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terça-feira, 13 de julho de 2021

5 dicas para melhorar a qualidade do home office

Veja como ferramentas e mudanças de hábitos podem otimizar o espaço e tempo de trabalho


Desde o início da pandemia, o ambiente da rotina profissional foi mudado para o trabalho remoto e, para algumas pessoas, ele ainda pode estar longe de voltar para o escritório. De acordo com a pesquisa da FIA Employee Experience (FEEx), 90% das 213 empresas entrevistadas aderiram o home office como alternativa para a rotina de trabalho.  

Para manter a qualidade e produtividade nesse cenário da vida profissional, é imprescindível ter um espaço adequado, ferramentas de qualidade e hábitos que melhorem a organização das tarefas do dia.  

“É importante pensar no bem-estar da rotina do home office. Usar equipamentos que proporcionem uma melhor ergonomia para as tarefas diárias melhora a qualidade da produção além de otimizar o tempo de trabalho. Para professores que ainda dão aula online, por exemplo, mesas digitalizadoras aprimoram as escritas e anotações que precisam ser feitas durante as explicações da aula,” comenta Thiago Tieri, gerente de marketing da Wacom no Brasil.  

Confira, abaixo, dicas de como otimizar o home office: 


1) Arrumar o espaço de trabalho 

Estar concentrado no momento do home office é sempre ideal. Criar um ambiente de trabalho pode parecer uma dica simples, mas é essencial. De acordo com uma pesquisa feita pela empresa Robert Half em 2020, um em cada cinco brasileiros afirmam que o maior desafio do home office é lidar com as distrações causadas por outras pessoas da casa. Portanto, definir bem o ambiente conscientiza todos do momento de trabalho em que cada um se encontra, além de tornar a rotina profissional mais agradável e trazer a sensação de escritório para o novo ambiente. 


2) Ferramentas certas otimizam e potencializam a qualidade do trabalho 

Seja para fotógrafos, professores, designers, editores, artistas ou, ainda, arquitetos: ter a ferramenta certa é crucial para garantir a qualidade da produção. Uma mesa digitalizadora é imprescindível para trazer mais agilidade para os processos criativos. Enquanto a precisão para elaborar frases ou traços com o mouse pode parecer impossível, mesmo para um profissional mais experiente, com essa ferramenta aliada ao home office é possível ter acabamentos mais ricos e realistas. Para essa melhoria, a Wacom Intuos é uma ótima opção de custo-benefício, pois, é compatível com Windows, Android e Mac, tem conexões por cabo e Bluetooth, além de acompanhar licenças de softwares criativos e educacionais por tempo limitado. A mesa digitalizadora ainda mapeia a tela do computador e permite que a caneta substitua o mouse. 


3) Ergonomia e bem-estar  

Outro ponto importante é pensar na ergonomia das ferramentas que você utiliza durante o trabalho. Ter almofadas de teclado ou mouse, cadeiras confortáveis e mesas com a altura ideal colaboram para o bem-estar do profissional e beneficiam na saúde física ao longo do tempo. A caneta usada na Wacom Intuos, por exemplo, traz um uso ergonomicamente mais fácil e confortável para quem precisa ficar muitas horas em frente ao computador, além de não ter bateria ou a necessidade de recarga, proporcionando horas de uso, sem interrupções. 


4) Listar tarefas 

Mais do que ser organizado, listar as tarefas que precisam ser feitas durante o dia é importante para otimizar o tempo. Ver quais demandas precisam ser entregues no trabalho e saber separá-las das atividades pessoais faz a distribuição das horas do dia ser mais rentável. Além disso, entender quais tarefas devem entrar em cada dia da semana prepara a agenda para o surgimento de qualquer imprevisto. 


5) Entender o horário do home office 

Estabelecer um horário exclusivo para o trabalho ajuda a criar uma rotina mais eficiente, além de entender como as demandas podem ser atendidas. Não misturar tarefas pessoais com profissionais, respeitar horários de almoço e pausas e o momento de encerrar o expediente é o ideal para que o tempo dedicado ao trabalho remoto seja otimizado. 

 



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O papel da multicanalidade na melhoria da jornada de experiência com as empresas

Estamos vivendo um momento atípico por conta da pandemia e isso não é novidade para ninguém. As mudanças provocadas do ano passado até aqui foram profundas em diversos âmbitos. Entretanto, essa nova realidade forçou as empresas e as pessoas físicas a se adaptarem e desenvolverem novas formas de atendimento, para estarem mais perto umas das outras. As empresas, por sua vez, aperfeiçoaram suas formas de estar perto dos colaboradores e, principalmente, de chegar aos clientes.

Tudo isso, para evitar situações como as que foram apontadas no estudo Percepções dos Impactos da Covid-19, do Instituto Ipsos, que ouviu participantes em 28 países e constatou que o Brasil é o local onde as pessoas mais se sentem solitárias.

A situação levou a um aumento rápido no investimento em diversos canais de atendimento para os públicos externo e interno, que buscam aproximação entre empresas, consumidores e colaboradores, em uma situação jamais enfrentada antes. Uma das percepções durante a pandemia foi sobre a busca dos consumidores pela tentativa de entender e adaptar o ambiente que tinham no mundo externo para suas casas, por exemplo, e contar com a colaboração das empresas para que isto acontecesse de maneira produtiva.

Esta tentativa de adaptação influenciou também no consumo, conforme estudo do IBGE, que mostra que mais de 92% do acesso a sites, incluindo sites de compra, é feito por meio de dispositivos móveis. Ou seja, com a pandemia, o processo de digitalização de compras acelerou ainda mais. Segundo a pesquisa da EY Parthenon, 23% dos entrevistados têm a web como o principal canal de pesquisa e descoberta de produtos. A seguir vem a televisão, com 16%, seguida pelas lojas físicas e pelas mídias sociais, com 15% cada uma.

Estes números mostram uma diversidade enorme de canais de procura online. É importante ter uma pluralidade de ofertas para se aproximar do público, mas, também, fazer com que a estratégia de multicanalidade seja, de fato, eficiente. A pandemia acelerou os processos de digitalização do varejo, por exemplo, mas criou uma necessidade ainda maior de entender essa demanda e garantir uma jornada de compra eficiente do início ao fim.

A diferenciação na jornada se dá por diversos recursos, como chatbots, por exemplo, que por sua vez, precisam ser tão eficientes no atendimento quanto um canal humanizado, seja para o cliente final ou para o colaborador que busca suporte da empresa em questões do dia a dia. Uma pesquisa da MarketsandMarkets mostrou que o mercado de chatbots deverá crescer 30% ao ano até 2024. O mesmo estudo mostrou, também, que na opinião de 89% dos consumidores, um bom atendimento é ainda mais importante por conta da pandemia, especialmente os que interagem de forma mais ágil, objetiva e humana possível.

Além disso, de acordo com o Gartner, em 2021, 15% de todas as interações de serviço com o cliente serão completadas usando inteligência artificial - com adoção significativa de voz ou texto baseado em interfaces de conversação, conduzidos por IA. Portanto, por mais paradoxal que pareça, investir em IA, mas de forma mais humana possível, é o novo caminho para as empresas falarem com seus clientes e com colaboradores, caso necessário.

Fica claro que, para ter uma omnicanalidade precisa, é necessário atenção para produzir jornadas adequadas para cada natureza do canal. E que exista valor em cada atendimento, considerando o propósito da empresa e pensando em como oferecer uma experiência que supere as expectativas de cada um dos usuários, misturando, no processo, os meios digitais de forma que eles se complementem e tornem a interação ainda mais natural.

Então, investir em um ambiente de atendimento seguro e intuitivo, seja um site, um website, um ambiente de marketplace ou até uma rede social com página estruturada, é essencial. As pessoas querem sentir que estão tendo um atendimento humanizado e próximo de sua antiga realidade, mesmo que na web.

Para aperfeiçoar o ambiente de consumo digital, é importante pensar em uma solução completa, intuitiva e que seja, também, rápida, eficaz e completa em relação aos meios de pagamento. Dessa forma, além do cartão de crédito, depósito e boleto, é importante considerar outras opções de pagamento para fidelização dos clientes e amplitude dos serviços na multicanalidade. Segundo dados do Banco Central, um dos novos modelos de pagamento que está se tornando popular entre as pessoas físicas é o Pix, já que no mês de janeiro de 2021, este método ultrapassou o número de TEDs e foi o meio utilizado em quase 65% das transferências. Uma nova tendência surgiu e deve crescer ainda mais, contando com as novas funcionalidades que o Pix irá oferecer, como Pix Garantido, para o pagamento de contas parceladas e o Pix Débito Automático, para pagamentos frequentes.

Com a observação deste cenário e com a utilização de mecanismos de inteligência de negócios, é possível estabelecer uma jornada positiva aos consumidores e colaboradores ao incrementar a aproximação das empresas com as pessoas, estimulando um atendimento personalizado que gera uma cascata de benefícios. Nessa jornada de adaptação, tanto a mudança quanto a percepção do que realmente importa, num cenário de ambiente e hábitos modificados por conta da COVID-19, são essenciais para alavancar negócios e garantir que cada vez mais pessoas tenham uma percepção de normalidade, mesmo durante a pandemia.




Michael Marinho - VP of Intelligent Outsourcing da NAVA Technology for Business

 

Interrupção de negócios na pandemia gera polêmica sobre cobertura de lucros cessantes

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A paralisação amplia busca por indenização de lucros cessantes, mas diversos questionamentos têm sido feitos sobre essa legitimidade


No momento em que vivemos, seguradoras e resseguradoras têm questionado se os seguros patrimoniais que garantem lucros cessantes, também denominados seguro de interrupção de negócios (Business Interruption), poderiam ser acionados para indenizar perdas decorrentes da imprevisível paralisação de negócios para enfrentamento da Covid-19. As soluções dependem do estipulado em cada contrato e de discussões polêmicas, e diversos segurados e corretores têm dúvidas se suas apólices preveem ou não tal cobertura. 

A discussão envolve se foi ou não incluída a cobertura para lucros cessantes e quais os acionamentos (eventos) são amparados por essa cobertura. A interpretação sobre o evento causador da interrupção obrigatória foi globalmente discutida, ou seja, se uma pandemia inesperada acionaria as coberturas previstas em contratos assinados antes da configuração dessa situação. No Brasil, essa cobertura securitária é encontrada em seguros empresariais, de riscos operacionais e de riscos nomeados, sendo os acionamentos mais comuns em situações envolvendo Incêndio, Alagamento e Desmoronamento, que geram uma paralisação das operações e consequente interrupção das atividades. O seguro empresarial geralmente é contratado por empresas de menor porte, enquanto os seguros de riscos operacionais e nomeados são mais buscados por empresas de maior porte, com riscos específicos por área de atuação. Mesmo que se trate de contratos de seguros operacionais, denominados all risks, é importante verificar alguma cláusula específica tratando de riscos excluídos. 

As regras e os critérios para operação das coberturas do seguro de lucros cessantes são estabelecidos pela Circular nº 560 da Susep, de 7 de novembro de 2017. Pela circular, entende-se por seguro de lucros cessantes aquele em que o segurado contrata pelo menos uma das seguintes coberturas: perda de lucro bruto, perda de lucro líquido, perda de receita bruta ou despesas fixas. Além disso, determina que, na estruturação de seus planos de seguro, as sociedades seguradoras poderão prever coberturas adicionais, desde que os riscos cobertos estejam diretamente relacionados com o ramo de lucros cessantes. 

Nas apólices de seguros de lucros cessantes oferecidas por aqui não é incomum a exclusão de riscos relacionados a atos emanados de autoridades públicas e até para danos decorrentes de eventos como epidemias e pandemias.  

Para empresas de médio e grande porte e que demandam apólices de Riscos Nomeados ou Operacionais com maior complexidade e Limite Máximo de Garantia (LMG) contratado, o limite e as condições das seguradoras normalmente são regidos por “contratos de resseguro”. Esses contratos seguem condições aprovadas por resseguradores globais, concentrados nos Estados Unidos e Europa – especialmente Londres. Esses mercados têm como previsão algumas exclusões mínimas e básicas, tais quais: exclusão de asbestos (amianto), atos terroristas, desapropriação e risco nuclear. As exclusões consideram que o risco de asbestos, por exemplo, não é qualificável para cobertura securitária em sua raiz, considerando não apenas suas características químicas, mas as deliberações da Organização Mundial da Saúde do produto – considerando cancerígeno para os seres humanos. O risco de atos terroristas, por exemplo, tem uma premissa distinta, pois de forma padrão é excluído de contratos de resseguro, mas pode ser contratado em outro ramo ou produto, não estando atrelado a seguro patrimonial. 

Essas exclusões regem de forma padrão os contratos de resseguro no mundo e consequentemente geram exclusões nas apólices de seguro de Risco Patrimonial no Brasil.  

Esse paralelo é importante pois ao longo dos últimos 30 anos uma série de exposições foram excluídas automaticamente dos contratos de Seguro Patrimonial para evitar ambiguidade em caso de sinistro, contudo, isso vem acontecendo com a discussão envolvendo “Silent Cyber” desde 2017 e recentemente com a paralização dos negócios devido à pandemia de Covid-19.  

Silet Cyber é um termo utilizado para descrever o risco cibernético que não é expressamente coberto e nem excluído das apólices de seguro. Em 2018 os mercados de resseguro em Londres e Miami iniciaram uma reformulação em seus contratos de Seguro Patrimonial e Transporte, para evitar que reclamações de Seguro Cibernético fossem reclamadas na apólice de Seguro Patrimonial, essas discussões geraram a criação de quatro exclusões, conhecidas como “LMA5400” e “LMA5401” (para Seguro Patrimonial) e a “LMA5402” e “LMA5403” (para Seguro de Transporte). Esse movimento dos mercados internacionais tem como principal objetivo evitar painéis e discussões sobre sinistros globais envolvendo um evento novo para a sociedade, de elevado impacto ou que tem cobertura em outras apólices.  

Essa mesma previsão existe para pandemia global, com uma exclusão padrão em contratos de resseguro de Seguro Patrimonial – entre outros ramos. Contudo, existem algumas lacunas que devem ser observadas:

 

1) A pandemia de Covid-19 foi declarada pela Organização Mundial da Saúde em 11 de março de 2020, existindo uma brecha para empresas e sinistros que tinham exclusão de pandemia, mas desde que reconhecida por uma autoridade oficial; e

2)  A exclusão existente nos contratos de resseguro para pandemia é genérica e não é clara sobre a pandemia de Covid-19 e / ou não discorrem sobre uma interrupção de negócios sobre Covid-19;

 

O primeiro item remete a uma série de indenizações pagas por seguradoras envolvendo o cancelamento de eventos entre janeiro e março de 2020, antes da pandemia global ser declarada. O mercado londrino de resseguro – Lloyd’s of London – prevê indenizações superiores a £ 3,5 bilhões para sinistros de cancelamento.  

O segundo ponto, tema central desse artigo, gerou discussões por parte de pequenos, médios e grandes negócios em âmbito global, especialmente para eventos de Interrupção de Negócios envolvendo a pandemia de Covid-19. 

Um exemplo desse fato foi em janeiro de 2021, aproximadamente 370 mil companhias entraram com um pedido à Suprema Corte britânica reivindicando o pagamento de sinistros envolvendo Interrupção de Negócios nas apólices de Seguro Patrimonial devido à pandemia de coronavírus, envolvendo seis grandes resseguradores, como: Hiscox, RSA, QBE, Argenta, Arch e MS Amlin.  

Um dos juízes do caso, Lord Briggs, disse na decisão: "No caso das seguradoras, a cobertura aparentemente previa a interrupção de negócios causada pelos efeitos de uma pandemia nacional de doença notificável era na realidade ilusória, exatamente quando poderia ter sido supostamente mais necessário aos segurados”, complementando que "Esse resultado me pareceu claramente contrário ao espírito e à intenção das disposições relevantes das políticas em questão”. 

A decisão favorável às companhias, a exemplo da citada acima, geram jurisprudência e precedentes importantes para o mercado global. O maior mercado de seguro e resseguro do mundo, Lloyd’s of London, estima que as indenizações relacionadas à pandemia de Covid-19 alcançaram £ 6,2 bilhões, sendo £ 3 bilhões exclusivamente à interrupção de negócios em apólices de Seguro Patrimonial. Esse valor é estimativo e não prevê o efeito global que decisões locais podem afetar em outros contratos e painéis em todo o mundo.  

O assunto ainda é polêmico, principalmente no mercado brasileiro, há diversos fatores que influenciam ainda se haverá ou não cobertura. Por exemplo, o que gerou aquela perda de receita? Foi um incêndio, um alagamento? Precisaria ter sido contratado algo específico? Em apólices de Risco Operacional (All Risk) a exclusão de pandemia está clara? O contrato de resseguro dispõe sobre o tema? Será que em um incêndio que foi ocasionado pela falta de manutenção dos sistemas, ou gerou alguma falha por conta da pandemia e isso gerou uma perda de receita, teria cobertura?  

São inúmeras discussões que surgem a partir deste novo cenário, uma vez que no mercado brasileiro a contratação da cobertura de Interrupção de Negócios é habitualmente atrelada a um Dano Material. Talvez, os contratos doravante devam vir explicitamente excluídos dessa cobertura em evento de pandemia. Esse movimento gerou a criação de exclusões especificas para Coronavírus em 4 de março de 2020, com a “LMA5391”, adotada pelo mercado de Lloyd’s of London nos contratos de resseguro. Outras exclusões foram explicitamente criadas, a exemplo da “LMA5395” e da “LMA5394”, com o objetivo de deixar evidente a não cobertura de eventos relacionados à pandemia de Covid-19. Como mencionado ao longo do artigo, o mercado segurador e ressegurador já passou por debates e decisões similares, contudo, as exclusões recém criadas para Covid-19 não impedem que apólices e contratos celebrados antes da incorporação dessas exclusões tenham reclamações e resultem em indenizações às companhias.   

No exterior temos alguns casos que vão abrindo precedentes aqui no Brasil. Na Inglaterra, a seguradora Hiscox chegou a um acordo com os membros do Hiscox Action Group (HAG) sobre as perdas de interrupção de negócios (BI) sofridas devido a bloqueios do governo após o surto de Covid-19. Os termos do acordo permanecem confidenciais, mas a HAG tinha originalmente como objetivo um pagamento de £ 40 milhões da Hiscox, em acordo que se refere especificamente às perdas de BI incorridas entre março e julho de 2020. Trata-se de mais um evento envolvendo Interrupção de Negócios na Inglaterra que tem decisão favorável aos segurados antes às seguradoras.  

Nas situações em que as apólices não têm regras claras com relação ao enquadramento ou à exclusão da cobertura de situações decorrentes de uma pandemia e de prejuízos resultantes de atos emanados de autoridades públicas, o judiciário tem sido acionado para interpretar e solucionar. Considerando as decisões favoráveis aos reclamantes e segurados, é incerto prever que as discussões de Seguro Patrimonial e Interrupção de Negócios devido à pandemia de Covid-19 irão se encerrar em 2021. Empresas brasileiras já se manifestaram desconfortáveis à não cobertura de Business Interruption e podem criar ações coletivas contra seguradoras.  

 


Stephanie Zalcman - CPO (Chief Placement Officer) da Wiz Soluções em Seguros e embaixadora da Sou Segura (Associação das Mulheres no Mercado de Seguros) 

 

Felipe Moreira - Gerente Comercial da Wiz Corporate Partners em Seguros e Bacharel em Relações Internacionais pela Escola Superior de Propaganda e Marketing de São Paulo e Universidade Antonio de Nebrja em Madrid (Espanha).  

 


Referências:  

https://news.sky.com/story/covid-19-supreme-court-backs-small-firms-over-business-interruption-insurance-claims-12188322

https://news.sky.com/story/covid-19-lloyds-of-london-bleeds-red-after-paying-6-2bn-in-pandemic-claims-12261072

 https://www.lmalloyds.com/LMA/Underwriting/Wordings/LMA/lma_wordings.aspx

 https://www.theguardian.com/business/2021/jun/28/insurer-hiscox-agrees-settlement-with-action-group-over-covid-losses

 

Nova pesquisa da Kerry aponta que os consumidores estão mais exigentes quanto de tema sustentabilidade em alimentos e bebidas

Consumidores buscam benefícios de sustentabilidade mais significativos e relevantes de seus alimentos e bebidas 

• Embalagem sustentável e proteção ambiental são vistas como um padrão mínimo, com a nutrição sustentável considerada como diferencial de valor agregado 


A Kerry, empresa líder mundial no desenvolvimento de soluções em Taste & Nutrition, lançou hoje uma nova pesquisa global que revela que as expectativas dos consumidores em relação à sustentabilidade estão evoluindo rapidamente, com um número crescente de demandas por mais benefícios sustentáveis em seus alimentos e bebidas. A pesquisa, que contou com mais de 14.000 consumidores entrevistados, em 18 países, revela as principais associações dos consumidores com sustentabilidade, e é uma das maiores pesquisas desse tipo já realizada até hoje. Na América Latina, foram entrevistados 4.788 consumidores nos países: México, Brasil, Colômbia, Argentina e Guatemala. 

A pesquisa mostra que, 49% dos consumidores estão agora considerando o fator sustentabilidade ao comprar alimentos e bebidas em vários níveis, e que a compreensão do consumidor sobre a questão está evoluindo de responsabilidade ambiental e social para incluir bem-estar sustentável e nutrição sustentável. Na América Latina, 75% dos consumidores são influenciados pela sustentabilidade ao comprar alimentos e bebidas em uma loja e, 72% ao comprar em um restaurante. Isso significa que associações típicas com sustentabilidade, como embalagens sustentáveis, preservação do meio ambiente e ajuda comunitária são agora consideradas como padrão para muitas pessoas. Os consumidores, particularmente aqueles situados nos mercados mais amadurecidos em relação a sustentabilidade, como o Brasil, estão considerando a sustentabilidade como algo que os afeta diretamente, e sobre o qual podem ter impacto, tais como a redução de resíduos alimentares, saúde pessoal e nutrição e alegações de rótulos limpos, tais como "de origem local", "sem ingredientes artificiais" e "orgânicos". Na América Latina, o interesse é maior do que em outras regiões, com 75% dos consumidores dizendo que esses atributos de sustentabilidade têm uma forte influência em suas decisões de compra. 

A sustentabilidade é a prioridade dos consumidores em todo o mundo, como revela a pesquisa, em que 84% dos entrevistados acreditam que é importante que cada pessoa contribua para a sustentabilidade. No entanto, a maior barreira para a adesão da sustentabilidade continua a ser a falta de compreensão dos consumidores sobre seu impacto pessoal no planeta, embora três em cada quatro esperem que as empresas invistam em sustentabilidade. 

Comentando os resultados do estudo, Soumya Nair, Diretora de Insights da Kerry disse: 

"Esta pesquisa revelou alguns resultados realmente surpreendentes que posicionaram a sustentabilidade como um fator obrigatório e não um diferencial entre os consumidores. É interessante ver a ascensão de associações intrínsecas de sustentabilidade não só em mercados mais maduros como o Reino Unido, Benelux e França, mas em todos os países. Estes consumidores com uma visão de sustentabilidade procuram ativamente produtos alimentares e bebidas que tenham um impacto significativamente positivo no planeta, bem como na sua saúde e bem-estar pessoal, procurando produtos com rótulos limpos e ingredientes de origem local. Além disso, as diferentes expectativas em relação à demografia dos consumidores mostram como eles esperam que as empresas vão além de questões como embalagens sustentáveis, emissões de carbono e conservação da água". "Estas conclusões têm grandes implicações para a indústria de alimentos e bebidas, uma vez que nos encontramos claramente num momento significativo e crítico no que diz respeito à nutrição sustentável. Ao ajudar os consumidores a acessar produtos mais sustentáveis, podemos ajudá-los a se alimentar de forma mais saudável, com menos desperdício e, como resultado, melhorar as comunidades locais". 

"A pesquisa que realizamos no relatório Kerry: Sustainability in Motion, nos dá uma imagem clara da transformação dos consumidores em direção a um estilo de vida mais sustentável. É impressionante ver como, apesar de um ano tão controverso, os consumidores continuam a priorizar atributos de sustentabilidade em suas decisões de compra de alimentos e bebidas. No entanto, é crucial compreender a percepção do consumidor latino-americanos sobre a sustentabilidade. Enquanto vemos como eles associam questões como saúde e nutrição à sustentabilidade e procuram produtos que satisfaçam suas expectativas, uma das maiores barreiras para se tornar mais sustentável é a falta de confiança nas marcas e o apoio da indústria alimentícia. É importante entender, como indústria de alimentos e bebidas, quais são os atributos prioritários para os consumidores e como alcançá-los para apoiá-los em sua jornada de sustentabilidade". - Deni Sheridan, diretora de Consumer Insights and Data da Kerry LATAM. 

Na pesquisa se destacaram quatro tipos de consumidores-chave, com base em seu entendimento e nível de adoção da sustentabilidade. Estes quatro tipos de consumidores conscientes da sustentabilidade estão em diferentes pontos da "curva de adoção da sustentabilidade" e Kerry os classificou como; Inativos, Passivos, Seguidores e Frontrunners (Pioneiros). 

O interesse em torno da sustentabilidade variou com as faixas etárias, sendo os "Millennials" (1980 - 1989), os Frontrunners, os ),mais suscetíveis a estarem profundamente envolvidos com a questão (37%). Enquanto, os seguidores (41%) são classificados como empenhados e dispostos a agir, mas esperam que os fabricantes, marcas e autoridades externas, tais como os governos, assumam a liderança na abordagem das questões de sustentabilidade. Curiosamente, é provável que este grupo seja mais jovem que os Millennials e a geração Z, ou seja, são os nascidos de 1999 a 2004. Os Passivos (17%) estão preocupados com a sustentabilidade, mas não compreendem o seu próprio impacto, enquanto os Inativos (5%) preocupam-se um pouco, mas não tomam quaisquer medidas, e o preço é uma barreira significativa à compra de produtos mais sustentáveis.

Com a Kantar estimando o poder de compra geral dos consumidores que já estão engajados com a sustentabilidade em US ﹩ 382 bilhões, há uma oportunidade significativa para os produtores e fabricantes de alimentos, a medida em que mais e mais consumidores se tornam conscientes sobre sustentabilidade e suas demandas de sustentabilidade evoluem ao longo da curva de adesão de sustentabilidade. 

Para obter mais informações, baixe o relatório completo da Kerry em https://explore.kerry.com/21LA-SustainabilityinMotionPT_Sustainabilityinmotionlandingpage.html 

* A Kerry entrevistou mais de 14.000 consumidores em 18 países da América do Norte, Europa e América Latina, incluindo a América Latina: Reino Unido, França, Suécia, Alemanha, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, Espanha, EUA, Itália, Polónia, Brasil, México, Guatemala, Argentina, Rússia e Colômbia.



Kerry 

www.kerry.com.br


Home office saudável, sem distrações e barulhos externos

Profissionais da Healthy Building Certificate, empresa que presta consultoria e certifica edificações e produtos para promover o bem-estar aos seus usuários, detalham como obter o isolamento acústico no ambiente dedicado ao trabalho em casa

 

Com a pandemia, o home office passou a ser a realidade de milhões de pessoas. Todavia, trabalhar sem a interferência de sons externos tem sido um grande desafio, que até já foi levado para a justiça brasileira | Foto: Domenico Loia/ Unsplash

 

Muito já se falou sobre o aumento do número de trabalhadores que passaram a atuar no sistema home office e precisaram promover adaptações em casa – iniciado de uma maneira improvisada, muitos brasileiros já dedicaram um espaço exclusivo para as atribuições do horário de expediente. Mas e quando a tranquilidade é atrapalhada por questões externas?  

Recentemente, a Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Birigui, no interior de São Paulo, concedeu a uma mulher, que labora em sistema remoto, a proibição de seu vizinho reproduzir música em volume excessivo. O barulho, que acontecia em períodos diurnos e noturnos, sofreu restrições de horário, uma vez que, no entendimento do juiz à frente do caso, a pandemia do Covid-19 demanda a adequação das pessoas que vivem no entorno. “Sem dúvidas, a poluição sonora é uma das vilãs do bem-estar que o trabalhador precisa para suas atividades em home office”, argumenta Allan Lopes, fundador e diretor global Healthy Building Certificate (HBC), empresa especialista na consultoria e certificações de construções saudáveis. 

A seguir, Allan e o CEO da HBC, Marcos Casado, abordam algumas ações para melhorar o bem-estar sonoro de quem deixou o escritório tradicional para trabalhar em casa. 

 

Janela acústica

 

Segundo a certificadora Healthy Building Certificate, esquadrias acústicas são aliadas na batalha de conter os ruídos externos que incomodam a vivência no escritório em casa | Foto: Unsplash

 

O primeiro passo é imaginar a concepção do home office em um cômodo mais tranquilo e, se possível, mais distante de sons externos como buzinas, ruídos de automóveis, motos, transportes em geral e até mesmo os sons de crianças brincando no playground. Todavia, caso uma decisão com essas características não seja possível e a casa do trabalhador esteja em uma localização muito movimentada, uma janela com propriedades acústicas atua como barreira para conter os ruídos de fora. 

“Diferentemente da esquadria convencional, a versão antirruído é concebida com vidro duplos de até 10 mm de espessura e uma câmara de ar ou por meio de camada de película de polivinil butiral (PVB), que atenuam os sons”, discorre Marcos. Ele explica que a atuação de lei física do ‘massa-mola-massa’, o material da janela – geralmente em alumínio –, bem como o sistema de vedação, também contribuem para o mitigar o barulho. “Não é possível considerar que a substituição por si só resultará em uma performance de 100% no isolamento, mas sem dúvidas trará ao morador a percepção de um ambiente muito mais saudável e confortável”, acrescenta. 

Entretanto, os especialistas da HBC não recomendam que as pessoas escolham, sozinhas, a janela acústica ideal para o ambiente. Para tanto, a orientação de um especialista indicará o melhor modelo, de acordo com o nível de ruído a ser isolado, e a mão-de-obra especializada para essa instalação.

 

Isolantes no ambiente  

No processo de concentração, um toc toc de sapato, TV ou o volume mais alto de uma música ligada pelo vizinho que habita o andar superior se configuram como gatilhos para incômodos que atrapalham a execução das tarefas e sentimentos de irritação e estresse. “Em um médio e longo prazo, esse desconforto torna-se muito perigoso para a saúde mental”, relata Allan. Pensando no teto, sistemas compostos por um forro de gesso (ou composto em chapas de drywall), incorporados com materiais como lã de vidro ou de rocha, atuam como amortecedores para a vibração do som não passar diretamente pela laje. “A aplicação de espumas acústicas coladas diretamente na superfície é outro artifício empregado com o propósito de se conseguir proteção”, completa o CEO da certificadora. 

Passando para as paredes, aquelas executadas também no sistema drywall podem incorporar materiais isolantes (como a lã de vidro ou de rocha), para exercer um conforto semelhante à concepção do forro. Outra possibilidade é a aplicação também de espumas acústicas, próximas à mesa de trabalho, com o propósito de amortecer o som. “Antigamente o mercado ofertava o modelo ‘casca de ovo’, que além de não propiciar uma estética interessante, remete à atmosfera de um estúdio musical. Mas hoje em dia, é possível comprar painéis absorventes ou placas, em formato hexagonal e cores diferenciadas, que permitem compor formações interessantes”, explica Marcos. Agora, se o problema for oriundo do vizinho do andar debaixo, opções como o material vinílico acústico ou o emprego de um contrapiso flutuante são algumas das saídas desenvolvidas pela indústria. 

 

A HBC explica que elementos do décor, como tapetes e cortinas, cooperam no isolamento acústico do home office| Foto: Collov Home/ Unsplash

 

Todavia, caso o morador não possa investir na execução dessas benfeitorias, os elementos do décor podem coadjuvar na tarefa de abrandar a reverberação externa. Tapetes, estantes com livros e cortinas são elementos que aliviam a onda sonora na obtenção do clima ideal para trabalhar em casa.

 

Cenário e acústica para reuniões

 

O uso de headphones é positivo em reuniões online Foto: Kelly Sikkema | Unsplash

 

Muito frequentes por meio de plataformas que permitem reuniões onlines, a dica é pensar em um cantinho com uma decoração e uma luz agradável, que pode ser conquistada pela proximidade com a janela ou, até mesmo, pelas ring lights que se popularizaram no mercado de tecnologia. A HBC ainda recomenda fones no estilo ‘headphone’ e protetores auriculares que ajudam a abafar ruídos – não só os externos, como também dos demais moradores que seguem em suas próprias atividades em casa.  

 

Bom senso e parcimônia na interação com os vizinhos 

Mesmo com todas as orientações relacionadas pela Healthy Building Certificate, com vistas ao clima saudável de trabalho, pode acontecer que o incômodo causado pelo vizinho ainda persista. Assim, seja antes das transformações ou mesmo depois, quando constatado que muitos fatores ainda influem para um isolamento pleno, o bom senso e o relacionamento amigável entre os condôminos deve ser o ponto de partida para resolver os conflitos. A ABNT NBR 10.151 (Associação Brasileira de Normas Técnicas) relata os limites sonoros, em decibéis, permitidos durante o dia e à noite. Caso não seja possível um consenso, a norma abre frente para fazer valer o art. 1277 do Código Civil, que assegura os direitos de vizinhança: “O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha”.

 


Healthy Building Certificate (HBC)


Bancos têm maior confiança nos empreendedores com mais idade

A 11ª edição da Pesquisa de Impacto, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV, revela que donos de pequenos negócios com mais de 65 anos conseguem mais crédito

 

A experiência de vida dos empreendedores, além de ajudar na gestão do negócio, também contribui para a obtenção de crédito junto às instituições financeiras. De acordo com a 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), 66% dos empreendedores com mais de 65 anos, que procuraram crédito, conseguiram empréstimos. Esse resultado é bem superior à média de sucesso, que é de 52%.

Quando comparada com os empreendedores mais novos, a diferença é ainda maior. Entre os donos de pequenos negócios com até 24 anos, as respostas positivas são dadas em 35% das solicitações, uma diferença de 86%.  “Além de muitos empreendedores da terceira idade já estarem à frente de um negócio há mais tempo e terem mais experiência de gestão, os bancos levam em consideração o histórico bancário na hora de conceder um empréstimo, o que influencia diretamente nesse resultado”, frisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

De acordo com a pesquisa, a taxa de sucesso no pedido de crédito aumenta conforme cresce a idade do empreendedor. Para o público de 36 e 45 anos, as respostas foram afirmativas em 51%; entre os de 46 e 55 anos, 53% de sucesso e entre a faixa de 56 e 65 anos, 57%. Além dos empreendedores da 3ª idade, as mulheres também recebem mais respostas positivas do que os homens. Enquanto elas têm uma taxa de sucesso em 54% das solicitações, entre os homens, esse percentual cai para metade das solicitações.  


Evolução crédito

Desde abril do ano passado, as pesquisas de impacto realizadas pelo Sebrae têm detectado um aumento na solicitação e na concessão de crédito para os pequenos negócios.  Em abril do ano passado, 30% das empresas procuravam crédito, mas apenas 11% conseguiam uma resposta positiva. Já até maio deste, metade dos pequenos negócios já haviam recorrido a crédito e destes, 52% atingiram seu objetivo. A expectativa é que a procura por crédito aumente ainda mais. De acordo com a 11ª edição da pesquisa, entre os empreendedores que procuraram crédito desde o início da pandemia, 45% deles recorreram as instituições financeiras em 2021.


Mês do crédito

O Sebrae realizou, no mês de junho, um conjunto de ações voltadas a orientar os empreendedores sobre questões relacionadas ao crédito e à gestão financeira de seus negócios. Uma das iniciativas foi o lançamento do portal Radar Financeiro. A página traz uma série de conteúdos interativos sobre crédito e finanças, onde os usuários podem saber mais sobre as diversas opções de crédito existentes no mercado, entender se a empresa precisa – realmente – de um empréstimo, conhecer alguns mitos e verdades que envolvem o tema, além de acessar vídeos, textos e cursos online gratuitos sobre o assunto. Confira também, no Instagram do Sebrae, uma série de eventos online realizados ao longo de todo o mês com especialistas convidados.


A Educação Física é possível em meio a uma pandemia?

A Educação Física é tradicionalmente considerada uma disciplina prática nas escolas, onde a proximidade e o contato físico são comuns, principalmente no Brasil, que possui uma cultura que valoriza o convívio. Com o retorno das aulas no início do ano de 2021, como abordaríamos os conteúdos previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) respeitando os protocolos sanitários?

Antes de respondermos à questão introdutória, é necessário recordarmos que com o surgimento da Covid-19, ocorreram inúmeras mudanças nas diversas áreas, e na Educação não foi diferente. A pandemia levou à implementação de métodos e ferramentas que mudaram a forma como os professores ensinam e se comunicam com os alunos e famílias. Diante dessa situação, foi necessário repensar a Educação e, em particular, a Educação Física.

Dada à situação de pandemia, percorremos um caminho de desbravamento das plataformas digitais para a realização das aulas de Educação Física. Antes tínhamos um amplo espaço e a possibilidade de contato e interação por meio da aproximação. Agora, como deveríamos interagir de maneira propositiva por meio das telas, sem interação presencial, sem contato, que é uma das características dessa área?

A prática da Educação Física, como outros componentes curriculares, aconteceu por meio de telas, microfones, plataformas diversas, compartilhamento de tela, vídeos e tantas outras ferramentas que pudessem viabilizar os conteúdos previstos pela BNCC.

O primeiro passo foi cativar as crianças para que realizassem as atividades propostas durante a aula de Educação Física em ambiente doméstico e por meios tecnológicos.

Os recursos didáticos são ferramentas imprescindíveis nesse processo e a Gamificação dinamizou o engajamento de nossos alunos. Este é um recurso didático que traz conceitos do âmbito dos jogos para o processo ensino-aprendizagem, com o objetivo de encorajar a realização de desafios ou tarefas por meio da competição. Ensinar através dos jogos é uma resposta metodológica ao nosso tempo e situação. Assim, o nosso intuito é de conquistar os estudantes, aumentar a participação nas atividades e o entusiasmo pelas aulas.

Longe das quadras, sem materiais específicos e com um espaço limitado, outra saída foi diversificar no uso de materiais para desenvolvermos os conteúdos previstos. Na grande maioria dos jogos e atividades usamos materiais alternativos, como tampinhas de garrafa pet, papel, papelão, garrafas pet, bolas de meia, cabo de vassoura, copos plásticos, balões, jornal e potes.

Esse “novo jeito” de ensinar é uma tendência da educação no século XXI e cabe a nós avaliarmos a evolução do aprendizado e as estratégias de aula que tornam essa metodologia significativa nesse processo. Após um ano, aproximadamente, nos adaptamos e temos controle parcial dessas ferramentas que tornam possível um ensino remoto de qualidade.

E no início desse ano, tudo muda novamente, nossos alunos estão de volta à escola. O tão aguardado caráter presencial, nos submeteu a protocolos rígidos de distanciamento, uso de máscara e higiene. Como abordaríamos os conteúdos previstos pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) respeitando os protocolos sanitários?

Aproveitando os espaços abertos do Colégio, mantendo o distanciamento, usando máscaras e higienizando constantemente as mãos e os materiais comuns, retomamos as aulas presencias de Educação Física. Era visível no comportamento dos alunos a necessidade de interação e movimento, mesmo com o distanciamento, o desejo de retornarem às vivências da Educação Física era explícito.

Por meio de atividades que contemplassem os conteúdos da BNCC e os protocolos sanitários, despertamos nos alunos novamente o interesse em envolver-se com exercícios corporais criando convivências harmoniosas e construtivas com os colegas e sendo capazes de reconhecer e respeitar a necessidade de mantermos os protocolos sanitários para a saúde de todos.

É muito bom vermos nossos alunos retomando alguns espaços do Colégio com todo o cuidado devido e usufruindo do convívio e da prática das aulas Educação Física.

 


Dario Alves de Andrade - professor de Educação Física no Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP).

 

Bactéria do cancro cítrico pode ser aliada na produção de biorrenováveis

Pesquisa conduzida no CNPEM revela processo biológico usado por Xanthomonas para enfraquecer a defesa das plantas e descobre enzima que será útil no aproveitamento de resíduos agroindustriais (estrutura molecular da nova classe de enzimas descoberta em Xanthomonas; imagem: acervo dos pesquisadores)
    


Xanthomonas, bactéria responsável pelo cancro cítrico e conhecida como “vilã” da citricultura, pode ser uma aliada na fabricação de produtos biorrenováveis, como etanol, tintas, plásticos e outros tipos de químicos atualmente derivados do petróleo.

Estudo publicado em junho na revista Nature Communications por um grupo do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas, revela os processos biológicos usados pela bactéria para enfraquecer o sistema de defesa das plantas. Também foi descoberta uma nova classe de enzimas (chamada de CE20) capaz de potencializar a infecção.

De acordo com a pesquisa, apoiada pela FAPESP, a bactéria mobiliza essas enzimas para destruir a parede celular da planta, que funciona como uma espécie de barreira contra a entrada de patógenos.

Ao invadir as células, elas induzem a produção de proteínas capazes de desencadear fatores que aumentam a virulência da contaminação. Entre eles está o “sistema de secreção tipo 3”, uma espécie de “agulha” molecular que a bactéria insere na parede celular degradada da planta para injetar as proteínas de virulência.

O estudo detalha a ação no nível atômico de múltiplos componentes enzimáticos de forma orquestrada para desmantelar o xiloglucano, um dos mais complexos carboidratos que dá resistência à parede celular primária das plantas. Essa descoberta revela mais uma via de sinalização que possibilita a entrada da bactéria.

“Demonstramos a existência de uma maquinaria molecular conservada nesses patógenos, especializada no xiloglucano. Elucidamos no nível bioquímico e estrutural a atuação dos componentes enzimáticos dessa maquinaria. Descobrir essas novas formas de desconstrução desse carboidrato fornece alternativas de aplicação em bioeconomia e em biorrefinaria. Podemos obter novas combinações de coquetéis enzimáticos, mais eficazes e capazes de desconstruir a biomassa vegetal para produzir, por exemplo, etanol, querosene de avião e outros químicos”, explica Mário Tyago Murakami, coordenador da pesquisa e diretor científico do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), que integra o CNPEM.

O centro já desenvolve outras plataformas microbianas para biorrefinarias, como o coquetel enzimático produzido por um fungo (RUT-C30). Com patente depositada, essa plataforma customizada para a realidade brasileira foi testada em ambiente industrial e viabiliza a montagem de biorrefinarias para obtenção de açúcares avançados a partir de resíduos agroindustriais, com menor impacto ambiental e substituindo insumos de origem fóssil.

Segundo Murakami, ao revelar os novos componentes que potencializam a infecção da planta, a pesquisa também contribui com o desenvolvimento de estratégias de combate ao cancro, com o desenho de potenciais inibidores para esse grupo de bactérias.

"Usando o patógeno do cancro cítrico como organismo modelo, mostramos que esse sistema abrange hidrolases glicosídicas distintas, transportadores de membrana específicos e uma classe inédita de esterase. Tais dados bioquímicos e mecanísticos destacam que as bactérias associadas a plantas empregam estratégias moleculares muito distintas daquelas usadas por bactérias intestinais, por exemplo, para lidar com xiloglucanos. Juntas, essas descobertas lançam luz sobre os mecanismos moleculares que sustentam o complexo sistema enzimático de Xanthomonas para despolimerizar carboidratos da parede celular vegetal e revelam um papel para esse sistema em via de sinalização para promover a virulência", escreve o grupo no artigo.

Além da citricultura, a Xanthomonas ataca vários outros tipos de plantação, como arroz, algodão e banana. Considerado uma das mais importantes doenças na citricultura mundial, o cancro cítrico provoca lesões marrons, salientes e ásperas nos frutos. Acaba levando à queda prematura das folhas e dos frutos, reduzindo a produtividade das plantas afetadas.

No ano passado, o cancro cítrico registrado no cinturão de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro, um dos maiores produtores de laranja do Brasil, cresceu 15% em relação a 2019. A doença atingiu cerca de 34 milhões de plantas, segundo levantamento do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), que apontou entre os fatores do aumento a decisão de São Paulo de permitir a manutenção de árvores sintomáticas nos pomares.

Na safra 2020/2021, a entidade já registrou a perda de 1,27 milhão de caixas do fruto (de cerca de 40 kg cada uma) em decorrência da doença.

Aplicando ciência

Para realizar a pesquisa, o grupo utilizou uma abordagem multidisciplinar, incluindo análises filogenéticas e transcriptômica, nocauteamento gênico, clonagem molecular e mutagênese, além de experimentos com luz síncrotron, como espalhamento e difração de raios X.

Os dados de difração foram adquiridos na linha de luz de cristalografia de macromoléculas MX2 da antiga fonte de luz síncrotron do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS-CNPEM). Foram usadas ainda técnicas de engenharia genética e experimentação in vivo em plantas no Laboratório Nacional de Biociências (LNBio).

O estudo levou cerca de cinco anos e envolveu 23 pesquisadores, incluindo professores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

"Não é comum no Brasil ter um conjunto de teses de doutorado e projetos de pós-doutoramento olhando sistematicamente para o mesmo problema. Essa forma de trabalho em equipe e com compartilhamento coletivo tem feito uma grande diferença nas nossas pesquisas, aumentado a capacidade de entrega e o impacto das descobertas", diz Murakami, em entrevista à Agência FAPESP.

Outro estudo da equipe envolvendo o sistema enzimático de Xanthomonas para desconstrução da parede celular vegetal foi publicado também na Nature Communicationsem janeiro. Mostrou, por meio de cálculos quânticos e experimentos em alta resolução, que enzimas de grande importância industrial (como as hidrolases glicosídicas) podem funcionar por itinerários catalíticos alternativos e viáveis do ponto de vista termodinâmico.

O trabalho quebrou o paradigma de que o itinerário catalítico (conjunto de modificações químicas e estruturais que um determinado substrato sofre pela ação de uma enzima) era único para cada par de enzima-substrato.

Essa linha de estudo vem sendo continuada na Manacá, primeira estação de pesquisa do Sirius aberta à comunidade científica e empresas interessadas em investigar a composição e a estrutura da matéria em suas variadas formas e com aplicações em várias áreas do conhecimento.

O Sirius, ligado ao CNPEM, é um acelerador de elétrons de última geração, projetado para ser uma das mais avançadas fontes de luz síncrotron do mundo na sua categoria. “No Sirius, saímos de imagens e estatísticas, para analisar eventos dinâmicos em vídeos dos processos catalíticos das enzimas descobertas nesse estudo”, afirma Murakami.

A pesquisa com a bactéria Xanthomonas teve o apoio da FAPESP por meio de dois Projetos Temáticos (15/26982-0 e 15/13684-0), quatro Bolsas de Pós-Doutorado (16/06509-017/14253-916/19995-0 e 19/13936-0) e duas Bolsas de Doutorado (17/00203-0 e 18/03724-3).

O artigo Xyloglucan processing machinery in Xanthomonas pathogens and its role in the transcriptional activation of virulence factors pode ser lido em www.nature.com/articles/s41467-021-24277-4.
 


Luciana Constantino

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/bacteria-do-cancro-citrico-pode-ser-aliada-na-producao-de-biorrenovaveis/36315/ 


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