Arte das Redes Sociais Deputada Leticia Aguiar
Divulgação
Autora do projeto,
deputada Leticia Aguiar quer valorizar o trabalho dos cães nas forças de
segurança
A deputada estadual Leticia Aguiar apresentou o Projeto
de Lei 762 / 2023 para instituir o dia 15 de junho
como Dia do Cão Policial. Para a deputada
Leticia Aguiar a data é importante para reconhecer o
trabalho desses heróis de quatro patas: “Mais do que uma data comemorativa, para
homenagear nossos amigos peludos, é uma forma de ampliar o debate sobre a
valorização do Cão Policial”, disse a parlamentar.
A data escolhida é o dia da morte do Cão
Policial “Cabo Dick”, maior herói do canil da Polícia
Militar do Estado de São Paulo, veja a história completa no final desta
matéria.
O Cão Policial auxilia em muitas funções, seu
treinamento dura dois anos, para que logo esteja nas ruas ajudando a PM
paulista e as Guardas Municipais a encontrar drogas, armas, explosivos e
pessoas desaparecidas.
Assim como os seres humanos, os cães também contam
com um período máximo de tempo para prestar serviços, 10 anos, e ganhar o
direito a uma aposentadoria, mais do que merecida!
Considera-se Cão Policial o animal canino
adestrado especificamente para auxiliar a polícia e outras Forças de Segurança
Pública, destinado às ações de detecção e faro de drogas e explosivos,
localização de pessoas desaparecidas, captura e imobilização de suspeitos,
socorro, salvamento e policiamento em geral.
Após a aprovação da lei, anualmente no dia 15 de junho,
as Forças de Segurança poderão realizar eventos com atividades e apresentações
públicas, com o objetivo de divulgar e homenagear o trabalho desenvolvido pelos
Cães Policiais.
A parlamentar usou as redes sociais para divulgar o
projeto publicado no Diário Oficial. (https://www.facebook.com/photo.php?fbid=811298907022937&set=a.422116265941205&type=3)
A história do Cão Policial
"Cabo Dick"
Em 1953, um filhote de pastor alemão foi abandonado
na porta do Canil da Polícia Militar de São Paulo. O cachorro foi adotado pelos
policiais, recebeu o nome de Dick e foi treinado para que pudesse integrar a
equipe da Polícia Militar. Os militares da época perceberam a aptidão de Dick
para os trabalhos policiais logo nos primeiros treinamentos.
Assim, Dick passou a integrar as equipes que
participavam das ocorrências e seu desempenho era considerado excelente durante
as atividades, como buscas por objetos desaparecidos ou procura por explosivos.
Cada cachorro era parceiro de um membro da polícia, que era responsável por
cuidar do animal e acompanhá-lo nas ações. O companheiro de Dick era o soldado
José Muniz de Souza.
Em 1956, um aviso do então governador de São Paulo,
Jânio Quadros, causou temor entre os policiais que atuavam no canil. Com o
objetivo de contenção de gastos, o governador ameaçou fechar o canil, que era
considerado por muitos como algo supérfluo. Havia quem defendesse que os gastos
com alimentação e cuidados com os cachorros que integravam a equipe da PM não
traziam o retorno esperado.
No mesmo período, o desaparecimento de uma criança
ganhou as manchetes de noticiários do país. O pequeno Eduardo Benevides –
Eduardinho – de pouco mais de três anos, foi raptado enquanto estava na porta
de sua casa, na Rua Senador Casimiro da Rocha, no município de São Paulo.
Duzentos policiais, comandados por 10 delegados,
com viaturas da Radiopatrulha e do RUDI fizeram uma força-tarefa para procurar
pelo garoto, mas mesmo com buscas intensas, nada parecia trazer respostas sobre
o paradeiro da criança. Para que pudessem auxiliar nas buscas, os cães da
Polícia Militar sentiram o cheiro de um travesseiro usado somente pelo menino.
No terceiro dia, enquanto farejava uma área de mata
no bairro da Água Funda, Dick ficou agitado e latiu intensamente, levando o
soldado Muniz de Souza a uma cova com um metro e meio de profundidade, coberta com
uma folha de zinco. Lá o garoto foi encontrado, estava assustado, sujo, com as
roupas esfarrapadas, mas vivo. Ele foi resgatado e encaminhado para receber os
atendimentos médicos necessários.
O resgate de Eduardinho causou comoção. O
governador recomendou a promoção do soldado Muniz de Souza a cabo. O cão Dick
também ganhou sua promoção e hoje é conhecido como o “Cabo Dick”. O principal
pedido da família do menino ao governador, diante do desempenho de Dick no
resgate, foi que o canil não fosse extinto. E assim, as autoridades da época
entenderam a importância do canil e do uso de cães em ações policiais.
Dick e Muniz também eram parceiros fora do
cotidiano policial. Com frequência, o policial levava o cachorro para a casa de
sua família.
Em 15 de junho de 1959, Cabo Dick não resistiu a
uma grave hepatite e morreu. Ganhou um busto e placa de bronze à porta do Canil
Central da Polícia Militar do Estado de São Paulo no bairro do Tremembé e é
considerado um dos maiores símbolos da instituição.
Em 2016, Cabo Muniz morreu após ter um acidente
vascular cerebral, aos 88 anos. Ele foi homenageado por membros do canil.
Muitos cães da PM acompanharam o enterro, para homenageá-lo. Os animais uivaram
muito no momento em que enterraram o caixão. Segundo sua família, a história
com o pastor alemão foi uma das que ele mais se orgulhou durante a sua carreira
na Polícia Militar.
O Canil Central nunca foi fechado e a cada ano se
aperfeiçoa, sendo uma das principais forças no policiamento do Estado. Fundado
em setembro de 1950, marco da atividade de policiamento com cães na Força
Estadual Paulista, passou a ser o 5º Batalhão de Polícia de Choque – Canil em
26 de agosto de 2019, com o Decreto 64.413.
Atualmente, conta com um efetivo de 174 (cento e
setenta e quatro) policiais militares, sendo 20 (vinte) mulheres. Os cães
policiais atuam em diferentes atividades policiais no Estado, auxiliando no
combate à criminalidade, na busca de pessoas desaparecidas, no controle de
presos rebelados em penitenciárias, na localização de artefatos explosivos, bem
como auxiliando a Polícia Federal e outros órgãos de segurança em operações
específicas.
O Canil Central está sediado na Serra da
Cantareira, no bairro do Tremembé, zona norte da Capital, e tem o espaço ideal
com ampla área verde, onde vivem cães das raças pastor alemão, pastor belga
malinois, partor holandês e labrador retriever. Na sede do comando trabalham
policiais adestradores, responsáveis por treinar diariamente a matilha para as
funções de faro e policiamento, tarefas atribuídas ao cão a partir do perfil e,
principalmente, da raça.
A matilha é tratada com atenções redobradas na
alimentação e na saúde, com consultas veterinárias preventivas e um
pronto-socorro canino para qualquer ferimento que ocorrer durante o expediente.
Além do Canil Central, existem canis setoriais,
localizados em cidades da região metropolitana da capital e no interior. Um dos
canis setoriais pertence ao Corpo de Bombeiros, especificamente para a função
de salvamento, como busca e resgate em estruturas colapsadas, soterramentos e
busca em matas, inclusive em missões internacionais, como ocorreu recentemente,
quando os cães policiais auxiliaram nas buscas no terremoto da Turquia.
O cão policial torna-se o companheiro e melhor
amigo do policial, realiza um trabalho essencial para as forças de Segurança e
merece todo o reconhecimento da população do estado de São Paulo.
“São os cães valorosos
guerreiros, prontos sempre aos meus olhos guiar nas missões por mais árduas que
sejam, neles sempre hei de confiar” (Canção do 5ºBPChq)