Cálculos feitos a
partir de dados do Movimento Circular e da GM&C apontam que a reciclagem é
um negócio rentável se feita corretamente
A reciclagem do lixo eletrônico produzido no Brasil
pode gerar 40 mil empregos diretos e no mínimo R$ 800 milhões ao ano, segundo
informações obtidas a partir de dados do Movimento Circular e da empresa
GM&C, que atua no setor. O Brasil é o quinto país maior produtor de lixo
eletrônico no mundo e produz 2 milhões de toneladas desse material por ano,
conforme o mais recente relatório, divulgado pela Organização das Nações Unidas
(ONU), em 2019 (https://ewastemonitor.info/).
De acordo com o levantamento, apenas 3% desse resíduo é reciclado.
Entre os maiores produtores de lixo eletrônico no
mundo, o Brasil apenas é superado pela China, Estados Unidos, Índia e Japão. O
coordenador do Movimento Circular, Edson Grandisoli, explica que “o foco da
reciclagem é dar um novo destino e utilização de materiais que,
tradicionalmente, ganham os aterros e lixões, fazendo com que permaneçam mais
tempo em circulação, um dos preceitos da economia circular”, aponta.
O coordenador de relações institucionais da
GM&C, Henrique Mendes, diz que atualmente não há um número oficial sobre o
total de eletroeletrônicos que são reciclados anualmente no Brasil, mas as
estimativas mostram que apenas 3% dos eletrônicos descartados estariam sendo,
de fato, reciclados de modo oficial e rastreável. Segundo ele, não existem
cifras exatas do retorno financeiro da reciclagem de lixo eletrônico no
Brasil.
Mas Mendes sinaliza com números que apontam esse
impacto. Apenas a GM&C reciclou 6 mil toneladas de eletroeletrônicos no ano
passado, operação que gerou ao menos 140 empregos diretos e outros 380
indiretos. Levando em conta que o Brasil produz 2 milhões de toneladas de lixo
eletrônico por ano, a reciclagem e reutilização de todo esse material poderia
gerar 42 mil empregos diretos e outros 110 mil empregos indiretos. “É
possível estimar o ganho social que o segmento pode proporcionar ao País,
tornando-se um importante setor da economia”, afirma o coordenador.
Grandisoli lembra que 3% da reciclagem de lixo
eletrônico no Brasil equivale a 60.000.000 de quilos. De acordo com
diferentes fontes, cada quilo desse material reciclado gera de R$ 0,40 a R$
4,00, dependendo do resíduo. “Sendo assim, a reciclagem gera hoje no Brasil em
torno de R$ 24 a R$ 240 milhões. Se todo o lixo fosse reciclado, poderíamos
chegar a uma cifra de, no mínimo, R$ 800 milhões até R$ 8 bilhões”, calcula.
Além do ganho social e econômico, a reciclagem
correta de eletroeletrônicos reduz impactos negativos ao meio ambiente, pois
entre os resíduos eletrônicos estão materiais como plástico, ferro, vidro e
metais. “Ao recuperar esses recursos na reciclagem, evitamos a necessidade de
extrair matéria prima virgem da natureza”, comenta Mendes.
Outro impacto positivo da atividade está
relacionado ao aumento da vida útil dos aterros. Quando esse material deixa de
ser enviado para os lixões para serem aterrados, os municípios reduzem os
gastos com esse serviço e os aterros têm a vida útil ampliada. “Com essas
estimativas, podemos avaliar a magnitude dos ganhos que poderão ser gerados
quando deixarmos de desperdiçar todos esses recursos e incentivarmos a cadeia
da reciclagem formal dos eletroeletrônicos”, afirma Mendes.
Os eletrônicos são equipamentos que possuem
centenas de diferentes substâncias em sua composição, algumas delas com
potencial periculosidade, podendo causar danos à saúde e ao meio ambiente caso
sejam manuseadas de forma incorreta. Por isso a reciclagem de eletrônicos no
Brasil precisa ser pautada na transparência e rastreabilidade dos processos.
Ouro do lixo
Segundo Mendes, muito se falou nos últimos anos
sobre os materiais valiosos presentes nas placas de circuito eletrônico, o que
despertou grande interesse nas pessoas, criando uma febre de empresas de
reciclagem de eletroeletrônicos em busca de ganhos fáceis e resultados rápidos
com o “ouro do lixo”, o que não se comprova na prática.
“A reciclagem de eletroeletrônicos é uma atividade
complexa e que envolve custos para que seja feita da forma ambientalmente
correta e com segurança aos funcionários que manuseiam os equipamentos”,
explica.
O coordenador da GM&C defende que a atividade
da manufatura reversa de eletroeletrônicos precisa ser oficialmente reconhecida
com a criação de um código de Classificação Nacional de Atividades Econômicas
(CNAE) específico, para que as empresas possam ter um processo de licenciamento
ambiental adequado para a atividade, garantindo a segurança ambiental e a saúde
das pessoas.
“Com a formalização das empresas do setor, será
mais fácil identificar quem realmente atua da forma correta, permitindo ainda
parcerias em busca de incentivos para viabilizar o crescimento da atividade”,
comenta Mendes. Ele diz que, para prosperar, o segmento da reciclagem de
eletroeletrônicos precisa ser uma atividade transparente e rastreável. “É um
ponto crucial para evitar o surgimento de empresas que despejam de forma ilegal
os resíduos que geram custos ou vendem partes e peças sem autorização do fabricante”,
alega.
A legislação determina que a responsabilidade
ambiental das empresas de reciclagem de material eletrônico não termina ao
contratar uma gerenciadora de resíduos, caso haja algum dano ambiental, ambas
responderão juntas. Isso também vale para eletrônicos que possuem armazenamento
de dados. “As empresas precisam garantir a destruição de dados, evitando
qualquer vazamento de informações sensíveis”, diz Mendes.
Soluções eficientes
O consumidor de eletroeletrônicos é um importante
ator no processo de reciclagem desse material. Além de fazer o descarte correto
dos produtos em desuso, ele deve ficar atento às suas necessidades reais e às
propostas das fabricantes. “O consumidor é parte fundamental desse processo,
pesquisando antes de comprar e privilegiando empresas com preocupações
socioambientais legítimas”, diz o coordenador do Movimento Circular, Edson
Grandisoli.
Valorizar produtos mais duráveis, buscar marcas que
prestam bons serviços de reparo e repensar o consumo são passos fundamentais
para construir a economia circular e um mundo melhor, defende Grandisoli.
Segundo o coordenador do Movimento Circular, para
além da questão do design dos produtos, as empresas devem criar soluções
eficientes de logística reversa para aumentar a quantidade de lixo eletrônico
coletada de forma adequada e para que esse material tenha um destino mais nobre
através do reaproveitamento e da reciclagem.
O coordenador da GM&C alega que a empresa tem
registrado um crescimento constante da preocupação da indústria de
eletroeletrônicos com o tema da Economia Circular. “Temos diversos clientes que
já possuem projetos nessa área, auxiliando os consumidores a utilizarem melhor
seus produtos, para que durem mais, além de investirem na logística reversa,
permitindo que ao final da vida útil dos produtos, eles sejam devolvidos em
locais adequados para serem coletados e enviados para a reciclagem”, alega.
A empresa também auxilia clientes a desenhar
projetos que permitam o uso de matéria prima reciclada, inserindo a questão da
circularidade desde a etapa de criação dos produtos.
Parceria
Em novembro do ano passado, o Movimento Circular e
a GM&C, especializada em logística reversa e reciclagem de equipamentos
eletroeletrônicos, selaram uma parceria para ampliar a recuperação do lixo
eletrônico e promover impactos positivos ao meio ambiente. A união de esforços
das duas organizações vai proporcionar novas ideias e projetos com potencial
grande de engajamento e multiplicação dos conceitos da economia circular.
Sobre o Movimento Circular
Criado em 2020, o Movimento Circular é um ecossistema colaborativo que se empenha em incentivar a transição da economia linear para a circular. A ideia de que todo recurso pode ser reaproveitado e transformado é o mote da Economia Circular, conceito-base do movimento. O Movimento Circular é uma iniciativa aberta que promove espaços colaborativos com o objetivo de informar as pessoas e instituições de que um futuro sem lixo é possível a partir da educação e cultura, da adoção de novos comportamentos, da inclusão e do desenvolvimento de novos processos, produtos e atitudes.
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Instagram:
@_movimentocircular Sobre a GM&C
Empresa especializada em logística reversa e reciclagem de equipamentos eletroeletrônicos, valorizando os resíduos ao recuperar os recursos, de forma eficiente e segura. Localizada em São José dos Campos, com mais de 20 anos de experiência, a GM&C é uma organização de excelência, com sólido know how e plenamente certificada, que investe nas mais avançadas tecnologias, processos inovadores e robusta gestão online, para ajudar empresas a reduzirem seus custos logísticos, desperdícios, impacto ambiental e, ao mesmo tempo, seguir atender às legislações vigentes. Possui um sistema online pioneiro para controlar todas as etapas da logística reversa, garantindo transparência, rastreabilidade e o balanço de massa, assegurando a destinação final ambientalmente adequada.
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