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segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Mioma: como o tumor benigno pode impactar na fertilidade da mulher

O mioma assusta, causa desconforto e dores em muitas mulheres. Sem os cuidados apropriados e, em casos raros, ele pode levar à infertilidade. O mioma é o tumor benigno mais comum no sistema reprodutivo feminino e pode atingir até 80% das mulheres em idade fértil. Ele cresce na parede do útero e, dependendo do tamanho e da localização no órgão, pode impactar ou não na fertilidade.

 

De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), cerca de 20% das mulheres que se submetem a tratamentos apresentam recorrência da doença em até 5 anos. Ou seja, na maioria das mulheres, não vão aparecer novos tumores. 

 

“O mioma realmente pode pegar as mulheres de surpresa, mas é importante entender o que ele realmente é e como pode ter impacto na fertilidade”, diz a especialista em reprodução assistida, Cláudia Navarro. 


 

Causa e diagnóstico 


A causa do mioma ainda é estudada pela ciência, mas acredita-se em fatores genéticos e hormonais. Para identificar o tumor, a mulher deve procurar seu ginecologista, que irá estudar as características do período menstrual da paciente. Isso porque o volume do fluxo, bem como a duração e a intensidade da cólica podem ser indicadores, principalmente naqueles casos de miomas muito grandes ou que se localizam na cavidade uterina.

 

“De qualquer maneira, para confirmar o quadro, o médico deverá solicitar exames de imagem, como ultrassom e ressonância magnética. A histeroscopia (inspeção dentro do útero) pode ser útil nos casos de miomas submucosos”, comenta a especialista. 


 

Impacto na fertilidade 


As variações de tamanho e de localização no útero determinam o impacto que ele terá na saúde do aparelho reprodutor feminino, determinando as chances de uma futura gravidez. “Normalmente, os casos que não requerem tratamento são aqueles em que o mioma é pequeno e não está distorcendo a cavidade endometrial, local onde o embrião irá se implantar”, explica a médica.

 

Um mioma muito grande ou localizado na região do endométrio merece atenção especial com relação às chances de gravidez. A mulher pode até engravidar, mas também poderá apresentar menos chances de que a gestação evolua.

 

“Existem três tipos de miomas: subseroso, intramural e submucoso. Este último é o menos comum, mas, como fica na cavidade uterina, pode ser uma causa de infertilidade”, alerta Cláudia Navarro.

 

“A cirurgia para retirada dos miomas só será necessária em casos em que o mioma cause sintomas, seja muito grande, ou seja realmente o responsável pela infertilidade ou abortos. Em casos extremos, é realizada a retirada do útero. O tratamento com medicamentos se restringe a casos muito específicos”, pondera Cláudia. 

 


Cláudia Navarro - especialista em reprodução assistida. Graduada em Medicina pela UFMG em 1988, titulou-se mestre e doutora em Medicina (obstetrícia e ginecologia) pela instituição federal. Atualmente, atua na área de reprodução humana, trabalhando principalmente os seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia ginecológica, doação e congelamento de gametas.  

 

Dia das Crianças (12.10)

 Especialistas da Rede São Camilo SP falam sobre os riscos do uso excessivo de telas


O longo período de isolamento imposto pela pandemia da Covid-19 provocou a mudança nos hábitos de muitas famílias. A psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo Dra. Aline Sabino destaca que um dos desafios é encontrar meios de estabelecer uma rotina saudável no contexto atual, mesmo após a reabertura das escolas. “Percebemos, por exemplo, que as crianças ficaram mais expostas aos dispositivos tecnológicos de telas e mídias, o que pode gerar uma série de problemas secundários à saúde dos pequenos”, complementa a pediatra Dra. Vivian Oliveira, que também atua no São Camilo SP.

Adriana Saavedra, fonoaudióloga da Rede, ressalta ainda que, embora as tecnologias sejam extremamente importantes e positivas, o uso imoderado pode favorecer dificuldades de comunicação, já que a criança não precisa expressar-se verbalmente para conseguir o que deseja ou o que está sentindo.

A especialista ressalta os reflexos deste excesso, que podem impactar até mesmo a qualidade do sono. “As expectativas de receber mensagens, checar a atualização de redes sociais ou terminar a fase de um jogo de videogame, por exemplo, têm sido citadas como prejudiciais para o sono, ainda mais em decorrência da luz azul, que irradia dos equipamentos eletrônicos e interferem na produção de hormônios que nos ajudam a relaxar e ficar sonolentos para dormir”, frisa Adriana.

Além disso, conforme a Dra. Vivian, passar muito tempo utilizando eletrônicos eleva os riscos do sedentarismo e, consequentemente, à obesidade, bem como pode potencializar atrasos no desenvolvimento cognitivo e alterações sociais, com redução da interação direta entre a criança e seus familiares e/ou cuidadores.

No entanto, compreendendo que o momento requer medidas de adaptação, as especialistas entendem que se torna mais difícil estabelecer limites saudáveis em relação ao uso das tecnologias. “Um período não pode ser rotulado ou estipulado de maneira geral. O ideal é que quanto menos melhor, e de acordo com a rotina da criança e da família”, explica a fonoaudióloga.

A pediatra reforça a importância desse cuidado, já que, usadas de forma inadequada e abusiva, as tecnologias podem ocupar o espaço de atividades importantes para o desenvolvimento infantil, como interação face a face, tempo familiar de qualidade, brincadeiras ao ar livre, exercícios físicos e, até mesmo, tempo de inatividade e ócio criativo.



Saúde auditiva

Quando pensamos em eletrônicos, não podemos desconsiderar a importância do cuidado com o uso de fones de ouvidos.

A recomendação da fonoaudióloga é de que os fones sejam usados com moderação, além de manter o volume total dos equipamentos do ambiente abaixo da metade, evitando uma exposição auditiva prolongada.

Ela lembra que os pais devem estar atentos a sinais como falta de atenção, irritação e inquietação, que podem estar relacionados a uma dificuldade auditiva. “Problemas na fala também podem se apresentar, correlacionados a uma dificuldade auditiva, o que afeta a aprendizagem e o desenvolvimento da leitura e escrita, fatores que podem se destacar durante o período de aulas virtuais”, completa.

 

Dia Mundial da Trombose: um sonoro alerta para uma doença silenciosa

Dentre todas as ações de prevenção praticadas mundo afora nesta data, uma empresa brasileira vai além e lança um estudo que promete revolucionar a área da saúde no tratamento à trombose pós-covid

A trombose é a formação de um coágulo, ou trombo, em um vaso sanguíneo e uma em cada quatro mortes no mundo está relacionada a esse mal silencioso, segundo a ISTH. Criado em 2014 pela Sociedade Internacional de Trombose e Hemostasia (ISTH), o Dia Mundial da Trombose acontece todo 13 de outubro e tem por objetivo aumentar a conscientização sobre a doença, reduzir o número de casos não diagnosticados e incentivar o apoio à pesquisa em seu combate. Nessa data, mais de 100 países se mobilizam a orientar as pessoas sobre práticas preventivas, cuidados e tratamentos da trombose. Em contrapartida, um centro de pesquisas brasileiro lança um estudo que promete revolucionar a área da saúde no tratamento de trombose pós-covid.

A Science Valley Research Institute (SVRI), empresa global de inteligência em pesquisa clínica e serviços de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na área da saúde, apresenta a análise de dados da pesquisa clínica Michelle Trial, um estudo inédito que mostra que uso de Xarelto®️ (rivaroxabana) reduz em 67% o risco de tromboses e morte cardiovascular em pacientes que desenvolveram sequelas após terem se recuperado do coronavírus.

Liderado pelo cirurgião vascular, co-fundador e presidente do Conselho de Diretores da Science Valley, Dr. Eduardo Ramacciotti, o estudo tem o potencial de ser um divisor de águas na tomada de decisão médica. Isso porque demonstrou uma redução relativa do risco de trombose (particularmente de sua forma mais grave, a embolia pulmonar) em pacientes internados por Covid-19 que fizeram uso profilático de Xarelto®️ (rivaroxabana) por 35 dias após alta hospitalar de pacientes com Covid-19, considerando que a doença está associada a um alto estado pró-trombótico observado na pandemia em pacientes com fatores de risco. Com resultados promissores, os dados comprovam que pacientes que utilizaram a droga tiveram três vezes menos risco de desenvolver trombose venosa profunda, em comparação com pacientes que não fizeram uso do medicamento.

“Esperamos que o estudo Michelle forneça evidências de alta qualidade em torno do papel da tromboprofilaxia estendida no Covid-19 e ajude a orientar as decisões médicas na prática Clínica. Esse é o primeiro estudo sobre o tema, envolvendo sequelas do Covid-19, feito por uma empresa brasileira e que terá, certamente, um impacto global.” – finaliza Ramacciotti. 

Em 2017, o Dr. Ramacciotti recebeu o prêmio Outstanding Achievement Award do Global Trombosis Forum (GTF) ligado ao North American Thrombosis Forum (NATF) por suas contribuições em educação e pesquisa em embolia pulmonar e doença arterial periférica. Sua carreira foi marcada por ter sido, além de inúmeros títulos e trabalhos publicados, diretor médico global da Bristol Myers Co R&D, em Nova York, de 2010 a 2014, onde assumiu a direção da pesquisa clínica da fase básica à fase tardia (da “bancada à cabeceira”) nas áreas cardiovasculares, incluindo o anticoagulante oral apixaban.



Science Valley Research Institute (SVRI)

www.svriglobal.com


Eduardo Ramacciotti - professor-orientador do programa de pós-graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, disciplina de Ciências da Saúde. É professor visitante do Loyola University Medical Center (Chicago, EUA), afiliado aos Departamentos de Patologia e Farmacologia. Tem amplo conhecimento na área cardiovascular, com foco em trombose, hemostasia, doenças das artérias periféricas e desenvolvimento de medicamentos. Ramacciotti é pesquisador clínico e mentor de alunos de pós-graduação e programas de PhD. Sua formação inclui os títulos de MD, MPH e PhD (em trombose), com dois programas de bolsa (pós-doutorado), incluindo pesquisa básica e clínica na Universidade de Michigan e no Centro Médico da Universidade de Loyola (Chicago, EUA). A sólida experiência inclui 95 artigos publicados, quatro livros (sumários executivos), além de ser convidado recorrente para palestras em reuniões médicas internacionais. Em 2017, o Dr. Ramacciotti recebeu o prêmio Outstanding Achievement Award do Global Trombosis Forum (GTF) ligado ao North American Thrombosis Forum (NATF) por suas contribuições em educação e pesquisa em embolia pulmonar e doença arterial periférica. Sua carreira foi marcada pelo cargo de diretor médico global da Bristol Myers Co R&D, em Nova York, de 2010 a 2014, onde assumiu a direção da pesquisa clínica da fase básica à fase tardia (da “bancada à cabeceira”) nas áreas cardiovasculares, incluindo o anticoagulante oral apixaban.

 

Outubro Rosa: Os direitos trabalhistas de quem têm câncer de mama

Outubro é um mês de conscientização e prevenção do câncer de mama. A luta das mulheres é contra a doença, e pela garantia de um tratamento digno, com o respaldo dos direitos garantidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT. Mas poucas trabalhadoras sabem quais são os seus direitos e como reivindicá-los.

Mulheres diagnosticadas com câncer de mama e que tenha Carteira de Trabalho assinada, possuem alguns direitos especiais previstos na CLT, tais como:

• Direito de se submeter ao primeiro tratamento no Sistema Único de Saúde - SUS, no prazo de até 60 dias a partir do dia em que for assinado o diagnóstico de câncer em laudo patológico.

• Direito ao saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS e do Programa de Integração Social e o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP.

• Poderá se ausentar por até três dias por ano, sem prejuízo no salário, em caso de realização de exames preventivos.

• Poderá requerer o auxílio-doença junto ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, no caso de não ter condições de trabalhar em decorrência do câncer.

• Terá direito à aposentadoria por invalidez, caso haja seja diagnosticada incapacidade permanente de exercer seu trabalho, sem chance de ser reabilitada para outra profissão.

No entanto, a legislação não é a mesma para as trabalhadoras que exercem atividades por meio de Pessoa Jurídica, o popularizado "PJ". Nesse caso a prestadora de serviço não terá todos os direitos previstos na CLT, mas poderá requerer seus direitos relacionados ao INSS, como auxílio-doença e aposentadoria, caso seja inscrita como na Previdência Social contribuinte autônoma ou como Microempreendedor Individual - MEI.

Nos casos em que a trabalhadora não possuir qualquer vínculo formal, terá que arcar com o tratamento. Nesse caso, uma saída para amenizar a escassez de recursos é recorrer ao benefício da Lei Orgânica da Assistência Social - LOAS, que garante o recebimento de um salário-mínimo mensal. Para isso devem ser cumpridos três requisitos: ter mais de 65 anos, não possuir meios de prover seu sustento e o da família, e possuir renda familiar inferior a um quarto do salário-mínimo.

Vale ainda ressaltar que nenhum paciente é obrigado a fornecer informações sobre a sua condição de saúde em processos seletivos ou durante o período de vigência do vínculo empregatício.

O empregador por sua vez não pode desligar da empresa a colaboradora portadora de doença grave, sendo considerada uma demissão discriminatória, o que garante a manutenção do emprego durante o período de tratamento.

Ainda que o empregador não tenha ciência da doença, se demitir a empregada portadora de câncer de mama, ou qualquer doença grave, a mesma poderá requerer sua reintegração ao trabalho.

Caso o empregador recuse a reintegração, a alternativa é ajuizar reclamação trabalhista perante a Justiça do Trabalho, pleiteando a nulidade da dispensa e o retorno ao trabalho.

Infelizmente, muitas mulheres passam pelo drama da doença sem recorrer aos seus direitos. Toda trabalhadora tem assegurado pela Justiça do Trabalho um tratamento com respeito e dignidade.

 


Rodrigo Papazian - especialista em direito do trabalho no escritório VC Advogados.


Mudanças do IR mexem na carga tributária e aposentadorias?

Várias perguntas surgem das mudanças no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Pessoa Física (IRPF) propostas pelo governo no PL 2337/21 de final de junho e alteradas na Câmara de Deputados em setembro. A carga tributária vai diminuir ou ser melhor distribuída? Quais seus efeitos nas empresas e nas contas públicas?

As perguntas sobre o IRPJ não surpreendem, porque o imposto arrecadou mais de R 170 bilhões em 2020 e pode passar de R 200 bilhões em 2021. Perto da metade dessa arrecadação vai constitucionalmente para Estados e municípios.

A Câmara aprovou a queda da alíquota do IRPJ dos atuais 15% para 8%, mantendo a alíquota adicional de 10% para os lucros que ultrapassem R 20 mil mensais. Em contrapartida, a distribuição de rendimentos da empresa através dos Juros sobre Capital Próprio (JCP) desapareceria, eliminando uma dedução do lucro tributável existente desde 1995. Os cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado apontam que a arrecadação do IRPJ cairia em cerca de R 50 bilhões ao ano com a queda da alíquota, e engordaria em R 6 bilhões em 2022 e em R 13 bilhões a partir de 2023 com o fim do JCP.

A proposta de mudança do IR também prevê a tributação em 15% dos dividendos, hoje isentos. Mas, nem toda distribuição de dividendos seria taxada, sendo mantida isenta aquela de rendimentos das empresas no Simples Nacional e das empresas sob lucro presumido com faturamento de até R 4,8 milhões. Também seriam excetuados os rendimentos pagos a integrantes do mesmo grupo econômico ou operando sob o regime de patrimônio de afetação, e aqueles a entidades de previdência complementar ou imunes por força constitucional.

Considerando as exceções à tributação dos dividendos e as ações que as empresas mais atingidas pelas mudanças tomariam para diminuir o pagamento de impostos, a IFI estima que a tributação dos dividendos pagos no Brasil poderia trazer R 9 bilhões ao governo em 2022 e R 30 bilhões a partir de 2023. Segundo a Receita Federal, tributar os dividendos pagos no exterior (remessa de lucros) geraria outros R 3 bilhões em 2022 e R 8 bilhões a seguir.

As contas acima indicam uma perda de receita do governo de R 32 bilhões em 2022 e neutralidade na arrecadação nos anos seguintes. Mas, a redução do IRPJ só vai ocorrer a partir da instituição do adicional de 1,5% da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) em benefício dos estados e municípios. Esse aumento, que não afeta o garimpo artesanal, levantará R 6 bilhões, segundo a IFI. O que deixará o governo no lucro com as mudanças propostas.

Considerando que a alíquota cairá para todas as empresas fora do Simples e que a distribuição de dividendos por muitas delas continuará isenta, a neutralidade na arrecadação pede que a carga tributária suba para as empresas cujo dividendo será taxado, e ainda mais para aquelas que perderam a dedutibilidade do JCP.

A troca do IRPJ pelo CFEM deve ter um impacto heterogêneo e talvez surpreendente. Ao compensar a eventual queda do valor da quase metade do IRPF transferida para os Entes mais pobres (via FPE e FPM) tributando a mineração, ela tende a prejudicar estados como Pará que arrecadam pouco IRPF e têm muita mineração, em favor daqueles que tem uma economia mais diversificada.

A Câmara também propôs reduzir a alíquota da CSLL, desde que certas vantagens tributárias fossem cortadas, o que também pode aumentar a carga tributária, mesmo que a arrecadação da CSLL caia em até R 11 bilhões ao ano como estimado pela IFI.

A CSLL é uma contribuição social parecida ao IRPJ, mas cuja receita é apenas da União. O texto da Câmara condiciona a redução da sua alíquota em um ponto percentual à descontinuação do crédito presumido concedido aos produtores e importadores de medicamentos e à tributação de numerosos produtos farmacêuticos e químicos usados na área da saúde. A primeira mudança renderia R 10 bilhões ao governo e a segunda R 4.5 bilhões, segundo a Receita Federal. Uma terceira, tributando o gás natural usado na produção de energia elétrica, traria mais R 1 bilhão. As três condições juntas fariam a carga tributária subir R 16 bilhões, acima do alívio dado pela eventual queda na alíquota da CLLS. Elas devem também impactar a inflação dos remédios e da luz elétrica ao, por exemplo, adicionar até 13% de imposto sobre o custo dos medicamentos ou GNL importados.

O projeto de lei também prevê a atualização da tabela do imposto de renda da pessoa física (IRPF), o que não ocorria desde 2015. Essa atualização procura compensar de tempos em tempos o aumento do imposto pago quando os salários sobem com a inflação e as faixas do imposto continuam fixas. Apesar de estar no mesmo projeto, ela não é uma mudança estrutural como as mudanças das alíquotas do IRPJ, tributação do dividendo, etc.

A Lei de Responsabilidade Fiscal não exige medidas específicas de compensação à atualização da tabela do IRPF exatamente porque a arrecadação do governo também tende a subir com a inflação, neutralizando o impacto fiscal da correção das faixas. No projeto atual, aliás, o ajuste devolve ao contribuinte menos do que a sua perda por conta dos mais de 30% de inflação do IPCA acumulados desde 2015.

Apenas a primeira faixa de renda da tabela do IRPF subiu perto da inflação, enquanto as faixas mais altas foram ajustadas em apenas 13%. Assim, quem ganha 3 salários mínimos continuará pagando mais imposto em termos reais do que em 2015.

A carga tributária sobre muitos trabalhadores também subirá em relação a 2015 porque o teto do desconto padrão de 20% aplicável à renda tributável encolheu em 37%. Ele passou de R 16.154,34 para R 10.563,60, também afetando quem recebe mais de 3 salários mínimos. Por exemplo: um assalariado que recebe 6 salários mínimos irá pagar R 1.600,00 (1.5 salários mínimos) a mais de imposto por ano, além de não ter sido beneficiado pela atualização das faixas do imposto.

As perdas com a correção da tabela do IRPF e redução do desconto padrão valem principalmente para quem tem renda do trabalho, como salário de carteira assinada ou aposentadoria do INSS, em contraste com quem opera como "empresário", inclusive terceirizado. Por exemplo: quem recebe um salário de R 10 mil por mês ou o teto da aposentadoria do INSS pagará R 1,5 mil a mais de imposto por ano. Porém, nada muda para o sócio de uma empresa do Simples, e o sócio principal de uma empresa de serviços profissionais com faturamento de R 3 milhões sob lucro presumido poderá receber um bônus de R 65 mil com o texto atual da Câmara.

No balanço, as mudanças do IR trazidas para o Senado aumentam a carga tributária e têm efeito incerto sobre o investimento e a eficiência da economia. Elas devem onerar o trabalho assalariado sob a CLT em relação a outros arranjos, como, por exemplo, a provisão de serviços profissionais que exijam formação técnica ou acadêmica por sócios de uma empresa sob lucro presumido e receita de até R4.8 milhões.

O efeito no investimento é ambíguo porque tornar a distribuição de dividendos mais cara pode estimular a substituição de capital por dívida. O resultado seria a maior alavancagem das empresas, sem aumentar o investimento, mas diminuindo a resiliência empresarial em um ambiente macroeconômico volátil.

A proeminência no projeto de dispositivos lidando com eventual distribuição disfarçada de lucros (toda a seção II do capítulo II) e outros possíveis artifícios sugere o aumento de ineficiências e contenciosos na esteira da tributação dos dividendos.

O PL inclui ainda diversas medidas operacionais cujos efeitos não têm sido discutidos em detalhe. A pretendida uniformização da base de cálculo do IRPJ e CSLL (seção V, capítulo III), por exemplo, pode simplificar a vida das empresas e merece destaque por ajudar a evitar que o Brasil vá na contramão da decisão da OCDE de impor um piso de 15% para tributação do lucro das empresas. Mas ela pode também alterar a carga tributária, o que precisa ser melhor analisado.

O impacto da tributação dos medicamentos nos idosos também merece ser mais estudado. Assim como o efeito da mudança do CFEM na economia de estados onde a mineração em grande escala é importante e passará a ser mais onerada.

São talvez considerações como as esboçadas acima, além da dúvida de que pela ótica da LRF a tributação dos dividendos seja necessária como medida de compensação à correção imediata dos benefícios do Bolsa Família, que motivaram o relator do projeto no Senado a dizer que sua votação requer tempo para que a sociedade entenda e avalie corretamente os impactos de mudanças que são amplas e complexas.



Seis assuntos que podem ser tema da redação do Enem 2021

Preparação para o exame precisa incluir leituras sobre conhecimentos gerais que podem ser cobrados na redação


Todos os anos, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma das principais preocupações dos estudantes que se preparam para a prova. Afinal, a redação sozinha é responsável por garantir até mil pontos para aqueles que alcançarem a nota máxima. Saber escrever bem é muito importante para conquistar esses pontos, mas não é o único fator para o sucesso. Além de respeitar as normas gramaticais e saber usar corretamente a pontuação, também é necessário ter conhecimentos sobre o tema proposto na prova.

Dentro de todo um universo de assuntos possíveis, alguns se destacam por serem atuais ou estarem muito relacionados ao cotidiano do país. Em 2020, por exemplo, o tema escolhido foi “o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. No ano anterior, 2019, por sua vez, o tema foi “a democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Mas e este ano, quais assuntos podem ser cobrados dos estudantes na redação? Para o professor de História e coordenador editorial do Sistema Positivo de Ensino, Norton Nicolazzi Junior, a principal característica do tema da redação é apresentar um problema da sociedade brasileira e pedir para que o estudante proponha uma solução. "Por isso, é importante saber quais assuntos foram debatidos no país no último ano e ler muito a respeito de cada um deles”. O especialista seleciona alguns pontos sobre os quais é aconselhável se aprofundar para o Enem 2021.


  1. Ensino a distância

A pandemia de covid-19 trouxe uma série de desafios para a educação brasileira. Um dos maiores problemas foi a questão do ensino a distância, necessário para evitar a propagação do coronavírus. Muitas escolas, principalmente da rede pública de ensino, não tinham a infraestrutura necessária para assegurar o aprendizado das crianças e adolescentes. Na outra ponta, boa parte desses estudantes não tinham acesso à internet ou a equipamentos de informática de qualidade para prosseguir com seus estudos. “Mesmo com o avanço da vacinação, esse é um assunto que deve permanecer na pauta da discussão pública por algum tempo. Afinal, não há certeza de que esta seja a última pandemia pela qual passaremos nos próximos anos, de modo que será preciso pensar estratégias positivas de ensino a distância ou ensino híbrido”, comenta Nicolazzi.


  1. Futuro dos monumentos históricos

Não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, estátuas e outros monumentos prestam homenagem às mais diversas figuras históricas. Nos últimos anos, uma parte da sociedade civil passou a questionar algumas dessas homenagens. Muitas delas fazem menção a escravocratas, por exemplo, o que, na visão de muitos pensadores, seria como premiá-los por todo o horror que causaram historicamente. Em São Paulo, a estátua do bandeirante Manuel de Borba Gato foi incendiada em protesto ao papel que essa figura histórica teve na construção do Brasil. O monumento foi inaugurado em 1963 em homenagem ao bandeirante, responsável por tomar terras e escravizar negros e indígenas nos séculos XVII e XVIII. A proposta é substituir esses monumentos por outros, que façam alusão a personagens negros, mulheres e outras figuras importantes para a luta antirracista.


  1. Evasão escolar

Não é de hoje que a evasão escolar é um problema no Brasil. Tampouco ela tem como causa única a pandemia de covid-19. No entanto, as dificuldades que muitos estudantes encontraram para se concentrar durante as aulas on-line e para ter acesso à internet de qualidade potencializaram o processo de evasão. De acordo com o estudo “Enfrentamento da cultura do fracasso escolar, do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância (Unicef), 1,38 milhão de estudantes com idades entre 6 e 17 anos abandonaram os estudos em 2020, o que representa 3,8% do total de jovens brasileiros em idade escolar. “A evasão é um problema antigo, mas que tem estado muito em evidência durante a pandemia. Ainda não há respostas certeiras para essa situação, o que pode levar esse assunto a ser cobrado de quem vai prestar o Enem”, afirma Nicolazzi. Importante saber também a diferença entre evasão e abandono escolar, para não confundir durante a construção do discurso.


  1. Superexposição a meios digitais

Segundo uma pesquisa do App Annie Intelligence, o brasileiro passa, em média, 5,4 horas por dia em frente à tela do celular. O país está em primeiro lugar no ranking mundial, seguido pela Indonésia e pela Índia (2º e 3º lugares, respectivamente). As consequências desse comportamento são inúmeras e vão desde prejuízos à visão até agravamento de transtornos que afetam a saúde mental. Quando se trata de crianças e adolescentes, a problemática é ainda mais séria. E, quanto mais a tecnologia evolui, maior a tendência de permanecer cada vez mais tempo olhando para meios digitais. Por esse motivo, para o especialista, esse também pode ser o tema da redação do Enem 2021.


  1. Democratização do acesso a museus

Em 2019, um levantamento realizado pelo instituto Oi Futuro apontou que as classes A e B são 82% do total de frequentadores dos museus brasileiros. Isso significa que mais de 80% das pessoas que têm acesso às salas cheias de arte, sons e história pertencem ao grupo com rendimento familiar de mais de R$ 9.980,00 por mês. Analisando dessa forma, uma das conclusões a que se pode chegar é que quem tem menos condições financeiras também tem menos acesso a esses espaços culturais. “Esse é um tema bem geral, mas que pode ser cobrado porque o interesse dos brasileiros por museus virtuais, durante a pandemia, cresceu 50%. Ou seja, talvez a solução seja dar condições para que as pessoas conheçam os ambientes de museu”, pondera o especialista.


  1. Crise Hídrica

Falta água e, consequentemente, energia elétrica no Brasil. Embora a crise hídrica esteja sendo mais comentada nos últimos meses, especialistas já alertavam há muito mais tempo que um cenário como esse poderia acontecer. As possíveis causas e as duras consequências desse problema são inúmeras. "Essa é uma reflexão que passa pelas mudanças climáticas, por estratégias dos órgãos públicos e também pela responsabilidade individual. Todos os ingredientes que costumam compor o tema da redação do Enem", alerta Nicolazzi.

 


Sistema Positivo de Ensino

 

Educação financeira infantil: os desafios começam em casa

A educação financeira é um tema fundamental na vida de qualquer pessoa, independente da idade. Porém, é durante a infância que o primeiro contato com o mundo das finanças é feito, seja na escola com os professores ao aprender sobre moedas, ou dentro de casa com mesada e até mesmo através dos pais, por exemplo. 

O conhecimento da educação financeira na infância ajuda a formar adultos com noção de gerenciamento de riscos, que evitam assumir dívidas incontroláveis e promovem mais cuidados no dia a dia, proporcionando melhores condições para o desenvolvimento coletivo da sociedade, de acordo com um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). 

Muitas vezes, os pais se preocupam em ensinar como as crianças devem se comportar na escola, casa dos amigos ou parentes. Além disso, essa preocupação se estende no desempenho dos pequenos em todas as matérias escolares, mas uma das coisas principais é deixada de lado: o comportamento com o dinheiro, que permeará todas as áreas da vida, durante toda a vida da criança.

Quase 70% das famílias brasileiras estão endividadas, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esse cenário confirma a tese de que o brasileiro precisa ser educado financeiramente, principalmente os mais jovens, pois sofrerão os impactos durante toda a vida adulta. 

 

Como os pais podem se educar financeiramente?

Para garantir a educação financeira dos filhos, primeiro é necessário que os pais se eduquem financeiramente. A família é a primeira e mais próxima referência de uma criança, assim, caso ela tenha o ensino na escola, mas em casa veja um cenário e exemplos totalmente diferentes, o aprendizado será seriamente comprometido. 

Embora a profissão de educador financeiro no Brasil não seja regulamentada, não tendo um órgão atuando ou fiscalizando, a área está se popularizando, sendo um dos meios possíveis para os pais buscarem se educar financeiramente. 

A fim de não correr riscos, tampouco tempo e dinheiro, a recomendação é optar por profissionais com certificações do mercado financeiro, pois conferem um “selo” de qualificação técnica ao profissional, como, por exemplo, o CFP (Certified Financial Planner), reconhecido mundialmente e, no Brasil, o CEA (Certificado de Especialista Anbima) e o AAI (Agente Autônomo de Investimentos) são duas delas. 

Também existem bons conteúdos gratuitos disponíveis na internet, porém, o desafio maior é ter cuidado com os conteúdos encontrados, além da avaliação do profissional que está passando as informações. Com o excesso de opções e diversos canais para buscar respostas, nem tudo o que se encontra é verdade.

 

Qual o papel da escola na educação financeira das crianças?

Em 2020, o Conselho Nacional de Educação, homologado pelo Ministério da Educação, determinou que todas as escolas deveriam incluir, entre as competências de ensino, a educação financeira de forma transversal, ou seja, nas aulas e projetos desenvolvidos pela unidade, para crianças e jovens do ensino Infantil ao médio. 

Os alunos podem absorver o conteúdo de uma forma lúdica, prática e adequada, entendendo a importância de lidar com o dinheiro, o que já foi um grande primeiro passo para inserir a educação financeira desde cedo. 

O uso de artifícios lúdicos como teatro, histórias e jogos, tanto de tabuleiro, quanto eletrônicos, a fim de tornar o aprendizado mais dinâmico é uma ótima prática. Além disso, é importante trabalhar com objetivos para o uso do dinheiro entre o curto e longo prazo, e por último, associar os ganhos que isso trará, além de planejar o passo a passo para a realização de sonhos e desejos, como comprar um brinquedo. 

As escolas podem otimizar bastante o resultado contratando profissionais especialistas na área para ministrar o conteúdo, mas ainda assim pedagogos e psicólogos devem compor a equipe multidisciplinar para servirem de apoio durante as aulas, garantindo melhores resultados no pograma. O conteúdo deve ser adequado para cada faixa etária, trabalhando o que as crianças ou adolescentes realmente precisam desenvolver e conseguem assimilar. 

Podemos dizer que a educação financeira contribui para o desenvolvimento do País. Se o cidadão faz bom uso do seu dinheiro, tem um consumo consciente, guarda para uma aposentadoria digna, investe em ativos que são usados para favorecer a economia, ele contribui para geração de riqueza. 

Esses dados são confirmados através de uma pesquisa mundial de educação financeira realizada em 2014 pela Standard and Poors (S&P), ranqueando 144 países, que mostra que não é por coincidência que os primeiros lugares estão ocupados predominantemente por países europeus onde o índice de desenvolvimento humano é alto. 

A Finlândia, Noruega, Dinamarca, Suécia, Israel e Canadá, são os que mais investem em alfabetização financeira para crianças, segundo a OCDE e, quando se fala de IDH, o índice de desenvolvimento humano também estão entre os primeiros. 

Por último, com mais pessoas educadas financeiramente, menor será a desigualdade social e, por consequência, os índices de criminalidade reduzirão, e a qualidade e satisfação com a vida aumentará. 

 


Thiago Martello - educador financeiro, fundou a Martello Educação Financeira em 2015, a fintech e edtech oferece planejamento financeiro com uma metodologia própria e inovadora, por meio de cursos, mentorias e diagnósticos para melhorar o relacionamento com dinheiro.  Além disso, já realizou mais de mil atendimentos e possui mais de 500 alunos. 

 

Como montar uma carteira de investimentos diversificada?

Sempre que falamos em investimentos, é fundamental saber que os produtos e sugestões feitas por profissional qualificado, no caso o assessor de investimentos, não são estáticas, portanto, variam no decorrer do tempo. Além disso, dependem de inúmeras variáveis como o cenário político, econômico, geopolítico, entre outros. 

No longo prazo, a diversificação é o fator predominante para o sucesso de uma carteira de investimentos. O segredo está em aplicar entre vários tipos de produtos, setores de atuação, mercados e moedas, por exemplo. Desta forma, a carteira estará equilibrada e os investimentos mais protegidos.  

Para um portfólio saudável, é recomendado possuir sete tipos de investimentos: 

  • Pós-fixados;
  • Prefixados;
  • Inflação;
  • Multimercado;
  • Renda Variável;
  • Alternativos;
  • Internacional. 

Existe a possibilidade de investir diretamente em produtos isolados, no caso dos pós-fixados pode ser em um CDB atrelado ao CDI, por exemplo. Outra opção é aplicar o dinheiro em outro CDB com taxa pré-estabelecida. Na inflação o investidor pode comprar títulos públicos como as NTN-Bs, ou seja, o Tesouro IPCA. Outra alternativa é o investimento em ações diversificando entre empresas e também em setores de atuação.

Conforme explicado acima, essa é uma maneira de investir em produtos de forma individualizada, ela exige uma maior dedicação e conhecimento das características de cada um deles. 

Para aqueles que possuem menos conhecimento ou tempo para se dedicar aos estudos, é possível diversificar em fundos de investimentos. Por meio deles pode-se escolher o tipo de exposição como: referenciado DI, multimercado e ações etc. Neste caso o investidor vai delegar a administração destes recursos a um profissional qualificado, chamado gestor. 

Resumindo, com essas dicas não é suficiente pensar apenas na quantidade de investimentos na carteira, mas também em quais tipos de investimentos. Pois, às vezes, investir em um único fundo já significa diversificar e ter uma parcela de investimentos internacionais ou inflação, por exemplo. 

Quando falamos sobre rentabilidade, é possível medir de forma ponderada a evolução de cada produto investido. Na XP, por exemplo, não é preciso se preocupar com isso, pois a própria corretora faz esse cálculo, inclusive, produz um gráfico para facilitar o acompanhamento da carteira do investidor. 

 

Por que as pessoas “correm” da renda variável? 

Esse tipo de investimento, de fato, não é para conservadores. Muitas vezes, as pessoas se identificam como conservadoras e acabam ficando de fora da bolsa. Porém, com conhecimento adequado é possível chegar a um cenário confortável investindo pequenas quantias na B3. Assim, esses investidores acabam descobrindo que não são tão “conservadores” quanto imaginavam. Claro que isso não é uma regra, mas em geral, o investimento ideal é aquele que te faz dormir bem, por isso, é recomendado tomar risco daquilo que você entende e se sente confortável. 

 


Diogo Santos - assessor de investimentos da iHUB, escritório credenciado à XP. 

 

Metrô de São Paulo adere ao Tampinha Legal

Lançamento será nesta quarta-feira, 13 de outubro, em alusão ao aniversário de 5 anos do programa. Coletores de tampas plásticas estarão disponibilizados nas linhas azul, verde e vermelha.


Transportando milhões de passageiros diariamente, estações do Metrô de São Paulo iniciam coletas de tampas plásticas junto ao Tampinha Legal, maior programa socioambiental de caráter educativo em economia circular de iniciativa da indústria de transformação do plástico da América Latina. O lançamento do programa nas linhas azul, verde e vermelha será nesta nesta quarta-feira, 13 de outubro, em alusão ao aniversário de 5 anos do programa que, desde 2016, gerou mais R$ 1,5 milhão de reais, destinados integralmente para as mais 340 entidades assistenciais participantes de todo o Brasil.

Segundo Simara Souza, coordenadora do Instituto SustenPlást, são novas oportunidades de destinar corretamente o plástico, uma matéria-prima valiosa e 100% reciclável. “O apoio do Metro SP é de grande representatividade. Indiscutivelmente é o reconhecimento deste trabalho precioso. Com a simples atitude do descarte correto dos resíduos plásticos, a sociedade faz a economia circular acontecer na prática, bem como para o Triple Bottom Line (sustentabilidade econômica, social e ambiental)”, explica Simara. As tampinhas retornam para a indústria como insumos para novos artefatos como baldes e bacias, escovas e vassouras, vasos de flores, etc.

Com os recursos obtidos através do Tampinha Legal, as entidades assistenciais podem adquirir medicamentos, alimentos, equipamentos, ração animal e/ou materiais escolares, bem como custear tratamentos e exames de saúde humana e animal, melhorias em suas sedes, entre outras ações. Participam do programa entidades assistenciais do terceiro setor devidamente regularizadas como Apaes, Ligas Femininas, escolas, ONGs, asilos, associações, hospitais, etc.

 

O Tampinha Legal 

O Tampinha Legal é uma iniciativa do Instituto SustenPlást com o apoio do Movimento Plástico Transforma. Através de ações modificadoras de comportamento de massa, conscientiza quanto ao destino adequado aos resíduos plásticos e faz com que a economia circular ocorra na prática.

Todos os segmentos da sociedade são convidados a juntar tampas plásticas e destiná-las para entidades assistenciais cadastradas junto ao programa que busca a melhor valorização de mercado para o material.

Os valores obtidos são destinados integralmente para as entidades assistenciais participantes sem rateios de material ou repasses de valores. O programa não recebe comissões e/ou gratificações sobre o material coletado. Em 2020 ultrapassou R$ 1 milhão de reais destinados 100% para entidades assistenciais participantes.

Recentemente, lançou no RS, o Copinho Legal que, seguindo o modelo do Tampinha Legal, destina os recursos obtidos com a venda dos descartáveis plásticos (copos, pratos e talheres) para as entidades assistenciais participantes. O Tampinha Legal atua no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Alagoas, Pernambuco, Goiás e no Distrito Federal. Em breve, será iniciado no estado da Bahia.

Em Porto Alegre, o Tampinha Legal conta com o apoio estratégico da Fundação Gaúcha dos Bancos Sociais da FIERGS. Além do aplicativo (Android e iOS) e site (tampinhalegal.com.br), onde é possível localizar várias informações tais como os pontos de coleta mais próximos, entidades assistenciais e empresas participantes, etc. também é possível acompanhar o Tampinha Legal por redes sociais, como YouTube, Instagram e Facebook.


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