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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Transtorno Bipolar - mitos e verdades da doença que pode afetar 6 milhões de brasileiros


Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), os estudos epidemiológicos sugerem que cerca de 1% a 6% da população tenha a doença. Estima-se, ainda, que 6 milhões de brasileiros possam sofrer com o transtorno. 

Inclusive, artistas como Catherine Zeta-Jones, Ben Stiller, Jim Carrey, Jean-Claude Van Damme, Rita Lee, Cássia Kiss e o ator Maurício Mattar já revelaram lutar contra a síndrome - condição psiquiátrica que pode ser caracterizada por sérias e intensas alterações de humor.

Apesar da alta incidência, o Transtorno Bipolar (TAB) sofre com a falta de informação e, consequentemente, preconceitos. E para desmistificar, conscientizar e tirar possíveis dúvidas, Ana Fraia, psicóloga e gestora do Hospital Dia da Clínica Maia, esclarece a seguir alguns mitos e verdade sobre o distúrbio!


PESSOAS COM O TRANSTORNO NÃO CONSEGUEM TER UMA VIDA NORMAL!

MITO – "Com um diagnóstico adequado e um tratamento correto, pessoas com TAB podem ter uma vida normal sim. É necessário, apenas, seguir as orientações médicas e terapêuticas com profissionais indicados e qualificados. Não existe cura, porém é possível controlar os sintomas, promovendo a qualidade de vida do paciente."


O TRATAMENTO É PARA A VIDA TODA!


VERDADE – "Após o diagnóstico, é feito um acompanhamento psiquiátrico permanente. Porém, o tipo de tratamento vai depender da fase, da evolução da doença e se os sintomas estão mais controlados ou não. O ajuste medicamentoso deve ser feito mensalmente, assim o médico pode avaliar os sintomas, de forma a monitorá-los e regulá-los. Além disso, a psicoterapia é altamente indicada e traz resultados bastante eficazes."


ALTERAÇÕES DE HUMOR SÃO NECESSARIAMENTE SINAIS DA SÍNDROME!


MITO – "As alterações de humor fazem parte do quadro de TAB, mas não são necessariamente sinais da doença. A síndrome se caracteriza por alterações de humor constantes, porém com alta intensidade e frequentes, capaz de alterar funções como apetite, sono, energia e que podem levar a pessoa a sofrer prejuízos sociais, desestabilizando, inclusive, entes queridos. Tudo isso sem motivos aparentes. É necessária sempre uma avaliação psiquiátrica para um diagnóstico preciso e adequado. "


A DEPRESSÃO, EM ALGUNS CASOS, PODE ESTAR DENTRO DO QUADRO DO TRANSTORNO!


VERDADE – "Sim, a depressão faz parte do quadro, que se caracteriza por oscilações entre a euforia intensa e a tristeza profunda (depressão)."


O TRANSTORNO TEM UMA FASE CHAMADA DE "MANIA"!


VERDADE – "Sim, mania é a fase de estado e humor exaltado, onde a pessoa se sente muito bem, mas de forma excessiva e inadequada. A alegria ou a sensação de euforia acontece de forma descontrolada. O paciente fica mais agitado, mais irritado, faz atividades em excesso, pode ter alterações do sono, não conseguindo dormir. A euforia é tão intensa que a pessoa não consegue se desligar. Nessa fase, o paciente pode até se colocar em risco, acreditando ser indestrutível e poderoso. Familiares, amigos, pessoas ao redor notam a alteração no comportamento facilmente, que pode vir acompanhada, ainda, de sintomas psicóticos, como alucinações auditivas, visuais ou delírios."


A DOENÇA SÓ AFETA O HUMOR!


MITO – "O transtorno afeta também a disposição, os relacionamentos interpessoais, familiares, pode prejudicar o senso crítico, capacidade para tomar decisões e incapacidade de 'administrar' o cotidiano."


TESTES LABORATORIAIS AINDA NÃO CONSEGUEM AUXILIAR NO DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME!


VERDADE – "O Transtorno Bipolar ainda não pode ser detectado com exames laboratoriais, embora estudos estejam em andamento. Só que alguns exames de sangue podem ajudar a identificar e/ou afastar outras causas que podem estar relacionadas aos sintomas apresentados pelo paciente, por exemplo, uma disfunção hormonal (Tireoide). Exames neurológicos como ressonância magnética e tomografia podem também auxiliar a descartar condições neurológicas."


A DOENÇA É NECESSARIAMENTE HEREDITÁRIA!


MITO – "O distúrbio pode contar sim com o fator hereditário, no entanto vários outros fatores contribuem para o desenvolvimento da doença, como aspectos ambientais e psicossociais. Fatores genéticos são fatores de risco, assim como fazer abuso de substâncias que atuam no sistema nervoso central (álcool, maconha, cocaína, entre outros) e aspectos sociais também podem estar associados, tais como ambientes com alta carga de conflitos ou situações traumáticas. Podemos afirmar que pessoas com histórico de TAB na família apresentam, de fato, maior pré-disposição para desencadear a doença, mas não necessariamente irão desenvolvê-la."


MUITAS PESSOAS SOFREM ANOS COM O DISTÚRBIO SEM SABER QUE O POSSUEM!


VERDADE – "Muitas vezes, por falta de informação, diagnósticos malfeitos e falta de acolhimento familiar, a pessoa pode sofrer com a doença, mas não saber e não entender o que possui. Por isso, muitas vezes ela não procura ajuda, até mesmo por se 'envergonhar' dos sintomas ou achar que faz parte da personalidade dela se comportar de tal forma. Para diagnosticar o Transtorno Afetivo Bipolar, o profissional deve, primeiramente, verificar a presença dos episódios maníacos e depressivos, cujos critérios estão presentes no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais — 5ª edição (DSM-5)."


O TRANSTORNO BIPOLAR SÓ AFETA JOVENS!

MITO – "O transtorno pode acometer a pessoa em qualquer fase de sua vida, desde a infância, adolescência até idade adulta e terceira idade."


DISSONÂNCIA COGNITIVA: COMO LIDAR COM NOVAS INFORMAÇÕES?


Uma pessoa traz consigo um sistema de informações, ideias, emoções, valores e crenças que funciona de modo harmônico e coerente, garantindo sua adaptação ao mundo real. No entanto, a cada momento, surge uma nova informação que pode ter de uma a três características: ela é indiferente aos seus interesses, podendo ou não ser absorvida por você; ela é coerente ou consistente aos seus interesses, sendo rapidamente captada, sem maiores preocupações na verificação de sua veracidade; e, por último, ela é incoerente ou incongruente, causando desconforto ou estresse à mente. Nesta terceira situação, a tendência automática é rejeitar ou eliminar esta informação (quer seja verdadeira ou falsa) para que o sistema de informações recupere sua coerência e homogeneidade.

Esta teoria, proposta por Leon Festinger, em 1957, é conhecida como a Teoria da Dissonância Cognitiva. Se, por um lado, a rápida rejeição da informação incoerente permite ao sistema de informações recuperar harmonia e consistência, por outro, esta eliminação sumária da informação independe de sua veracidade ou falsidade. Do mesmo modo, a informação coerente aos seus objetivos é rapidamente incorporada por você, sem que haja uma prévia avaliação crítica de sua veracidade. Ambas as situações trazem consigo um problema: servem apenas para manter atualização no seu sistema de informações, mesmo que haja alguma distorção ou uma visão enviesada da realidade.

A rápida e quase automática incorporação ou rejeição da nova informação está relacionada, em geral, a uma tomada de decisão de caráter emocional, tal como uma paixão, quando o racional fica em segundo plano. Muitas vezes, a nova informação requer uma assimilação significativa, trazendo insegurança e desconforto. Na História da humanidade, um exemplo mostra bem esta situação: durante muitos séculos, acreditou-se que a Terra era o centro do Universo e que o Sol girava em torno dela, até que o astrônomo Nicolau Copérnico demonstrou o contrário - a Terra não é o centro do Universo, ela simplesmente gira em torno do Sol. A humanidade demorou um bom tempo para absorver tal “dissonância cognitiva”.

E como lidar com uma nova informação incongruente com o seu sistema cognitivo? O primeiro passo é buscar um certo distanciamento emocional. Só assim, é possível fazer uma análise mais racional sobre essa nova informação. Além disso, é preciso buscar outras fontes que auxiliem na compreensão e, nos tempos atuais, que verifiquem se ela é verdadeira. Concluída esta etapa, o desafio seguinte é reformular o sistema de informações de modo que este ganhe um novo patamar de harmonia e coerência.  





Prof. Dr. Mario Louzã - médico psiquiatra, doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, Alemanha. Membro Filiado do Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (CRMSP 34330)


5 dicas para colocar as metas do ano em prática ainda em 2018


Consciência das ambições, identificação de entraves familiares e superação de autossabotagem são primeiros passos em direção aos sonhos de curto, médio e longo prazo


Com o mês de dezembro se aproximando, é hora de revisitar a lista de metas e expectativas do ano para verificar o que foi feito e correr atrás dos objetivos que não chegaram a sair do papel. Assim, é possível analisar por que algumas das ideias não foram concretizadas e as repensar. Pensando nisso, a coach Regina Silva, com 28 anos de experiência no segmento e fundadora do espaço Gyraser (www.gyraser.com.br) – voltado a cursos direcionados a autoconhecimento e desenvolvimento pessoal –, oferece alguns direcionamentos para quem deseja replanejar os sonhos de curto, médio e longo prazo antes do ano novo bater à porta.


Objetivos próprios
 
O primeiro passo em direção a um plano de metas efetivo para atingir um objetivo é reconhecê-lo como verdadeiramente seu, e não uma vontade ou imposição alheia. Caso o sonho seja passar em um vestibular de medicina, algo que pode demandar anos de estudo e dedicação, por exemplo, vale fazer os seguintes questionamentos: “Serei feliz atuando na medicina?”; “Tenho interesse sobre as diferentes áreas exploradas pela graduação?”; “O retorno financeiro será suficiente para minhas ambições?”. “Embora simples, essas perguntas iniciam um diálogo interno muito produtivo, para que o indivíduo reflita sobre o que é realmente importante para si e rascunhe os possíveis caminhos a seguir, uma vez que tenha tomado uma decisão”, afirma Regina. 


Permissão familiar
 
Muitas vezes, o fracasso não está ligado à capacidade, mas sim às suas relações familiares e interpessoais. Uma jovem que deixou o interior para estudar e trabalhar em uma metrópole e desiste de uma oportunidade no exterior, por exemplo. “A razão por trás disso pode ter ligação direta com o fato de os pais dela nunca sequer terem deixado sua cidade natal, por exemplo. Diante disso, como essa moça poderia ter a ‘arrogância’ de achar que pode conhecer outro país?”, exemplifica a coach. Inconscientemente, portanto, não há uma ‘permissão’ para que alcance esse sonho, e isso pode levar à autossabotagem. A solução é identificar os entraves que causam tal recuo por meio da análise de vínculos pessoais que furtam o indivíduo de suas ambições.


Sonhos caros e sonhos baratos
 
Outro fator que é preciso levar em consideração ao estabelecer uma meta é o quanto ela irá lhe custar, não apenas financeiramente, mas psicologicamente. Se um profissional deseja dobrar o seu salário em até dois anos, por exemplo, terá de investir mais em conhecimento – uma pós-graduação, um MBA, um curso de idiomas. Porém, se essa pessoa trabalha em uma área que detesta, se aprofundar ainda mais no segmento onde atua pode até trazer o que almeja, mas será uma caminhada em meio às pedras e o sonho sairá caro. “Para curar essa insatisfação, talvez seja mais efetivo buscar alternativas dentro da própria carreira, ou até mesmo outras fontes de renda que tragam felicidade. Dessa maneira, o caminho por uma remuneração melhor, que era o alvo inicial, se torna mais florido”, explica a fundadora do espaço Gyraser. 


Planejamento
 
A ausência de organização é um impasse para conquistar qualquer coisa. É necessário pensar as metas dentro de condições financeiras e temporais realistas e dividir o percurso em etapas, para não perder o foco. “Caso um profissional queira ter um negócio próprio e já decidiu que tipo de empresa deseja criar, por exemplo, será fundamental guardar dinheiro por determinado período antes de executar o plano. Para isso, é necessário cortar os gastos supérfluos”, comenta Regina. “O planejamento é o responsável pela transformação de sonhos em objetivos”, completa. Com pouco tempo para correr atrás das expectativas para 2018, vale se organizar para começar os projetos agora, mesmo que se estendam até 2019.


Informação
 
Identificar os verdadeiros desejos e se planejar para conquistá-los é um desafio para muitas pessoas e, por isso, é importante procurar o auxílio de profissionais que disponibilizem uma análise mais profunda e apresentem um panorama sobre os possíveis caminhos para chegar lá. Pensando nisso, o Gyraser oferece o Workshop de Metas, voltado à elaboração de um planejamento possível e assertivo para os sonhos, tendo em mente as capacidades de cada participante e utilizando técnicas baseadas em constelação familiar e coaching. O curso será realizado no dia 1º de dezembro, das 8h às 17h, em São Paulo (SP). As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de novembro, pelo valor de R$ 530.






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