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terça-feira, 28 de março de 2023

Carteira de Vacinação na Matrícula Escolar? Descubra Agora se é Realmente Necessário

A vacinação é uma ds maiores conquistas da medicina moderna. Ela tem sido responsável por salvar milhões de vidas e prevenir a disseminação de doenças contagiosas em todo o mundo. No entanto, muitas pessoas ainda resistem em vacinar-se, seja por falta de informação ou por acreditar em mitos e desinformação sobre as vacinas. 

Nesse contexto, a exigência da apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula é uma medida importante para garantir a saúde e a segurança de todos os alunos, professores e demais funcionários das escolas. Isso porque, dentro do ambiente escolar, o contato entre as pessoas é muito intenso e isso aumenta as chances de transmissão de doenças infecciosas. 

A apresentação da carteira de vacinação atualizada no ato da matrícula é uma exigência legal em muitos países, inclusive no Brasil. Essa medida foi estabelecida pela Lei nº 13.770/2018, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente. De acordo com a lei, os pais ou responsáveis pela criança ou, adolescente devem apresentar a carteira de vacinação atualizada no ato da matrícula, sob pena de não efetivação da mesma. 

O médico e diretor técnico da Clínica de Vacinas Salus Imunizações Dr. Marco César Rodrigues Roque comenta que essa medida é extremamente importante, pois ajuda a garantir que todos os alunos estejam em dia com as principais vacinas recomendadas para a sua faixa etária. Isso evita a disseminação de doenças contagiosas, como sarampo, rubéola, caxumba, gripe, meningite e outras. Além disso, a vacinação também protege a pessoa contra doenças mais graves, como hepatite, pneumonia, poliomielite, entre outras.

Vale ressaltar que a vacinação é um direito e uma responsabilidade de todos os cidadãos. É uma forma de proteger a si mesmo e a toda a comunidade contra doenças contagiosas. Manter a carteira de vacinação em dia é uma atitude de responsabilidade e cidadania, que deve ser incentivada e valorizada por todas as pessoas. 

“É importante destacar ainda que a vacinação é segura e eficaz. As vacinas passam por rigorosos testes e estudos científicos antes de serem aprovadas para uso em humanos. Além disso, os benefícios da vacinação são amplamente comprovados pela ciência. Portanto, não há razão para temer as vacinas ou acreditar em mitos e desinformação sobre elas.” esclarece o Dr. Marco César Rodrigues Roque. 

Vale lembrar que a vacinação não é apenas uma medida de proteção individual, mas também coletiva. Quando nos vacinamos, estamos contribuindo para a saúde de toda a comunidade. Por isso, é essencial que todos os cidadãos estejam engajados na luta pela vacinação e que apoiem medidas como a exigência da apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula escolar. 

“É fundamental que a sociedade como um todo apoie medidas como a exigência da apresentação da carteira de vacinação no ato da matrícula escolar e se engaje na luta pela vacinação. A vacinação é uma das maiores conquistas da medicina moderna e deve ser valorizada e utilizada para proteger a saúde de todos.” Finaliza o Dr. Marco César Rodrigues Roque.


 Marco César Rodrigues Roque - Diretor Técnico da Clínica de Vacinas Salus Imunizações. Médico graduado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos com residência em Neurologia Pediátrica pelo Hospital do Servidor Público Estadual- IAMSPE, responsável pelo setor de Neurologia Pediátrica do Grupo Santa Joana. Membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, é preceptor do programa de Residência Médica do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus -PMSP

Estômago atacado após exagerar na bebida alcoólica, como evitar?

Vanessa Zanoni Carvalhaes, coordenadora do curso de Nutrição do Ceunsp, e Larissa Mazocco, professora do UDF, dão dicas para evitar o sistema digestivo irritado depois de beber

 

Seja para relaxar aos finais de semana ou em festas com os amigos e familiares é comum as pessoas consumirem bebidas alcoólicas em demasia. Para alguns indivíduos, é difícil fugir das confraternizações e alguns excessos. 

Nestes casos, pessoas mais sensíveis ao álcool ou com doenças gastrointestinais, como a gastrite que é a inflamação na mucosa do estômago, têm restrições e não devem se esbaldar no excesso de bebida. 

Dra. Larissa Mazocco, professora de Nutrição do Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), explica que a ressaca é causada pela desidratação que a bebida alcoólica provoca no organismo e por causa da sobrecarga no fígado, que tem a função de eliminar o álcool do sangue.  

Para evitar os impactos da ressaca e o estômago atacado, a coordenadora de Nutrição do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), Vanessa Zanoni Carvalhaes, ressalta que os principais cuidados que as pessoas devem ter é intercalar junto com a bebida alcoólica o consumo de água constantemente, antes, durante e depois da diversão, para aliviar a desidratação e ajudar o organismo a eliminar o álcool. Assim como beber mais devagar. 

“Outra dica é nunca beber de estômago vazio, e consumir antes de sair, alimentos ricos em carboidratos e proteínas, pois retardam a absorção do álcool,” salienta a nutricionista Vanessa.  

Larissa indica alguns alimentos que são essenciais para serem consumidos antes de beber: carboidratos complexos como batata doce, mandioca, batata baroa, proteínas (carne, ovos, peixes e outros). Além de fibras, encontradas nas frutas e verduras, principalmente cruas e com casca. 

Em casos de estômago atacado, o que fazer? 

Dra. Larissa Mazocco, professora de Nutrição do UDF, destaca que depois de exagerar na bebida alcoólica, se o estômago começar com uma dor aguda é necessário tratar com alimentos leves ricos em amido, como pão de forma branco e batata cozida, sendo estes os mais indicados para esse quadro. 

Já a coordenadora do Ceunsp, orienta que para salvar o indivíduo de uma ressaca e estômago atacado, é fundamental uma alimentação saudável prévia, ricas em frutas, verduras e legumes, como fonte de carboidratos e proteínas. “O café pode ajudar também!”. 

Mazocco dá mais algumas dicas para driblar a ressaca e estômago atacado durante e pós o exagerar no álcool, confira: 

  1. Evite destilados puros ou mais de cinco doses. Entre uma dose e outra, consuma 300ml de água sem gás e durante o dia ou noite, prefira sucos com maior percentual de frutose: melancia, manga, goiaba, laranja, eles ajudarão na recuperação. 
  1. Mantenha as atividades físicas. Neste período não pause os exercícios, faça de forma leve uma caminhada, bicicleta no parque, nadar na piscina e outros. O sedentarismo durante esses dias aumenta o inchaço e faz com que a rotina seja mais "dolorida" para voltar. Capriche na alimentação! 
  1. Não durma de estômago vazio após beber. Faça uma refeição leve antes de deitar, isso vai melhorar (e muito) seu dia seguinte! 
  1. Evite longo períodos de jejum. Não fique mais de 5h sem comer para que a bebida não cause ainda mais intoxicação. O alimento é o principal aliado para ajudar na desintoxicação do álcool.  

 


Ceunsp
www.ceunsp.edu.br


Entenda o porquê a enxaqueca pode ser um sintoma relacionado ao período menstrual

Neurologista explica quais os sintomas da enxaqueca menstrual e como aliviá-los

 

Se você é mulher já deve conhecer todos os sinais que o seu corpo envia quando o período menstrual está chegando, seja aquela sensação de inchaço abdominal ou de peso nas pernas, cólicas, surgimento de acnes ou, até mesmo, aquela vontade de comer doces. Além dos sintomas clássicos, estudos revelam que até 60% das mulheres, que sofrem com enxaquecas, percebem o aumento da frequência e da intensidade das dores de cabeça durante o período menstrual e isso tem uma explicação.

Segundo a Dra. Natália Longo, Neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, esse tipo de enxaqueca é conhecida como catamenial e tem relação direta com a menstruação. 

“As dores de cabeça correlacionadas ao período menstrual, ocorrem devido a flutuação hormonal dos hormônios ovarianos, mais especificamente a queda de estrogênio, acontecendo as dores de cabeça, geralmente dois dias antes ou até três dias depois do início do período menstrual. Essa mesma alteração hormonal é responsável por causar os outros sintomas típicos da TPM, principalmente a irritabilidade, que somados a dor de cabeça podem atrapalhar a rotina da mulher, já que as enxaquecas geralmente são acompanhadas de náuseas, vômitos e sensibilidade a luz”, explicou.

Uma das características típicas da enxaqueca menstrual é a progressão da dor, ou seja, ela começa fraca e vai ficando mais forte com o passar das horas, sendo esta dor do tipo pulsátil e com sensibilidade ao barulho e a luz.

“Quando a mulher percebe essa relação entre o seu período menstrual e o surgimento das dores de cabeça, é importante que ela passe por uma avaliação médica. Nestes casos, ginecologista e neurologista farão um trabalho em conjunto para garantir uma boa saúde íntima e, ao mesmo tempo, o alívio das enxaquecas da paciente. E, assim, receitar o tratamento mais adequado, seja por meio de medicamentos como anti-inflamatório ou mesmo contraceptivos hormonais”.

Agora, se você já tem o diagnóstico, existem algumas dicas que podem ajudar no alívio das dores de cabeça, de acordo com a Dra. Natália Longo. A primeira delas é o trabalho em conjunto do neurologista com o ginecologista, que podem escolher a melhor estratégia de tratamento com anticoncepcionais hormonais. Em segundo lugar, a mudança de hábitos, como diminuir a ingesta de doces neste período, assim como ter um medicamento para abortar a crise de dor de cabeça.

Agora, se você já tem o diagnóstico, existem algumas dicas que podem ajudar no alívio das dores de cabeça, de acordo com a Dra. Natália Longo. A primeira delas é tomar o medicamento receitado pelo seu médico assim que a dor começar, desse modo é possível evitar maiores desconfortos. Em segundo lugar, o recomendado é repousar e respirar lentamente para diminuir a sensação de dor. Além de prevenir crises, evitando lugares barulhentos e muito iluminados, e o consumo de bebidas alcoólicas, diminuindo o ritmo de trabalho e mantendo uma rotina de sono de qualidade durante todo o período menstrual.

 

Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.
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Dia do Transtorno Bipolar: sintomas distintos confundem diagnóstico

 

O diagnóstico pode demorar em média dez anos para ser estabelecido

 

30 de março é o Dia Mundial do Transtorno Bipolar em homenagem ao aniversário do pintor Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado como possível portador do transtorno. O objetivo da data é chamar a consciência mundial para transtornos bipolares e eliminar o estigma social.

 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o transtorno bipolar atinge cerca de 140 milhões de pessoas em todo o mundo e está entre as 10 principais doenças incapacitantes em adultos jovens. Já a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB) aponta que as taxas de suicídio em pacientes com bipolaridade são de 7,8% em homens e de 4,9% em mulheres.

 

“A doença é crônica, caracterizada pela recorrência de episódios de mania/hipomania e depressão. As manifestações clínicas geralmente aparecem no final da adolescência e início da fase adulta, o que leva a grandes deficiências, redução da expectativa de vida e altas taxas de mortalidade”, explica Danielle H. Admoni, psiquiatra geral, preceptora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).


 

Como identificar

O transtorno bipolar é dividido em dois grupos: tipo 1 e tipo 2. Cada um deles é determinado pelo padrão de sintomas que a pessoa apresenta, que são bastante heterogêneos.

 

No tipo 1, há episódios de mania, em que o indivíduo tem um aumento da energia, euforia, uma alegria intensa e felicidade fora do normal. Também apresenta ideias de grandeza, superioridade ou elevada autoestima e autoconfiança excessiva, que pode atingir um grau fora da realidade. A pessoa pode apresentar também irritabilidade e impulsividade de forma exacerbada.

 

“O pensamento fica acelerado, muitas ideias e projetos fluem simultaneamente ou numa sequência tão rápida que fica difícil entender sobre qual assunto a pessoa está falando”, diz a psiquiatra. Há diminuição da necessidade de sono, comportamento sexual excessivo, descontrole nos gastos e atitudes sem a percepção de sua inadequação. Fica agitado, eventualmente agressivo, distraído e totalmente desconcentrado.

 

Já no tipo 2, o quadro abrange a hipomania, cujas características são similares ao de mania, mas com sintomas mais brandos; e a depressão, envolvendo tristeza profunda, perda de interesse por tudo, pensamentos negativos (ideias de ruína, culpa, inutilidade, baixa autoestima) que podem ser intensos a ponto de configurar um delírio. Também há modificações no sono: enquanto algumas pessoas têm insônia, outras apresentam hipersonia (dormem mais do que o habitual).

 

Em relação ao apetite, pode haver aumento no consumo de alimentos como forma de aliviar a ansiedade. No entanto, a perda de apetite é mais comum neste quadro. Há também diminuição da libido, perda do prazer, fadiga excessiva e desinteresse por tudo. “A pessoa mal tem vontade de levantar da cama pela manhã ou não existe forças para realizar suas atividades básicas da vida diária”, ressalta Danielle Admoni.

 

A sequência de manifestação dos episódios maníacos/hipomaníacos e depressivos é variada, ou seja, não acontece, necessariamente, de forma alternada. Os eventos de hipomania e mania, assim como os de depressão, têm duração, em geral, de dias ou semanas.

 

Relação com suicídio


O transtorno bipolar é uma das doenças psiquiátricas com maior índice de suicídios, ao lado da depressão. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, de 30% a 50% dos pacientes com o diagnóstico tentam o suicídio, sendo que cerca de 15% cometem o ato.

 

No quadro agudo de euforia, a pessoa tem a sensação de que pode tudo, inclusive se colocar em situações de risco, podendo levar ao ato suicida. Já na depressão, a intensidade da angústia, da perda de interesse pela vida e dos pensamentos sempre negativos acaba chegando ao extremo do suicídio.

 

“Por isso, no transtorno bipolar, detectar os sintomas e o risco de um quadro suicida é uma tarefa ainda mais complexa, pois tanto na fase depressiva quanto na euforia existe a possibilidade do paciente chegar ao ponto do suicídio”, pontua Admoni.


 

Diagnóstico


O diagnóstico costuma ser bastante difícil e pode demorar em média dez anos para ser estabelecido devido a tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta (seja pela falta de conhecimento como pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão), preconceito e autoestigmatização.

 

O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos alertam para o diagnóstico do transtorno bipolar.

 

“A maioria dos pacientes não procura o psiquiatra na fase de hipomania, mas apenas quando entram em depressão. Se o diagnóstico não for exato, ou seja, se não houver uma maior investigação que aponte o transtorno bipolar, o uso de medicações antidepressivas, sem estabilização do humor, pode piorar o quadro”, alerta Danielle Admoni.


 

Causas e tratamentos


A causa exata do transtorno bipolar é desconhecida, mas estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina, serotonina e dopamina. “Esse desequilíbrio reflete uma base genética ou hereditária para o transtorno. Há também fatores ambientais/externos, conhecidos como epigenéticos, como o uso de substâncias psicoativas (anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo)”.

 

O tratamento depende da fase da doença. De acordo com a psiquiatra, os quadros maníacos/hipomaníacos são tratados com estabilizadores do humor, como o lítio, anticonvulsivantes e antipsicóticos. Já nos quadros depressivos podem ser antidepressivos devidamente associadas com estabilizadores do humor e por curto período de tempo, para evitar a ocorrência de um quadro maníaco/hipomaníaco.

 

“O transtorno bipolar tem forte impacto na vida da pessoa e de seus familiares, comprometendo aspectos sociais, afetivos e profissionais. Além disso, mais da metade dos pacientes não respondem adequadamente às medicações. Portanto, há uma necessidade urgente de tratamentos coadjuvantes, visando à remissão completa do transtorno”, finaliza Danielle Admoni.


Como a proteína pode ser uma grande aliada na jornada de emagrecimento

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Nutriente ajuda as mulheres na menopausa, provoca saciedade, controla os níveis de insulina e reduz a perda de massa muscular 

 

 

Para perder peso, não há fórmula mágica, é preciso reduzir o consumo calórico, mas para um emagrecimento saudável, a qualidade do que se come faz toda a diferença nessa jornada. Estratégias alimentares que contemplem um consumo adequado de proteínas são grandes aliadas para atingir o déficit calórico de forma apropriada. 

 

Segundo especialistas, as proteínas favorecem o ganho de massa muscular e a construção de uma composição corporal adequada para o bom funcionamento do metabolismo, provoca a sensação de saciedade e auxilia no controle da insulina, entre outras vantagens. 

 

Fome sob controle

 

A inclusão de proteínas na alimentação pode ajudar a manejar a fome e evitar excessos alimentares. No entanto, a quantidade e a qualidade da proteína são essenciais na jornada de emagrecimento. As fontes com menor teor de gordura, como frango, peixe, ovos e leguminosas, geralmente são mais eficazes na promoção da saciedade.

 

“Esses alimentos levam mais tempo para serem digeridos e absorvidos pelo organismo, o que aumenta a saciedade por um período de tempo mais longo em comparação com outros tipos de nutrientes, como carboidratos e gorduras. A ingestão de proteínas estimula a liberação de hormônios da saciedade, como a leptina, que enviam sinais ao cérebro indicando que a pessoa está satisfeita e não precisa mais comer. Além disso, para serem digeridas e metabolizadas, elas demandam mais energia do corpo do que outros nutrientes”, afirma Beatriz Tebaldi, médica da Liti, healthtech que empodera a saúde com ciência e tecnologia.

 

A proteína pode ajudar ainda no controle dos níveis de insulina, principalmente quando é consumida junto com carboidratos. “Ela diminui a velocidade com que os carboidratos são digeridos e absorvidos, o que por sua vez pode reduzir o aumento rápido e significativo nos níveis de açúcar no sangue e na liberação excessiva de insulina. Isso é conhecido como o efeito atenuante da proteína sobre a glicemia e a insulina”, explica a médica da Liti.

 

Aliada das mulheres na menopausa

 

As mulheres na menopausa podem se beneficiar de uma ingestão ligeiramente maior de proteína, essencial na manutenção da massa muscular e óssea, que podem ser afetadas negativamente durante essa fase devido às mudanças hormonais. Durante a menopausa, é indicado o consumo diário de pelo menos 1g a 1,2 g de proteína por quilo de peso corporal.

 

“Vale ressaltar que cada caso é único, ou seja, a ingestão de proteína deve ser avaliada individualmente por um profissional habilitado, considerando o estado de saúde, o estilo de vida, a prática de atividade física, entre outros fatores. Além disso, é importante destacar que a ingestão de proteína deve ser equilibrada com a dos outros nutrientes em um plano alimentar completo para manter a saúde metabólica da mulher em todas as fases da vida”, reforça Beatriz Tebaldi.

 

Suplementos substituem alimentos proteicos?

 

Os suplementos alimentares proteicos, como o whey protein, não podem substituir completamente as proteínas de origem animal ou vegetal na alimentação. ''Eles devem ser utilizados como uma ferramenta complementar para ajudar a atingir as necessidades diárias de proteína, principalmente para pessoas que têm dificuldade em obter proteínas suficientes por meio da alimentação ou que precisam de uma quantidade maior de proteína devido a atividades físicas intensas ou a algum grau de déficit muscular'', complementa a médica.

 

Proteínas de origens vegetal e animal

 

Existem na natureza fontes de proteínas de origem animal e vegetal, cada uma delas têm suas vantagens e desvantagens, e a escolha entre elas dependerá das preferências individuais, necessidades nutricionais e restrições alimentares. O ideal é incluir uma variedade de fontes de proteína na alimentação para garantir a oferta de todos os nutrientes necessários.

 

Os alimentos fontes de proteínas de origem animal são: carne, peixe, ovos e laticínios. Eles contêm todos os aminoácidos (unidades formadoras da proteína) que o corpo precisa, além de serem ricos em ferro, zinco e vitamina B12. As fontes de origem vegetal são: feijão, lentilha, grão de bico, nozes, sementes, soja e vegetais verdes folhosos. Como elas não contêm todos os aminoácidos essenciais, é importante combinar diferentes fontes de proteínas vegetais para garantir que a pessoa receba todos os aminoácidos necessários. As proteínas vegetais também são ricas em fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes.

 

Dieta hiperproteica para vegetarianos e veganos

 

É possível para vegetarianos e veganos atingirem as suas metas proteicas diárias e, caso seja recomendado, seguirem planos alimentares hiperproteicos, mantendo o balanço energético necessário para o emagrecimento. A qualidade e a quantidade das proteínas podem variar, a depender dos alimentos escolhidos, por isso é preciso combinar diferentes fontes proteicas.

 

As fontes de proteína vegetal são alimentos geralmente com maior teor de carboidratos e de gorduras, quando comparado a proteínas animais, o que pode elevar as calorias e aumentar o consumo desses outros macronutrientes ao tentar atingir a meta proteica diária recomendada. Caso o objetivo seja o emagrecimento, esses pontos devem ser considerados.


 

Como um pequeno ajuste no sono pode levar à perda de peso?

O personal trainer Caio Signoretti explica que o sono de qualidade é fundamental para manter o equilíbrio hormonal

 

Ter um sono de qualidade é importante para a manutenção do organismo e o equilíbrio hormonal. E estudos recentes, mais uma vez, comprovaram a sua importância ao relacionar o sono a perda de peso. Os pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, descobriram que aqueles que mantinham uma noite regular e ininterrupta conseguiam se adaptar melhor a dietas e planos de exercícios físicos. O artigo foi apresentado em um congresso da American Heart Foundation, em março de 2023. Para Caio Signoretti, personal trainer especialista em emagrecimento, o sono reparador é capaz de manter as taxas hormonais sob controle, fazendo com que as pessoas atinjam seus objetivos com maior facilidade. 

Para a realização do estudo, os pesquisadores recrutaram 125 adultos com sobrepeso ou obesidade, com idade média de 50 anos, e os acompanharam durante um ano. Em três momentos (no início do experimento, após seis meses, e ao final de um ano), cada um deles foram orientados a responder uma espécie de diário do sono, além de usarem, durante sete dias, um dispositivo de pulso de monitoramento do sono. No final do estudo, os cientistas descobriram que os participantes com melhor qualidade de sono eram mais propensos a praticarem atividade física e em aderir dietas. Além disso, o sono inadequado foi associado à obesidade e outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes e depressão. 

De acordo com Signoretti, o emagrecimento está baseado em três pilares, que são a alimentação, a prática de atividade física e o sono. Isso porque o sono está relacionado com o equilíbrio hormonal, que tem grande papel no emagrecimento. “A privação de sono eleva os níveis de cortisol no organismo. E esse aumento pode prejudicar a produção de outros hormônios como a testosterona, por exemplo, que prejudica não só o emagrecimento, mas também o ganho de massa muscular”, explica o profissional.

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Outro hormônio afetado pela privação de sono, segundo Caio, é a grelina, responsável pelo apetite. Sua produção desregulada pode gerar um apetite além do normal, levando a pessoa a comer mais e, ao final do dia, ter ingerido mais calorias do que o que foi gasto. 

Signoretti pontua ainda que as horas de sono ideais variam de acordo com cada um, mas deve ser em média de oito horas diárias. “O grande ponto, na verdade, não são as horas de sono, mas sim o período em que alguém passou de fato dormindo em um sono mais profundo, momento quando acontece o equilíbrio hormonal. Por isso, é chamado de sono reparador”, comenta o personal. 

Caio finaliza orientando que os indivíduos que desejam regular o sono para acelerar o emagrecimento devem criar uma rotina todos os dias a noite. “É ideal que a última refeição do dia seja feita pelo menos duas horas antes do descanso. Além disso, é recomendado que a pessoa evite exposição a luzes muito brancas, como telas de dispositivos eletrônicos, e adote atividades para desacelerar o cérebro, como a leitura de um livro ou meditação”, diz.

 

Caio Signoretti - personal trainer desde 2011, formado em Educação Física pela Unis (Centro Universitário do Sul de Minas). Se especializou em Gestão Estratégica e Inteligência em Negócios (2013) e em Musculação e Personal Trainer (2017). Desde 2017, Caio ajuda seus mais de 20 mil alunos de mais de 30 países diferentes a terem um ano de resultados em apenas três meses de treino. Tudo isso graças ao seu programa de treinamento virtual, o Personal Online.
@caionsignoretti

Epilepsia: Seconci-SP orienta sobre o diagnóstico e formas de controle

 Trata-se de uma doença neurológica grave que acomete cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil

 

Criada em 2008, no Canadá, a campanha Março Roxo tem o objetivo de conscientizar a população sobre a epilepsia e combater o preconceito que os pacientes da síndrome sofrem, além de incentivar o diagnóstico precoce. O marco da campanha é o dia 26 de março, considerado o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia. O neurologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Nardiel Alves Batista, afirma que a doença pode afetar todas as faixas etárias, embora seja mais comum nas crianças e idosos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a epilepsia atinge 50 milhões de pessoas no mundo. A estimativa é de que no Brasil, cerca de 3 milhões de pessoas sofram com os sintomas dessa doença. A epilepsia é uma doença neurológica grave, caracterizada por descargas elétricas anormais e excessivas no cérebro, que são recorrentes e geram convulsões, movimentos descontrolados do corpo e alteração nas sensações. ‘Uma perda de consciência, por exemplo, sem motivo aparente, tem de ser investigada. Muitas vezes pode ser decorrente de um problema cardíaco, mas também pode ser causada pela epilepsia”, explica o especialista.

Outro sinal de alerta é a ocorrência de crises não provocadas com intervalo entre elas de no mínimo 24 horas. “Não provocadas”, porque não deve ter havido nenhum fator precipitante, como uso de bebidas alcoólicas e drogas ilícitas, como cocaína e ecstasy.

“As crises epiléticas duram em média um minuto, no máximo um minuto e meio. O recomendado é apenas virar a cabeça da pessoa para o lado, para que ela não engasgue. Mas atenção: se a crise durar mais que cinco minutos ou a pessoa se mantiver aérea por mais de 20 minutos depois da crise, é importante chamar o SAMU, o serviço de atendimento móvel de urgência”, orienta o neurologista.


Diagnóstico e tratamento

Dr. Nardiel explica que o diagnóstico da epilepsia é feito mediante consulta clínica, exames laboratoriais e eletroencefalograma. “O ideal é acrescentar a ressonância magnética de crânio, que irá apontar as anormalidades estruturais e o local exato do cérebro que está sendo afetado”.

O médico destaca que o tratamento é individualizado. “No início, o recomendado é voltar ao neurologista a cada dois ou três meses, para acompanhar a resposta do paciente à medicação, que tem como foco deixá-lo livre de crises”.

Ele ressalta que a epilepsia não é uma doença incapacitante para o trabalho, mas é importante que o médico do trabalho conheça o problema e acompanhe como está a sua evolução e controle nos exames periódicos.

“A doença é considerada controlada, quando há ausência de crise por pelo menos um ano. Se depois de dois anos não houver crise, é recomendado fazer um eletroencefalograma e, dependendo do resultado, o médico pode começar a tirar a medicação. A doença pode ser vista como curada, quando o paciente está há 10 anos sem crise e há pelo menos 5 anos sem medicação”, informa o neurologista.

É importante lembrar que a medicação é fornecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nos postos de saúde ou na rede de farmácias populares.

 


Dente quebrado está entre as ocorrências mais comuns em viagens

Estados Unidos lideram casos de urgências odontológicas durante viagens, de acordo com a Omint Seguros

 

Quem já sofreu com dor ou com dente quebrado sabe que situações como essas atrapalham a rotina. Lidar com dor nunca é algo fácil, sobretudo quando isso acontece durante uma viagem ao exterior, onde o acesso a bons dentistas pode não ser tão simples e o valor bem oneroso. De acordo com dados da Omint Seguros, a quebra de dente está entre as ocorrências odontológicas mais comuns em viagens internacionais, seguida por dor de dente.  


“Por mais que a saúde bucal esteja em dia, imprevistos podem acontecer durante a viagem e é preciso estar preparado para lidar da maneira mais simples e ágil, principalmente se o assunto é nossa saúde e bem-estar", declara o gerente de Seguro de Vida e de Viagem da Omint Seguros, Tiago Godinho.  


Agora, essas situações possuem um peso ainda maior se alguma criança estiver envolvida. “A última coisa que queremos em uma viagem é ver uma criança sentindo dor ou com dente quebrado. Por isso, é tão importante ter a proteção de um seguro viagem bem estruturado e que ofereça atendimento de acordo com cada necessidade”, afirma o executivo.   


Godinho explica que a cobertura odontológica do Omint Seguro Viagem oferece atendimento com um dentista e, também, possibilita acesso a exames que sejam necessários. “Além disso, é preciso considerar a questão estética: durante uma viagem, quem gostaria de ficar com um dente quebrado?”, comenta. 



Como escolher o seguro viagem 


Ao contratar um seguro viagem é necessário observar algumas questões: o primeiro é o acesso fácil e ágil à seguradora na hora que a necessidade aparecer. O segundo é adquirir um seguro específico para as necessidades da sua viagem, pois nem sempre o seguro disponível no cartão de crédito é suficiente, pois possui um valor extremamente limitado e abaixo do necessário para as custas em uma viagem internacional.  


“Para ter, de fato, tranquilidade durante uma viagem é necessário contar com um seguro bem estruturado e com coberturas que possuam capital segurado alinhado com as custas do destino. E isso só pode ser oferecido por uma seguradora, que, além dessas vantagens, vai estar disponível para auxiliar o viajante no momento que a necessidade aparecer”, alerta o executivo.  


Nessa perspectiva, por exemplo, o valor a ser pago em um procedimento nos Estados Unidos é bem superior à quantia desembolsada em um país da América do Sul. Por isso, é importante avaliar bem o destino e as peculiaridades de cada lugar. “O barato pode sair bem caro ao optar por um produto que não esteja alinhado com as expectativas e que não dará a assistência necessária caso alguma urgência ocorra”, complementa Tiago.  



O que fazer caso precise de atendimento durante uma viagem internacional  


O viajante segurado pela Omint tem seu atendimento facilitado, todo em português. Basta entrar em contato com a central de atendimento que consta no bilhete, independentemente do local que estiver no mundo. Todo o processo é acompanhado pela Omint, com orientações para a resolução mais rápida e tranquila possível.     

É possível realizar uma simulação de valores para um seguro viagem internacional pelo site da Omint ou por meio do seu agente de viagem.

 

Omint


Pequenos furos no queijo podem indicar contaminação por coliforme e más condições sanitárias

Saiba como identificar as olhaduras e de que forma análises realizadas durante a produção e armazenamento podem evitá-las


Você já ouviu falar em coliformes ou olhaduras? Essas bactérias formam furinhos em alguns tipos de queijo e podem ser prejudiciais à saúde, pois indicam más condições higiênicas em processos de fabricação. Os coliformes são divididos em dois tipos: totais e fecais. O grupo dos coliformes totais fermentam a lactose sem gerar esporos, em uma temperatura de até 37ºC. Já os fecais suportam temperaturas superiores a 40ºC e podem ser associados a material fecal de humanos, bovinos, gatos, porcos e demais animais com sangue quente.

Por lei, é permitida uma Contagem Total Bacteriana de até 300 mil bactérias por mililitro em leite cru. Dentro de fábricas e indústrias, a pesquisa por Enterobacteriaceae substitui a pesquisa por coliformes, de acordo com a IN60 (Instrução Normativa nº 60), sendo solicitada a análise em leite pasteurizado, produtos lácteos em pó e demais produtos lácteos processados termicamente. Os coliformes são desnaturados facilmente com processos sanitários adequados, pois são termossensíveis e não sobrevivem a processos que envolvam temperatura elevada, como é o caso da pasteurização.

A análise microbiológica em alimentos tem como principal função garantir a segurança dos alimentos e proteger a saúde do consumidor, impedindo a distribuição de produtos contaminados e consequente ocorrência de surtos de doenças transmitidas por alimentos. 

Existem cepas de origem não intestinal, porém toda presença de coliformes deve ser considerada uma falha no processo sanitário. Em queijos, a presença de altas contagens de coliformes causa o aparecimento de olhaduras irregulares – pequenos furos visíveis a olho nu –, que ocorrem devido ao estufamento precoce, e são mais comuns em queijos frescos feitos com leite cru.


Efeitos colaterais da ingestão de coliformes

Muitas pessoas podem acabar ingerindo queijos e laticínios com coliformes sem saber, justamente por alguns tipos de queijo terem furinhos que são considerados normais, gerados por meio de formação mecânica. 

Quando há presença de coliformes, pode haver produção de toxinas que afetam o intestino grosso, gerando colite hemorrágica e síndrome urêmico-hemolítica, condições que causam diarreia sanguínea, cólicas abdominais com náuseas e vômitos, febre e doenças renais, entre outros problemas. É importante identificar a origem do queijo que está sendo consumido, para saber se o fabricante segue as normas sanitárias da Anvisa.  


Principais bactérias que contaminam o leite e seus derivados

Os chamados microrganismos patogênicos são todos aqueles que podem provocar  danos à saúde dos consumidores. Dentro desta lista, alguns podem ser transmitidos e se multiplicarem por meio do leite. Confira os principais: 

Listeria monocytogenes (patógeno que causa a listeriose e é transmitida por meio do queijo fresco, tanto pelo uso do leite cru, quanto do pasteurizado inadequadamente);

Salmonella spp. (patógenos que causam a salmonelose, causando  infecções gastrointestinais, que pode ser transmitida em queijos frescais e artesanais, como o coalho e o colonial);

Escherichia coli (contaminações por E. coli são resultantes de alimentos ou bebidas mal higienizados, bem como falta de higiene pessoal); 

Staphylococcus aureus (o risco de um surto é alto quando uma pessoa contaminada está com infecção na pele e manipula alimentos, tais como queijos, produtos lácteos fundidos, produtos lácteos em pó, doce de leite, leite condensado e demais derivados do leite). 


Como a análise do leite funciona?

Agora que você já conhece as principais bactérias contaminantes do leite, é necessário compreender como evitá-las. Algumas análises podem ser realizadas a fim de evitar a contaminação. A Kasvi comercializa produtos para laboratórios, como meios de cultura, placas de petri, alças de inoculação, e outros materiais para análise microbiológica dos alimentos, que identificam possíveis contaminações. Há uma grande variedade de meios de cultura, porém é essencial que o meio selecionado atenda as necessidades nutricionais do microrganismo analisado.  Entre as opções disponíveis para uso, destacam-se: Caldo Base Listeria Half-Fraser, Caldo Rappaport Vassiliadis, Caldo Lauril Sulfato e Ágar Baird Parker. 

Alguns testes que são realizados nos laboratórios durante o processo de fabricação são: Contagem bacteriana total (CBT); Contagem com incubação preliminar (CIP); Contagem total do leite pasteurizado (CTLP); Contagem de coliformes e Contagem de Enterobacteriaceae

 

Kasvi
www.kasvi.com.br

 

Onde nasce a brutalidade que pode levar à violência escolar?

No contexto brasileiro, terreno fértil para a agressividade que deriva do bullying, todos devem ser tratados, tanto quem recebe as intimidações, quanto os intimidadores

 

"Precisamos ficar atentos tanto para quem faz o bullying, quanto para aquele que sofre. A gente tem que levar a sério, porque pode começar como uma sensação de exclusão e de alguma forma virar uma vingança", afirma Dra. Julia Trindade, Psiquiatra Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. Não parece, mas a frase foi dita antes do ataque à Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, por um garoto do 8o. ano, de 13 anos de idade. 

Este caso recente, que as evidências indicam ter sido premeditado, se incorpora às estatísticas que destacam as escolas do Brasil como ambiente fértil para situações de intimidação, ou bullying. Em 2019, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou um estudo global, entrevistando 250 mil professores e líderes de escola, em 48 países/regiões. O resultado mostrou o Brasil como contexto mais propício ao bullying do que a grande maioria dos demais países. 

A Dra. Julia Trindade explica que quando um adolescente é alvo de bullying, ele pode experimentar uma série de emoções negativas, como medo, ansiedade, depressão e raiva, que podem levar a comportamentos perigosos ou violentos, especialmente em casos extremos. "Se essa criança é constantemente intimidada e humilhada, isso pode afetar sua autoestima e autoconfiança. Eles podem começar a se sentir desesperados e sem esperança, sem saber como lidar com a situação. Isso pode levar a comportamentos autodestrutivos, como o uso de drogas e álcool, bem como a comportamentos violentos, como o uso de armas ou o planejamento de um ataque violento contra seus agressores. E, muitas vezes, contra a própria sociedade que não o acolheu, seja o professor, o diretor da escola, as vítimas envolvidas", explica.

 

Atenção e cuidado com todo o contexto 

Segundo a especialista, não só aqueles que sofrem ou fazem bullying, mas todo o ecossistema precisa, com urgência, tratar essa questão na raiz. "A necessidade de um grupo é muito grande, especialmente nessa fase da adolescência. É uma criança buscando identificação, aprovação externa e quando se sente excluída desse grupo a que quer pertencer, onde ela sofre uma ofensa, isso tem um peso enorme", contextualiza a Dra Julia. 

Na visão dela, a criança ou o adolescente que pratica bullying também precisa de amparo. "Esse comportamento pode esconder um desejo de poder ou controle, uma pressão social, falta de empatia, exposição à violência, dificuldades em lidar com emoções e até mesmo um transtorno mental", explica, ao continuar: "Se o adolescente já tiver uma tendência genética, combinada com um ambiente invalidante, temos uma combinação 'bomba' para um transtorno mental, alerta.

 

Incentivos silenciosos dentro de casa 

Dra. Julia salienta ainda o estímulo à violência que ainda é culturalmente normalizado na educação principalmente de meninos. "Frases como 'Bate nele, revida!'; 'Se apanhar na rua, vai apanhar em casa também', são ainda comuns na educação de crianças", lamenta a psiquiatra. 

Por isso, a psiquiatra recomenda atenção e cuidado com os comportamentos de todos em casa. Muitas vezes, o pai ou a mãe se referir a colegas de trabalho, por exemplo, por apelidos, estimula "sem querer" o mesmo comportamento na criança. Muitas vezes, apelidos dados pelos próprios pais aos filhos podem engatilhar processos como esses mais graves. "A criança reproduz aquilo que escuta em casa. Os próprios pais, muitas vezes, fazem bullying com os filhos, com a questão do peso, de ir mal na escola", relata a especialista, indicando a urgência em aprender regulação emocional também por parte dos pais e cuidadores. 

Dessa forma, os educadores em casa devem estar aptos a se dedicar à formação mental saudável da criança. "Precisamos lembrar que a criança ainda não tem todas as habilidades sociais para lidar com as situações e isso pode levar a comportamentos impulsivos e agressivos. Quando elas não sabem como expressar suas emoções, a raiva pode ser uma resposta natural. As crianças não têm o córtex pré-frontal formado o suficiente para poder ter um controle inibitório, então a sensação vem e a resposta principal pode ser a raiva e não a tristeza", explica a psiquiatra.

 

Contexto atual, culto ao ódio 

Por fim, Dra. Julia também lembra como o acesso fácil à internet e a comunidades de grupos de ódio facilita e estimula ações brutais. As investigações mais atuais do caso da Escola Estadual Thomazia Montoro dão conta de que o ataque que assassinou uma professora e deixou 4 feridos foi pautado em vingança, mas já havia motivação pura por esse tipo de ataque antes mesmo do estudante se matricular na escola em que realizou as agressões. Como se sabe, ele chegou até a anunciar o ataque na rede social horas antes. "Aquela sensação de não identificação com os outros é substituída por um local onde essa pessoa se identifica com alguma coisa e, a partir daí, começa a ter ações para cada vez mais pertencer a esse novo grupo que se inseriu", explica a médica. 

 

Dra. Julia Trindade – Psiquiatra - Médica Psiquiatra - CRM 24363 - RQE 1489. Formada em Medicina pelo Universidade Federal de Pelotas, e Psiquiatra pela Universidade Federal de Santa Maria. Membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. Pós-graduada em Neurociências do Comportamento pela PUCRS. Especialista em Terapia Dialética Comportamental. Certificada pela Harvard Medical School em General Pschychiatric Management for Borderline Personality Disorder. Possui formação em Mindfulness para saúde do Instituto BreathWorks. Especialização em andamento em autismo. Projeto Farmacologia Aplicada à Medicina para o tratamento de paciente com TEPT (Transtorno do Estresse Pós-traumático). Psiquiatra Geral e da Infância e Adolescência na Rede Municipal de Biguaçu de 2017 a 2019 Curso de manejo de pacientes na emergência psiquiátrica.
drajuliatrindade


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