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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Setembro amarelo: especialista reforça a importância da atenção aos sinais de alerta aos que estão em sofrimento

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 Renata Figueiredo, presidente da APBr, reforça que é possível prevenir o suicídio, mas que isso requer atenção redobrada e ações em diversas frentes

 

Com a proximidade do Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio, especialistas reforçam a importância de reconhecer sinais de alerta e de promover um ambiente de apoio para aqueles que estão em sofrimento mental. Afinal, o suicídio é uma tragédia que pode ser prevenida, mas, para isso, é essencial que a sociedade esteja informada e preparada para agir. 

A médica Renata Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr), destaca que é possível identificar indícios de que alguém pode estar pensando em suicídio, embora esses sinais nem sempre sejam óbvios. Ela explica que mudanças no comportamento, como isolamento social, perda de interesse por atividades antes prazerosas e alterações bruscas no humor, além de comunicações sobre morte, despedidas e comportamento autodestrutivo: como o abuso de substâncias ou atividades perigosas, podem indicar que algo não vai bem. “Em alguns casos, uma mudança repentina de humor para uma aparente calma pode indicar que a pessoa decidiu tirar a própria vida”, pontua. 

De acordo com a especialista, a prevenção ao suicídio é possível e requer ações em várias frentes. “A conversa aberta e empática é crucial: perguntar diretamente sobre pensamentos suicidas não aumenta o risco e pode ser vital para salvar vidas”, afirma. Ela comenta que encaminhar a pessoa para ajuda profissional e, em casos de risco imediato, buscar ajuda de emergência são passos fundamentais. Além disso, reduzir o acesso a meios letais e oferecer suporte emocional contínuo são medidas importantes que podem fazer a diferença.

 

Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo desempenha um papel vital na conscientização sobre a prevenção do suicídio, como explica a médica. “A campanha ajuda a aumentar a conscientização pública sobre os sinais de risco, reduz o estigma associado às doenças psiquiátricas e promove um ambiente onde as pessoas se sintam mais à vontade para falar sobre suas dificuldades emocionais e buscar ajuda”, pontua. 

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Renata Figueiredo adiciona que “certos transtornos psiquiátricos estão associados a um risco mais elevado de suicídio, como a depressão, transtorno bipolar, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtornos de ansiedade, esquizofrenia e transtorno de personalidade borderline”. De acordo com ela, é importante lembrar que o uso de álcool e outras substâncias pode aumentar significativamente o risco de suicídio, mesmo em indivíduos que não são dependentes químicos.

Ela ressalta que a campanha do Setembro Amarelo é fundamental na redução do estigma relacionado à essas doenças, pois ao normalizar as conversas sobre saúde mental e educar a população sobre a natureza dos transtornos mentais, a campanha promove um ambiente de empatia e apoio. “Isso é crucial para que as pessoas sintam-se à vontade para buscar ajuda sem medo de julgamento e para que a sociedade se una na promoção de um ambiente mais acolhedor para todos”, relata.

Vale destacar que prevenção ao suicídio é uma responsabilidade coletiva, envolvendo amigos, familiares, profissionais de saúde e políticas públicas, como enfatiza a Renata. “A intervenção precoce e o suporte contínuo são essenciais, e a integração dos cuidados de saúde mental nos serviços de saúde geral é um elemento-chave para uma abordagem eficaz. Afinal, promover uma cultura de aceitação e apoio é fundamental para construir uma sociedade mais saudável e empática, onde vidas possam ser salvas e o sofrimento possa ser aliviado”, conclui.


A polêmica dos implantes hormonais. Usar ou não?

Os implantes hormonais são dispositivos médicos que liberam hormônios no corpo ao longo do tempo. Inserido na pele através de um tubinho de 4 a 5 cm, contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino.

O tratamento é indicado em situações de anticoncepção e doenças que são hormônio dependentes como endometriose, miomatose, hiperplasia, displasia mamária, osteoporose e, também, para reposição hormonal – a exemplo de mulheres no climatério e na pós-menopausa.

Apesar das inúmeras vantagens oferecidas à saúde da mulher, os implantes devem ser prescritos sob orientação médica, e não podem ser associados à benefícios estéticos. “Ademais, os tratamentos devem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente, afirma o Dr. Walter Pace, ginecologista, médico do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana - SP.

Em alguns casos, principalmente no início do tratamento, a terapia com os implantes hormonais pode causar alguns incômodos para as mulheres. Isso porque o organismo está em fase de adaptação aos hormônios e que, posteriormente, estas substâncias podem ser ajustadas, revela o Dr. Luiz Calmon, ginecologista da Clínica Elsimar Coutinho. “Não existe nenhum tratamento que não tenha algum efeito inesperado e não seria diferente com os tratamentos hormonais”, revela o médico.

Dentre os possíveis efeitos colaterais causados pelo uso dos implantes hormonais estão o aumento da oleosidade da pele, surgimento de acne, queda dos cabelos, retenção de líquido e alguns sangramentos. Os sintomas podem variar em decorrência da intensidade dos hormônios, mas podem ser ajustados pelo médico.

“Se o tratamento for bem indicado com determinado hormônio, para uma determinada situação e, principalmente, se o tratamento está dando certo, os possíveis efeitos negativos se tornam algo pequeno e são contornáveis”, explica do o Dr. Calmon.

É importante destacar que os prós e contras podem variar dependendo de cada caso, pois o tratamento dever ser individualizado. Antes de optar por qualquer forma de terapia hormonal, é fundamental discutir as opções com o seu médico de confiança para avaliar os benefícios e possíveis riscos à saúde.

O Dr Walter Pace e o Dr. Luiz Calmon estão à disposição da imprensa para falar sobre o assunto.





Dr. Walter A. P. Pace - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Reprodução Humana – Assistant Ètranger pela Universidade Paris V René Descarte e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor-doutor e Coordenador Geral da Pós Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Vice Presidente do PHD Pace Hospital e ginecologista do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana – SP.

Dr. Luiz Carlos Calmon - Ginecologista e Obstetra. Dr. Especialista em Histeroscopia pela Sociedade Brasileira de Endoscopia, realizou diversos cursos de extensão nos Estados Unidos, em Oncologia, no Roswell Park Memorial Institute – Buffalo e, também, Fellowship no Departamento de Prevenção de Câncer Ginecológico do Detroit Medical Center – Michigan. Além de exercer a medicina, atua como Membro do Conselho Deliberativo do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana.

 

Doença Celíaca: Entenda as Diferenças entre Intolerância e Alergia ao Glúten e Como Seguir uma Dieta Sem Glúten de Forma Segura

A doença celíaca é uma condição autoimune que afeta cerca de 1% da população mundial. Essa condição é desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína presente no trigo, cevada e centeio. Quando indivíduos com doença celíaca consomem glúten, o sistema imunológico reage atacando o revestimento do intestino delgado, o que pode resultar em sintomas como diarreia, dor abdominal, inchaço, perda de peso e fadiga. Ao longo do tempo, esses danos podem comprometer a absorção de nutrientes essenciais, levando a deficiências nutricionais graves e complicações adicionais.


Entendendo as Diferenças entre Doença Celíaca, Intolerância ao Glúten e Alergia ao Glúten

A nutricionista funcional Cris Ribas Esperança ressalta a importância de distinguir entre a doença celíaca, a intolerância ao glúten e a alergia ao glúten, pois essas condições possuem características, causas e tratamentos distintos. “A doença celíaca é uma condição autoimune, onde o próprio corpo ataca o intestino delgado em resposta ao consumo de glúten, causando danos significativos. Por outro lado, a intolerância ao glúten, ou sensibilidade não celíaca ao glúten, pode provocar sintomas semelhantes, como dor abdominal e inchaço, mas sem causar danos intestinais. Já a alergia ao glúten é uma reação alérgica imediata, que pode desencadear sintomas como coceira, inchaço, urticária e, em casos mais graves, dificuldade para respirar”, explica Cris Ribas Esperança.


A Importância de uma Dieta Sem Glúten e Seus Efeitos em Condições Associadas

Para os diagnosticados com doença celíaca, a adesão rigorosa a uma dieta sem glúten é essencial. A eliminação de alimentos que contenham trigo, cevada e centeio, bem como outros produtos que possam conter traços de glúten, é necessária para prevenir danos contínuos ao intestino delgado e aliviar os sintomas. “Ler os rótulos dos alimentos com atenção é fundamental, pois o glúten pode estar presente em ingredientes inesperados, como molhos e temperos. Além disso, a contaminação cruzada é uma preocupação real, e medidas devem ser tomadas para evitar que alimentos sem glúten entrem em contato com superfícies ou utensílios que tenham sido usados para preparar alimentos com glúten”, enfatiza a nutricionista.


Estudos sobre a Retirada do Glúten em Populações Específicas

Recentemente, estudos têm explorado os benefícios da retirada do glúten da dieta em populações específicas, como pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Síndrome de Down. Embora essas condições não estejam diretamente relacionadas à doença celíaca, há evidências de que a remoção do glúten pode melhorar alguns sintomas comportamentais e cognitivos.

Cris Ribas Esperança comenta que “pesquisas indicam que indivíduos com TDAH podem apresentar uma melhora na concentração e na redução da hiperatividade ao seguirem uma dieta sem glúten. Da mesma forma, em crianças com Síndrome de Down, a retirada do glúten tem sido associada a melhorias na digestão, no comportamento e até mesmo no desenvolvimento cognitivo. Contudo, é importante destacar que esses resultados ainda estão em estudo, e a remoção do glúten deve ser considerada caso a caso, com orientação profissional.”


Orientação Nutricional para uma Alimentação Equilibrada

Para pessoas com doença celíaca e aquelas que optam por seguir uma dieta sem glúten devido a outras condições, é essencial garantir que a dieta seja nutricionalmente equilibrada. Cris Ribas Esperança destaca que “é comum que alimentos processados sem glúten tenham menos fibras e nutrientes do que suas versões com glúten. Por isso, é importante incluir uma variedade de alimentos naturais e frescos na dieta, como frutas, verduras, carnes, peixes e grãos naturalmente sem glúten, como arroz e quinoa.”

Ela recomenda que os celíacos e outros indivíduos que seguem uma dieta sem glúten busquem orientação profissional para elaborar um plano alimentar personalizado. “Um nutricionista especializado pode ajudar a criar um plano alimentar que não só evite o glúten, mas que também garanta que todas as necessidades nutricionais sejam atendidas, o que é fundamental para a saúde e o bem-estar a longo prazo”, explica.


Conscientização e Direitos dos Celíacos

Cris Ribas Esperança também enfatiza a importância da conscientização sobre a doença celíaca e as necessidades de dietas sem glúten. “A sociedade precisa estar ciente das necessidades dos celíacos, oferecendo opções de alimentos sem glúten em locais públicos e privados. Em muitos países, a legislação já garante o direito a uma alimentação adequada para pessoas com doença celíaca, especialmente em escolas, hospitais e restaurantes, mas é fundamental que esses direitos sejam respeitados e aplicados de forma eficaz.”

Ela finaliza dizendo que, com os cuidados adequados e o apoio necessário, as pessoas com doença celíaca podem viver vidas plenas e saudáveis. “A doença celíaca é uma condição que requer atenção constante, mas com o conhecimento certo e um plano alimentar bem estruturado, é possível manter a saúde e o bem-estar sem restrições desnecessárias”, conclui Cris Ribas Esperança.

Este artigo visa não apenas informar sobre as particularidades da doença celíaca, mas também encorajar aqueles que convivem com a condição a buscar suporte adequado, seja através de profissionais de saúde ou da própria comunidade. A adaptação a uma dieta sem glúten pode ser desafiadora, mas com as orientações corretas, é possível alcançar equilíbrio e bem-estar, mesmo em populações com necessidades especiais, como aqueles com TDAH e Síndrome de Down.

 

Cris Ribas Esperança - Nutricionista Funcional. Apaixonada pela vida e formada em nutrição por amor a comida de verdade. Seus Hábitos só terão resultados quando forem sustentáveis e reais. Acredita que se alimentar bem, não é mais ou menos é o segredo para uma vida de saúde e prosperidade. Além da formação é pós graduada em Gastronomia Funcional e especializada em Nutrição Comportamental e Low Carb. Sócia proprietária do Instituto do Bem-Estar Giulliano Esperança, onde divide seus compromissos junto a carreira de nutricionista.


ALÉM DO CIGARRO: CRESCE A INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE PULMÃO EM PESSOAS QUE NUNCA FUMARAM

Estudos apontam que a doença é a quinta causa mais comum de mortes relacionadas ao câncer em todo o mundo, diz o oncologista Ivan Moreira, da Oncologia D’Or.

 

O câncer de pulmão é o quarto tipo de tumor mais recorrente no Brasil. Projeções do Instituto Nacional do Câncer (Inca)1 dão conta que 32.560 brasileiros deverão ser diagnosticados com a doença em 2024. A principal causa da enfermidade é o tabagismo, que está em queda em todo o mundo. No Brasil, por exemplo, os fumantes com 18 anos ou mais representam 12,6% dos brasileiros. Em 1989, eram 34,8% da população2. Como os casos de câncer de pulmão não caíram, acredita-se que essa estabilidade se deve ao crescimento da doença em não fumantes. 

“Se separarmos o câncer de pulmão em tabagistas e não tabagistas, em números, o câncer de pulmão em não tabagistas representa atualmente a quinta causa de mortalidade associada ao câncer no mundo”, afirma o oncologista Ivan Moreira, da Oncologia D’Or.

 As mulheres não fumantes são as mais atingidas pela doença.

De acordo com o Centro de Controle de Doenças (CDC)3, dos Estados Unidos, a doença acomete por ano entre 20 mil e 40 mil pessoas que nunca foram tabagistas ou fumaram 100 cigarros ao longo da vida. Em 20234, a enfermidade foi responsável pela morte de mais de 20 mil pessoas, sendo a oitava principal causa de mortalidade relacionada ao câncer naquele país. 

A campanha Agosto Branco é um momento importante para disseminar informações sobre o câncer de pulmão, inclusive para as pessoas que não fumam.
 

MULHERES SÃO MAIS ATINGIDAS

As mulheres que nunca fumaram são duas vezes mais propensas a desenvolver o câncer de pulmão do que os homens com a mesma condição5 Os fatores de risco principais são tabagismo passivo (inalação da fumaça do cigarro de outra pessoa), poluição atmosférica, fatores genéticos, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica, idade avançada, exposição ocupacional à radiação (gás randônio) e agentes químicos, como gases e metais pesados (benzeno, por exemplo) e histórico prévio de radioterapia. 

Os sintomas são iguais para quem fuma ou não: tosse persistente ou com sangue, falta de ar, chiado no peito, rouquidão, perda de peso inexplicável e crises repetidas de bronquite ou pneumonia. Nesses casos, o ideal é buscar ajuda médica o mais breve possível. 

Em geral, o tratamento varia de acordo com o tipo e a extensão da doença, podendo ser realizado por meio de cirurgia, radioterapia, medicamentos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo) ou a combinação dessas modalidades.
 

 PREVENÇÃO E CIGARRO ELETRÔNICO

A principal ação de prevenção do câncer de pulmão consiste em não fumar, porém, outros fatores devem ter atenção especial, como por exemplo o uso do cigarro eletrônico chamados popularmente de vape. Não há evidência científica no momento que associe diretamente esse dispositivo ao desenvolvimento de câncer de pulmão, talvez por seu uso recente na população. Mas além de possuírem nicotina em altas concentrações, os vapes contêm muitas outras substâncias de potencial risco à saúde. “Ele aumenta as chances de os pacientes fumarem cigarros convencionais e se tornarem dependentes, além de outras doenças pulmonares”, alerta Ivan Moreira. 

Como a poluição atmosférica é uma das causas da doença, políticas públicas precisam ser criadas para melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos. Trabalhadores expostos a substâncias tóxicas devem usar equipamentos de proteção individual. 

O 1º Consenso Brasileiro para Rastreamento de Câncer de Pulmão indica que a tomografia do tórax de baixa radiação deve ser realizada anualmente em pessoas com mais 50 anos, fumantes ou ex-fumantes há menos de 15 anos e com carga tabágica igual ou superior a 20 anos-maço. O cálculo da carga equivale à multiplicação do número de maços fumados por dia pelo número de anos de tabagismo. Por exemplo, se uma pessoa fumou 40 cigarros por dia (dois maços) durante 20 anos, a carga tabágica é de 40 anos-maço (2 X 20).


Oncologia D'Or


Referências

1. Instituto Nacional do Câncer (Inca). Disponível em Link
2. Inca. Disponível em Link
3. Centro de Controle de Doenças. Link.
4. Global Center Observatory (Globocan). Disponível Link
5. Sung, H. et al. Global cancer statistics 2020: Globocan estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries. CA Cancer J. Clin. 71, 209–249 (2021).


CAVALOS PRETOS SÃO IMENSOS

 


Com metáforas de resistência e realidade, espetáculo teatral é o retrato do cárcere feminino apresentações acontecem em cidades com órgãos de detenção

 

Terá início em setembro, a turnê de Cavalos Pretos São Imensos, espetáculo teatral da dramaturga Bárbara Esmenia, direção de Thais Dias, que é um poderoso retrato da realidade do encarceramento feminino no Brasil. A obra mergulha nas profundezas da experiência das mulheres presas, utilizando a metáfora do “cavalo preto imenso” para explorar a força e a resistência dessas mulheres frente a um sistema opressor e desumano. As primeiras apresentações serão no Espaço Clariô, em Taboão da Serra, nos dias 6 e 7 de setembro, às 20 horas e no dia 8 de setembro, às 18 horas. 

Em seguida, a peça chega em Franco da Rocha, São Paulo, Ribeirão Preto e Hortolândia, cidades escolhidas devido à presença de órgãos de detenção, penitenciárias e correlacionados, a fim de fomentar o debate e reflexão em tais municípios. O espetáculo, que teve sua estreia em 2016, ganhou o Edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos (2020) do CCSP - Centro Cultural São Paulo e em 2024, a autora foi selecionada na “Chamada para Dramaturga/os em Língua Portuguesa”, feita pelo Royal Court Theatre (Londres). 

No centro da narrativa está Nininha, uma mulher presa que, como um dia sonhou seu filho Nino, sabe que pode se transformar em um “imenso cavalo preto” quando desejar. Essa metáfora é compartilhada por suas companheiras de cela, todas mulheres que lutam para manter a dignidade e a esperança em um ambiente de brutalidade. Cavalos Pretos São Imensos não romantiza a prisão, mas denuncia as condições cruéis do cárcere brasileiro, que, segundo dados da 2ª edição do Infopen Mulheres, teve um aumento de 455% entre 2000 e 2016.

A peça se desenvolve a partir de relatos e conversas sobre o cotidiano das mulheres encarceradas, abordando temas como racismo estrutural, violências de gênero e normatividades sexuais. A dramaturgia tece uma narrativa que alterna entre afeto, camaradagem, sonhos e as duras realidades do encarceramento. A obra apresenta cinco personagens cujas vidas são marcadas por uma rotina que oscila entre a lentidão e a agitação. Elas conversam sobre seus anseios para o futuro, as visitas íntimas, suas famílias, relações sexo-afetivas, relações de poder e os castigos que enfrentam.

A encenação é enriquecida por um elenco totalmente feminino, em sua maioria negro, e é conduzida por Thais Dias, conhecida por sua trajetória marcante no circuito paulista. A montagem aposta na força das atrizes e em uma disposição cênica circular, com poucos elementos em cena, onde as interpretações intensas e o simbolismo dos corpos-cavalos ganham destaque. Em alguns momentos, as atrizes cantam, amplificando a carga emocional da peça.

Cavalos Pretos São Imensos também faz referência ao caso de Luana Barbosa dos Reis, uma mulher negra espancada pela polícia em Ribeirão Preto, cuja violência, marcada por uma abordagem brutal e desrespeitosa, culminou em sua morte cinco dias depois. O caso de Luana, que exigiu ser revistada por uma policial mulher e foi violentamente abordada na frente de seu filho adolescente, é um triste exemplo das violações de direitos enfrentadas por muitas mulheres negras e LGBTQ+.


FICHA TÉCNICA

Direção: Thais Dias

Dramaturgia: Bárbara Esmenia

Elenco: Fernanda Gomes, Marinha Soares, Rebeka Teixeira, Rosangela Roma, Valquíria Rosa

Cenografia: Carolina Gracindo e Helena Menezes 

Iluminação e operação de luz: Carolina Gracindo

Sonoplastia e operação de som: Helena Menezes

Figurinos: Duda Viana e Ouroboros Produções Artísticas

Preparação Corporal: Verônica Santos e Carol Rocha Ewaci

Preparação vocal: Lilian de Lima

Fotografias: Daisy Serena

Produção Executiva: Ana Lima

 

SERVIÇO:

Datas e horários: dias 6 e 7 de setembro, sexta e sábado, às 20 horas 

Dia 8 de setembro, domingo, às 18 horas 

Local: Espaço Clariô – Rua Santa Luzia, 96 – Vila Santa Luzia - Taboão da Serra - SP

Entrada Gratuita 

Classificação Indicativa: 12 anos

 

Brasil registra 709 casos de mpox em 2024

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Infectologista do HJSC destaca que isolar pacientes é fundamental para prevenir a disseminação do vírus

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a mpox, mais conhecida como varíola dos macacos, emergência de saúde pública após o aumento de casos na República Democrática do Congo. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou 709 casos da doença em 2024. Em São Paulo, já são 315 casos confirmados desde o início desse ano, de acordo com o monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (SES). Entre janeiro e julho, o número de casos cresceu 257% em relação ao mesmo período de 2023.

 

A mpox é causada pelo mpox vírus (MPXV), pertencente ao gênero Orthopoxvirus e à família Poxviridae. "Trata-se de uma doença zoonótica, ou seja, transmitida de animais para seres humanos. O vírus pode ser encontrado em animais como roedores e primatas, e o contato direto com esses animais ou materiais contaminados pode levar à infecção em humanos", explica o infectologista do Hospital Japonês Santa Cruz, Dr. Silvio Bertini.

 

A transmissão da mpox ocorre principalmente por contato direto entre pessoas, através da pele, secreções e fluidos corporais de uma pessoa infectada. O vírus também pode ser transmitido pelo contato com objetos contaminados, como roupas e utensílios. A pessoa infectada pode transmitir o vírus desde o início dos sintomas até a cicatrização completa das erupções.

 

"O período entre o primeiro contato com o vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas varia de 3 a 16 dias, podendo chegar a 21 dias. Os sintomas iniciais incluem febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados (linfadenopatia), calafrios e exaustão. As erupções na pele, que podem surgir de um a três dias após o início da febre, podem ser planas ou elevadas, cheias de líquido, e formam crostas que eventualmente caem. Elas costumam se concentrar no rosto, mãos e pés, mas podem aparecer em qualquer parte do corpo, incluindo boca, olhos, órgãos genitais e ânus. O número de lesões pode variar de poucas a milhares", explica o especialista.


 

Diagnóstico, tratamento e prevenção

 

O diagnóstico da mpox é feito através da análise clínica dos sintomas, principalmente das erupções cutâneas características, e pode ser confirmado por meio de exames laboratoriais, como a PCR, que detecta o material genético do vírus. "O diagnóstico precoce é essencial para o controle da disseminação da doença, pois permite o isolamento adequado do paciente e a adoção de medidas preventivas eficazes", afirma Dr. Bertini.

 

O tratamento da mpox é sintomático, focando no alívio dos sintomas, como febre e dor, e na prevenção de complicações secundárias. Em casos graves, podem ser utilizados antivirais específicos sob orientação médica. "Embora não exista um tratamento específico para a mpox, o manejo adequado dos sintomas e o suporte médico são fundamentais para a recuperação do paciente", explica Dr. Bertini. Ele reforça ainda a importância do isolamento dos infectados: "Isolar o paciente é crucial para evitar a propagação do vírus."

 

A prevenção da mpox inclui evitar o contato com os portadores do vírus e adotar medidas de higiene rigorosas, como a lavagem frequente das mãos. Além disso, pessoas que convivem com infectados devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) e evitar o contato direto com lesões ou fluidos corporais. "A conscientização e as práticas preventivas são fundamentais para reduzir o risco de infecção e controlar a disseminação da mpox", conclui Dr. Bertini.



Estudo publicado na Nature revela novo fator envolvido no controle do gasto calórico

Na imagem, o neuropeptídeo Y se conecta com células murais,
 precursoras de um tipo específico
 de tecido adiposo que
 é essencial para regular o metabolismo
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Pesquisadores da Universidade de Oxford e da Unicamp descobriram um neuropeptídeo que age no sistema nervoso periférico, portanto, fora do cérebro, acelerando o metabolismo. Achado abre caminho para tratamentos mais eficientes e baratos contra a obesidade

 

 Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu um novo componente do sistema nervoso periférico que atua aumentando o metabolismo energético no organismo. O achado abre caminho para o desenvolvimento de medicamentos mais simples e baratos para o controle da obesidade e do ganho de peso, independentemente da quantidade ingerida de alimentos.

Em artigo publicado hoje (28/08) na revista Nature, pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e do Centro de Pesquisa em Obesidade e Comorbidades (OCRC) – financiado pela FAPESP e com sede na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) – descrevem onde e como esse componente do sistema nervoso periférico atua sobre o gasto energético e calórico por meio do neuropeptídeo Y (NPY).

Responsável por passar informações entre um neurônio e outro no cérebro, esse neurotransmissor é muito estudado por cientistas no que se refere ao sistema nervoso central, mas a sua atuação em nervos periféricos (fora do cérebro e da medula espinhal) e a sua capacidade de atuar em células de gordura (adipócitos), protegendo o organismo contra a obesidade, nunca tinham sido investigadas.

“Como esse novo componente não atua no cérebro, mas na periferia [sistema nervoso periférico] do organismo, abre uma nova perspectiva para o desenvolvimento de medicamentos que podem ser mais simples, eficientes e até mais baratos para tratar a obesidade. Isso porque, diferentemente dos fármacos mais recentes para o tratamento de obesidade, que atuam no cérebro, a nova abordagem terapêutica não precisaria ser uma grande molécula [medicamentos biológicos] e muito menos ser capaz de ultrapassar a barreira [hematoencefálica] que protege o cérebro, o que simplifica muito questões de acesso e de desenvolvimento de uma nova droga”, afirma Licio Velloso, investigador principal do OCRC e um dos autores do artigo.

É preciso explicar que o sistema nervoso periférico se divide em dois grandes grupos: o somático e o autonômico. Enquanto o sistema nervoso somático regula os movimentos voluntários e as sensações na pele (tato, frio, calor), o outro é responsável por movimentos como batimento cardíaco e pressão arterial, por exemplo, que funcionam independentemente da vontade do indivíduo.

O sistema nervoso autônomo também se divide em duas partes. Cabe ao ramo simpático preparar o organismo para situações de alerta, enfrentamento ou fuga de uma ameaça. Envolve, portanto, alterações como a aceleração do batimento cardíaco e o maior gasto de energia. Já o sistema nervoso parassimpático normaliza o funcionamento dos órgãos internos cessada a ameaça.

“Os livros de neuroanatomia, por exemplo, descrevem que o sistema nervoso simpático funciona por meio de liberação de noradrenalina nos terminais nervosos. No trabalho, contudo, foi identificado que, além da noradrenalina, esses nervos expressam também o neuropeptídeo Y, algo até então desconhecido nessa parte do sistema nervoso. Quando o NPY está ativo no hipotálamo, o indivíduo sente fome. Já no sistema nervoso periférico foi identificado que o NPY realiza uma ação contrária, acelerando o metabolismo e, por consequência, o gasto energético”, explica Velloso.


Metabolismo acelerado

Além de comprovar a existência do novo componente, os pesquisadores de Oxford mostraram que o NPY atua em um terço dos nervos simpáticos espalhados pelo corpo, promovendo a produção de novas células adiposas envolvidas na termogênese (queimam energia e produzem calor).

Diferentemente do tecido adiposo branco, que armazena o excesso de calorias consumidas, os adipócitos marrom e bege têm um papel benéfico do ponto de vista metabólico, pois utilizam a gordura estocada para liberar calor.

No laboratório da pesquisadora Ana Domingos, em Oxford, os cientistas descobriram que a liberação do NPY no sistema nervoso periférico se dá em sinapses que estão em contato com as células murais (localizadas ao redor dos vasos sanguíneos infiltrados nos tecidos). “Uma característica importante das células murais é que elas são precursoras de um tipo específico de tecido adiposo, o tecido adiposo marrom, essencial para regular o metabolismo”, conta Velloso à Agência FAPESP. “Dessa forma, a equipe de pesquisadores de Oxford verificou que, quando o nervo se liga a uma célula mural por meio de uma sinapse, ele libera NPY e ativa a diferenciação da célula mural, que se torna uma precursora do tecido adiposo marrom, algo muito importante para o maior controle metabólico.”

A última parte do estudo foi conduzida no laboratório da Unicamp. Para caracterizar a ação do novo componente do sistema nervoso periférico, os pesquisadores utilizaram camundongos geneticamente modificados para não expressar o neuropeptídeo Y no sistema nervoso simpático.

“Observamos que esses animais ficaram mais obesos e apresentaram dificuldade em manter a temperatura corporal estável quando expostos ao frio [baixa capacidade termogênica]. Eles também tinham distúrbios metabólicos, como predisposição a desenvolver diabetes. Já os animais com NPY que comeram a mesma quantidade de alimento que os outros apresentaram uma proteção contra a obesidade”, conta.

Centro versus periferia

Uma curiosidade descoberta pelo grupo é que o NPY atua de maneira completamente diferente sobre o peso corporal quando está no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico. Enquanto no cérebro o NPY interfere na saciedade – induzindo a fome – na periferia sua relação é com o metabolismo energético, já que promove a proliferação de células que queimam gordura em vez de armazená-la.

“Já se sabia que os adipócitos termogênicos podem se originar de células murais. Também era sabido que as células murais podem detectar o NPY porque possuem um receptor para esse neuropeptídeo [a proteína NPYR1]. O que conseguimos mostrar, pela primeira vez, é que sem NPY no sistema periférico os camundongos se tornam obesos – não porque comem mais, mas porque queimam menos gordura. Esse mecanismo provavelmente se generaliza para outros tipos de obesidade, pois nosso estudo mostrou que esses nervos produtores de NPY se degeneram com o início da obesidade induzida pela alimentação”, relata Domingos.

Segundo a pesquisadora, o papel protetor do NPY contra a obesidade agora descoberto em camundongos fornece um mecanismo biológico que pode ser associado a uma característica genética humana recentemente revelada pelo Common Metabolic Diseases Knowledge Portal (CMDKP) – ferramenta de dados financiada pela iniciativa Accelerating Medicines Partnership (AMP), da Foundation for the National Institutes of Health (FNIH), consórcio que apoia o laboratório de Domingos na Universidade de Oxford.

A ferramenta, que quantifica o envolvimento de vários genes a doenças, indicou que o NPY está associado à obesidade humana, mas não a padrões alimentares alterados.

“Isso é bastante surpreendente, pois há dezenas de estudos mostrando as ações do NPY em neurônios do cérebro promovendo a ingestão de alimentos – daí sua designação como um estimulante de apetite [peptídeo orexigênico]”, diz.

“Como, então, alterações no NPY poderiam paradoxalmente estar associadas a um índice de massa corpórea [IMC] elevado em humanos, mas não a alterações nos padrões alimentares? Nosso estudo revela uma possível explicação para isso ao sugerir que a dissipação de energia pode desempenhar um papel mais crucial do que o apetite na manutenção do peso corporal em alguns indivíduos – embora não na maioria deles”, conclui Domingos.

Na avaliação de Velloso, a descoberta e a caracterização desse novo componente do sistema nervoso autônomo – que regula o metabolismo na periferia do organismo – abrem caminho para o desenvolvimento de novas terapias medicamentosas contra a obesidade.

“A expectativa é que uma molécula – provavelmente um ligante para o receptor do neuropeptídeo Y – poderia atuar aumentando o metabolismo, a queima de calorias, que é exatamente o que descobrimos que o NPY faz no sistema nervoso periférico”, afirma.

O artigo Sympathetic neuron derived NPY protects from obesity by sustaining the mural progenitors of thermogenic adipocytes pode ser lido em: www.nature.com/articles/s41586-024-07863-6



Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-publicado-na-nature-revela-novo-fator-envolvido-no-controle-do-gasto-calorico/52617



Viajar sem mal-estar: tudo o que você precisa saber sobre a cinetose

Médica do Hospital Paulista ensina estratégias para evitar os enjoos e tonturas que são tão frequentes em deslocamentos de carro, avião ou navio e explica por que isso acontece

 

Seja de carro, avião ou navio, a cinetose pode vir a qualquer momento da sua viagem, provocando náuseas, tontura, sudorese e, em alguns casos, até vômitos. Popularmente conhecida como "enjoo de movimento”, é uma condição que pode afetar qualquer pessoa, independentemente da idade, do sexo, da estrutura física ou dos hábitos alimentares. Bastar estar em movimento, que você já está sujeito ao problema.

Isso porque envolve uma questão sensorial, relacionada ao labirinto - órgão que fica no nosso ouvido interno e desempenha um papel fundamental no equilíbrio. Qualquer eventual disfunção que porventura aconteça nele pode ensejar essas reações - conforme explica a Dra. Milena Quadros, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em Otoneurologia e Eletrofisiologia.

"Esses sintomas surgem quando o cérebro percebe uma discordância entre as informações enviadas pelos diferentes sistemas sensoriais do corpo. Por exemplo, quando estamos em movimento, durante uma viagem de carro, o labirinto percebe o movimento, enquanto os olhos podem estar fixos em um ponto estático, como um livro ou uma tela. Essa incompatibilidade entre as percepções pode desencadear um sinal de ‘alarme’ no cérebro, gerando grande mal-estar, que é justamente a cinetose.”

A médica afirma que essa condição é frequentemente associada a viagens porque os deslocamentos, especialmente em veículos que apresentam oscilações ou movimentos complexos, intensificam a discrepância sensorial.

"Em carros, barcos e aviões, a falta de um ponto de referência fixo e as variações constantes no movimento contribuem para a desorientação sensorial, levando ao surgimento dos sintomas. Além disso, as mudanças na velocidade e na direção durante uma viagem podem exacerbar a cinetose, tornando-a uma experiência comum para muitas pessoas nesses contextos", destaca.


 Perfis mais propensos

Embora qualquer pessoa esteja sujeita a passar por isso, a Dra. Milena explica que há grupos específicos que têm maior predisposição. É o caso das crianças, principalmente, e de pessoas com histórico de enxaqueca ou doenças do labirinto.

“Esses grupos tendem a ser mais vulneráveis devido às características específicas de seus sistemas sensoriais e emocionais. No caso das crianças, em específico, a ocorrência é mais comum porque elas ainda estão desenvolvendo seus sistemas vestibulares e de coordenação. Mas costuma parar de ocorrer com o amadurecimento do cérebro.”

Ainda segundo a médica, o estresse e a ansiedade são fatores que também podem agravar os sintomas, tornando os pacientes mais sensíveis a variações de movimento.


 Dicas para evitar o problema

A quem normalmente já sente algum tipo de desconforto durante as viagens, ou mesmo a quem deseja evitá-lo previamente, a Dra. Milena revela que há várias estratégias para prevenir a cinetose e elenca abaixo as principais:

  1. Ajuste o ambiente durante a viagem. Tente sentar-se em um lugar onde o movimento é menos perceptível, como o assento dianteiro do carro, ou, se for um barco, no meio dele;
  2. Busque manter o olhar em um ponto fixo no horizonte. E evite ler ou usar dispositivos móveis;
  3. Opte pelas refeições leves e em pequenas quantidades antes da viagem;
  4. A quem já sente esse tipo de desconforto, o uso de medicamentos específicos para cinetose, como anti-histamínicos, pode prevenir ou reduzir os sintomas;
  5. Técnicas de relaxamento, acupressão e respiração também podem ser benéficas para algumas pessoas;
  6. Casos severos e recorrentes devem ser levados ao conhecimento de um médico e avaliados.

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia


Oscilação térmica aumenta os casos de alergias entre a população

Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), maior referência do segmento na América Latina, orienta como agir para minimizar os quadros alérgicos

 

Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 30% da população brasileira tem algum tipo de alergia, dos quais 20% são crianças. Um dos agravantes em casos de alergia é a oscilação térmica, quando a temperatura varia muito. De acordo com o Relatório da Climate Central, aproximadamente 200 milhões de brasileiros foram afetados por temperaturas acima da média no primeiro trimestre de 2024. Em cidades como Curitiba (PR), onde a amplitude térmica ao longo do ano em geral varia de 10 °C a 26 °C, os casos de alergia são potencializados. 

Para o otorrinolaringologista e especialista em rinite alérgica Flavio Massao Mizoguchi, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), maior referência do segmento na América Latina, as alergias geralmente contam com histórico familiar. “A genética impacta, mas a mudança do estilo de vida pode contribuir com o desenvolvimento ou piora dos quadros alérgicos”, destaca Mizoguchi. O especialista alerta que algumas alergias respiratórias são sazonais, como os casos relacionados ao pólen, muito comuns primavera. “Outras ocorrem durante o ano todo, como no caso dos ácaros, e são potencializados com a queda da temperatura. As alergias aos epitélios de animais, como gatos e cachorros, também são muito comuns entre os brasileiros”, complementa. 

Para prevenir os episódios alérgicos, uma boa dica é passar menos tempo em ambiente doméstico e mais tempo ao ar livre; controlar os animais domésticos dentro das residências; e evitar casas, apartamentos ou ambientes de trabalho com pouca ventilação e carpetes. Segundo o médico, a melhor solução nos casos mais simples é manter a residência, além dos demais locais de convívio, sempre arejada e limpa. “A higienização da residência ou local de trabalho é importante. Aspirar casa com animais domésticos com um aspirador que tenha filtro HEPA é uma boa recomendação. É indicado, também, utilizar capas protetoras antiácaro nos colchões e travesseiros”, diz. 

Mizoguchi destaca, também, a importância da manutenção de hábitos saudáveis como práticas esportivas, alimentação balanceada e higiene nasal com soro fisiológico. Para completar, o especialista alerta que casos graves, entre eles asma e rinite alérgica persistente severa, devem ser tratados com médicos especialistas. “A busca por um médico especialista é sempre a melhor solução para agilizar o tratamento e a cura”, sugere. “Muita gente subestima as alergias. Elas precisam ser analisadas e tratadas rapidamente para que problemas maiores sejam evitados”, completa.


Agosto Dourado: Bebê com língua presa? Cuidados e dicas na amamentação

Saiba como identificar a anquiloglossia e como a frenotomia pode ajudar a melhorar a amamentação


Amamentar é um ato crucial para o desenvolvimento saudável dos bebês e para o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho. No entanto, nem sempre a amamentação ocorre de forma natural e sem desafios. Um dos problemas que pode interferir nesse processo é a anquiloglossia, popularmente conhecida como "língua presa", uma condição que pode causar grandes dificuldades tanto para o bebê quanto para a mãe. 

Dra. Cristina Pedro, professora do curso de Odontologia da Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra, explica que a língua presa é uma condição caracterizada pela fixação anormal do frênulo lingual, limitando os movimentos da língua. “Isso pode dificultar a correta pega do mamilo pelo bebê, resultando em amamentação ineficaz, dor para a mãe e, em casos mais graves, na desistência do aleitamento.” 

A especialista destaca que a frenotomia, um procedimento simples realizado por cirurgiões-dentistas, é a intervenção indicada para liberar o frênulo lingual, permitindo que o recém-nascido consiga realizar os movimentos adequados da língua para a sucção. 

Dra Cristina aponta que a realização da frenotomia em recém-nascidos com anquiloglossia tem mostrado resultados positivos na melhoria da amamentação. “Após o procedimento, muitos bebês conseguem realizar a sucção de forma mais eficiente, o que contribui para o ganho de peso adequado e a prevenção de problemas de saúde associados à nutrição insuficiente. Além disso, a frenotomia pode prevenir complicações futuras relacionadas à fala e ao desenvolvimento oral da criança.”

“A avaliação precoce por um cirurgião-dentista pode identificar condições como a língua presa, permitindo intervenções que promovem não apenas o sucesso do aleitamento materno, mas também o desenvolvimento harmonioso da cavidade bucal”, finaliza a professora de Odontologia da Anhanguera.


Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta sobre Mpox: Diagnóstico e Manejo da Infecção

Dermatologistas desempenham papel crucial na identificação precoce e controle da doença que se espalha globalmente


A Mpox, infecção zoonótica anteriormente restrita à África, agora representa um desafio crescente para a saúde pública e exige a expertise dos médicos dermatologistas para uma identificação precoce e precisa. De acordo com a Dra. Regina Carneiro, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o manejo adequado da doença é essencial para controlar a propagação. 

“Com o aumento dos casos de Mpox, os dermatologistas estão na linha de frente da detecção e controle da doença, já que possuem o treinamento clínico que possibilita identificar as lesões e fundamentalmente em fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças dermatológicas”, explica a médica. 

O início da infecção é geralmente marcado por sintomas inespecíficos como febre, dor no corpo e aumento dos gânglios linfáticos principalmente na região cervical, virilha e submandibular. Na pele podem surgir manchas vermelhas, pápulas (bolinhas), vesículas (bolinhas de água), pústulas (bolinhas de pús), e crostas (cascões), sendo comum uma umbilicação (depressão) na área central. Podem ser únicas ou múltiplas e ocorrer dor no local ou coceira por mais de quatro semanas. No surto atual, têm sido predominantemente localizadas na região genital. 

Dra. Regina ressalta que embora não exista um tratamento específico para a Mpox, alguns antivirais podem ser utilizados para reduzir a severidade dos sintomas e destaca as formas de prevenção, como o tecovirimat, que já foi aprovado para tratamento de Mpox em janeiro de 2022. 

“Como a transmissão ocorre por contato com secreções infectadas das vias respiratórias, feridas ou bolhas na pele, é essencial evitar o contato próximo com pessoas que estejam com sintomas e não compartilhar objetos e material de uso pessoal, como toalhas e roupas de cama, por exemplo”, conclui. 

No que se refere a vacina, existem atualmente duas disponíveis contra a Mpox. A primeira é a Jynneos, produzida pela farmacêutica dinarmaquesa Bavarian Nordic, composta pelo vírus atenuado, com efeitos colaterais considerados leves, como dor no local da aplicação, vermelhidão e inchaço, podendo ocorrer dor muscular, dor de cabeça e cansaço. Foi em 2023 que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso provisório do imunizante no Brasil. 

O segundo tipo de vacina é a ACAM 2000, fabricada pela americana Emergent BioSolutions. É composta pelo vírus ativo com inúmeras contraindicações e consequentemente mais efeitos colaterais, se tornando assim menos segura. 

“A estratégia de vacinação prioriza a proteção das pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença como pacientes que vivem com HIV/Aids com status imunológico identificado pela contagem de linfócitos T CD4 inferior a 200 células nos últimos seis meses e profissionais que atuam diretamente em contato com o vírus em laboratórios. Além desses grupos, também está prevista a vacinação para pessoas que tiveram contato direto com os fluidos e secreções corporais de casos suspeitos ou confirmados para a doença”, esclarece Dra. Regina Carneiro.

Para saber mais sobre essa e outras doenças relacionadas a pele, cabelos e unhas acesse as redes sociais @dermatologiasbd e o site www.sbd.org.br. Se informe e encontre um especialista associado à SBD na sua região.


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