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segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Atendimentos de transtornos psicológicos disparam e aumentam 104% em cinco anos

Condições mais prevalentes incluem depressão, ansiedade generalizada, transtorno do pânico e transtorno afetivo bipolar; psicólogo do HJSC comenta sobre crescimento nos casos

 

 

A campanha Janeiro Branco, uma iniciativa global dedicada à conscientização e promoção do cuidado emocional e psicológico, ganha ainda mais destaque neste ano diante do expressivo aumento nas taxas de transtornos mentais, de acordo com dados recentes do Ministério da Saúde.

 

Entre 2019 e 2023, os atendimentos psicológicos no país apresentaram um aumento significativo de aproximadamente 104%, refletindo a urgência em abordar e cuidar da saúde mental. As condições mais prevalentes incluem depressão, ansiedade generalizada, transtorno do pânico e transtorno afetivo bipolar.

 

A ansiedade generalizada, por exemplo, teve um aumento de aproximadamente 285%, passando de 71.293 atendimentos em 2019 para 274.682 em 2023. A depressão também registrou aumento expressivo de 34%, pulando de 98.063 atendimentos em 2019 para 131.732 em 2023.

"A ansiedade generalizada é caracterizada por uma preocupação excessiva e constante, agitação ou uma sensação de tensão ou nervosismo, tendência a cansar-se facilmente, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e distúrbio do sono”, afirma o psicólogo Eugenio Brejão, do Hospital japonês Santa Cruz.

 

Já na depressão, além dos sinais manifestados na ansiedade, os outros principais sintomas são: apatia, culpa, descontentamento geral com mudanças de humor constantes, solidão, isolamento, tédio, automutilação, choro excessivo, fadiga, fome excessiva ou perda do apetite, dificuldades de concentração, lentidão durante atividades, ideações suicidas constantes, ganho ou perda de peso, repetição incessante de pensamentos autos destrutivos e interpretação errônea de situações que seriam positivas para situações negativas.

 

“São transtornos que impactam significativamente na vida diária”, complementa o psicólogo. Segundo o especialista, é crucial reconhecer os sinais desses transtornos e buscar ajuda profissional. "A ansiedade e a depressão não escolhem idade, gênero ou classe social. É fundamental compreender que a saúde mental é parte integrante da saúde como um todo. Procurar apoio quando necessário não é sinal de fraqueza, mas sim de coragem e autocuidado."

 

O transtorno do pânico apresentou um aumento de 93%, com 16.805 registros em 2019, chegando a 32.562 em 2023. Já o transtorno afetivo bipolar teve crescimento de 105%, passando de 24.852.739 em 2019 para 51.122.856 em 2023.

 

Diante desse cenário, a campanha Janeiro Branco reforça a necessidade de conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental. O psicólogo Eugênio Brejão destaca que, além de buscar apoio profissional – com psicólogo, psiquiatra, nutricionista, educador físico -, é essencial adotar medidas cotidianas para preservar o bem-estar emocional, como a prática regular de atividades físicas, alimentação adequada e a manutenção de uma rotina equilibrada e a busca por momentos de relaxamento.

 

Como funciona o apoio profissional:

 

O psicólogo tratará as causas e auxiliar a pessoa a desenvolver mecanismos de enfrentamento e propiciar uma estruturação egóica.

 

O psiquiatra auxiliará com a medicação onde os sintomas são diminuídos propiciando a pessoa as mudanças necessárias de comportamento e o desenvolvimento dos mecanismos de enfrentamento e estruturação egóica.

 

O nutricionista pode auxiliar na alimentação equilibrada de forma a evitar a alimentação compulsiva ou com baixa nutrição, o que diminui a imunidade.

 

O educador físico orientará nas atividades físicas, o que fará com que melhore a condição clínica da pessoa auxiliando na melhora da autoestima, função orgânica, função cardiológica e imunidade.

Se não houver uma mudança em seus hábitos e comportamentos. Nada mudará.

A campanha Janeiro Branco incentiva a população a se unir na promoção de um ambiente saudável para as conversas sobre saúde mental, eliminando o estigma associado aos transtornos psicológicos e encorajando a busca por ajuda quando necessário.

 

Hospital japonês Santa Cruz


Dor de garganta: em crianças, é preciso redobrar a atenção!


Dor de garganta é algo comum, sim. Todos nós temos. E com as crianças é ainda mais recorrente e jamais pode ser ignorada. Especialmente na faixa etária entre 5 e 15 anos, é importante ter atenção a certos aspectos, como dor ao engolir, presença de pus na garganta, aumento dos gânglios nessa região, febre e desconforto. 

Isso porque, mais do que sintomas clássicos de faringite e amigdalite, esses podem ser indicativos de infecção por estreptococos. Ou seja, algo bem mais grave e que pode abrir portas para o desenvolvimento de doenças como febre reumática, glomerulonefrite e síndrome Pandas. 

Essas doenças, em princípio, também se caracterizam pela inflamação da faringe e amígdala, mas têm potencial de danos bem maiores quando não tratadas, por serem causadas pelos estreptococos beta-hemolítico do grupo A, também chamado de Piogenes. É um tipo de bactéria bastante nociva e que está presente em qualquer ambiente.  

Dessa forma, os pais devem ficar atentos aos quadros que envolvem inflamações. Geralmente, de início, muitos ignoram as queixas das crianças por pensarem se tratar de algo comum, que pode ser facilmente tratado em casa – e só depois que o caso evolui é que procuram ajuda profissional. Daí a importância da avaliação clínica tão logo os sintomas sejam identificados.  

Nesse contexto, sempre é recomendável avaliar alguns aspectos relacionados aos sintomas, que são diferenciais importantes para o diagnóstico. Casos de resfriado, que não são graves, sempre vêm acompanhados de tosse, coriza e congestão nasal, associada à dor de garganta. Esse é um ponto importante a ser observado, pois afasta bastante a possibilidade de ter relação com a infecção por estreptococos. 

Isso porque, esse tipo de bactéria tem uma ação muito restrita à garganta e se manifesta principalmente por meio do aumento de gânglios, febre, desconforto grande, dores no corpo e na cabeça – e não apresenta reações típicas de resfriado.

Quadros com esses sintomas devem ser investigados o quanto antes. Até porque, se confirmada a infecção por estreptococos, será necessário iniciar de imediato o tratamento à base de antibióticos - o que só pode ser feito por meio de prescrição médica. A urgência deve-se, sobretudo, às consequências danosas que esse tipo de infecção pode causar no coração, nos rins e até mesmo no sistema nervoso. 

A mais grave é a febre reumática, síndrome caracterizada por cardite, ou seja, inflamação do coração, o que provoca falta de ar, dispneia, sopro e arritmia. Além disso, pode ocasionar também artrites, que são inflamações nas articulações do corpo e coreia (movimentos involuntários resultantes da inflamação do sistema nervoso por estreptococos), assim como lesões de pele avermelhadas, que costumam ter o centro da lesão em tom mais claro.  

Embora o advento dos antibióticos tenha reduzido muito a incidência de febre reumática em escala mundial, cerca de 3% dos casos de faringoamigdalite por infecção de estreptococos evoluem para esse tipo complicação por falta de tratamento adequado. 

Nesse contexto, é fundamental reforçar a necessidade de se prevenir contra tais enfermidades, haja visto as consequências tão danosas. Quando há sintomas de faringite e amigdalite, nunca se deve deixar para depois. Tem que investigar, passar pelo médico, examinar. 

Hoje em dia, o diagnóstico não é difícil. Há testes rápidos colhidos a partir da secreção da garganta, ou mesmo a cultura de bactérias, que também permite a identificação. O tratamento, por sua vez, é feito com antibióticos. Quanto antes iniciar, melhor!


Dra. Cristiane Adami - médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista, especializada em patologias e cirurgias nasais


Especialista oferece dicas para prevenir perda de massa muscular na terceira idade

Médico ortopedista explica que a sarcopenia é comum com o envelhecimento, mas pode ser combatida com antecedência

 

Envelhecer não precisa ser um motivo de preocupações. Apesar das mudanças no corpo, que já não tem a mesma disposição de quando era jovem, existe solução para uma vida saudável, a começar por hoje. O médico ortopedista Cleber Furlan, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), aponta a importância de cuidar dos músculos a longo prazo, combatendo o sedentarismo e a má alimentação, para evitar a perda de massa muscular (ou “massa magra”), conhecida como sarcopenia, que é comum ao envelhecimento.

A melhor solução já não é segredo algum: atividades físicas regulares. Essa prática não só mantém os músculos fortes, como também beneficia todo o funcionamento do corpo. Pensando nisso, caminhadas, levantamento de peso leve e prática de ioga são opções ideais para cumprir uma rotina saudável de exercícios mais fáceis de serem adequados ao dia a dia. 

Aliado a isso, a alimentação também é um fator fundamental para um corpo saudável. As proteínas, por exemplo, são essenciais para a construção muscular. Com o acompanhamento de nutricionista, manter uma dieta compatível com as necessidades específicas de seu corpo é um passo importante para alcançar os objetivos de uma vida saudável e músculos fortalecidos.

“A sarcopenia não é inevitável. Com um estilo de vida adequado, podemos manter a força e a vitalidade. Por isso é importante começar a cuidar agora, enquanto o tempo é amigo”, destaca Furlan.

Mas também é preciso reservar tempo para o descanso. Afinal, o corpo funciona à base de energia e se regenera durante o sono, o que contribui para a saúde muscular. Mais do que cuidar do corpo a longo prazo, é saber ouvir as necessidades dele hoje e, assim, prevenir maiores complicações amanhã. 

Estima-se que, a partir dos 30 anos, uma pessoa saudável apresenta diminuição de 1 a 2% da massa muscular todo ano. Nessa linha, até os 60 anos pode restar, aproximadamente, apenas 54% da massa magra. Essa perda pode ser agravada, ainda, por infecções ou inflamações graves, traumatismos e também por tumores, que aceleram esses processos para além do envelhecimento. 



Cleber Furlan - Médico ortopedista há mais de 20 anos, o Dr. Cleber Furlan é também Mestre em Ciências da Saúde pela FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) e Doutorando em Cirurgia pela UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). Furlan é especialista em Cirurgia do Quadril, bem como membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Quadril.
Mais informações em https://www.cleberfurlanmedicina.com.br/

 

Janeiro Branco: atuação da psicologia no atendimento à saúde mental materna pode ser vital

Psicóloga destaca importância de ações voltadas às mães desde a gestação, a fim de reduzir riscos de transtornos psiquiátricos como a depressão pós-parto


Com o olhar voltado à saúde materna, organizações de saúde de todo o mundo vêm compreendendo a necessidade de uma abordagem abrangente no atendimento às gestantes e mães, reconhecendo que o bem-estar emocional é tão vital quanto o cuidado físico.

De acordo com a psicóloga Lídia Farias, que atua na maternidade do Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, no Rio de Janeiro, essa fase na vida da mulher é repleta de emoções intensas, medos, ansiedades e desafios, iniciando um processo que vai além das transformações físicas no corpo feminino.

Por essa razão, ela defende que o acompanhamento do Serviço de Psicologia no apoio às mães é fundamental e deve ser realizado durante todas as etapas da gestação e nascimento do bebê, inclusive quando há risco na gravidez ou problemas mais graves, que podem evoluir para o óbito fetal ou neonatal.

“A vivência da maternidade é uma jornada complexa, com emoções contraditórias, onde as mães enfrentam medos, ansiedades e cobranças sociais sobre o que é esperado delas. O desequilíbrio emocional, somado às mudanças físicas, pode predispor as mulheres a transtornos psiquiátricos, como a depressão pós-parto, por exemplo”, destaca a especialista.

Segundo estudo realizado pela fundação britânica Parent-Infant, uma em cada dez mulheres apresenta dificuldades em estabelecer uma conexão afetiva com seus bebês, problema que possui entre suas principais causas a depressão pós-parto.

No Brasil, conforme pesquisa divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mais de 25% das mães desenvolvem depressão pós-parto entre os 6 e 18 meses, após o nascimento do bebê. As pesquisas sobre o assunto citam efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.

Lídia explica que o Serviço de Psicologia do Hospital desempenha um papel fundamental ao oferecer esse suporte. Durante o pré-natal de gestantes de alto risco, as intervenções da equipe psicossocial ocorrem para prevenir o surgimento de transtornos psiquiátricos no pós-parto, ajudando na construção da identidade materna e proporcionando um ambiente emocionalmente estável que irá impactar positivamente a saúde mental da mãe e o desenvolvimento do bebê.

Já na etapa de internação, as mães que enfrentam dificuldades emocionais no processo de maternagem são cuidadosamente avaliadas e acompanhadas pela equipe do Mariska. “Quando necessário, realizamos também o encaminhamento dessas pacientes para a rede de saúde mental do território, garantindo que elas recebam o apoio adequado para superar os desafios emocionais”, salienta.

Outra abordagem realizada pelo Serviço de Psicologia se refere ao acolhimento após o óbito fetal ou neonatal, compreendendo essa experiência como um rompimento de expectativas e sofrimento psíquico intenso. “O óbito fetal ou neonatal é uma experiência devastadora que exige uma abordagem ainda mais sensível e compreensiva”, alega Lídia.

No Mariska Ribeiro, as intervenções do Serviço de Psicologia são implementadas ainda durante a internação da mãe ou do bebê, com atendimento constante e personalizado, levando em consideração as especificidades de cada caso e perfil da família.

Segundo a psicóloga, é também disponibilizado seguimento ambulatorial para acompanhamento do processo de luto, com o objetivo de construir e fortalecer estratégias de enfrentamento.

“Nesses casos, todo o nosso empenho é direcionado a ajudar essa mãe a enfrentar o momento difícil para que consiga, aos poucos, conquistar o equilíbrio emocional necessário para retomar sua rotina com mais qualidade de vida, fatores que influenciam diretamente sua saúde física e mental em médio e longo prazos”, finaliza.

O Serviço de Psicologia do Hospital Mariska Ribeiro está disponível de segunda a sábado, das 8h às 18h para suporte junto às pacientes internadas e atendimento ambulatorial para gestantes do pré-natal de alto risco.




Hospital da Mulher Mariska Ribeiro - localizado na zona oeste do Rio de Janeiro, é um complexo neonatal gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial
site da instituição


Infecções Respiratórias por Mycoplasma pneumoniae: Aumento de Casos em Crianças na China e a Importância da Vacinação na Prevençã

As infecções respiratórias causadas por Mycoplasma pneumoniae têm sido motivo de preocupação, especialmente em crianças, como evidenciado pela recente declaração da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 22 de novembro de 2023, sobre o aumento dessas doenças no norte da China (2). A OMS relatou um aumento significativo nas consultas ambulatoriais e internações hospitalares pediátricas por pneumonia causada por Mycoplasma pneumoniae, bem como por vírus sincicial respiratório, adenovírus e influenza.

 É importante destacar que a vacinação desempenha um papel fundamental na prevenção de infecções respiratórias, incluindo aquelas causadas por Mycoplasma pneumoniae. Embora atualmente não exista uma vacina específica para Mycoplasma pneumoniae, é essencial que as crianças recebam vacinas recomendadas, como a vacina pneumocócica e a vacina contra a influenza. 

A vacina pneumocócica protege contra as infecções pneumocócicas, que podem levar a complicações graves, como pneumonia bacteriana, meningite e sepse. A vacina contra a influenza, por sua vez, reduz o risco de infecção pelo vírus da gripe, que pode agravar as doenças respiratórias e aumentar a suscetibilidade a outras infecções bacterianas, como a pneumonia Afirma Dra Marcela Rodrigues. 

A vacinação é uma medida preventiva eficaz que fortalece o sistema imunológico, reduzindo a probabilidade de contrair infecções e minimizando a gravidade dos sintomas em caso de infecção. Além disso, a vacinação contribui para a proteção coletiva, ajudando a prevenir surtos e epidemias. 

É fundamental que os pais e responsáveis ​​garantam que as crianças estejam com as vacinas em dia, seguindo as diretrizes e recomendações das autoridades de saúde. Os profissionais de saúde estão disponíveis para fornecer informações sobre o calendário de vacinação e esclarecer dúvidas. 

A OMS e outras organizações de saúde estão monitorando de perto a situação das infecções respiratórias causadas por Mycoplasma pneumoniae e outros vírus na China e em todo o mundo. Além das medidas de vacinação, as medidas de prevenção e controle de infecções, como lavagem adequada das mãos, cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar, e evitar o contato próximo com pessoas doentes, são recomendadas para reduzir o risco de propagação dessas infecções. 

Profissionais de saúde, pais e cuidadores devem estar atentos aos sintomas respiratórios em crianças, como tosse persistente, dor de garganta, febre, fadiga e dificuldade respiratória, e procurar atendimento médico adequado caso esses sintomas persistam ou se agravem.

 

Prevenção:

Para reduzir o risco de infecção por Mycoplasma pneumoniae e outras infecções respiratórias, é recomendado adotar medidas preventivas, como: 

- Lavar as mãos regularmente com água e sabão ou usar desinfetante para as mãos à base de álcool.

- Cobrir a boca e o nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel descartável ou com o antebraço.

- Evitar o contato próximo com pessoas doentes e manter distância de pelo menos um metro de indivíduos que estejam tossindo ou espirrando.

- Manter os ambientes bem ventilados, especialmente em espaços fechados.

- Evitar tocar o rosto, especialmente os olhos, nariz e boca, sem ter lavado as mãos previamente.

 

Consulte um Profissional de Saúde:

Se você estiver apresentando sintomas respiratórios persistentes, é importante procurar orientação de um profissional de saúde. Eles poderão fazer uma avaliação adequada, fornecer um diagnóstico preciso e recomendar o tratamento apropriado.

 

Conclusão:

As infecções respiratórias causadas por Mycoplasma pneumoniae são comuns e podem variar em gravidade. É essencial reconhecer os sintomas e procurar cuidados médicos adequados. Seguir as medidas preventivas e aderir ao tratamento prescrito são passos importantes para controlar a infecção e prevenir a propagação para outras pessoas. Afima Dra Marcela Rodrigues, Diretora Clínica da Salus Imunizações.


Seconci-SP abre inscrições para grupo de apoio a dependentes digitais

Início das atividades conduzidas por equipe multidisciplinar será em março

 

Com a proliferação dos sites de apostas esportivas (as denominadas “bets”), trabalhadores da indústria da construção e seus familiares têm ficado mais expostos ao transtorno de jogo – dependência comportamental que, se não for tratada, traz graves prejuízos ao indivíduo no trabalho e no convívio familiar e social.

Preocupado com a questão, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) abriu em 2023 o Grupo Dependência Digital – Jogos de Azar, onde estes pacientes recebem mensalmente um atendimento por equipe multidisciplinar, formada por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais.

A iniciativa foi bem-sucedida e a partir deste mês em que se realiza a campanha Janeiro Branco (de conscientização sobre a importância da saúde mental), estão abertas as inscrições para novos participantes do grupo, que funciona na Unidade Central da entidade, em São Paulo. O início das atividades será em março, anuncia Daniele Volpato, gerente de Atendimento do Seconci-SP.

Segundo Daniele, entre outros objetivos, o grupo proporciona aos participantes o compartilhamento e a reflexão crítica de suas experiências, a conscientização sobre os malefícios do transtorno de jogo, o fortalecimento e a formação de novos vínculos sociais solidários e o estímulo a práticas mais saudáveis em contrapartida à dependência digital. Caso necessário, os participantes recebem tratamento psiquiátrico e psicológico individual.


Ilusão patológica

Daniele comenta que o transtorno de jogo se caracteriza por um comportamento patológico e recorrente de realizar continuamente apostas em jogos de resultados incertos. A pessoa perde e segue jogando, iludida por acreditar que da próxima vez irá ganhar e recuperar perdas.

Com isso, indivíduos podem jogar ou estarem preocupados com as perdas durante o expediente, levando a baixo desempenho e absenteísmo. Ingressam em uma ideação que as afasta da realidade, imaginando que têm controle sobre os resultados dos jogos. Alguns são impulsivos e chegam a perder todo o salário, outros são deprimidos e solitários e podem jogar ao se sentirem impotentes, culpados ou muito tristes.

Estudos sugerem que o transtorno de jogo afeta uma pequena parcela das pessoas que se envolvem em jogos digitais. Mas segundo esses estudos, metade dos dependentes sob tratamento têm ideação suicida e 17% tentaram suicídio, comenta Daniele.

O Seconci-SP também tem um Grupo de Apoio a familiares tanto de dependentes químicos como de dependentes digitais, para ajudá-los a lidar com o estresse das situações vividas.

Os interessados em participar do Grupo Dependência Digital podem entrar em contato com o Serviço Social do Seconci-SP, pelo telefone (11) 3664-5065.


Diálise peritoneal: mais qualidade de vida para o paciente renal

Nefrologista explica como funciona a terapia e quais são os principais benefícios 

 

Quando os rins manifestam falência de suas funções, a terapia renal substitutiva é o tratamento responsável para exercer o papel desses órgãos que são fundamentais para o pleno funcionamento do organismo. Entre as terapias disponíveis, a diálise peritoneal é uma delas. 

Assim como a hemodiálise, a diálise peritoneal tem a mesma finalidade de tirar o excesso de água e toxinas do organismo. A principal diferença é que esse processo, ao invés de ser realizado em uma clínica e com ajuda da equipe de enfermagem, a responsabilidade é atribuída ao paciente, familiar ou cuidador. Assim, ela pode ser realizada em casa, conferindo mais dinamismo e flexibilidade à rotina do paciente. 

“Nesta terapia, um cateter flexível é colocado no abdômen do paciente, pelo qual é realizada a infusão da solução de diálise peritoneal, necessária ao processo de filtração do sangue”, explica o Dr. Bruno Zawadzki, diretor médico da DaVita Tratamento Renal. “Esse líquido entra em contato com o peritônio – membrana que reveste os órgãos abdominais – e permanece nessa cavidade para que ocorra a troca entre a solução e o sangue, e assim acontece a drenagem, juntamente com as toxinas que estavam acumuladas”, complementa Zawadzki. 

Nesse procedimento, tanto a infusão quando a drenagem da solução peritoneal é realizada por uma máquina cicladora. Quando o paciente opta pela diálise peritoneal, há um treinamento para que o tratamento seja feito de maneira segura e eficaz. 

“A terapia de diálise peritoneal garante menos efeitos colaterais, como náuseas, vômitos e cólicas, assim como menos restrições nutricionais. Ela não utiliza agulhas e requer menos deslocamento a clínica”, destaca o diretor médico. 

O paciente deve conversar com seu nefrologista para tirar todas as dúvidas sobre essa terapia, e considerá-la como uma excelente opção de tratamento, principalmente para aqueles que aguardam por um transplante renal.

 

DaVita Tratamento Renal 


A polêmica dos implantes hormonais. Usar ou não?

Os implantes hormonais são dispositivos médicos que liberam hormônios no corpo ao longo do tempo. Inserido na pele através de um tubinho de 4 a 5 cm, contém substâncias que caem na corrente sanguínea e, de maneira controlada, passam a regular a quantidade de hormônios no organismo feminino.

O tratamento é indicado em situações de anticoncepção e doenças que são hormônio dependentes como endometriose, miomatose, hiperplasia, displasia mamária, osteoporose e, também, para reposição hormonal – a exemplo de mulheres no climatério e na pós-menopausa.

Apesar das inúmeras vantagens oferecidas à saúde da mulher, os implantes devem ser prescritos sob orientação médica, e não podem ser associados à benefícios estéticos. “Ademais, os tratamentos devem ser individualizados, com substâncias e doses específicas para cada paciente, afirma o Dr. Walter Pace, ginecologista, médico do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana - SP.

Em alguns casos, principalmente no início do tratamento, a terapia com os implantes hormonais pode causar alguns incômodos para as mulheres. Isso porque o organismo está em fase de adaptação aos hormônios e que, posteriormente, estas substâncias podem ser ajustadas, revela o Dr. Luiz Calmon, ginecologista da Clínica Elsimar Coutinho. “Não existe nenhum tratamento que não tenha algum efeito inesperado e não seria diferente com os tratamentos hormonais”, revela o médico.

Dentre os possíveis efeitos colaterais causados pelo uso dos implantes hormonais estão o aumento da oleosidade da pele, surgimento de acne, queda dos cabelos, retenção de líquido e alguns sangramentos. Os sintomas podem variar em decorrência da intensidade dos hormônios, mas podem ser ajustados pelo médico.

“Se o tratamento for bem indicado com determinado hormônio, para uma determinada situação e, principalmente, se o tratamento está dando certo, os possíveis efeitos negativos se tornam algo pequeno e são contornáveis”, explica do o Dr. Calmon.

É importante destacar que os prós e contras podem variar dependendo de cada caso, pois o tratamento dever ser individualizado. Antes de optar por qualquer forma de terapia hormonal, é fundamental discutir as opções com o seu médico de confiança para avaliar os benefícios e possíveis riscos à saúde.

 

Dr. Walter A. P. Pace - Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Reprodução Humana – Assistant Ètranger pela Universidade Paris V René Descarte e Doutorado em Ginecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Professor-doutor e Coordenador Geral da Pós Graduação de Ginecologia Minimamente Invasiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais – Titular da Academia Mineira de Medicina – Vice Presidente do PHD Pace Hospital e ginecologista do Centro de Endometriose no Hospital Santa Joana – SP.


Dr. Luiz Carlos Calmon - Ginecologista e Obstetra. Dr. Especialista em Histeroscopia pela Sociedade Brasileira de Endoscopia, realizou diversos cursos de extensão nos Estados Unidos, em Oncologia, no Roswell Park Memorial Institute – Buffalo e, também, Fellowship no Departamento de Prevenção de Câncer Ginecológico do Detroit Medical Center – Michigan. Além de exercer a medicina, atua como Membro do Conselho Deliberativo do Centro de Pesquisa e Assistência em Reprodução Humana.


Síndrome de Burnout: quando o trabalho se torna um problem

Especialista reforça a importância de cuidar da saúde psicológica e evitar estafa mental


O Janeiro Branco é dedicado à conscientização e alerta para os cuidados com a saúde mental e emocional, considerando também a prevenção de doenças decorrentes do estresse do trabalho.  

 

Caracterizado pelo esgotamento físico, emocional e estresse causado pelas condições desgastantes do trabalho excessivo, a síndrome de Burnout, desde 2022, é classificada como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

Segundo um estudo feito pela Associação Internacional de Gerenciamento de Estresse, o Brasil é o segundo país com maior número de casos de Burnout diagnosticados, afetando 30% dos trabalhadores.   

 

Para René Padovani, psicólogo e coordenador de Filantropia da Pró-Saúde, é fundamental estar atento aos primeiros sinais. “O ambiente de trabalho pode ser muito competitivo e, frente a isso, a necessidade de se destacar dos demais. O burnout aparece quando ultrapassamos a linha do aceitável do empenho ao trabalho, apresentando o cansaço excessivo, físico e mental, alterações no apetite, insônia etc.” alerta. 


 

Como prevenir o Burnout 

 

Apesar de ser causada por um estresse crônico no trabalho, a Síndrome de Burnout pode ser evitada e tratada. A prevenção se dá a partir de estratégias que diminuam o estresse e a pressão no trabalho, além de condutas saudáveis indicadas pelo Ministério da Saúde, como: 

 

• Participar de atividades de lazer com amigos e familiares; 


• Fazer atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer em restaurante ou ir ao cinema; 


• Fazer atividades físicas regulares. Pode ser academia, caminhada, corrida, bicicleta, remo, natação etc; 


• Evitar o uso de substâncias que servem como “anestesia” do estresse, como álcool e tabaco;


• Não utilizar remédios sem prescrição médica.

 

É muito importante buscar profissionais habilitados para tratar da saúde mental, que no caso do Burnout a combinação de psicólogo e psiquiatra podem ser necessários. “Vale lembrar que mudanças nas condições de trabalho, e principalmente, nos hábitos e estilo de são essenciais durante o tratamento”, completa o Padovani.  



Estação Guaianases da CPTM recebe campanha Janeiro Roxo nesta terça (16)


Entre 11h e 16h, técnicos de enfermagem e enfermeiros orientarão a população sobre a hanseníase

 

A Estação Guaianases da CPTM recebe nesta terça-feira (16/01), a campanha Janeiro Roxo, que promove a conscientização sobre a hanseníase. 

Entre 11h e 16h, técnicos de enfermagem e enfermeiros da Unidade de Vigilância em Saúde (Uvis) orientarão a população que passar pela estação sobre a doença infecciosa, contagiosa e que afeta os nervos e a pele. 

Os pacientes sem tratamento eliminam os bacilos através de secreções nasais, gotículas da fala, tosse ou espirro. O paciente em tratamento regular ou que já recebeu alta não transmite. A maioria das pessoas que entram em contato com estes bacilos não desenvolve a doença. Somente um pequeno percentual, em torno de 5% de pessoas, adoecem. 

A boa notícia é que a hanseníase tem cura. O tratamento é feito nas unidades de saúde e é gratuito. A cura é mais fácil e rápida quanto mais precoce for o diagnóstico.

Serviço

Campanha Janeiro Roxo
Local: Estação Guaianases - que atende a Linha 11-Coral
Data: Terça-feira, 16 de janeiro
Horário: Entre 11h e 16h


Exames de rotina: um simples cuidado que pode prevenir doenças futuras

Manter os check-ups em dia pode ajudar a detectar doenças precocemente

 

O início de um novo ano é o período em que muitas pessoas enxergam uma nova oportunidade para fazer diferente. Além das metas profissionais, emocionais ou pequenas mudanças de hábitos estabelecidas na lista de metas, é necessário pensar nos cuidados com a saúde. Assim, para começar o período com o pé direito, a realização de exames de rotina pode ser um grande aliado. 

Apesar da importância em manter a saúde em dia, não é de hoje que os check-ups de saúde não são um hábito comum na população. Pesquisas anteriores já mostravam um cenário em que 35% dos brasileiros nunca haviam feito exames preventivos, seja por conta das grandes filas do SUS ou pela dificuldade com os altos preços praticados no mercado. 

Um levantamento do Instituto Oncoguia, realizado pelo Datafavela (Instituto Locomotiva), mostrou que 85% dos moradores de favelas de todo o País, cuidariam melhor da saúde caso tivessem melhores condições financeiras, e outros 75% declaram que a falta de médicos nos postos de saúde e a demora para serem atendidos, são obstáculos para o cuidado com a saúde. 

Vale ressaltar que a ausência de rastreamento de algumas doenças, pode dificultar o tratamento. Números da Federação Internacional de Diabetes, por exemplo, revelam que, por falta de diagnóstico, cerca de 5 milhões de brasileiros convivem com a doença crônica sem saber. 

Esse quadro traz desafios, e muitas empresas tentam mostrar a importância dessa verificação de rotina, além de evidenciar que os check-ups geralmente são rápidos e simples. “A prevenção é uma das ferramentas mais poderosas para cuidarmos da saúde. Detectar um problema no início traz vantagens para os tratamentos, resultados e, muitas vezes, também para o bolso, pois pode evitar procedimentos mais complexos. E, claro, os check-ups trazem o mais importante, que é a certeza de que a saúde está em ordem.”, afirma Vitor Moura, CEO da VidaClass Saúde.
 

VidaClass Saúde


Estudo explica por que dieta pobre em proteína na gestação eleva o risco de câncer de próstata na prol


Carcinoma prostático de ratos submetidos à restrição proteica materna
 (
imagem: acervo dos pesquisadores)

Em experimentos com ratos, pesquisadores da Unesp observaram, nos descendentes, mudanças na expressão de mais de 700 genes – um deles sabidamente associado à doença

 

Experimentos com ratos conduzidos por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ajudam a entender por que descendentes de mulheres submetidas a uma dieta carente de proteínas durante a gravidez tendem a apresentar maior risco de câncer de próstata na vida adulta.

Em um primeiro estudo, conduzido com apoio da FAPESP, foram identificadas alterações na expressão gênica possivelmente relacionadas com o desequilíbrio hormonal observado na prole e o aumento no risco da doença.

“A carência de proteína durante os períodos de gestação e amamentação desregula as vias moleculares envolvidas no desenvolvimento normal da próstata, levando ao comprometimento de seu crescimento na prole jovem. Isso já se sabia [leia mais em: agencia.fapesp.br/28356]. Agora, identificamos que uma dieta carente em proteína durante a fase embrionária e os dois primeiros anos de vida altera a expressão de mais de 700 genes na prole, entre eles o gene ABCG1, relacionado ao câncer de próstata”, relata Luis Antônio Justulin Junior, professor do Instituto de Biociências de Botucatu (IBB-Unesp) que liderou os trabalhos.

Em um segundo estudo, os cientistas demonstraram que a desregulação de um tipo específico de RNA (micro-RNA-206) está relacionada ao aumento do hormônio estrógeno já no início da vida – uma característica marcante da prole de ratas que tiveram carência de proteína durante a gestação e lactação e que está associada ao aumento de risco de câncer de próstata.

“Os resultados mostram, mais uma vez, como a alimentação e tudo mais que acontece nas fases iniciais de desenvolvimento são determinantes para moldar a trajetória de saúde e doença dos filhos. Esse conceito também explora o que chamamos de os mil primeiros dias de vida – fase que compreende o período de gestação, amamentação e vai até os dois anos de idade do bebê”, afirma Justulin.


Determinante para toda a vida

Estudos que relacionam a saúde da gestante com o desenvolvimento dos filhos têm sido conduzidos nas últimas décadas, sobretudo em uma área de pesquisa denominada “origens desenvolvimentistas da saúde e doença” (DOHaD, na sigla em inglês). Há fortes evidências de que a interação gene-ambiente inadequada durante a fase embrionária e os dois primeiros anos de vida pode ser um fator importante para o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis ao longo da vida, como câncer, diabetes, doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares.

Estudo internacional divulgado em 2009 demonstrou a existência de um risco aumentado de câncer de próstata em homens judeus expostos desde muito cedo à fome e aos horrores do Holocausto. A esse efeito do ambiente desfavorável (por exemplo, a má alimentação materna) sobre a expressão gênica dá-se o nome de epigenética. Nesses casos, não há alteração na sequência de DNA (ou, seja, não há mutação genética) e sim uma mudança na expressão de alguns genes na prole. E o novo padrão pode até mesmo ser transmitido para as próximas gerações.

O trabalho feito na Unesp investigou os mecanismos celulares envolvidos nesse processo nos testes com ratos. Parte dos resultados foi divulgada na revista Scientific Reports. O artigo descreve o perfil de expressão global de microRNAs e RNAs mensageiros e aponta quais alterações moleculares estariam associadas ao maior risco de câncer de próstata.

Vale destacar que cabe aos microRNAs modular, por meio de mecanismos epigenéticos, a expressão dos RNAs mensageiros – aqueles responsáveis pela síntese de proteínas. Dessa forma, os microRNAs são fatores importantes na expressão genética.

Por meio de sequenciamento de RNA e análises de bioinformática, os pesquisadores identificaram a desregulação de um microRNA (miR-206) e de seu gene-alvo (PLG) tanto na próstata de ratos jovens como em animais velhos expostos à restrição proteica no útero e que desenvolveram o câncer. Segundo os autores, a desregulação nesse micro-RNA pode ser uma resposta ao aumento de estrógeno já no início da vida.

“Também identificamos que miR-206 modula a expressão do receptor de estrógeno alfa, que está sendo relacionado justamente com o maior risco de desenvolvimento de câncer de próstata na fase adulta”, conta o pesquisador.

Justulin explica que, além de no começo da vida os animais analisados apresentarem diferença de desenvolvimento e crescimento glandular, foi observado um desequilíbrio hormonal. “Esses animais tinham maior nível de estrógeno, que, ao longo do envelhecimento, subia ainda mais, enquanto os níveis de hormônios andrógenos caíam. E esse desequilíbrio hormonal está relacionado com o desenvolvimento de câncer de próstata humano”, diz.

O artigo publicado em Scientific Reports foi premiado no primeiro Congresso DOHaD Brasil, realizado pela Associação DOHaD Brasil.


Gene-alvo

Em um segundo artigo, publicado na revista Molecular and Cellular Endocrinology, o grupo descreve alterações em mais de 700 genes na próstata da prole, identificadas por meio de técnicas de RNA-seq, que permitem medir a expressão de vários genes ao mesmo tempo. Com isso, é possível obter o transcriptoma, ou seja, o conjunto completo de moléculas de RNA expressas em um tecido.

Ao correlacionar as informações obtidas no estudo com as de um banco de dados sobre câncer de próstata humano, os pesquisadores identificaram o gene ABCG1 (um dos alterados) como potencial “gene DOHaD” associado a distúrbios no desenvolvimento da próstata com efeitos duradouros a ponto de aumentar o risco de câncer.

“Demonstramos que as mudanças no perfil de expressão gênica persistem ao longo da vida, predispondo os ratos a desenvolver câncer de próstata com o envelhecimento. Curiosamente, identificamos marcadores moleculares comumente desregulados entre ratos jovens e velhos com aqueles observados em pacientes humanos com a doença. No geral, esses dados destacam a desnutrição materna como um fator ambiental-chave envolvido nas origens do desenvolvimento do câncer de próstata na prole de ratos”, conclui o pesquisador.

O artigo Deregulation of ABCG1 early in life contributes to prostate carcinogenesis in maternally malnourished offspring rats pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0303720723002538?via%3Dihub.

O artigo Early-life origin of prostate cancer through deregulation of miR-206 networks in maternally malnourished offspring rats está acessível em: www.nature.com/articles/s41598-023-46068-1.

 

Maria Fernanda Ziegler
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-explica-por-que-dieta-pobre-em-proteina-na-gestacao-eleva-o-risco-de-cancer-de-prostata-na-prole/50625


Lesões não cariosas são uma ameaça invisível para a saúde bucal

Segundo José Todescan Júnior, membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, exames regulares e aconselhamento sobre hábitos prejudiciais são medidas essenciais para prevenir o avanço dessas lesões

 

Com constantes mudanças no estilo de vida da sociedade, uma ameaça silenciosa paira sobre a saúde bucal: as lesões não cariosas. Diferentemente das cáries tradicionais, essas lesões estão diretamente relacionadas aos hábitos dos pacientes e à chamada “vida moderna”. Abrasão, abfração e erosão ácida são os vilões por trás desses danos, exigindo uma atenção especial para prevenir e controlar sua progressão.

 

Abrasão e abfração

De acordo com o Dr. José Todescan Júnior, especialista em Prótese Dental, odontopediatria e endodontia, além de membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, a abrasão dental é um tipo de lesão não cariosa que ocorre devido ao atrito mecânico nos dentes. “Hábitos cotidianos, como escovar os dentes com muita força ou usar objetos abrasivos para limpeza podem resultar em desgaste progressivo do esmalte dentário. Muitas vezes negligenciada, a abrasão pode levar a problemas estéticos e sensibilidade”, revela.

A abfração, por sua vez, é associada principalmente a forças oclusais excessivas. “Hábitos como ranger os dentes, morder objetos duros ou até mesmo uma mastigação irregular podem levar a pequenas fraturas na estrutura dental. Com o tempo, essas fraturas podem se agravar, comprometendo a integridade dos dentes e resultando em desconforto e comprometimento estético”, alerta.

Todescan revela, ainda, que o paciente portador de hipersensibilidade dentinária é um futuro portador de lesão cervical não cariosa. “A sensibilidade é um sinal de alerta, indicando o desgaste do esmalte e a exposição da dentina. Ignorar esse sintoma pode resultar em lesões mais severas, destacando a importância de uma abordagem proativa na preservação da saúde bucal”, ressalta.

 

Erosão ácida: o perigo que vem da alimentação

Segundo o especialista, a erosão ácida é uma ameaça invisível proveniente da alimentação diária e dos ácidos do estômago.  Bebidas ácidas, alimentos cítricos e refrigerantes podem desgastar o esmalte dos dentes devido à acidez, resultando em danos irreversíveis. “A falta de consciência sobre o impacto dos hábitos alimentares modernos pode contribuir significativamente para o aumento das lesões não cariosas”, declara.

 

Diagnóstico e prevenção

Detectar precocemente as lesões não cariosas é crucial para evitar danos adicionais aos dentes. O papel do dentista torna-se fundamental nesse processo, realizando diagnósticos precisos e propondo estratégias de controle. “Exames regulares e aconselhamento sobre hábitos prejudiciais são medidas essenciais para preservar a saúde bucal e prevenir o avanço dessas lesões”, pontua.

Para Todescan, a prevenção é a chave para manter um sorriso saudável e radiante. “Além de evitar hábitos prejudiciais, a manutenção de uma boa higiene bucal é crucial. Escovação adequada e uso de fio dental, juntamente com visitas regulares ao dentista, são passos essenciais na prevenção das lesões não cariosas”, relata.

Com a saúde bucal frequentemente comprometida por hábitos mal estabelecidos, as lesões não cariosas surgem como uma ameaça invisível aos dentes. “A conscientização sobre os diferentes tipos de lesões, diagnóstico precoce e a adoção de práticas preventivas são essenciais. Dessa maneira, é possível garantir que o sorriso permaneça não apenas bonito, mas também saudável ao longo do tempo”, finaliza. 



Todescan Júnior - Atuando com excelência na área de Odontologia há mais de 33 anos, José Todescan Júnior é especialista em Prótese Dental, Odontopediatria e Endodontia pela USP. Membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética, membro da IFED (International Federation Esthetic Dentistry), membro da Associação Brasileira de Odontologia Estética e membro da ABOD (Associação Brasileira de Odontologia Digital). Ele acredita que o profissional que se aperfeiçoa em diversas áreas pode escolher sempre o melhor para os pacientes.


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