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quarta-feira, 14 de junho de 2023

Projeto de lei institui 15 de junho como o Dia do Cão Policial

Arte das Redes Sociais Deputada Leticia Aguiar
Divulgação

Autora do projeto, deputada Leticia Aguiar quer valorizar o trabalho dos cães nas forças de segurança


A deputada estadual Leticia Aguiar apresentou o Projeto de Lei 762 / 2023 para instituir o dia 15 de junho como Dia do Cão Policial. Para a deputada Leticia Aguiar a data é importante para reconhecer o trabalho desses heróis de quatro patas: “Mais do que uma data comemorativa, para homenagear nossos amigos peludos, é uma forma de ampliar o debate sobre a valorização do Cão Policial”, disse a parlamentar.

A data escolhida é o dia da morte do Cão Policial “Cabo Dick”, maior herói do canil da Polícia Militar do Estado de São Paulo, veja a história completa no final desta matéria.

O Cão Policial auxilia em muitas funções, seu treinamento dura dois anos, para que logo esteja nas ruas ajudando a PM paulista e as Guardas Municipais a encontrar drogas, armas, explosivos e pessoas desaparecidas.

Assim como os seres humanos, os cães também contam com um período máximo de tempo para prestar serviços, 10 anos, e ganhar o direito a uma aposentadoria, mais do que merecida!

Considera-se Cão Policial o animal canino adestrado especificamente para auxiliar a polícia e outras Forças de Segurança Pública, destinado às ações de detecção e faro de drogas e explosivos, localização de pessoas desaparecidas, captura e imobilização de suspeitos, socorro, salvamento e policiamento em geral.

Após a aprovação da lei, anualmente no dia 15 de junho, as Forças de Segurança poderão realizar eventos com atividades e apresentações públicas, com o objetivo de divulgar e homenagear o trabalho desenvolvido pelos Cães Policiais.

 A parlamentar usou as redes sociais para divulgar o projeto publicado no Diário Oficial.  (https://www.facebook.com/photo.php?fbid=811298907022937&set=a.422116265941205&type=3)


A história do Cão Policial "Cabo Dick"

Em 1953, um filhote de pastor alemão foi abandonado na porta do Canil da Polícia Militar de São Paulo. O cachorro foi adotado pelos policiais, recebeu o nome de Dick e foi treinado para que pudesse integrar a equipe da Polícia Militar. Os militares da época perceberam a aptidão de Dick para os trabalhos policiais logo nos primeiros treinamentos.

Assim, Dick passou a integrar as equipes que participavam das ocorrências e seu desempenho era considerado excelente durante as atividades, como buscas por objetos desaparecidos ou procura por explosivos. Cada cachorro era parceiro de um membro da polícia, que era responsável por cuidar do animal e acompanhá-lo nas ações. O companheiro de Dick era o soldado José Muniz de Souza.

Em 1956, um aviso do então governador de São Paulo, Jânio Quadros, causou temor entre os policiais que atuavam no canil. Com o objetivo de contenção de gastos, o governador ameaçou fechar o canil, que era considerado por muitos como algo supérfluo. Havia quem defendesse que os gastos com alimentação e cuidados com os cachorros que integravam a equipe da PM não traziam o retorno esperado.

No mesmo período, o desaparecimento de uma criança ganhou as manchetes de noticiários do país. O pequeno Eduardo Benevides – Eduardinho – de pouco mais de três anos, foi raptado enquanto estava na porta de sua casa, na Rua Senador Casimiro da Rocha, no município de São Paulo.

Duzentos policiais, comandados por 10 delegados, com viaturas da Radiopatrulha e do RUDI fizeram uma força-tarefa para procurar pelo garoto, mas mesmo com buscas intensas, nada parecia trazer respostas sobre o paradeiro da criança. Para que pudessem auxiliar nas buscas, os cães da Polícia Militar sentiram o cheiro de um travesseiro usado somente pelo menino.

No terceiro dia, enquanto farejava uma área de mata no bairro da Água Funda, Dick ficou agitado e latiu intensamente, levando o soldado Muniz de Souza a uma cova com um metro e meio de profundidade, coberta com uma folha de zinco. Lá o garoto foi encontrado, estava assustado, sujo, com as roupas esfarrapadas, mas vivo. Ele foi resgatado e encaminhado para receber os atendimentos médicos necessários.

O resgate de Eduardinho causou comoção. O governador recomendou a promoção do soldado Muniz de Souza a cabo. O cão Dick também ganhou sua promoção e hoje é conhecido como o “Cabo Dick”. O principal pedido da família do menino ao governador, diante do desempenho de Dick no resgate, foi que o canil não fosse extinto. E assim, as autoridades da época entenderam a importância do canil e do uso de cães em ações policiais.

Dick e Muniz também eram parceiros fora do cotidiano policial. Com frequência, o policial levava o cachorro para a casa de sua família.

Em 15 de junho de 1959, Cabo Dick não resistiu a uma grave hepatite e morreu. Ganhou um busto e placa de bronze à porta do Canil Central da Polícia Militar do Estado de São Paulo no bairro do Tremembé e é considerado um dos maiores símbolos da instituição.

Em 2016, Cabo Muniz morreu após ter um acidente vascular cerebral, aos 88 anos. Ele foi homenageado por membros do canil. Muitos cães da PM acompanharam o enterro, para homenageá-lo. Os animais uivaram muito no momento em que enterraram o caixão. Segundo sua família, a história com o pastor alemão foi uma das que ele mais se orgulhou durante a sua carreira na Polícia Militar.

O Canil Central nunca foi fechado e a cada ano se aperfeiçoa, sendo uma das principais forças no policiamento do Estado. Fundado em setembro de 1950, marco da atividade de policiamento com cães na Força Estadual Paulista, passou a ser o 5º Batalhão de Polícia de Choque – Canil em 26 de agosto de 2019, com o Decreto 64.413.

Atualmente, conta com um efetivo de 174 (cento e setenta e quatro) policiais militares, sendo 20 (vinte) mulheres. Os cães policiais atuam em diferentes atividades policiais no Estado, auxiliando no combate à criminalidade, na busca de pessoas desaparecidas, no controle de presos rebelados em penitenciárias, na localização de artefatos explosivos, bem como auxiliando a Polícia Federal e outros órgãos de segurança em operações específicas.

O Canil Central está sediado na Serra da Cantareira, no bairro do Tremembé, zona norte da Capital, e tem o espaço ideal com ampla área verde, onde vivem cães das raças pastor alemão, pastor belga malinois, partor holandês e labrador retriever. Na sede do comando trabalham policiais adestradores, responsáveis por treinar diariamente a matilha para as funções de faro e policiamento, tarefas atribuídas ao cão a partir do perfil e, principalmente, da raça. 

A matilha é tratada com atenções redobradas na alimentação e na saúde, com consultas veterinárias preventivas e um pronto-socorro canino para qualquer ferimento que ocorrer durante o expediente.

Além do Canil Central, existem canis setoriais, localizados em cidades da região metropolitana da capital e no interior. Um dos canis setoriais pertence ao Corpo de Bombeiros, especificamente para a função de salvamento, como busca e resgate em estruturas colapsadas, soterramentos e busca em matas, inclusive em missões internacionais, como ocorreu recentemente, quando os cães policiais auxiliaram nas buscas no terremoto da Turquia.

O cão policial torna-se o companheiro e melhor amigo do policial, realiza um trabalho essencial para as forças de Segurança e merece todo o reconhecimento da população do estado de São Paulo.

“São os cães valorosos guerreiros, prontos sempre aos meus olhos guiar nas missões por mais árduas que sejam, neles sempre hei de confiar” (Canção do 5ºBPChq)

 

Novo relatório da reforma tributária: cinco grandes mudanças para o mercado

A pressa é, definitivamente, inimiga da perfeição. Há anos, o texto final do relatório da Reforma Tributária é ansiosamente aguardado pelo mercado e pela população, com o intuito de adquirirmos um sistema tributário nacional menos complexo e burocrático. Em uma nova proposta divulgada recentemente, pontos importantes foram destacados na mira desta simplificação tributária – mas que devem ser cuidadosamente planejados para não reverter seu grande propósito em prol do maior bem coletivo.

Grande parte dos itens trazidos neste novo texto abrange, principalmente, a incidência tributária sobre o consumo, a qual sempre levantou fortes debates referentes à sua excessividade. Afinal, quando comparado a outros países, os impostos sobre mercadorias brasileiras chegam a ser até cinco vezes maiores do que o valor do tributo cobrado em outras regiões, segundo dados divulgados na pesquisa “Estatísticas Tributárias na América Latina e Caribe”.

Em meio a este claro desequilíbrio, cinco mudanças promissoras se destacam nesta nova proposta da Reforma Tributária. São elas:


#1 IBS e imposto seletivo: de acordo com o texto final apresentado, há a proposta de unificar o PIS, COFINS, IPI, ICMS e ISS no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será um imposto sobre o valor agregado (IVA) dual. A ideia é que seja um imposto federal e um subnacional – este último gerido pelos estados, Distrito Federal e municípios, o que os dará maior autonomia política, legislativa e financeira, possibilitando sua administração sem que tenham que permanecer recorrendo à União. Paralelamente, foi destacado, ainda, a criação de um imposto seletivo sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como bebidas alcoólicas e cigarros, por exemplo. Uma medida que, apesar de não ser uma novidade na Reforma, mostra-se completamente benéfica para desestimular esse consumo danoso à vida de todos.


#2 Não-cumulatividade do imposto: complementando o tópico anterior, a proposta também enalteceu a não-cumulatividade plena na sistemática do IBS, bem como estipulou que a tomada de crédito decorrerá do valor destacado na nota fiscal, não dependendo, assim, da comprovação do pagamento. Apesar de não ter estabelecido um prazo determinado para a transição entre o sistema tributário corrente e o resultante da reforma, caso aprovada, este tempo não pode ser nem muito longo (uma vez que estenderá demasiadamente o denso e contraproducente sistema atual), nem curto demais (já que, além de impossibilitar que as empresas se reajustem adequadamente em âmbito contábil e administrativo, pode trazer prejuízos às suas operações, que certamente foram estruturadas considerando o regime tributário ainda vigente).


#3 Fundo de Desenvolvimento Regional: tido por muitos como um dos pontos mais sensíveis da Reforma, foi sugerida a criação de um fundo de desenvolvimento regional para compensar os benefícios tributários oferecidos por estados e municípios a fim de atrair empresas às suas regiões. Sua aprovação, no entanto, deverá se empenhar em garantir segurança jurídica para esses empreendimentos, principalmente em relação aos contribuintes que estruturaram seu modelo de negócios com base na atual prática – e deverá contar com um aporte considerável da União na faixa de R$ 50 bilhões anuais.


#4 Cashback de impostos: mesmo ainda não contendo um plano detalhadamente arquitetado, este se mostra como um importante aliado ao combate de desigualdades, especialmente à população menos favorecida economicamente. Sua ideia é que, ao realizar uma compra, o consumidor de menor poder aquisitivo seja reembolsado dos tributos incidentes sobre a referida aquisição, como forma de reduzir o impacto da carga fiscal do consumo, em última análise, à renda do cidadão. O modelo pode ser, de fato, benéfico para esta compensação, desde que seja devidamente pensado e delineado.


#5 IPVA sobre veículos aquáticos e aéreos: o imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) é uma das cobranças mais conhecidas pela população, incidindo, atualmente, apenas sobre veículos automotores terrestres – como carros, motos e ônibus – conforme o entendimento firmado pelo STF. Com a aprovação da Reforma, contudo, o imposto passará a abranger também veículos aquáticos e aéreos, como iates, lanchas, helicópteros e jatinhos. Sua implementação, embora represente estratégia louvável para trazer maior isonomia à tributação do patrimônio, também deverá ser meticulosamente organizada.

É indiscutível a urgência da aprovação da Reforma Tributária. No entanto, isso não significa que deva ser discutida às pressas, sem a devida maturação e debates acerca destes e outros pontos abordados. A análise destas propostas deve, a um só tempo, ser conduzida de forma célere, buscando a melhor resolução tributária e tornando o sistema nacional mais simples e justo para todos.



Gustavo Molina - advogado da área tributária do Arbach & Farhat Advogados.

Arbach & Farhat
https://arbachefarhat.com.br/


Estudo da IDC Brasil aponta queda de 26% nas vendas de tablets no país durante o primeiro trimestre de 2023

Resultado foi puxado pelo mercado corporativo, que teve queda de 57% em comparação ao mesmo período de 2022; no total, de janeiro a março deste ano, foram comercializados 529,2 mil aparelhos, gerando uma receita de R$ 705 milhões



No primeiro trimestre de 2023 foram vendidos 529,2 mil tablets no Brasil, um resultado 26% menor do que o do mesmo período de 2022. Desse total, 149,9 mil aparelhos foram para o segmento corporativo, que diminuiu 57%, e 379,3 mil para o varejo, que cresceu 4%, ambos na mesma comparação temporal. Os dados fazem parte do estudo IDC Personal Computing Devices Tracker Q12023, realizado pela IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

Para Renato Murari de Meireles, analista de mercado sênior de Mobile Phones & Commercial Devices da IDC Brasil, os setores de Educação e Governo foram os grandes responsáveis pelos números ruins do setor corporativo e, juntos, representaram 66% da queda destacada. “Entendemos que o governo, nos âmbitos federal e regional, ainda está em período de reestruturação e planejamento, e os investimentos que serão destinados a tecnologia estão passando por avaliações. Como isso, vimos uma forte retração no primeiro trimestre de 2023, puxando todo o resultado do período para baixo”, avalia.

Já sobre o crescimento nas vendas do varejo, o analista explica que as faixas de preço intermediária e premium tiveram um aumento considerável nesse começo de ano, justamente por mudanças no perfil de consumo dos usuários. “Os fabricantes estão buscando atender a uma demanda de consumidores de tablets com especificações mais robustas e abasteceram o varejo com produtos dentro destas características. Como resultado, acompanhamos um crescimento de 4% entre janeiro e março, em comparação ao mesmo período do ano anterior”, explica Meireles.

A receita total do mercado caiu 5%, no ano contra ano, registrando R$ 705 milhões nos primeiros três meses de 2023. O resultado foi amenizado pelo aumento das vendas no varejo, que tiveram ticket médio mais alto e geraram um faturamento 41% maior no período.



Expectativas 2023

Para o restante do ano, a IDC prevê grandes desafios para fabricantes e varejistas no B2C, como a manutenção de uma operação saudável frente ao abastecimento dos canais e o giro de vendas dos produtos para o consumidor final. “Será preciso entender o comportamento do varejo e dos consumidores quanto à crise de importantes players do mercado. Outra dificuldade diz respeito ao fator preço, que tende a sofrer impacto direto, caso o cenário macroeconômico se desenhe em caminhos incertos”, prevê Meireles.

Nos setores governo e corporativo, o cenário geral se apresenta bastante parecido com o de varejo, mas deve ser ainda mais impactado nos resultados por causa dos melhores números em 2022. “Para o segmento de governo, devem ser feitas novas negociações em busca dos melhores acordos, tendo em vista a entrada de um novo mandatário na esfera federal. Já nas verticais de pequenas, médias e grandes empresas, a expectativa é de um cenário de cautela, com os empreendedores compreendendo a situação atual de mercado e planejando o melhor momento para a tomada de decisão por novos investimentos”, conclui o analista da IDC Brasil.

Diante desses cenários, a IDC Brasil prevê um ano de retração no mercado de tablets, tanto no B2C quanto no B2B, com expectativas de quedas de 2% e 55%, respectivamente, impulsionadas pelo setor corporativo, retomando crescimento no segmento em 2025. No varejo há uma expectativa por parte da indústria em atender a uma demanda exigente, cuja tendência é de procura por tablets com especificações mais robustas.



Fechamento anual 2022

Em 2022, o mercado brasileiro de tablets seguiu o mesmo comportamento de queda do cenário global. Durante o período, foram vendidos cerca de 2,7 milhões de aparelhos, um resultado 17% menor do que no ano anterior, mas que gerou receita 1% maior, chegando a R$ 3,42 bilhões. Os dados fazem parte do estudo IDC Personal Computing Devices Tracker Annual 2022 da IDC Brasil.

Para Meireles, os números anuais do mercado nacional refletem uma retração no consumo devido ao cenário macroeconômico instável em todo o mundo. “O aumento de preços e a inflação, assim como o fator cambial, impactou tanto o mercado brasileiro como o internacional. Até mesmo mercados maduros dessa categoria, como o dos EUA, apresentaram queda expressiva na comparação com o ano anterior.”

O volume de negócios no setor do varejo foi 29% menor do que em 2021, com 1,4 milhão de aparelhos vendidos ao longo do ano. Já o mercado corporativo totalizou 1,37 milhão de aparelhos, alta de 0,3% em relação aos doze meses anteriores. Quanto aos preços dos tablets, houve um aumento de 22% na comparação anual, encerrando o período com ticket médio de R$1.232 – o que justifica o aumento de receita no período.

O analista da IDC Brasil conclui que 2022 foi bastante desafiador para a categoria de tablets no Brasil, tendo em vista fatores políticos, aumento de preço e impactos da economia global refletidos no mercado brasileiro. “A partir do início do segundo semestre do ano passado, a indústria começou a sofrer com altos estoques nos canais, basicamente resultado de uma demanda que não acompanhou a oferta de produtos, impactando diretamente as vendas no varejo. Já no segmento corporativo, acordos que estavam previstos para movimentar a indústria no ano de 2023, foram antecipados para o último trimestre por conta da troca de governo, principalmente, para a vertical de Educação, que registrou 91% do total de vendas realizadas no B2B nos últimos três meses do ano”.



International Data Corporation - IDCé
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Mês dos Namorados - Estados Unidos e Brasil: Advogado destaca as principais diferenças entre as leis matrimoniais dos dois países

O advogado Dr. Cauê Yaegashi, sócio-diretor da Eckermann | Yaegashi | Santos – Sociedade de Advogados, conta que se casar nos EUA pode ser bem mais complexo do que no Brasil. Residente da Flórida, onde a empresa tem uma filial, ele explica que a primeira diferença é que no Brasil a lei é federal e, nos EUA, é estadual, ou seja, varia de acordo com o Estado.

Se a intenção do casal é formar uma união estável, a Flórida não é o lugar ideal. O Estado diverge do Brasil nessa questão e não reconhece as uniões estáveis legalmente. Sendo assim, o processo para se casar tem quatro etapas: primeiro, é necessário firmar um pacto antenupcial – uma espécie de contrato no qual são decididos assuntos pertinentes ao casamento, como divisão de bens, despesas e responsabilidades. 

Depois de firmado, o casal deve passar por um curso com duração mínima de 4 horas, que aborda temas como gestão de conflitos, habilidades de comunicação, responsabilidades financeiras e parentais. Eles recebem a licença para o casamento somente após a conclusão das aulas e, finalmente, podem procurar um juiz de paz e um notário para oficializar o matrimônio. 

A inclusão do curso pré-nupcial foi uma medida tomada para evitar a recorrência de divórcios. Aprovada em 1998, a Lei de Preparação e Preservação do Casamento tem sido aplicada na Flórida desde então. O advogado explica se trata de um Estado tradicional e que defende o conservadorismo da família, por isso, a obrigatoriedade do curso é uma tentativa de manter o equilíbrio familiar.

No Brasil, o processo é mais rápido – o primeiro passo é dirigir-se a um cartório para solicitar a habilitação do casamento. Nesta etapa, o casal se submete a um processo de averiguação, no qual devem provar que estão livres e desimpedidos para casar e é preciso que apresentem a documentação necessária para firmar o compromisso. Depois de analisar os documentos, o oficial do cartório anuncia os proclamas da união (um edital emitido quando os(as) noivos(as) realizam a entrada no processo de habilitação para o matrimônio) e, se em um prazo de 15 dias não houver nenhum impedimento, estarão aptos para casar-se em 90 dias corridos.

Por fim, ainda que seja evitado, o divórcio acontece. Na Flórida, pode ser realizado de duas maneiras: judicialmente ou consensualmente. Neste último, o Estado disponibiliza um formulário de dissolução de casamento que deve ser preenchido com a data do matrimônio e do divórcio, divisão de bens e até dívidas que devem ser pagas pelas partes. 

Dois pontos que se destacam é que, diferente do Brasil, a divisão de bens na Flórida não tem quantia mínima – o cônjuge pode optar por não fazer a repartição e, se o divórcio for tratado judicialmente, a partilha é realizada pelo juiz. Além disso, na Flórida não existe diferença entre separação e divórcio, há simplesmente a dissolução do casamento. 

 

Férias de julho: veja como tecnologia blockchain pode ajudar na segurança das bagagens despachadas

Queda de 17% do preço das passagens aéreas deve
fomentar turismo em julho; veja como as aéreas
podem garantir segurança das bagagens despachadas
Banco de Imagens | Canva

Em entrevista, especialista explica tecnologia que permite rastreamento de bens e informações

 

A queda do preço das passagens de avião em mais de 17%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado na primeira semana de junho, deve aquecer ainda mais o setor do turismo no período de férias escolares. Como consequência, com o aumento de passageiros vem a preocupação da segurança do despacho das bagagens. Afinal, o que pode ser feito para evitar casos como o das brasileiras que foram presas injustamente na Alemanha após terem suas malas trocadas?

A resposta pode estar na tecnologia Blockchain, um mecanismo de banco de dados avançado que permite que companhias façam registros de bens e informações de forma confiável e imutável. A solução é apontada pelo executivo Alan Kardec, COO da Blockchain One, empresa especializada na modelagem de negócios baseados em tecnologia blockchain. Na entrevista abaixo, ele explica que um sistema de rastreamento de bagagens baseado em blockchain poderia emitir um identificador único das malas, contendo as informações de volume, itens, fotos, localização, rastreabilidade, números seriais e diversas outras, que uma vez criptografado na blockchain não seria possível fazer qualquer alteração, o que ajudaria no processo de identificação da bagagem.

“Na prática, a segurança é tanto para a companhia aérea quanto para o passageiro”, afirma o executivo. De acordo com ele, “todas as informações seriam registradas em uma blockchain e a partir desse momento, em cada movimento da bagagem, a companhia poderia checar se ouve alteração das informações em tempo real. Na eventual troca de etiquetas, como o ocorrido com as brasileiras, ficaria muito mais fácil validar a informação de um conteúdo verificando a autenticidade”, continua.

Veja na entrevista abaixo como a tecnologia poderia ajudar passageiro e companhia aérea:


1 - Como a tecnologia blockchain pode ser usada para garantir a segurança de bagagens?

Alan Kardec - A tecnologia blockchain também pode ser usada para garantir a integridade dos dados e informações relacionadas a bagagens antes do despacho. Uma das maneiras seria através da criação de um sistema descentralizado e seguro de rastreamento, que estou chamando de “despacho criptografado”. Um sistema de rastreamento de bagagens baseado em blockchain que emitiria um identificador único. Essa informação seria registrada em um bloco de uma das diversas redes blockchain, seja ela pública ou privada, contendo as informações de volume, itens, fotos, localização, rastreabilidade, números seriais e diversas outras, que uma vez criptografado na blockchain, não seria possível qualquer alteração daquelas informações.


2 - Essa solução já está disponível no mercado? O quão fácil seria para uma pessoa encontrá-la e utilizá-la?

Alan Kardec - Utilizando as API’s DocStone (www.docstone.host) de forma gratuita, por exemplo, as companhias aéreas poderiam experimentar implementar modelos de “despacho criptografado”, adotando a tecnologia blockchain em seus sistemas pré-existentes. Desta forma, na hora de realizar o check-in, o passageiro poderia optar por criptografar sua bagagem informando diversas peculiaridades que esteja transportando e que sejam de fácil identificação pessoal. Por mais que alguém trocasse as etiquetas, bastava consultar a base de dados com o hash da transação que constam os dados informados.


3 - Poderia falar um pouco mais sobre como funcionaria o uso na prática? 

Alan Kardec - Por meio de uma identificação única e imutável de despacho criptografado. Quando um usuário pode informar peculiaridades da sua bagagem, incluir fotos diversas de itens ou características, incluir localizador de seu local de saída e informar um itinerário mínimo de sua chegada, todas as informações seriam registradas em uma blockchain e a partir desse momento, em cada movimento da bagagem, a companhia poderia checar se ouve alteração das informações em tempo real. Na eventual troca de etiquetas, como o ocorrido com as brasileiras, ficaria muito mais fácil validar a informação de um conteúdo verificando a autenticidade do hash com as informações lastreadas a ele.


4 - Esses registros em blockchain, seja fotos ou chips, já são aceitos como provas em processos e/ou investigações?

 Alan Kardec - Os registros em blockchain podem ser úteis para compor um processo de investigação, mas não necessariamente únicos para resolvê-los. Até porque, isso entra na área de assuntos jurídicos que podem considerar diversos outros fatores de culpa ou inocência. Contudo, existem esforços interesses para incluir cada vez mais a tecnologia blockchain como prova em investigações judiciais. Uma das principais vantagens de utilizar a tecnologia blockchain como mais um sistema de segurança nessas transações, é o fato de ela emitir um registro imutável e transparente de todas as transações registradas. Isso pode ser extremamente valioso em casos em que seja necessário estabelecer uma cadeia de custódia ou comprovar a autenticidade de um registro.


5 - Quais cuidados tomar ao procurar soluções de segurança que usam blockchain?

 Alan Kardec - Primeiro, é importante deixar claro que não estamos falando de criptomoedas, mas, de uma tecnologia que também é utilizada nesse universo, portanto, cautela e muita informação ao considerar utilizar um sistema baseado em criptografia. Pesquise sobre a empresa ou sobre o pool de parceiros por trás da solução. Avalie a tecnologia subjacente, pois nem todas as soluções de blockchain são criadas iguais, e é importante avaliar a tecnologia subjacente por trás da solução para garantir que ela seja escalável, segura e eficiente. Neste caso, o interessante seria que as companhias aéreas adotassem cada vez mais, modelos descentralizados e compatíveis com a web 3.0.

  

Wise lista dicas de como economizar dinheiro em viagens internacionais

Planejamento é fundamental para quem pretende viajar para fora do país; confira as dicas de como se programar e economizar 


O meio do ano se aproxima, assim como um dos mais populares períodos de férias e viagens. Segundo a plataforma Statista, os gastos com turismo global em 2023 devem ultrapassar os números reportados em 2019, ainda na pré-pandemia. Com a volatilidade do câmbio, se organizar com antecedência e conhecer as possibilidades de economizar dinheiro vêm a calhar.

 

Pensando nisso, a Wise, empresa global de tecnologia que está construindo a melhor maneira de movimentar dinheiro ao redor do mundo, listou algumas dicas de como se planejar melhor para viagens internacionais. Os usuários podem acessar a Wise tanto na web quanto em dispositivos móveis iOS e Android.

 

Abra uma conta internacional

 

As contas internacionais permitem aos viajantes ter saldo em diferentes moedas, como real, dólar, euro, pesos mexicanos e libras, entre outras. No caso da Wise, são mais de 50 moedas disponíveis. Para a conversão, a Wise usa o câmbio comercial - ou seja, aquele mostrado no Google. O usuário da conta tem a comodidade de poder pagar pela conversão com Pix a qualquer momento do dia durante os sete dias da semana e ter seu saldo disponibilizado instantaneamente na conta. Depois disso, o cliente consegue gastar como um morador local em mais de 170 países com um cartão de débito internacional


 

Invista em um cartão internacional

 

De acordo com informações do Banco Central, 18% dos gastos realizados por brasileiros no primeiro trimestre de 2023 foram com cartão de crédito - o que representa mais de R$ 4 milhões.

 

Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), os gastos de brasileiros com cartões nos EUA e na Europa somam mais de R$ 40 bi em 2022.

 

No caso da Wise, o IOF cobrado para compras internacionais é apenas o de conversão de moedas, de 1,1%. Nem o cartão físico, nem o digital têm custo de manutenção ou inatividade, e é possível manter até três cartões digitais diferentes. Além disso, os saques com o cartão da Wise no exterior são gratuitos. 

 

"O cartão é uma ótima alternativa porque a pessoa desembarca tendo em mãos um método de pagamentos seguro, confiável, econômico e amplamente aceito. Ele estará pronto para ser usado em qualquer estabelecimento ou e-commerce que aceite cartão de débito internacional como forma de pagamento, além da possibilidade de realizar saques em caixas eletrônicos, se for necessário", explica Pedro Barreiro, líder de Parcerias Bancárias e Expansão da Wise no Brasil.


 

Programe-se com antecedência

 

O mercado de câmbio é volátil e imprevisível, então se as suas férias incluirão um destino internacional, o ideal é se planejar com alguns meses de antecedência - quanto mais tempo, maiores serão as chances de economizar na conversão do real para outras moedas. O ideal é comprar aos poucos a moeda estrangeira, conseguindo, assim, fazer um preço médio do câmbio.


 

Faça da tecnologia uma aliada

 

Muitas vezes os aplicativos disponibilizam recursos ainda pouco conhecidos pelos usuários. Uma das ferramentas da Wise permite consultar ou receber notificações sobre todas as moedas que a plataforma trabalha. Basta o usuário definir entre quais moedas pretende converter e a Wise mostra o valor atual do câmbio e um gráfico com as variações nos últimos meses ou anos.

 

Também é possível criar alertas para receber desde notificações diárias com a taxa de câmbio escolhida como também programar conversões automáticas para quando o câmbio desejado for alcançado. Esse acompanhamento ajuda a economizar e, com os alertas e programações, o cliente não precisa lembrar de procurar os valores diariamente.


 

Entenda os custos

 

Conhecer as tarifas envolvidas na contratação e uso do serviço fará com que a economia se torne ainda maior. "A Wise apresenta todos os custos envolvidos nas transações de antemão, de forma transparente e bem fácil de entender. A todo instante, você sabe exatamente quanto está gastando e quanto vai receber", pontua Barreiro.

 

Segundo o executivo, é possível chegar a um país estrangeiro com um cartão pronto para ser usado e sem precisar se preocupar com as variações cambiais e cobranças extras das instituições financeiras a cada transação. "Uma vez criado o seu saldo na moeda do destino, é como se você tivesse um cartão local, gastando apenas o valor de cada compra", complementa.

A conta ainda permite a manutenção de saldo em mais de 50 moedas em um único cartão - o que se torna útil nos casos de viagens que passam por países diferentes. O pagamento é debitado automaticamente na moeda em que a compra foi realizada.

 

Wise

wise@smartpr.com.br

 

Após ciberataque, empresas sofrem queda média de 7,5% nas ações e apenas 30% se recuperam bem um ano depois

O Security Design Lab (SDL), laboratório francês com atuação no Brasil, compilou dados internacionais que mostram que o impacto dos ataques é 62% maior nas empresas com baixa maturidade em cibersegurança. Perda média de capitalização de mercado chega a US$ 5,4 bilhões


Quando uma tentativa de ataque cibernético a uma empresa de capital aberto é bem-sucedida e vem a público, o efeito é instantâneo: o preço das ações da companhia cai vertiginosamente, não importa se a tendência anterior era de alta ou de baixa, e a queda média chega a 7,5% do valor, juntamente com uma perda média de capitalização de mercado que chega a US$ 5,4 bilhões, segundo estudo publicado pela Harvard Business Review em maio deste ano. O que as análises gráficas desses casos mostram de ainda mais alarmante é que o impacto sobre o valor de mercado das empresas atacadas é não só de curto, como de médio prazo. Um levantamento deste mês, reunindo dados recentes de vários estudos internacionais, feito pelo Security Design Lab (SDL) – rede global de pesquisa e desenvolvimento de cibersegurança com operação na América do Sul e Europa – destaca que a maior queda nas ações ocorre não no primeiro ou segundo dia, mas geralmente no 59º dia após o ataque, segundo publicou em outubro de 2022 o Morningstar Sustainalytics e, um ano depois, 7 entre cada 10 empresas nessa situação ainda têm dificuldades em se recuperar e alcançar os níveis dos seus respectivos setores de atuação.  

Segundo Paulo Moura, co-fundador do SDL na França, é notável a diferença na velocidade de recuperação ao se comparar o nível de conformidade das empresas com as melhores práticas, políticas de segurança e Lei Geral de Proteção de Dados. "Vemos que as que estão mais avançadas em medidas preventivas e reativas e investem mais em segurança cibernética e compliance mantiveram o ritmo de seu benchmark do setor um ano depois dos ciberataques. Por outro lado, aquelas com menor nível de conformidade tiveram um desempenho significativamente inferior, com movimentos ascendentes tímidos. Os investidores ficam bem mais cautelosos para investimentos de longo prazo nessas companhias", afirma. Moura conta que, em média, o declínio máximo de empresas com baixo nível de conformidade chega a ser 62% maior em comparação ao grupo de empresas com altos índices de conformidade. 

O SDL atua no mercado de cibersegurança como uma rede de colaboração entre entidades de pesquisa, centros de inovação, polos de competitividade, governos e empresas. Junto com a Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), o SDL começou, no início de maio, a coleta de dados para a primeira pesquisa sobre cibersegurança entre as empresas de capital aberto do país. O objetivo do Cyber Score é entender a maturidade de cada uma e apoiar as áreas técnicas e de compliance para disseminar a importância do tema entre os C-levels, Conselhos de Administração e Acionistas. O resultado poderá ajudar no desenvolvimento de políticas públicas em prol de mais segurança para as empresas e os investidores. 

 

Empresas atacadas têm desempenho inferior à Nasdaq em 8,6% após um ano, diz SDL  

Dados compilados pelo SDL mostram que as empresas que sofrem um incidente significativo de violação de dados apresentam desempenho inferior ao índice NASDAQ em 8,6% após um ano do incidente, sendo que essa diferença pode aumentar para 11,9% após dois anos.  

Em outubro de 2022, o ataque cibernético sofrido pela Medibank (ASX:MPL) na Austrália resultou na suspensão da venda das ações por uma semana e, na retomada ao mercado, o preço despencou 15% e permanece bem abaixo do preço pré-ataque até hoje.  

No Brasil, o Grupo Fleury (FLRY3), uma das maiores redes de laboratórios de exames do país, foi alvo de dois ataques, em 2021 e em maio de 2023, reportando queda de 12% no lucro líquido no 4T22. Horas após o incidente de 2021, os papéis apresentaram queda de 2,34%. No mesmo ano, as Lojas Renner (BVMF:LREN3) também foram alvos de ataques cibernéticos e queda logo depois do anúncio de 1,5%. “Outro caso emblemático foi o ataque contra a JBS (BVMF:JBSS3), paralisando diversas plantas da Companhia em diversos continentes. Andre Nogueira, CEO da JBS USA, confirmou em comunicado o pagamento de USD$ 11 milhões aos hackers para retomar as operações”, lembra Cristiano Iop, fundador da Sikur, empresa fabricante de soluções de cibersegurança.  

“O sequestro de dados pode impactar 26 vezes o tamanho do ecossistema de negócios de uma empresa. O que definitivamente é um desastre para ela, pode se tornar também para toda sua cadeia de suprimentos”, enfatiza Flávia Brito, CEO da Bidweb, empresa especialista em cibersegurança. No caso do Fleury, o ataque ao seu sistema afetou não apenas a operação da companhia, que foi paralisada, como também a sua cadeia de suprimentos, em especial diversos hospitais que utilizam, prioritariamente, seus serviços. 

 

Custo ou investimento? 

De acordo com o último Relatório de Custo da Violação de Dados da IBM Security, em 2022, o custo médio global de uma violação atingiu US$ 4,35 milhões e continua aumentando. Essas despesas podem incluir desde pagamentos de resgate e perda de receitas até tempo de inatividade da empresa, honorários advocatícios, sem considerar os custos intangíveis, como reputação. “Os custos de auditoria após um ciberataque podem ser 13,5% mais caros do que aqueles para empresas que não sofreram violações. Além disso, 60% das organizações que foram vítimas de violações de dados aumentaram os preços de seus produtos e serviços para tentar recuperar os prejuízos financeiros”, reforça Cristiano Iop da Sikur. 

A falta de segurança cibernética também pode resultar em rebaixamento da classificação de crédito, afetando a capacidade e o custo de uma empresa para garantir financiamento. Em 2018, a Moody's anunciou que avaliaria as práticas de segurança cibernética das empresas ao atribuir classificações de crédito. De fato, a gigante de avaliação de risco reduziu a classificação de crédito da Equifax em 2019 após o incidente cibernético que a empresa sofreu em 2017.

 

Dados do Cibercrime Global  

Atualmente, os crimes cibernéticos custam à economia mundial mais de US$ 1 trilhão por ano, o que representa cerca de 1% do PIB global, de acordo com relatório elaborado pela McAfee Corp. e o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS). Em casos de violações de dados, os custos médios estão atingindo recordes históricos, partindo do valor médio de US$ 4,35 milhões em 2022 para a perspectiva de ultrapassar US$ 5 milhões em 2023 (IBM Security). Em 2022, o Brasil foi o segundo país mais atingido da América Latina, com mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de 16% com relação a 2021, atrás apenas do México, que sofreu com 187 bilhões de tentativas (FortiGuard Labs).

 

Security Design Lab 

 

Consumo 2023: protagonismo, bem-estar e cuidados com a natureza devem permear as vendas

Em uma sociedade protagonista de seu consumo e com acesso às informações globais, a escolha da alimentação também vem se transformando. Hoje, as decisões do consumidor são pautadas em saúde, bem-estar, cuidados com o meio ambiente e segurança alimentar.

Essas diretrizes devem motivar a inovação em produtos e serviços do nicho este ano. Além disso, influenciarão as escolhas, as demandas e as expectativas dos consumidores em relação às marcas.

Uma pesquisa da Archer Daniels Midland (ADM), líder global em nutrição humana e animal, trouxe as tendências globais de consumo que devem orientar o mercado alimentício nos próximos anos. Entre elas, se destacam: bem-estar equilibrado, que inclui saúde física, aspectos mentais, emocionais e até espirituais; personalização, já que o que dá certo para uma pessoa pode não funcionar para outra; e produção ecologicamente correta – segundo o Relatório Rota para a Sustentabilidade de 2022, 49% das pessoas afirmam ter feito mudanças em sua dieta por causa de preocupações com o meio ambiente.

Com consumidores mais conscientes, aumenta a busca por produtos nutritivos que provocam impacto positivo na saúde tanto das pessoas quanto do planeta. Isso inclui desde as boas práticas de produção, que preservam a natureza e os animais, até a escolha por ingredientes e rótulos limpos. Neste sentido, cresce também a valorização de opções que se aproximam do 100% natural, com processos mais simples.

Esse grupo ainda foca bastante em atividades físicas, realizando exercícios diversos três vezes por semana em média. Eles são menos receptivos a alimentos processados e menos propensos a ter sobrepeso. Também estão dispostos a pagar mais por produtos com tais conceitos.

Nessa busca por uma saúde mais holística, a demanda por produtos funcionais que ajudam na saúde física e mental, gerando um bem-estar mais completo, não deve mais sair dos radares. Segundo uma pesquisa da Arla Food Ingredients, a hidratação é o principal fator e a adição de proteínas é o segundo na escolha de alimentos e bebidas para exercícios entre os consumidores mais conscientes. E as empresas que focarem nessa missão vão atender cada vez um número maior de pessoas e se colocarão na frente da concorrência.

No mesmo sentido, esse cliente consciente também quer jornadas mais diferenciadas. A busca por experiências extrassensoriais por meio de novos sabores, combinações inesperadas, misturas e texturas vem ao encontro do empoderamento do novo perfil de consumo.

Assim como a sociedade, a indústria de alimentos está em constante evolução e modernização para suprir essas necessidades. Contudo, é importante que as empresas de alimentos modernizem seus produtos para se manterem relevantes no mercado e para oferecer produtos mais saudáveis e nutritivos aos consumidores. Certamente, isso significa a utilização de ingredientes mais naturais e saudáveis, assim como a adoção de novas tecnologias de processamento de alimentos para garantir que os alimentos estejam frescos e seguros.

O mais importante é que os empreendedores estejam atentos às macrotendências, mas absorvam o que for mais aderente ao seu tipo de negócio. Trata-se de uma via de mão dupla: enquanto o consumo consciente evolui, quem abraça a ideologia sustentável e busca diferenciais e seus produtos faz seus negócios evoluírem junto. Tem melhor coisa que atender seu consumidor com expertise e ainda contribuir para a preservação da natureza e para um planeta mais justo?

 

Joanne Fiuzua - gerente de marketing da Verde Campo, pioneira no mercado de lácteos sem lactose – e-mail: verdecampo@nbpress.com.br.


Jornalismo e a perda da objetividade

Não se discute o fundamental papel da imprensa livre na subsistência da democracia. Isto é um fato inquestionável. Aliás, democracia e imprensa são gêmeos siameses, pois a democracia pressupõe a existência de imprensa livre e não existiria a imprensa sem a democracia.



Não se discute o fundamental papel da imprensa livre na subsistência da democracia. Isto é um fato inquestionável. Aliás, democracia e imprensa são gêmeos siameses, pois a democracia pressupõe a existência de imprensa livre e não existiria a imprensa sem a democracia. Mas, os principais veículos de comunicação estão perdendo a objetividade jornalística, crucial para uma cobertura isenta, aprofundada e com finalidade informativa.

Determinados governos, setores e clientes comerciais das empresas de mídia são poupados das informações mais aprofundadas e contundentes em seus noticiários. Natural se levarmos em conta que a indústria da mídia é um negócio empresarial como outro qualquer e que, portanto, precisa ser gerido de modo a dar lucro, mas deixa de ser o que se espera do jornalismo profissional.

Profissionais da imprensa precisam apurar, entrevistar, pesquisar, checar dados, ouvir todas as partes envolvidas e escrever de maneira que a notícia chegue de forma correta, isenta, imparcial e factual e se responsabilizam pelo que divulgam. São regras vitais para o jornalismo e, sem elas, a profissão não se sustenta. É o que se chama objetividade jornalística, uma espécie de utopia do setor, pelo qual a busca é incessante. Um ideal a ser atingido. Isto é o que difere jornalista, dos bloqueiros, influenciadores, ou toda sorte de atividades livres das redes sociais. Estes, ao contrário daqueles, escrevem o que lhes convém de forma subjetiva e opinativa e por não terem os deveres e privilégios da função jornalística, não lhes são imputados a mesma credibilidade e proteção jurídica. Daí porque convencionou-se no ideal do jornalismo a adoção do critério da busca pela objetividade como forma de garantir mais equilíbrio e justeza nas coberturas.

Acontece que essa objetividade vem sendo comprometida. Há, até mesmo, críticos acadêmicos e alguns jornalistas que sustentam que a objetividade deixe de ser uma meta declarada do jornalismo, já que ela não pode ser alcançada, dado o viés subjetivo do jornalista na elaboração da reportagem.

No Brasil, um dos jornais de referência do país, a Folha de São Paulo, tem abordado constantemente o tema, em artigos datados de 18 de março, 15,17 e 22 de abril. Em todos estes artigos, repete-se o grande perigo de “renunciar à objetividade” e assim acabar com o “jornalismo profissional”, tornando os jornalistas meros militantes. Mas, aí fica a pergunta: por que haver o debate sobre possível abandono da objetividade no jornalismo? Será que as empresas de mídia e os jornalistas estão se rendendo aos prazeres dos likes de suas reportagens, agindo como blogueiros numa corrida atropelada para as redes sociais para transmitir sentimentos impulsivos, sarcasmo e falso moralismo?

Parte importante da imprensa brasileira deveria fazer uma profunda revisão de si mesma. Em nenhum momento coloca-se em questão, por exemplo, o que foi feito da objetividade jornalística da Folha, O Globo, o Estadão, Jornal do Brasil, correio da Manha, e de outros grandes veículos da imprensa profissional, quando estes apoiaram a ditadura militar brasileira, ou cobriram a Lava Jato. Em vez de objetividade jornalística, houve, além de reportagens enviesadas, o silencio permissivo como analisou o pesquisador Álvaro Nunes Larangeira, em artigo sobre Silêncios permissivos: os cadernos especiais da Folha de S. Paulo e Jornal do Brasil no 10º ano do regime militar.

São muitas as contradições que colocam em xeque a forma como as empresas de mídia utilizam regras e técnicas para driblar a objetividade. Não é novidade que todo negócio comercial tenha interesses específicos. O problema é tentar fazer o jogo da imparcialidade, como se não apoiar expressamente um partido político, governo, ou oposição significasse que a empresa de mídia é ideologicamente neutra, ou usar a versão de uma suposta “fonte” para publicar reportagens enviesadas.

O ex-editor executivo do Washington Post, Martin Baron afirma que abandonar a objetividade seria falha grave do jornalismo e que nota com preocupação um crescente repúdio a esse princípio na própria imprensa. Ele argumenta que, “ao contrário do que dizem seus detratores, a objetividade não significa neutralidade, mas uma investigação tão imparcial quanto é humanamente possível, o reconhecimento de que os fatos são sempre complexos e que jornalistas precisam ter disposição para ouvir e ânsia de aprender para superar limitações e cumprir seu trabalho”. Diz ainda o ex-editor: “Muita atenção tem sido dada recentemente à objetividade no jornalismo.... Estou prestes a fazer algo tremendamente impopular em minha profissão hoje em dia: defender a ideia.”

Segue Martin Baron afirmando que se queremos que outras profissões, como médicos, juízes, cientistas, policiais, políticos, atuem de forma objetiva, sem agendas preexistentes ou vieses, o jornalista também precisa buscar esta objetividade, ou seja, uma apuração justa, honesta, honrada, precisa, rigorosa, imparcial e aberta às evidências está na base do jornalismo profissional. A sociedade espera que os jornalistas também sejam objetivos. Assim, ignorar estas expectativas é um ato de arrogância. Demonstra leniência com os vieses e trai a causa da verdade.

Walter Lippman, um dos mais influentes defensores da objetividade jornalística publicou, em 1920 "Liberty and the News" (liberdade e as notícias), no qual afirmava, já naquela época que “Há em toda parte uma desilusão cada vez mais furiosa com a imprensa, um senso crescente de as pessoas estarem perplexas e se sentirem enganadas." Ele temia um ambiente em que as pessoas "cessam de reagir às verdades e reagem simplesmente a opiniões, ao que alguém afirma, não ao que de fato é". Ele se preocupava com a ideia de que as pessoas "acreditam naquilo que corresponde mais confortavelmente às suas ideias preconcebidas". Seu diagnóstico foi muito semelhante ao que nos causa tanta preocupação nos dias de hoje: as instituições democráticas estavam ameaçadas. Ele enxergava o jornalismo como essencial à democracia, mas, para que pudesse cumprir seu propósito, precisava de padrões.

Lippmann reconhecia que todos temos ideias preconcebidas, mas escreveu que "realizaremos mais lutando pela verdade que lutando por nossas teorias". Por isso, pedia "uma investigação dos fatos tão imparcial quanto for humanamente possível". Aí entrou a ideia de objetividade: uma investigação dos fatos tão imparcial quanto é humanamente possível.

Objetividade não é neutralidade. Não é jornalismo do tipo "por um lado isso, por outro lado aquilo". Não é falsa equivalência. Não é atribuir peso igual a argumentos opostos quando a grande maioria das evidências aponta em uma direção.

O princípio da objetividade tampouco visa sugerir que jornalistas são isentos de viés. Como escreveram Tom Rosenstiel, professor de jornalismo na Universidade de Maryland, e o ex-editor-executivo Bill Kovach no livro “Elementos do Jornalismo”. " O termo nasceu do reconhecimento crescente de que os jornalistas estão cheios de vieses, muitas vezes inconscientes". Assim, “a objetividade exigiu que eles desenvolvessem um método consistente para testar informações, uma abordagem transparente das evidências, precisamente para que seus vieses pessoais e culturais não prejudicassem a precisão de seu trabalho". Assim "não é o jornalista que é objetivo, mas o método, e a chave está na disciplina do ofício”.

A ideia é que o jornalista inicie a pesquisa com a cabeça aberta com disposição de ouvir, desejo de aprender e partir para descobrir o que não sabe. Isso, se chama trabalho de reportagem.

Dean Baquet, ex-editor-executivo do New York Times, comentou em 2021, que "uma das grandes crises de nossa profissão é a erosão da primazia do trabalho de reportagem. A certeza é uma das inimigas do ótimo trabalho de reportagem".

Todos esses pontos sugerem que o jornalista evite se arrogar a posição de autoridade moral. Deve evitar a reportagem semipronta, em que a escolha de fontes é um exercício de confirmação de viés e quando se procura ouvir a voz do outro lado (muitas vezes no último minuto), apenas porque isso é exigido, não como ingrediente essencial de um trabalho de investigação honesto. Isto deve soar familiar para muitas pessoas que viveram os acontecimentos políticos e as investigações criminais dos últimos anos no Brasil. É a razão pela qual a objetividade jornalística é imprescindível.

E para concluir, volto às palavras do ex- editor Martin Baron: “Fracassamos com frequência, de modo constrangedor e grave. Em muitos casos, fizemos o mal por erros de ação e erros de omissão. Devido à pressa e ao descaso, devido ao preconceito e à arrogância. Podemos e devemos ter uma discussão vigorosa sobre como a democracia e a imprensa podem servir melhor ao público. Entretanto, a resposta às nossas falhas como sociedade e como categoria profissional não é renunciar a nossos princípios e padrões. Há muito disso ocorrendo hoje. A resposta está em reafirmar os princípios da objetividade do jornalismo”. Desse modo, termino por aqui, a sociedade e a democracia se beneficiariam muito se no jornalismo tivesse mais humildade e menos arrogância.



Maurício Ferro - advogado com mestrado e especializações realizadas em universidades como a London School e University of London. Cursou OPM na Harvard Business School. Autor de trabalhos nas áreas comercial e de mercado de capitais com atuação no Conselho de Administração de grandes empresas.


Medicina do Trabalho: conheça os principais erros cometidos por empresas que geram prejuízos financeiros e comprometem a saúde do trabalhador

 Especialista no tema Marcos Mendanha explica a importância da promoção e preservação da saúde dos colaboradores


Para que uma empresa exerça suas atividades com alta performance e bons resultados, são desenvolvidos planejamentos e estratégias para que cada setor consiga alcançar suas metas e ter um melhor desempenho, mas olhando a saúde como prioridade. Os colaboradores são essenciais na execução das operações e precisam ser incluídos nos planos estratégicos das corporações. Nesse caminho, a boa Medicina do Trabalho promove ações focadas na melhoria contínua da saúde corporativa. O médico do trabalho e diretor da Faculdade CENBRAP, Marcos Mendanha, fala sobre os principais erros cometidos no que tange a medicina ocupacional. 


Confira abaixo:

1 - Não seguir as normas impostas pela legislação - O cumprimento da legislação vigente é o mínimo exigido para uma empresa. Práticas que burlam as normas podem trazer graves consequências para a saúde dos colaboradores, a corporação e seus gestores. Num mundo tão conectado, onde as pessoas se relacionam com as marcas, trata-se de uma negligência inaceitável, que acaba por diminuir a reputação da empresa, além de provocar inúmeros prejuízos financeiros. 

2 - Não prevenir doenças e agravos ocupacionais entre os colaboradores - Aqui vale a célebre máxima “é melhor prevenir do que remediar”. Isso porque, além de tudo, o custo de ações e projetos para promoção da prevenção da saúde organizacional é inferior ao investimento necessário na remediação de doenças e agravos provenientes do trabalho. Medidas que promovem a saúde e o bem-estar corporativo reduzem o absenteísmo, aumentam o engajamento dos funcionários e potencializam a produtividade das equipes. 

3 - Não investir em profissionais capacitados - A boa Medicina do Trabalho, aquela que vai além do cumprimento normativo e é exercida com rigor técnico, baseada em evidências e boas práticas, é uma ferramenta essencial no desenvolvimento de ações que pensam no colaborador de forma estratégica e humanizada. Isso traz resultados numéricos palpáveis e melhoria contínua do ambiente corporativo. Isso impacta na boa reputação da marca, o que resulta em mais consumidores e lucratividade.  

4 - De novo: a boa Medicina do Trabalho é investimento, e não custo - Há muitos anos a Medicina do Trabalho é vista por alguns como uma mera imposição legislativa, quando na verdade deve ser pensada como um investimento. Isso porque com estratégias focadas na promoção e preservação da saúde dos colaboradores pode-se gerar maior produtividade dos colaboradores, redução nos passivos tributários e trabalhistas e consequente aumento da lucratividade corporativa. 

5 - Não dar a devida importância ao médico do trabalho - O médico do trabalho atua em interface com todos os setores da empresa, seu papel fundamental é a promoção de saúde e prevenção de doenças de forma ética, em especial no que tange ao sigilo médico que tem com os colaboradores. Ele deve conhecer todos os riscos da empresa e trabalhar em parceria com os gestores para extingui-los ou minimizá-los. Havendo doenças, o médico do trabalho deve atuar na identificação da causa e rápido manejo e tratamento desse trabalhador. 

6 - Negligenciar a utilização de EPI’s - O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) minimizam os riscos ocupacionais e são indispensáveis no dia a dia de trabalho.  De acordo com a CLT, além de fornecer os EPIs, é de responsabilidade das empresas orientar e fiscalizar os trabalhadores quanto ao correto uso e manuseio desses equipamentos.


Marcos Mendanha - médico, diretor e professor da Faculdade CENBRAP, onde realiza e coordena estudos, cursos e eventos sobre Psiquiatria e saúde mental do trabalhador há mais de 10 anos. É especialista em Medicina do Trabalho e também em Medicina Legal e Perícia Médica. É advogado especialista em Direito do Trabalho; pós-graduado em Filosofia; e professor convidado da pós-graduação em Medicina do Trabalho, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP). É autor dos livros "O que ninguém te contou sobre Burnout - Aspectos práticos e polêmicos" (Editora Mizuno), “Medicina do Trabalho e Perícias Médicas - Aspectos práticos e polêmicos” (Editora LTr), e “Limbo Previdenciário Trabalhista - Causas, consequências e soluções à luz da jurisprudência comentada” (Editora Mizuno); e coautor de várias obras. É coordenador do Congresso Brasileiro de Psiquiatria Ocupacional (CBPO) e do Congresso Brasileiro de Medicina do Trabalho e Perícias Médicas (CBMT PM).


Para ser e não apenas parecer ser ESG

Uma organização divulgar que adota ações voltadas para o ESG (Enviromental, Social and Governance em tradução livre: ambiental, social e governança) não significa, necessariamente, que de fato as pratica. São inúmeros os exemplos de empresas admiradas pelo mercado que em dado momento se envolvem em polêmicas que desconstroem sua imagem e reputação, além de muitas vezes ainda terem de pagar multas e indenizações por posturas ilegais, em total contradição aos pilares do ESG.

Na verdade, muitas dessas empresas só querem parecer sustentáveis, ao invés de serem de fato, praticando o greenwashing (entendido como maquiagem verde) e/ou socialwashing (maquiagem social), ou seja, práticas que promovem iniciativas enganosas de sustentabilidade, caracterizadas pela falta de profundidade, iniciativas rasas e sem métricas consistentes de geração de impacto.

Também existem empresas, por outro lado, que adotam práticas voltadas ao ESG, mas não conseguem ser suficientemente claras nas informações que divulgam, limitando os efeitos positivos e benefícios que poderiam ter.

É preciso basear a publicidade das organizações em dados e resultados sólidos e que possam ser checados de forma objetiva e transparente, engajando assim as partes com quem se relacionam a respeito da sua marca ou produto/serviço.

Ser transparente significa agir de modo franco, verdadeiro, sem subterfúgios. Ao aplicarmos esse conceito às organizações, significa que elas devem procurar, sempre que possível, disponibilizar para as partes interessadas as informações que sejam de seu interesse de forma clara e objetiva.

A transparência é inclusive um dos princípios basilares da governança corporativa e que, juntamente com o princípio da responsabilidade corporativa, fundamentam a adoção de medidas visando a sustentabilidade do negócio e do meio socioambiental em que a empresa está inserida.

E é tão importante que em alguns casos a divulgação de informações é uma obrigação legal, como das empresas de capital aberto que devem apresentar relatórios de desempenho econômico-financeiro e publicar os fatos relevantes que podem impactar na tomada de decisão de seus investidores e, também, a regulamentação do Código de Defesa do Consumidor, a ser observado por todas as empresas, inclusive as de pequeno porte, acerca da transparência com que devem operar em relação aos seus consumidores.

Não existe um padrão para divulgação de ações ESG, como ocorre, por exemplo, para a apresentação da dados financeiros-contábeis. Mas isso não significa que deve ser feito de qualquer forma. Há modelos que podem ser usados como referência, como o Global Reporting Initiative (GRI), Sustainability Accounting Standards Board (SASB) e Relato Integrado, entre outros, todos espécies de relatórios de desempenho não-financeiros, associados à sustentabilidade.

Embora a adoção de relatórios de sustentabilidade, como os sugeridos, não seja a única medida necessária para a efetiva implantação de ações ESG, tais relatórios são de extrema importância para se compreender como as empresas estão gerenciando proativamente seus riscos ambientais, sociais e de governança.

Assim, se uma organização é social e ambientalmente responsável e adota boas práticas de governança corporativa precisa apresentar dados consistentes, de forma transparente e que realmente reflitam a realidade, para ser e não apenas parecer ser, gerando maior credibilidade e confiança para com seus investidores e com quem mais se relaciona.



Monica Bressan - especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças. Consultora, palestrante e professora. Formada em Direito e em Administração de Empresas, com especialização em Direito Tributário e Mestre em Finanças Corporativas. Com certificação ISO 31000 Lead Risk Manager (Gestão de Riscos) e ISO 37001 Provisional Auditor (Antissuborno). Membro da Comissão de Compliance da OAB/SP. Com mais de 20 anos de experiência organizacional e jurídica.
www.ledonnectd.com.br

Como evitar que Inteligência Artificial roube seu emprego


Em um mundo cada vez mais digital e tecnológico, as notícias de empresas substituindo funções humanas por inteligência artificial (IA) se tornam cada vez mais comuns. Um exemplo recente é o da IBM, que anunciou que vai substituir cerca de 7.800 empregos por IA. Essa realidade pode parecer assustadora, mas ao mesmo tempo, ela abre um universo de possibilidades para aqueles dispostos a se adaptar e aprender. 

A Inteligência Artificial, em sua forma mais simples, é como se déssemos um cérebro virtual a programas e máquinas. Eles conseguem "pensar", aprender com suas experiências e trazer resultados incríveis de forma muito fácil. Assim, a IA tem o potencial de realizar tarefas complexas de forma mais eficiente, o que pode levar à substituição de muitos empregos. 

Um exemplo relevante de IA é o ChatGPT, uma tecnologia desenvolvida pela OpenAI. Esse programa, que é como um chat no qual você conversa com uma inteligência artificial, foi treinado para entender e responder perguntas, escrever artigos, criar conteúdo, traduzir idiomas e muito mais e representa uma inovação que impacta diversas profissões. Funções como redatores, assistentes virtuais, tradutores, atendentes de call center e até mesmo algumas áreas de ensino podem ser potencialmente substituídas por ferramentas como ele. Porém, é importante ressaltar que a substituição total ainda enfrenta limitações, já que a IA, por mais avançada que seja, ainda não consegue replicar a criatividade humana, a empatia e a capacidade de decisão baseada em juízos complexos. 

No entanto, o surgimento dessas tecnologias não deve ser visto como um sinal de extinção para todas as profissões. Ao contrário, os profissionais do futuro serão aqueles que sabem usar as ferramentas de IA ao seu favor. Um redator, por exemplo, pode utilizar o ChatGPT como uma ferramenta de brainstorming ou para gerar ideias, aumentando significativamente sua produtividade e permitindo um foco maior em aspectos estratégicos e criativos do seu trabalho. 

Além dos redatores, muitos outros profissionais podem se beneficiar do uso inteligente da IA. Um designer, por exemplo, pode usar a IA para gerar diferentes conceitos de design com base em parâmetros definidos, permitindo que ele se concentre em refiná-los e adaptá-los às necessidades do cliente. Um gerente de projetos pode usar a IA para monitorar o progresso do projeto, identificar gargalos e sugerir ajustes. Na medicina, a IA já está sendo usada para auxiliar em diagnósticos, liberando os profissionais de saúde para se concentrarem no tratamento e cuidado dos pacientes. 

O domínio dessas tecnologias torna-se uma habilidade crucial para se manter relevante no mercado de trabalho. A era da IA não é uma era de substituição, mas de colaboração entre humanos e máquinas. 

Portanto, a chave para evitar que a IA "roube" seu emprego é se preparar para o futuro. O profissional do futuro é aquele que se adapta, aprende e se prepara para utilizar as novas tecnologias ao seu favor. A revolução da IA não é uma ameaça, mas uma oportunidade para aqueles dispostos a se reinventar e se capacitar. O futuro pertence àqueles que se preparam para ele.



Danilo Gato - educador financeiro, autor do livro “Aprenda a Investir seu dinheiro”, criador do canal Finanças em desenho e possui mais de 5 anos de experiência atuando no mercado financeiro com planejamento de proteção financeira para mais de mil famílias e ensinando investidores a investir por conta própria através do seu curso de investimentos, que já conta com dezenas de alunos formados e capacitados a administrar seus próprios investimentos. Mais informações @financas_em_desenho

  

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