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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mitos e verdades sobre o câncer de pulmão


 Só quem fuma corre o risco de desenvolver o tumor maligno que mais mata no mundo? Saiba mais.


Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a estimativa é que sejam diagnosticados mais de dois milhões de novos casos de câncer de pulmão no mundo em 20181, sendo 31.270 no Brasil2. O câncer de pulmão pode ser assintomático em estágios iniciais3, ou até confundido com outras doenças, uma vez que os sintomas mais frequentes - tais como tosse, falta de ar, dor no tórax e escarro com sangue4 – são comuns em outros problemas respiratórios. Assim sendo, o diagnóstico tende a ser desafiador e, consequentemente, tardio.
O fator de risco mais frequente é o tabagismo, responsável por 90% dos casos5, mas será que não fumantes também podem desenvolver a doença? O médico oncologista Diogo Bugano, coordenador do ambulatório de câncer de pulmão do Hospital Vila Santa Catarina, e oncologista do Hospital Albert Einstein, esclarece alguns mitos e verdades sobre o câncer de pulmão. Confira abaixo.

  • O câncer de pulmão só afeta fumantes.
MITO. Toda pessoa exposta à fumaça - de lenha, cigarro, charuto, narguilé, entre outros - pode desenvolver doenças respiratórias, incluindo o câncer de pulmão5. "Cerca de 15% dos casos de câncer de pulmão ocorre em não fumantes5. Além da exposição passiva às diversas formas de fumaça, não-fumantes podem desenvolver mutações genéticas específicas que levam ao câncer de pulmão", explica o Dr Diogo.
Com base nisso, é importante lembrar que, apesar do tabagismo ser responsável pela maioria dos casos, não fumantes também podem desenvolver esse tipo de câncer. Ao perceber algum sintoma recorrente comum da doença, é fundamental que o paciente procure um médico.

  • Existem mais de 10 subtipos do câncer do pulmão.
VERDADE. A doença é dividida em dois grandes grupos: pequenas células e não- pequenas células. O Dr Diogo explica que no grupo de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC) existem diversos subtipos. "A classificação dos subtipos é feita de acordo com os tipos de células do tumor", afirma o oncologista. Os dois subtipos mais comuns são o adenocarcinoma, responsável por 50% dos casos de CPNPC, e o carcinoma escamoso, que corresponde a 42,1%6. "O adenocarcinoma é o subtipo mais frequente, e também pode ocorrer em não fumantes e ex-fumantes".

  • Existe um subtipo de câncer de pulmão mais frequente em não fumantes.
VERDADE. Mais de 90% dos não-fumantes desenvolvem adenocarcinomas. Entre eles, 22-33% dos casos terá uma alteração genética específica em uma proteína da membrana celular das células tumorais conhecida como receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR)7. "Essa alteração praticamente não existe em fumantes, acontecendo em 5-10% dos casos8"

  • O câncer de pulmão não tem tratamento.
MITO. O Dr. Diogo afirma que o tratamento do câncer de pulmão tem avançado nos últimos 10 anos. "Mesmo sendo uma doença agressiva, tumores não-metastáticos são curados com uma combinação de cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. Mesmo tumores mais avançados têm tratamentos que garantem a sobrevida por anos e com ótima qualidade de vida", esclarece.

  • O único tratamento para o câncer de pulmão é a quimioterapia.
MITO. Atualmente, uma pequena parcela dos pacientes receberá apenas quimioterapia. Alguns receberão apenas imunoterapias, outros, quimioterapia associada a imunoterapia e outros drogas-alvo, que são medicamentos orais que bloqueiam alterações específicas de cada tumor, poupando as células sadias. "Por este motivo, hoje em dia todos os tumores metastáticos devem ser submetidos a testes em laboratório para determinar o tratamento mais adequado", explica o Dr Diogo.

Entre os pacientes com mutações de EGFR, como explicado acima, o tratamento com drogas-alvo leva a um controle de doença por anos, sem a necessidade de quimioterapia. "Esta é uma área que vem avançando muito. Recentemente tivemos a aprovação no Brasil do afatinibe, uma droga de 2ª geração que garante que alguns pacientes sigam com a doença controlada por até 2 anos10, algo que não imaginávamos 5 anos atrás", comemora o médico.






Boehringer Ingelheim
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Referências:
1. Bray F, Ferlay J, Soerjomataram I, Siegel RL, Torre LA, Jemal A Global cancer statistics 2018: GLOBOCAN estimates of incidence and mortality worldwide for 36 cancers in 185 countries CA Cancer J Clin, Published online 12 September 2018.
2. Instituto Nacional do Câncer (Inca). Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2018/casos-taxas-brasil.asp . Acesso em setembro de 2018.
3. A.C. Camargo Cancer Center. Disponível em: http://www.accamargo.org.br/tipos-de-cancer/pulmao. Acesso em setembro de 2018
4. Mascarenhas E, Lessa G. Perfil clínico e sócio-demográfico de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células atendidos num serviço privado. J Bras Oncol Clin. 2010;7(22):49-54.
5. De Souza MC, Vasconcelos AG, Rebelo MS, Rebelo PA, Cruz OG. Profile of patients with lung cancer assisted at the National Cancer Institute, according to their smoking status, from 2000 to 2007. Rev Bras Epidemiol. 2014;17(1):175-88.
6. Costa G, Thuler LC, Ferreira CG. Epidemiological changes in the histological subtypes of 35,018 non-small-cell lung cancer cases in Brazil. Lung Cancer. 2016;97:66-72.
7. Araujo LH, Baldotto C, Castro G, et al. Lung cancer in Brazil. J Bras Pneumol. 2018;44(1):55-64.
8. Shi Y, Au JS, Thongprasert S, et al. A prospective, molecular epidemiology study of EGFR mutations in Asian patients with advanced non-small-cell lung cancer of adenocarcinoma histology (PIONEER). J Thorac Oncol. 2014;9(2):154-62.
9. World Health Organization. (2015). The selection and use of essential medicines. Twentieth report of the WHO Expert Committee 2015 (including 19th WHO Model List of Essential Medicines and 5th WHO Model List of Essential Medicines for Children). World Health Organization.
10. Park K, Tan EH, O'byrne K, et al. Afatinib versus gefitinib as first-line treatment of patients with EGFR mutation-positive non-small-cell lung cancer (LUX-Lung 7): a phase 2B, open-label, randomised controlled trial. Lancet Oncol. 2016; 17 :577-89.


Obesidade pode provocar danos permanentes no joelho


Prof. Dr. Rene Abdalla, ortopedista e diretor médico do Instituto do Joelho HCor, alerta que o excesso de peso favorece o desgaste da cartilagem e com isso o aparecimento da artrose


            O mais recente levantamento sobre obesidade no Brasil aponta que 18,9% da população está obesa e 54% com sobrepeso. Os números são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção de Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) e mostram a preocupante realidade do país.

            Além das doenças metabólicas, a obesidade pode provocar problemas ortopédicos e danos permanentes nos joelhos. “Temos vários estudos que comprovam que devido à sobrecarga o surgimento da artrose é quase inevitável. O desgaste da cartilagem que protege as extremidades dos ossos que se ligam ao joelho é muito grande. Além disso, o excesso de peso reduz a mobilidade e aumenta a possibilidade de lesões futuras”, explica o Prof. Dr. Rene Abdalla, ortopedista e diretor médico do Instituto do Joelho HCor.

            Uma das maneiras de atenuar esse desgaste da cartilagem é investir em programas de perda de peso, seja por meio de dietas, reeducação alimentar e atividade física orientada. Mas o desgaste que foi feito dificilmente poderá ser recuperado.

“Os pacientes, após significativa perda de peso, sentem-se mais confortáveis e com indicação de prática de exercícios. Muitos começam a exigir mais dos joelhos. Nesse momento sentem os efeitos do antigo sobrepeso”, acrescenta Dr. Rene.

            Para evitar lesões mais graves o paciente deve procurar orientação especializada antes de iniciar qualquer tipo de exercício, principalmente os que exigem muito dos joelhos desgastados. “Esse paciente em especial precisa, antes de tudo, fortalecer a musculatura da região para ter a certeza de que está preparado para iniciar uma atividade física com uma margem de segurança”, acrescenta o ortopedista.


Dicas importantes

 Procure um especialista para orientações sobre como iniciar a prática do exercício físico.

 Alongue a musculatura para preparar o corpo, antes de iniciar a atividade.

 Fique atento aos exercícios praticados e procure uma série que melhor se ajuste as suas necessidades. Cuidado para não sobrecarregar os joelhos.

 Intercale atividades, por exemplo, corrida com musculação.

 Escolha calçados que protejam os membros inferiores de impactos e movimentos repetitivos.

 Ao primeiro sinal de dor pare os exercícios imediatamente e procure o especialista para nova avaliação.


Gravidez melhora os sintomas da endometriose?

Embora durante muito tempo, havia a crença de que a gravidez tinha um papel na melhora ou até mesmo na remissão dos sintomas da endometriose, um estudo recente, apresentado durante o VI Congresso Brasileiro de Endometriose e Cirurgia Minimamente Invasiva, que aconteceu em São Paulo, no mês de setembro, as evidências atuais disponíveis sugerem que a gestação não resulta em benefícios ou melhora dos quadros de endometriose.

O estudo, publicado no jornal científico Human Reproduction, foi uma revisão da literatura disponível sobre gravidez e endometriose, entre os anos de 1966 e 2017.

Segundo o ginecologista Dr. Edvaldo Cavalcante, médico assistente do Ambulatório de Algia Pélvica da Universidade Estadual de São Paulo (UNIFESP), a endometriose é cercada de mitos, sendo um deles a questão da gravidez como recurso para melhora dos sintomas.
     
“O estudo mostrou que os resultados a respeito dos efeitos da gravidez na endometriose são controversos. Também apontou que há evidências crescentes de que a endometriose pode interferir no sucesso da gravidez. Assim, é preciso orientar corretamente as pacientes sobre o assunto”, comenta Dr. Edvaldo.

“Isso porque em 55% dos casos, a endometriose pode levar à infertilidade. Além disso, enquanto algumas lesões da endometriose apresentam regressão durante a gravidez, outras podem permanecer estáveis ou ainda aumentarem. O único efeito claro é que na gravidez, por conta da amenorreia (cessação da menstruação), não surgem novos focos de endometriose”, ressalta o ginecologista.

O estudo apresentado durante o Congresso não foi conclusivo e novas pesquisas serão feitas para entender os efeitos da gravidez nas mulheres com endometriose.
 


Endometriose, aborto espontâneo e outras intercorrências na gravidez

Quando se fala de gravidez e endometriose, há outros aspectos que precisam ser bem avaliados. Segundo um estudo, quando a mulher tem endometriose profunda, ou seja, a forma mais agressiva da doença, há taxas mais elevadas de placenta prévia, aborto espontâneo, restrição do crescimento intrauterino, parto prematuro e distúrbios hipertensivos.



O que realmente melhora os sintomas da endometriose?

“Nem todas as mulheres apresentam manifestações clínicas da endometriose. Outro ponto é que há pacientes com endometriose profunda sem sintomas e há outras com pequenos focos e manifestações importantes”, comenta Dr. Edvaldo.

A dor pélvica crônica é a principal queixa e afeta cerca de 70% das mulheres diagnosticadas com a endometriose. O tratamento pode ser feito com medicamentos.

"Quando não há resposta ou ainda quando há contraindicação para o uso da terapia hormonal, a cirurgia é recomendada para remover os focos da endometriose. O procedimento também ajuda as mulheres que pretendem engravidar, já que esse grupo não pode usar os hormônios para alívio dos sintomas”, explica o cirurgião ginecológico.

Por fim, Dr. Edvaldo lembra que a gravidez de uma mulher com endometriose deve ser acompanhada de perto, com cuidados mais intensos durante o pré-natal, em vista das evidências que sugerem os riscos aumentados de intercorrências.


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