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sábado, 13 de outubro de 2018

19/10 - Dia Nacional da Inovação: como inovar nos negócios?


No próximo dia 30 de outubro, a norma ISO 50.501, referente a inovação, será publicada oficialmente na Europa. Curiosamente, no dia 19 do mesmo mês se comemora, no Brasil, o Dia Nacional da Inovação. Certamente, esse é um dos temas da atualidade e qualquer empresa que busque se destacar precisa estar alinhada a esse novo mindset.

De acordo com dados do SENAI/CIESP SP, mais de 50% das indústrias nos EUA e Europa estão buscando processos de inovação e da chamada Indústria 4.0, que abrange o uso de tecnologias como robôs, inteligências artificiais, Big Data, entre outras. Na Índia e China, esses números chegam a 25%. No Brasil, apenas 2% das empresas se enquadram nessa categoria. Mais uma vez, nosso país está ficando para trás em algo que já não é tendência, é realidade. Se não ocorrer uma rápida adaptação, a indústria brasileira será engolida. 

Muito se tem falado sobre inovação por aqui, mas poucas medidas estão sendo tomadas. Várias empresas se julgam inovadoras apenas por adotarem alguma tecnologia de forma isolada. Outras, ainda pior, sem realizar nenhum movimento nesse sentido, se dizem antenadas com um futuro que elas simplesmente desconhecem. Isso nos leva a uma reflexão: o que é, de fato, inovação? Se te perguntassem, por exemplo, se o Facebook ou a Apple são empresas inovadores, sua resposta seria sim? Então, você ainda não compreendeu bem o que é inovar. 

A Apple já foi uma empresa inovadora, porém não nasceu assim. Ela seguia uma tendência que já existia e apenas pensava em melhorar tecnologias. Quando Steve Jobs voltou a assumir a presidência, ele trouxe o DNA inovador, que aí sim se tornou a imagem da empresa desde então. Porém, nos últimos anos, a Apple só tem investido em melhoria de tecnologia, upgrades que, sozinhos, são excelentes, mas não representam inovação. O mesmo ocorre com o Facebook. A empresa começou com uma ideia boa, mas que, mesmo na época, já era comum. Eles tiveram alguns momentos inovadores, mas depois parecem ter deixado de mirar grandes alvos no quesito inovação.

O Google, por outro lado, investe na mudança do comportamento do usuário. O investimento da empresa em aplicativos e novas empresas está impulsionando a economia compartilhada e elevando o compartilhamento ao status de mindset global. Isso é inovar, a partir da transformação do comportamento das pessoas. A tecnologia em si, não é inovação.

É justamente por isso que a norma ISO 50.501 ganha tanto destaque nesse cenário. Há mais de 10 anos, a ISO, que é uma organização internacional com sede na Suíça, vem estudando o tema. O comitê destinado ao assunto levantou as melhores práticas de inovação dos seus 163 países filiados, e chegou à conclusão de alguns princípios básicos que levam uma empresa à inovação. Entre eles estão a capacidade de fazer a gestão de insights, a liderança visionária, a gestão de riscos, a análise da cultura e, talvez o mais importante, o propósito massivo transformador, que é o que justifica a razão de uma empresa existir.

O melhor disso tudo é que a norma possibilita a criação de uma cultura de inovação de forma estruturada, implementando aquilo que já foi testado e aprovado. Dessa forma, as empresas ganham tempo e reduzem desperdícios com medidas pouco efetivas ou de difícil aplicação. É como receber um manual para implementação de uma nova cultura, um novo mindset. Ela pode ser aplicada em empresas de qualquer porte e segmento, proporcionando melhorias de processos e reconhecimento por parte de todos os públicos envolvidos.

Para coroar o processo, a empresa certificada recebe a chancela de um órgão ligado a ISO, que atesta a empresa como sendo inovadora e preparada para os desafios que o futuro nos impõe. Ou seja, para quem já entendeu que a inovação é um caminho sem volta, a implementação da ISO 50.501 pode ser a melhor alternativa. Além de simplificar a gestão da inovação, a norma é um compilado daquilo que já deu certo em 163 países, inclusive o Brasil. Buscar conhecimento sobre o tema é a melhor forma de celebrar o Dia Nacional da Inovação.






Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da qualidade.


Limites a não serem ultrapassados


Opinião


Às vezes, somos tentados a julgar pessoas menos pelo discurso integral ou conjunto de suas ações e mais por palavras ou atos isolados. Isso ocorre sobretudo quando as palavras ou os atos nos atingem diretamente, seja no sentido positivo, seja no negativo. Corre-se então o risco de desconsiderar as várias faces da realidade, as consequências de tais julgamentos e os possíveis contextos futuros.

Como médico, senti-me brutalmente atingido ao ver, ao longo de tantos tristes anos, minha profissão agredida pela ação nociva de grupos autodenominados “progressistas” brasileiros: fomos, os médicos, excluídos do Conselho Nacional de Saúde, desfigurados na “Lei do Ato Médico”, banalizados pela irresponsável multiplicação de escolas médicas e injustamente apontados culpados pelas mazelas decorrentes da gestão corrupta e encharcada de ideologia do nosso sistema público de saúde.

Se alguma esperança restava, dissipou-se ela totalmente com o Programa Mais Médicos, que degradou a formação e desmoralizou a imagem do profissional de Medicina. Sob esse prisma, enquanto médico, não posso esconder profunda ojeriza aos que assim nos trataram e à saúde da nossa população.

Seria esta uma visão parcial, influenciada pela dor de tantas feridas recentes e ainda abertas, não fosse a ubiquidade da corrupção institucionalizada. O “aparelhamento” do Estado e o envenenamento das representações da sociedade chegam a tal extensão que não paira a menor dúvida da monstruosidade do conjunto de ações perpetradas pelos últimos (des)governos.

Alguns dos principais agentes de tal descalabro encontram-se parcialmente imobilizados, mas, com todas as letras, prometem reincidir. Dar-lhes poder será fatal, pois voltarão com violência ainda maior.

A oportunidade que se nos apresenta é afastá-los, e definitivamente. Não os queremos. Estamos cansados deles.

O bambu é sempre lembrado por sua resiliência e flexibilidade. Tais qualidades, as vejo plasmadas na sociedade brasileira. Entretanto, por mais flexível que seja o bambu, ultrapassados seus limites, ele se quebra. Sabe-se que, ao vergá-lo, cria-se condições para que, liberado, ele retorne com energia e ultrapasse o ponto de repouso. Impõe-se atentar para essa eventualidade.

Cabe-nos impedir que se quebre o bambu, tirando-o das mãos dos que o deformaram. É tempo de ação e atenção.






José Luiz Gomes do Amaral - presidente da Associação Paulista de Medicina


O FASCISMO, NO PAÍS EM QUE VIVO


        A esquerda brasileira que diviniza Lula, fazendo dele luz e tudo mais poste, crava, com isso, nova baliza para marcar sua conduta fascista.
        Eu sei, eu sei. Comumente é dito o oposto. Seja nas manifestações acadêmicas e culturais, seja nas orquestrações rueiras, a acusação vai para o outro lado. Olavo de Carvalho chama atenção para o fato de o adjetivo “fascista” ser lançado como insulto sobre qualquer adversário que ouse se interpor no caminho dos partidos de esquerda. Como seus candidatos se deram bem mal nesta eleição, há muitos destinatários para esse adjetivo, disparado, inclusive, pelo jornalismo militante. Com efeito, alguns coadjuvantes do PT, que se mediam com a régua da própria arrogância, descobriram-se praticamente sem voto e sem povo em cujo nome falar. Juntam-se ao PT, porém, para insultar adversários: são todos fascistas...
        A maior causa da ignorância está em não suscitar qualquer mal estar físico. Se doesse, coçasse, causasse insônia ou tontura, os afetados buscariam cura através do conhecimento. O mundo seria melhor. A ignorância, no entanto, costuma vir acompanhada de uma sensação de euforia e de superior onisciência. Pois é o que normalmente acontece quando, no embate político, alguém fora do clubinho esquerdista é chamado de fascista.
        No entanto, o fascismo se caracteriza por:

·       Ser estatista. Mussolini dizia: “Tudo no Estado, nada contra o Estado e nada fora do Estado”. No Brasil em que vivo, tamanha reverência antiprivatista ao Estado é marca registrada da esquerda e de suas corporações funcionais.


·        Ser nacionalista e expansionista. No Brasil em que vivo, a esquerda é nacionalista em benefício do Estado e seus poderes, e não em benefício da sociedade. Para completar o quadro, tem projetos fora de nossas fronteiras, com ditaduras do continente, com o Foro de São Paulo, com a Unasul e com a URSAL.


·       Organizar parcelas da sociedade em corpos paramilitares, com estrutura de comando, exibi-los em ostensivos desfiles e mantê-los prontos para a ação, inclusive para a ação violenta. Qual a diferença essencial entre os “camisas negras” do fascismo italiano e os “exércitos” de Stédile, Boulos e os black blocs?


·       Formar, com o comunismo e o nazismo, a tríade coletivista e totalitária do século XX. A exemplo dos demais coletivismos, o fascismo desconsidera a preciosa dimensão individual da pessoa humana, diluindo-a no coletivo do estado nacional. O fascismo se opõe pelo vértice ao que pretendem liberais e conservadores. No Brasil em que vivo, ambos – conservadores e liberais – exaltam as potencialidades do ser humano livre e veem como um oneroso trambolho o Estado tão cultivado pela esquerda.

É muito raro, raro mesmo, que o gorro fascista seja arremessado por alguém que não o tenha tirado da própria cabeça.




 Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
 

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