença se encontra.
Em seu primeiro estágio,
chamado de GRAU LEVE, o paciente apresenta uma limitação leve no fluxo de ar,
seguido de tosse e expectoração, porém a doença não afeta sua rotina.
No
próximo estágio, GRAU MODERADO, pode-se observar o aumento da falta de ar
durante a realização de esforço físico, além da frequência da tosse e
expectoração, sendo geralmente a fase em que o paciente procura um
especialista.
O GRAU GRAVE segue como uma
continuação do anterior, com progressiva diminuição da função pulmonar e
aparecimento de surtos de infecção pulmonar, chamada de exacerbação. Já no
último estágio, GRAU MUITO GRAVE, o paciente apresenta menos de 50% da função
esperada do pulmão, dificuldade extrema em respirar, inclusive durante tarefas
diárias fadiga e exacerbações mais frequente.
A DPOC está intimamente
ligada a perda na qualidade de vida das pessoas. "Com o avanço da doença o
paciente passa a ter dificuldade de realizar tarefas cotidianas como tomar
banho, se vestir, e até mesmo repousar", afirma o especialista. É comum
que o paciente muito grave tenha de ser suplementado com oxigênio contínuo.
Tabagismo
Apesar de ser provocado por diferentes
tipos de fumaça, o principal agente causador da DPOC continua sendo o cigarro.
A fumaça do cigarro não compromete apenas o fumante, mas também aqueles que
estão ao seu redor. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a
fumaça liberada pela ponta do cigarro contém 3 vezes mais nicotina e monóxido
de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça
inalada pelo fumante.
Tratamento
Apesar de não ter cura, é possível
preservar a qualidade de vida do paciente por meio de um tratamento individual
com diferentes especialistas, como pneumologista, fisioterapeuta e nutricionista.
No entanto é de extrema importância a interrupção do tabagismo, e procurar
evitar a inalação de poeira e poluentes.
"O tratamento medicamentoso é
aconselhado de acordo com o grau apresentado pelo paciente. Na fase inicial são
utilizados broncodilatadores, que relaxam a musculatura ao redor do aparelho
respiratório, facilitando a respiração", completa Dr. Jardim.
Durante o processo
infeccioso, o uso de medicamentos anti-infecciosos como o moxifloxacino
(Avalox®, da Bayer) oferece, para 70% dos pacientes, uma melhora do quadro em
até três dias. Além disso, pesquisas revelam que os pacientes mais graves que
utilizaram o medicamento intermitentemente por um ano, apresentaram uma
diminuição de infecções em 45% e um crescimento no intervalo entre as crises.
Bayer