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sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Como a filosofia pode salvar as organizaçõe

Por séculos, a filosofia foi separada do universo empresarial. Há razões históricas para isso.


Esta área de conhecimento nasceu a partir da busca incessante por algo que transcende o mundo material e individual. Aristóteles, por exemplo, trouxe o termo telos para referir-se a um “fim último”, que sobrepassa nossas ações pragmáticas, e nos conecta com o Todo, o que possibilita uma vida significativa e um estado de plenitude que ele chama de eudaimonia. Acessamos tal estado pela contemplação: uma postura dócil de admiração a algo que vai além, nos envolve e nos plenifica.

Essa contemplação não é, para os filósofos gregos, uma postura passiva, de quem somente aprecia à distância algo que não o modifica. Aristóteles argumenta que, ao contemplar o indivíduo se alimenta dessa verdade e passa a atuar de forma sábia, que ele denomina phronesis. Outros filósofos clássicos trouxeram essa ideia de acesso a algo maior, que se traduz em uma vida mais consciente e plena. O próprio termo filosofia vem de philo sophia: amor à sabedoria, uma jornada em direção à verdade que nos ultrapassa e completa.

Outros filósofos surgiram com diferentes visões, mas a maioria propondo um pensamento que eleva o ser humano a uma condição mais consciente. Este “pano de fundo” transcendente originou o termo filosofia perene: o campo de sabedoria no qual diferentes pensamentos convergem, apesar das diferenças.

No entanto, a história tem seus caprichos. A revolução científica (séc. XVI), com René Descartes, Francis Bacon e outros, declarou que com a razão e a ciência o homem se tornaria o senhor do universo, capaz de pensar, medir, dividir e controlar a natureza.

Esta abordagem racional e controladora foi incorporada pela teoria econômica, que honrou também a linha individualista e utilitarista de pensadores como John Locke. A racionalidade cartesiana impregnou os sistemas econômicos culminando na Revolução Industrial, que deu origem à estrutura organizacional em voga até hoje.

O mundo do trabalho passou a girar em torno da produção. O indivíduo era um grande recurso, tendo sua existência reduzida à atividade laboral, o animal laborans, nas palavras da filósofa Hannah Arednt: um sujeito que vive para trabalhar.

Este universo onde o trabalho é onipresente e a produção é tudo o que importa, gerou uma sociedade coisificada e consumista, que atingiu o ápice na sociedade norte-americana pós-guerra, rica em dinheiro e com fome insaciável de adquirir produtos. Consolidava-se, assim, a sociedade do Ter, nas palavras de Erich Fromm. Nela, o indivíduo se esvazia de sentido, se desconecta do Todo e passa a ser uma bolha que se alimenta de coisas materiais. Nesta concepção, a filosofia e a busca por uma vida sábia e plena torna-se irrelevante e inútil. 

A organização racional é concebida com uma estrutura hierárquica, dividida em partes fechadas e hiper especializadas, com uma dinâmica de relações meramente funcionais e burocráticas. Em pleno século XXI, para o nosso assombro, a maioria das organizações ainda conserva este formato, sustentado pelos mesmos pilares do século XIX. Nessas organizações coisificadas não há espaço para o Ser, tudo o que vai além de produzir e gerar mais lucro para seus donos não tem importância ou valor.

É necessário levar humanização às empresas, propor significado e propósito, relações genuínas e transparentes, práticas éticas, formação de líderes mais verdadeiros. Quando ouço “na nossa empresa não há espaço para filosofar demais”, fico absolutamente inquieto, pois a filosofia é prática: é o canal para acessar a sabedoria, que se concretiza em mundos melhores.

Para reconciliar estes dois mundos separados pela história, busco traduzir a sabedoria da filosofia em provocações e iniciativas práticas, como:

  • Propor reflexões individuais e coletivas sobre o propósito e significado das ações no trabalho. O porquê e para que fazemos as coisas;
  • Formar estruturas organizacionais planas, celulares, que se comunicam com interdependência e maturidade, além da própria fronteira;
  • Trazer a ética como forma essencial de atuação da empresa e não como uma retórica oca ou manipuladora;
  • Conectar a empresa com todos os seus stakeholders, explicitando sua função social e sustentável;
  • Olhar para a tecnologia como “recurso” e não fim em si mesma, limitando-a a um uso que trará mais consciência à organização.

Divulgação
Mqnr
Acredito que a filosofia pode salvar as empresas do colapso, porque a sociedade do Ter está se mostrando cada vez mais inviável, com o esgotamento de indivíduos, sociedades e o planeta. Ao resgatar a sabedoria atemporal e perene, seremos capazes de reinventar o mundo, conectando-nos a algo que nos transcende e nos atrai ao mesmo tempo. Conseguiremos caminhar para o que Edgar Morin chama de humanismo planetário: um olhar holístico no qual o Todo é a razão de ser das partes. Neste ideal, o útil deixa de ser um fim em si mesmo, e valores universais permeiam nossas sociedades e organizações.

Utopia? Prefiro pensar que é destino, possível de ser alcançado, desde que optemos por sermos mais filósofos.

  

Paulo Monteiro - filósofo, professor, consultor e autor do livro Antimanual Filosófico: para pessoas inquietas com dogmas organizacionais

 

Estratégias de marketing precisam ser reinventadas com chegada de ferramenta do Google

Especialistas da Jahe Marketing destacam métodos para o novo cenário digital brasileiro


Foi há pouco tempo que o Google anunciou o AI Overview, sua própria ferramenta de inteligência artificial. De acordo com a empresa, a grande mudança será a personalização das respostas às pesquisas. Ou seja, quando o buscador receber uma consulta, não fornecerá links para textos, vídeos, redes sociais ou mapas — ela dará uma resposta direta. O objetivo aqui é facilitar a vida do usuário, que não terá de fazer uma curadoria entre os resultados da pesquisa para achar o que precisa; o próprio Google fará isso e entregará a melhor resposta.

Na prática, a mudança pode fazer com que os usuários visitem menos páginas, e como consequência, interajam menos com sites e outros ambientes digitais criados por outras empresas. E isso pode alterar completamente a estratégia de marketing e vendas de várias delas.

“Vamos dar um exemplo: você acabou de se mudar de bairro e está procurando uma academia nova para treinar. Você vai no buscador do Google e digita ‘10 melhores opções de academias no [complete com o seu bairro] e perto da minha casa’. Em vez de vários links gerados automaticamente e ranqueados a partir de palavras-chave, ou de um mapa confuso com vários pontos marcados, você receberá uma lista completa e organizada – numa ordem definida pela AI Overview”, prevê Thaís Faccin, sócia da Jahe Marketing.

A ferramenta já está integrada ao buscador do Google nos Estados Unidos e, até o final de 2024, chegará a bilhões de pessoas em todo mundo.

“Em termos de marketing, isso muda o campo de jogo, e colocará as empresas em uma nova corrida por atenção e audiência. Isso porque o papel da empresa na web, como distribuidora e monetizadora de atenção, é enorme. Qualquer alteração em seu mecanismo de busca tem consequências nas estratégias das marcas”, diz a especialista.

“Utilizar a ferramenta de busca se tornou uma ação tão cotidiana e natural quanto respirar”, opina a também sócia Satye Inatomi. Ela aponta que o Google é responsável por mais de 90% das pesquisas na web em todo o mundo – 99% no Brasil. Mais de 50% das buscas no Google resultam em cliques em um dos três primeiros resultados. E ele detém mais de 70% do mercado de pesquisa paga em todo o mundo.

Mas, para empreendedores e empresas, o desafio fica ainda maior. Como produzir conteúdo que seja encontrável na internet e usado nas respostas da AI Overview? O que vai acontecer com essa estrutura toda uma vez que a AI Overview deve diminuir drasticamente as taxas de cliques, a rolagem das telas, as pesquisas feitas em múltiplas fontes? Isso significa que as propagandas serão menos vistas, menos clicadas?

“Será preciso acompanhar o desenvolvimento e a utilização da nova ferramenta para entender como as peças deste quebra-cabeça voltarão a se encaixar. No entanto, vale a pena investir em alguns elementos que, até onde sabemos, fazem parte da trilha que as IAs percorrem para entregar uma pesquisa”, diz Inatomi.

Uma delas é o conteúdo que possa responder a perguntas comuns e que, por conseguinte, são incluídas nos snippets – blocos de informação que aparecem no topo da página de pesquisa e são frequentemente usados por IAs.

Eles são projetados para fornecer respostas diretas e concisas às perguntas dos usuários, sem a necessidade de clicar em um link para obter a informação. De acordo com o próprio Google, quando a plataforma reconhece uma pergunta na hora da pesquisa, sua programação detecta páginas que respondem a pergunta, exibindo esse conteúdo como resultado principal dentro desses blocos.

“Paralelamente, vale a pena criar seções de perguntas frequentes (os FAQs), com respostas rápidas. Isso também aumenta a chance de o seu material ser ‘pescado’ por uma plataforma de inteligência artificial. Sites com alta autoridade são mais propensos a serem citados por sistemas de IA.”

Até lá, a certeza é que a competição entre as marcas e a disputa pela atenção do público estarão cada vez mais ferrenhas.  É preciso criatividade, saber se adequar às mudanças do mercado e elaborar as melhores estratégias para alavancar seu negócio.


Jahe Marketing


Matrículas 2025: Educação de SP recebe até dia 13 de setembro inscrições para alunos que não estudam na rede


Cadastro pode ser feito nas escolas e em unidades do Poupatempo; alunos que já estão na rede estadual neste ano e querem permanecer na mesma unidade escolar têm vaga garantida e não precisam fazer rematrícula

 

Alunos que hoje estudam em escolas particulares, de outros estados ou querem retornar às salas de aula em uma das mais de 5.000 escolas da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) em 2025 devem fazer o cadastro até o dia 13 de setembro em uma das mais de 5.000 unidades da rede estadual ou nos postos do Poupatempo. 

 

Há vagas em classes dos anos iniciais (1º ao 5º ano) e anos finais (6º ao 9º ano) do Ensino Fundamental e do Ensino Médio (1ª à 3ª série) de período parcial e integral, além da modalidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA). 

Para estudantes a partir da 2ª série do Ensino Médio são três opções de itinerários formativos: Matemática e suas Tecnologias e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias; Linguagens e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Ensino Médio Técnico.

Para a matrícula presencial nas escolas ou no Poupatempo, o responsável legal ou estudante maior de 18 anos deve apresentar o RG, histórico escolar e comprovante de residência.  

 

Matrícula de alunos da rede e transferência 


A partir deste ano, quem já está na rede estadual em 2024 e quer permanecer na mesma unidade escolar não precisa fazer a rematrícula. A vaga para o próximo ano letivo está garantida e será registrada automaticamente. A partir de 14 de agosto, a confirmação do local estará disponível para consulta nos postos do Poupatempo e na Secretaria Escolar Digital (SED) na opção “Consulta Pública”.

Caso o aluno queira mudar de escola, o período para solicitação de transferência, que geralmente acontecia no mês de janeiro do ano seguinte, foi antecipado pela Secretaria e vai seguir o mesmo da matrícula (19 de agosto e 13 de setembro). Os interessados devem fazer o pedido também na página da SED — em “Intenção” pelo perfil do responsável ou aluno maior de 18 anos.

 O resultado final será divulgado a partir do dia 2 de dezembro.  


Calendário 2025 

A Seduc-SP também definiu o calendário do próximo ano. Em 2025, as aulas do primeiro semestre terão início em 3 de fevereiro. O recesso escolar do meio do ano está previsto para o período entre os dias 1º e 20 de julho. Para o cumprimento dos 200 dias letivos, estabelecido pela Lei de Diretrizes e Base (LDB), o fim das atividades está agendado para 9 de dezembro. 

 

Segurança em jogo: Os riscos no trabalho de quem constrói o espetáculo olímpico

Obras e manutenção de estruturas para eventos como Olimpíadas e Paraolimpíadas geram riscos de acidentes - inclusive fatais (11 em 2016, no Rio). Em Paris 2024, os dados oficiais indicam que cerca de 200 trabalhadores sofreram algum tipo de acidente de trabalho ao longo dos preparativos  

 

Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos representam uma celebração global do esporte, da excelência e da inclusão.


Também representam uma oportunidade para realizar investimentos na educação, gerar emprego, inclusão social, desenvolvimento tecnológico e construir grandes obras como estádios, ginásios, parques florestais, praças esportivas, obras de saneamento, meios de transportes, prédios residenciais, etc., que a sociedade poderá usar após o encerramento dos eventos.


Esse é um momento oportuno para discutir segurança e saúde no trabalho, lembrando que muitos trabalhadores sofreram acidentes, lesões permanentes e até perderam suas vidas tornando realidade os cenários dos sonhos olímpicos.


Um levantamento histórico indica que nas Olimpíadas de Londres 2012 não foram registrados acidentes fatais. Já as obras das Olimpíadas do Rio 2016, realizadas entre janeiro de 2013 e março de 2016, segundo o portal g1, causaram a morte de 11 trabalhadores. Os Jogos de Tóquio, em 2020, estavam associados a 14 acidentes, desses, dois fatais; um número menor quando comparado com os Jogos Olímpicos de Pequim 2022 que registraram 6 mortes de trabalhadores por falta de SST em obras na fase final de execução. Em Paris 2024, os dados oficiais indicam que cerca de 200 trabalhadores sofreram algum tipo de acidente, ao longo do período de construção e adaptação dos equipamentos.


O risco infelizmente se estende para outros eventos esportivos, como destacou o jornal The Guardian, que revelou que na construção dos estádios da Copa do Mundo 2022 no Catar ocorreram 37 mortes relacionadas oficialmente pelo comitê organizador, mas esse número aumenta para 6.500 mortes desde que a cidade foi selecionada para sediar o evento.


 

A importância da gestão de SST nos Jogos Olímpicos

 

Os Jogos Olímpicos são um excelente exemplo de como a gestão de Segurança e Saúde no Trabalho pode ser crucial em grandes eventos esportivos.


A preparação e execução de um evento dessa magnitude envolvem uma série de medidas rigorosas para garantir a segurança e o bem-estar dos atletas, equipes de apoio, voluntários e visitantes.


Para o Dr. Ricardo Pacheco, médico, gestor em saúde, diretor da Oncare Saúde e presidente da ABRESST (Associação Brasileira de Empresas de Saúde e Segurança no Trabalho), a condução dos trabalhos de gestão precisa considerar diversos aspectos. “Nos Jogos Olímpicos, a segurança e saúde dos atletas, equipe de apoio e público deve ser prioridade. Uma gestão eficaz de SST envolve o planejamento detalhado para evitar acidentes e garantir condições seguras. Isso inclui desde a avaliação dos locais de competição e treinamento até a preparação para emergências médicas. Os profissionais envolvidos nesses eventos precisam receber treinamento específico, como práticas de primeiros socorros, conhecimento de procedimentos de emergência e uso adequado de equipamentos de proteção”.


O médico destaca que essa gestão ainda deve assegurar que todas as normas e regulamentações sejam seguidas. “Isso significa cumprir com padrões internacionais de segurança e saúde, garantindo que todos os aspectos do evento estejam em conformidade com as leis e diretrizes estabelecidas. Durante o evento, a gestão envolve o monitoramento contínuo das condições de trabalho e a realização de inspeções regulares, para garantir que qualquer risco potencial seja identificado e mitigado rapidamente”, enfatiza o gestor.


O especialista adverte sobre o impacto que a prevenção tem na imagem de quem organiza um evento como os Jogos Olímpicos. “Uma gestão eficaz de SST não só garante a segurança e saúde dos envolvidos, mas também melhora a imagem e reputação do evento. A percepção pública da segurança e organização é crucial para o sucesso do espetáculo”, afirma Dr. Ricardo Pacheco.


 

Engenharia de segurança garante que todas as operações ocorram de maneira segura e eficiente

 

A engenharia de segurança é essencial na prevenção de acidentes durante os Jogos Olímpicos, desempenhando um papel vital na proteção de atletas, espectadores e todos os envolvidos.

Para Cinthia Bueno Espadafora, Engenheira de Segurança do Trabalho e Diretora Técnica da Oncare Saúde, a especialidade é crucial em diversos aspectos: “Primeiro para realizar uma criteriosa análise de riscos para identificar possíveis riscos em instalações esportivas, áreas de treinamento, alojamentos e demais locais envolvidos no evento. Esse trabalho é essencial para antecipar e mitigar perigos antes que possam causar acidentes. Com base nessa análise, o engenheiro cria planos abrangentes de segurança, que incluem desde o layout seguro de arenas e áreas de competição até a organização de rotas de evacuação e acessos de emergência”, elenca.

A gestora lembra que em eventos esportivos é comum a construção de estruturas temporárias como arquibancadas, palcos e pódios. “Neste caso o engenheiro supervisiona essas construções para garantir que sejam erguidas de acordo com normas de segurança, prevenindo colapsos e outros incidentes. Também assegura que todas as atividades relacionadas ao evento estejam em conformidade com as normas e regulamentações locais e internacionais de SST, incluindo o uso adequado de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) por parte de trabalhadores”, esclarece Cinthia Bueno.

O profissional ainda é responsável por treinar equipes de trabalho e voluntários em práticas seguras, prevenção de acidentes e resposta a emergências. “Isso garante que todos os envolvidos no evento estejam preparados para agir de maneira segura. Durante o evento, o engenheiro monitora as operações, realizando inspeções e auditorias para garantir que os planos de segurança sejam seguidos e que as condições de trabalho permaneçam seguras. Ou seja, a engenharia de segurança no trabalho é fundamental para a criação de um ambiente seguro em eventos esportivos, protegendo atletas, trabalhadores, voluntários e espectadores, além de assegurar o sucesso e a integridade do espetáculo”, completa a Diretora Técnica da Oncare. 


Oncare Saúde


5 formas de identificar e combater o trabalho análogo a escravidão

Rede de Promoção do Trabalho Decente (RPTD) atua em três frentes principais: incidência política, acolhimento emergencial e sensibilização da sociedade

 

O trabalho análogo a escravidão ainda é uma realidade alarmante no Brasil, alimentado pela exploração da vulnerabilidade social e econômica de muitas pessoas. De acordo com dados do Ministério Público do Trabalho (MPT), no ano de 2023 um total de 3.190 pessoas foram resgatadas no país, representando o maior número registrado em 14 anos. Além disso, a relação atualizada semestralmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego agora conta com 654 pessoas físicas (patrões) e jurídicas (empresas) na ‘lista suja’ dessa atividade. 

“Diante desse cenário desafiador, a Rede de Promoção do Trabalho Decente (RPTD), criada em 2018, está atuando em três frentes em prol de trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna, que são: incidência política, acolhimento emergencial e sensibilização da sociedade como um todo” explica Laís Leite, Coordenadora de Projetos do Sefras. “A erradicação do trabalho análogo a escravidão é de vital importância e, por isso, compõe a lista dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)”, completa a coordenadora. 

Como um dos líderes da iniciativa, o Sefras - Ação Social Franciscana, lista 5 maneiras para identificar e combater o trabalho análogo à escravidão:

 

Fique atento aos sinais 

Ainda é comum que pessoas que se encontram em situação de trabalho análogo a escravidão não saibam identificar os indícios, como condições de serviço precárias, jornadas excessivas, falta de pagamento ou retenção de salários, isolamento dos trabalhadores, entre outros.  

 

Denuncie 

Uma vez que os indicadores forem identificados, é indispensável fazer a denúncia imediatamente. Utilize plataformas online como o sistema de denúncia do Governo Federal, Ipê; ou disque 100, para relatar casos de exploração.  

 

Informe-se sobre os direitos trabalhistas e os sinais de trabalho escravo

Educar-se sobre as leis trabalhistas, além dos indicadores de trabalho análogo a escravidão é uma ferramenta poderosa na prevenção e combate a essa prática. Como o Projeto de  Lei 01-00584/2022, que foi construído com a ajuda do Sefras, e uma vez aprovado, visa estabelecer medidas e estratégias para enfrentamento dessas condições no município de São Paulo.

Existem diversos materiais educativos disponíveis
online, incluindo guias e cartilhas, que explicam os direitos dos trabalhadores e como identificar situações de exploração. Por exemplo, a plataforma CAMI, que dá cursos para promoção do Trabalho Decente, desenvolvidos em parceria o Sefras - Ação Social Franciscana, e a Smartlab, da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e do MPT (Ministério Público do Trabalho), para pesquisas e análises sobre o tema.

 

Apoie políticas públicas

O combate ao trabalho análogo a escravidão requer não apenas ações individuais, como também esforços coletivos e políticas governamentais eficazes, que incluem o fortalecimento das leis trabalhistas, aumento da fiscalização e punição para os responsáveis pela exploração. Além disso, é importante defender políticas que promovam a inclusão social e econômica, reduzindo a vulnerabilidade dos trabalhadores a situações de exploração.

 

Apoie o trabalho social

As organizações não governamentais desempenham um papel importante na prevenção e combate ao trabalho análogo a escravidão, oferecendo apoio direto aos trabalhadores resgatados e à advocacia por políticas públicas mais eficazes. Apoiar essas instituições por meio de doações, voluntariado ou parcerias institucionais também pode ser uma maneira importante de contribuir para a erradicação dessa mão de obra no Brasil e promover os direitos humanos. Para colaborar com as ações do Sefras – Ação Social Franciscana e conhecer mais sobre seus impactos, acesse o site.



MEIs representam 7 em cada 10 empresas criadas no país em maio, revela Serasa Experian

• Total de novas empresas que surgiram no país no período foi de 362.805;

• Sociedades Limitadas foi a segunda natureza jurídica mais escolhida pelos empreendedores, com 21,2%;

• Setor de “Serviços” teve a maior parte dos registros de novos CNPJs (73,4%).

 

O Indicador de Nascimento de Empresas da Serasa Experian revelou que, em maio deste ano, 362.805 novos negócios passaram a existir no país. Dentre eles, os Microempreendedores Individuais (MEIs) representaram a fatia mais expressiva, de 264.407 (72,9%). “Essa é uma natureza jurídica muito popular porque, além do custo reduzido para dar início ao empreendimento, outros fatores como declarações e tributos simplificados, incentivo às linhas de crédito e benefícios previdenciários, tornam a opção bastante atrativa para aqueles que estão começando no mundo dos negócios”, explica o economista da datatech Luiz Rabi. Confira nos gráficos abaixo os dados gerais e das naturezas jurídicas: 

 



“A análise por segmento mostrou que o de “Serviços” foi o que mais registrou criação de empresas em maio (73,4%), com “Comércio” em seguida (19,3%). Confira os dados completos abaixo:


Na visão por Unidades Federativas (UFs), São Paulo liderou o ranking com 111.572 aberturas. Em segundo lugar, ficou Minas Gerais (38.362), seguido pelo Rio de Janeiro (30.456) e Paraná (25.605). Veja, no gráfico abaixo, o detalhamento por estados: 

 


Para conferir mais informações e a série histórica do indicador, clique aqui.

 

Tomada de crédito com responsabilidade auxilia sobrevivência das empresas

Os motivos que levam as empresas a tomar crédito são inúmeras: abrir, de fato, o negócio, ter capital de giro, fluxo de caixa ou apenas realizar um investimento ou melhoria. Para que esse processo seja seguro e não deixar virar um problema em função da incapacidade de pagamento, a Serasa Experian dispõe de produtos e serviços que auxiliam os empreendedores no processo: serviços de monitoramento de CNPJ, ferramentas de renegociação de dívidas e um blog com conteúdo rico e esclarecedor. Clique aqui e saiba mais!


 

Metodologia

Para o levantamento do Nascimento de Empresas foi considerada a quantidade mensal de novas empresas registradas nas juntas comerciais de todas as Unidades Federativas do Brasil, bem como a apuração mensal dos CNPJs consultados pela primeira vez à base de dados da Serasa Experian.


Experian
experianplc.com


Sebrae adere à campanha "Feminicídio Zero"

Empreendedorismo pode ser uma alternativa para interromper ciclos de violência doméstica, defende diretora do Sebrae. Mulheres representam quase 34% do total de empreendedores no Brasil

 

O Sebrae iniciou, na segunda-feira (19), seu apoio à campanha “Feminicídio Zero”, lançada pelo Ministério das Mulheres neste mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, o “Agosto Lilás”. A proposta do governo federal é articular e mobilizar diversos setores da sociedade brasileira em prol do direito das mulheres a uma vida livre de violência. 

Dados do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e da 10ª Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher retratam a gravidade da questão no país: a cada 6 horas, uma mulher é vítima de feminicídio; 3 em cada 10 brasileiras já foram vítimas de violência doméstica e, a cada 6 minutos, uma menina ou mulher sofre violência sexual. 

De acordo com o Sebrae, o público feminino responde por 33,9% do total de empreendedores no país e cerca de 30% da base de clientes atendidos pela instituição são mulheres. “O empreendedorismo pode ser uma alternativa para interromper ciclos de violência doméstica, especialmente quando há dependência financeira”, defende a diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho. “Estamos empenhados em mostrar para essas empreendedoras e futuras empresárias que elas podem contar conosco e vislumbrar no empreendedorismo uma oportunidade de se tornarem as protagonistas de suas histórias.” 

O programa Sebrae Delas promove soluções voltadas especialmente para as mulheres, que abrangem capacitação técnica e o fortalecimento de habilidades socioemocionais e comportamentais. Além disso, o Sebrae conta ainda com uma unidade dedicada ao empreendedorismo feminino, atuando também com questões complementares, como raça, etarismo e deficiência, que acentuam os desafios das mulheres. “Entendemos que a diversidade é um tema transversal e que precisa do nosso olhar para tornar o empreendedorismo cada dia mais inclusivo e democrático”, esclarece a diretora. 

Em março deste ano, na presença de autoridades e lideranças femininas, o Sebrae assinou termo de compromisso em que formaliza sua adesão ao movimento “Brasil sem Misoginia”, iniciativa do Ministério das Mulheres. Nesse sentido, o Sebrae lançou o “Guia de Acolhimento à Mulher Vítima de Violência”, que contém orientações para o atendimento na rede Sebrae em todo o país. 

 

Mulheres empoderadas?

 

Na mídia, nas instituições de ensino, na política, nas conversas de bar, enfim, seja onde for, a expressão “empoderamento feminino” tornou-se, praticamente, um mantra. Creio que a maioria das mulheres, em geral, sem muita reflexão sobre o tema, chancele o jargão, já que, ao menos à primeira vista, traz a sensação de ser elogioso ou quiçá, um presságio de algum tipo de revolução em prol da ala feminina do mundo. A sensação de angariar poder é, inegavelmente, boa. A minoria, por sua vez, que critica o termo, em que pese o ordinário verniz de erudição, parece ter, igualmente, em regra, pouco respaldo em argumentos e pensamentos meticulosos. Repetem-se, indiscriminadamente, os mesmos chavões. Por exemplo, certa vez, assisti a uma entrevista concedida por uma repórter famosa em que ela dizia não gostar da “palavra empoderamento feminino” porque conferiria a impressão de ser necessário que o poder fosse outorgado às mulheres, o que seria falacioso, pois já o deteríamos. Sem adentrar na minúcia acerca da coerência deste fundamento (ou de outros igualmente vagos), questiono a sua relevância prática. Para mim, discutir se as mulheres estão, hoje, empoderadas, se já eram detentoras de poder ou se esse poder lhes foi outorgado por alguém deveria vir muito depois de compreender, afinal, o que é poder para nós, mulheres.

Evidentemente, quanto a isso, há respostas fáceis e prontas. Existe, claro, o óbvio. É natural que ter poder abranja ter direitos, como direito à liberdade, à autodeterminação, à igualdade, à integridade (física, psíquica e emocional), à saúde, à educação, à livre iniciativa e, sobretudo, à dignidade. Entretanto, um olhar minimamente atento revela que esses direitos não se estendem para além dos direitos básicos inerentes a qualquer ser humano, independentemente de gênero. Penso que ser titular de um verdadeiro poder seja muito mais do que ter e poder exercer direitos básicos. Vejam, não estou contestando a incomensurável relevância teórica e prática de garantir que as mulheres sejam, efetivamente, titulares destes direitos e que possam exercê-los plena e integralmente. O que afirmo é que lutar para que as mulheres sejam titulares de direitos básicos e que possam os exercer não se confunde inteiramente com sermos detentoras de poder. Ter direitos e poder exercê-los é apenas pré-requisito, quiçá, uma porta de entrada para o poder. Misturar estas ideais, creio eu, está muito mais associado com uma perspectiva claramente política do tema. Afinal, esse enlace conceitual de assuntos (ainda que acintoso) leva a uma clara dicotomia capciosa: se os conceitos de poder e titularidade de direitos se confundem, alguém a favor do tal empoderamento feminino seria, automaticamente, a favor dos direitos básicos das mulheres, bem como de seu exercício. Na contramão, quem negasse o empoderamento das mulheres seria, então, opositor aos seus direitos e, assim, ratificador do machismo estrutural, afrontando, no final das contas, os contemporâneos valores sociais supremos do justo e do solidário.

Todas essas divagações que dão margem a tanta elocubração ideológica e debates regados a pedantismo oco não me parecem, de fato, impactar e tirar o sono das mulheres de carne e osso com que convivo. Não nego, claro, que exista um percurso ainda longo a seguir na busca por outros direitos relevantes e seu exercício, em especial, quando estamos diante de classes menos favorecidas. No entanto, a verdade é que eu vejo, sim, ao meu redor, as mulheres desfrutarem daquilo que já foi conquistado. As mulheres no meu entorno, em sua grande maioria, estudam, têm empregos e carreiras, têm liberdade (de ir e vir, de planejar sua família, de seguir sua vocação, de manifestar suas ideias, de exercer qualquer profissão...), têm segurança (aquela que é viável em um país como o Brasil por ora), têm acesso à saúde (às vezes mais, outras menos a depender da condição social, não do gênero), têm acesso à justiça (sim, o judiciário segue machista, mas este será outro assunto), têm participação política crescente... Enfim, eu enxergo mulheres detentoras de direitos de que não eram titulares outrora exercendo-os, de modo geral, ainda que não em sua plenitude, já de maneira razoável. É inegável que, sendo eu uma mulher de classe média alta, tenho mais acesso e familiaridade com estas mulheres. Dito isto, não me atreverei a discorrer, logicamente, sobre uma acurada análise social sobre o quanto mulheres de cada classe detém direitos e desfrutam deles, mas arrisco dizer que, em menos de cem anos, houve progressos colossais de que todas nós gozamos, graças ao que nossa vida é completamente diferente da que viveram nossas mães e avós.

Todavia, ainda assim, ao me deparar com as mulheres de hoje, que desfrutam de tantas vitórias, não vislumbro mulheres poderosas. Eu enxergo mulheres exauridas, sobrecarregadas, solitárias (dentro e fora de relacionamentos), viciadas em trabalho e ascensão, entorpecidas por antidepressivos e ansiolíticos, assoladas por intensos sentimentos de culpa e remorso (sobretudo em relação a filhos), enterradas em infindáveis sessões de terapia por acreditarem que são problemáticas, frustradas por não atingirem padrões de beleza inalcançáveis, dispostas a colocar a saúde em risco pela silhueta ideal, entupidas de hormônios em busca do último suspiro de energia, perdidas entre os tantos caminhos que a liberdade oferece, emocionalmente frágeis e instáveis, pretensamente autossuficientes (quiçá, soberbas), confusas quanto ao papel a desempenhar nos relacionamentos amorosos e na família, obcecadas por juventude eterna, consumistas como se o seu valor dependesse do que podem comprar, acumuladoras de funções supérfluas, prevaricadoras e procrastinadoras de funções relevantes, altamente preconceituosas em relação aos nossos próprios atributos femininos.... Talvez, tenhamos passado tanto tempo invejando a supremacia dos homens que tenhamos, sem notar, internalizado que atributos preponderantemente masculinos, como competitividade, agressividade, inflexibilidade, racionalidade e independência são os que definem o valor de uma pessoa tanto nas relações particulares quanto profissionais. Em vista disso, relacionamos nossos atributos femininos, como sensibilidade, empatia, intuição, flexibilidade e tolerância, com fragilidade e vulnerabilidade e, consequentemente, com o risco de nova subjugação. Por esse motivo, creio que estejamos nos espremendo para ocupar uma posição no mundo que, embora seja nossa, deva ser preenchida da nossa própria forma, expressando nosso poder pela nossa feminilidade. De maneira oposta, seguimos buscando poder (na verdade, mais que poder, realização e felicidade) sob a perspectiva dos homens, ignorando nossas verdadeiras necessidades e anseios.

Ouso dizer que usamos nossa liberdade recém conquistada de forma irresponsável e inconsequente, enjaulando-nos em novas gaiolas, de esponte própria, ainda mais difíceis de escapar dadas as suas grades pouco evidentes. Sob a euforia desta liberdade, repetimos que “o lugar da mulher é onde ela quiser”. No entanto, isso não significa que a mulher deva estar em todos os lugares, dedicando-se, com excelência, ao número máximo de atividades e funções que encontrar pela frente. Captamos o emblema, na prática, como obrigação de onipresença. Decidimos abraçar o mundo sem pedir ajuda, sem saber previamente se estavam dispostos a ajudar e, principalmente, sem reconhecer e estabelecer nossos limites. Buscamos ser, ao mesmo tempo, a profissional de alta performance com remuneração exorbitante, a mãe presente e pessoalmente responsável pela gerência do lar, a esposa compreensiva, acolhedora e fogosa, a esportista, a saudável, a capa de revista, a filha cuidadosa, a amiga conselheira e pontual, a filantropa habitual, a ativista do meio ambiente, a tutora de pet e, ainda, dormir bem, reservar momentos de lazer, ter vida social e dedicar-nos a, pelo menos, dois hobbies. E, contrariando o bom senso, sentimo-nos extremamente desapontadas conosco com o deslinde óbvio dessa tentativa inócua, ou seja, o desempenho de todas ou, ao menos, de muitas destas funções de forma medíocre ou o adoecimento inexorável. A ampliação de nossos direitos não nos trouxe superpoderes ou nos transformou em malabaristas para que estivéssemos aptas a equilibrar tantos pratos. Alguns sempre caem e, com eles quebrados, temos também arranhadas nossas autoestimas prepotentes. Somos uma geração doente de mulheres que se envenenou com o antídoto e estamos criando uma geração de mulheres igualmente enfermas, tendentes a crer, em vão, que tem capacidade sobre humana. Para romper o ciclo, é preciso que aprendamos a escolher. Não é porque a comida está servida na bandeja que precisamos nos empanturrar. Selecionar é difícil, pois implica não apenas renunciar, mas também reconhecer os próprios limites. E escolher bem, significa, no fim das contas, entender e perseguir o que realmente é valioso, do que, a meu ver, enquanto nos comportarmos como crianças mimadas e birrentas que não querem abdicar de nada, não seremos capazes.  

Chego, assim, à conclusão de que não estamos empoderadas, mas deslumbradas e entorpecidas com conquistas relevantes no campo social, jurídico e político que, lamentavelmente, não serviram de alavanca para que, de fato, alcançássemos o verdadeiro poder sobre nossas vontades, nossos pensamentos, nossos ideais e nossas vidas. E continuaremos agrilhoadas na caverna de Platão até que sejamos capazes de reconhecer e compreender o poder e as verdadeiras necessidades de nossa essência feminina, bem como de fazer boas escolhas e de ser resilientes em relação a elas. Possivelmente, quando, enfim, nos alforriarmos, abandonaremos essa batalha inglória em que competimos com os homens e passaremos a ocupar nosso próprio, devido e exclusivo lugar de destaque e relevância na sociedade. E, assim, encontraremos o verdadeiro poder e felicidade na paz que nunca sentimos.




Erika Cassandra de Nicodemos - advogada especialista em direito de família e sucessões, graduada pela Universidade de São Paulo, pós-graduada em Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, mestre em Direito Privado Europeu pela Facultá degli Studi di Roma, mestre em Direito Civil pela Universidade de São Paulo, professora universitária.

 

Apesar de fundamental, quase metade das empresas não aderiu à digitalização documental


A digitalização de documentos é mais do que uma simples conversão de papel em formato eletrônico. É um processo que envolve a captura, o processamento, a indexação, o armazenamento e a recuperação de informações contidas em documentos de diversos tipos e origens. Isso permite que as empresas otimizem seus fluxos de trabalho, reduzam custos, melhorem a qualidade, aumentem a segurança e a conformidade, e ofereçam melhores experiências aos clientes e colaboradores. 

E mesmo que estejamos falando de transformação digital e digitalização de documentos há bastante tempo, essa ainda não é uma estratégia adotada em larga escala. Pesquisas de mercado indicam que pouco mais da metade das empresas brasileiras já aderiu à digitalização de documentos – e que mesmo entre as empresas, o processo ainda está presente apenas em algumas áreas – o que faz com que haja silos digitais dentro da organização. 

De fato, a digitalização de documentos traz uma série de vantagens competitivas para as empresas. A primeira delas, e talvez a mais importante, seja o aumento da eficiência: ao digitalizar documentos, as empresas eliminam a necessidade de manusear, transportar, armazenar e arquivar documentos físicos, que ocupam espaço, consomem recursos e demandam tempo. A digitalização também facilita a integração entre sistemas, permitindo que os dados sejam compartilhados e atualizados de forma rápida e precisa. 

Além disso, o processo permite uma integração e tráfego de informações mais rápido entre os sistemas, bem como a automatização de processos importantes – validação, classificação, extração e enriquecimento de dados, que aumentam a produtividade e a qualidade das operações. 

Com a eficiência, vem também a economia. A digitalização de documentos gera uma redução significativa de custos, tanto diretos – relacionados ao consumo de papel, tinta, impressoras, scanners, copiadoras, pastas, armários, transporte e descarte de documentos – e indiretos, contabilizados nos erros, atrasos, retrabalhos, perdas, fraudes, multas e reclamações causados pela má gestão documental. Segundo um estudo da AIIM, a Associação para Gestão de Informações e Imagens, as empresas que adotam a digitalização de documentos podem economizar até 67% nos custos operacionais. 

Outro benefício da digitalização de documentos é a contribuição para a sustentabilidade ambiental. Ao reduzir o consumo de papel, as empresas evitam o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa, o gasto de água e energia, e a geração de resíduos sólidos. Além disso, a digitalização favorece a adoção de práticas de gestão ambiental, como a reciclagem, a reutilização e a compensação de carbono.

 

Segurança e compliance

Um ponto muitas vezes tratado como secundário na digitalização documental é a segurança das informações. De fato, a digitalização proporciona um maior controle e proteção de dados, essenciais para a sobrevivência e o sucesso das empresas. 

Ao digitalizar documentos, as empresas podem aplicar medidas de segurança, como criptografia, assinatura digital, certificação, backup, auditoria e rastreabilidade, que impedem o acesso, a alteração, a cópia, a divulgação ou a destruição indevida das informações. A digitalização também ajuda as empresas a cumprir as normas legais e regulatórias, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelecem regras para o tratamento de dados pessoais.

 

Estratégias para digitalização

A digitalização de documentos não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar objetivos maiores, como a transformação digital, a inovação e a competitividade. Por isso, deve ser planejada e executada de forma estratégica, levando em conta os seguintes aspectos: diagnóstico do ambiente atual, com avaliação de custos, riscos, oportunidades, necessidades e expectativas dos stakeholders envolvidos. 

Uma vez que o panorama atual tenha sido mapeado, é necessário definir o planejamento, com o estabelecimento de metas, prioridades, recursos e responsabilidades, indicadores e os cronogramas da digitalização de documentos. O planejamento também inclui escolher as soluções tecnológicas, os parceiros, e fornecedores adequados. 

Na fase de implementação, além de se colocar em prática o planejado, também é preciso monitorar, acompanhar, avaliar os resultados, revisando e otimizando processos de maneira contínua. 

Assim, a digitalização de documentos é uma etapa fundamental para a modernização e o aprimoramento das organizações, que podem se beneficiar de mais agilidade, segurança, qualidade e produtividade em seus processos. No entanto, essa etapa requer um planejamento cuidadoso e uma implementação eficiente, que envolva os diversos atores e demandas do negócio. Somente dessa forma, a digitalização de documentos pode contribuir para a melhoria contínua e a satisfação dos clientes internos e externos.




Inon Neves - vice-presidente da Access



Access
www.accesscorp.com.br


 

A digitalização de documentos é mais do que uma simples conversão de papel em formato eletrônico. É um processo que envolve a captura, o processamento, a indexação, o armazenamento e a recuperação de informações contidas em documentos de diversos tipos e origens. Isso permite que as empresas otimizem seus fluxos de trabalho, reduzam custos, melhorem a qualidade, aumentem a segurança e a conformidade, e ofereçam melhores experiências aos clientes e colaboradores. 

E mesmo que estejamos falando de transformação digital e digitalização de documentos há bastante tempo, essa ainda não é uma estratégia adotada em larga escala. Pesquisas de mercado indicam que pouco mais da metade das empresas brasileiras já aderiu à digitalização de documentos – e que mesmo entre as empresas, o processo ainda está presente apenas em algumas áreas – o que faz com que haja silos digitais dentro da organização. 

De fato, a digitalização de documentos traz uma série de vantagens competitivas para as empresas. A primeira delas, e talvez a mais importante, seja o aumento da eficiência: ao digitalizar documentos, as empresas eliminam a necessidade de manusear, transportar, armazenar e arquivar documentos físicos, que ocupam espaço, consomem recursos e demandam tempo. A digitalização também facilita a integração entre sistemas, permitindo que os dados sejam compartilhados e atualizados de forma rápida e precisa. 

Além disso, o processo permite uma integração e tráfego de informações mais rápido entre os sistemas, bem como a automatização de processos importantes – validação, classificação, extração e enriquecimento de dados, que aumentam a produtividade e a qualidade das operações. 

Com a eficiência, vem também a economia. A digitalização de documentos gera uma redução significativa de custos, tanto diretos – relacionados ao consumo de papel, tinta, impressoras, scanners, copiadoras, pastas, armários, transporte e descarte de documentos – e indiretos, contabilizados nos erros, atrasos, retrabalhos, perdas, fraudes, multas e reclamações causados pela má gestão documental. Segundo um estudo da AIIM, a Associação para Gestão de Informações e Imagens, as empresas que adotam a digitalização de documentos podem economizar até 67% nos custos operacionais.

Outro benefício da digitalização de documentos é a contribuição para a sustentabilidade ambiental. Ao reduzir o consumo de papel, as empresas evitam o desmatamento, a emissão de gases de efeito estufa, o gasto de água e energia, e a geração de resíduos sólidos. Além disso, a digitalização favorece a adoção de práticas de gestão ambiental, como a reciclagem, a reutilização e a compensação de carbono.

 

Segurança e compliance

Um ponto muitas vezes tratado como secundário na digitalização documental é a segurança das informações. De fato, a digitalização proporciona um maior controle e proteção de dados, essenciais para a sobrevivência e o sucesso das empresas. 

Ao digitalizar documentos, as empresas podem aplicar medidas de segurança, como criptografia, assinatura digital, certificação, backup, auditoria e rastreabilidade, que impedem o acesso, a alteração, a cópia, a divulgação ou a destruição indevida das informações. A digitalização também ajuda as empresas a cumprir as normas legais e regulatórias, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que estabelecem regras para o tratamento de dados pessoais.

 

Estratégias para digitalização

A digitalização de documentos não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar objetivos maiores, como a transformação digital, a inovação e a competitividade. Por isso, deve ser planejada e executada de forma estratégica, levando em conta os seguintes aspectos: diagnóstico do ambiente atual, com avaliação de custos, riscos, oportunidades, necessidades e expectativas dos stakeholders envolvidos. 

Uma vez que o panorama atual tenha sido mapeado, é necessário definir o planejamento, com o estabelecimento de metas, prioridades, recursos e responsabilidades, indicadores e os cronogramas da digitalização de documentos. O planejamento também inclui escolher as soluções tecnológicas, os parceiros, e fornecedores adequados. 

Na fase de implementação, além de se colocar em prática o planejado, também é preciso monitorar, acompanhar, avaliar os resultados, revisando e otimizando processos de maneira contínua. 

Assim, a digitalização de documentos é uma etapa fundamental para a modernização e o aprimoramento das organizações, que podem se beneficiar de mais agilidade, segurança, qualidade e produtividade em seus processos. No entanto, essa etapa requer um planejamento cuidadoso e uma implementação eficiente, que envolva os diversos atores e demandas do negócio. Somente dessa forma, a digitalização de documentos pode contribuir para a melhoria contínua e a satisfação dos clientes internos e externos.



Inon Neves - vice-presidente da Access

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