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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A ética antes do compliance


Há um certo encanto numa recorrente cena que, se já não presenciamos em nossas próprias casas, certamente tivemos acesso, que são os primeiros passos de um bebê. Desconcertado pelo equilíbrio ainda em construção, há quedas, trombadas e desacertos, até seguir firme em sua definitiva posição para desenvolver os movimentos próprios. Essa poderia ser apenas a notória e indiscutível narrativa de um passo da evolução de uma vida humana, mas em nada se distanciaria também da ética no Brasil.

Embora as facetas, os conceitos e as aplicações humanas sobre o entendimento da ética nos remetam à antiguidade, no Brasil ela ainda parece dar seus primeiros passos tentando se erguer, mas desequilibrada finda por tombar. Busca, então, se reerguer. E até consegue, mas ainda desequilibrada voltar a tombar e oscila entre a certeza do que quer e a dúvida do que pode.

Assim como a cabeça de uma criança, poucos compreendem qual o momento que a ética verdadeiramente passa no País. O Brasil, hoje, tenta propagar compromisso com a ética, mas ainda engatinha quanto ao seu efetivo entendimento.

O carro foi colocado à frente dos bois. Programas de compliance, normas certificadoras, relatórios de perfis, riscos e integridade. Critérios procuram ser criados, colocados, disseminados e aceitos por variados setores da sociedade, principalmente no meio jurídico. Mas, pouco se faz para criar o entendimento e disseminar a ética em si, assim como o compromisso com os valores pessoais e sociais e a lição sobre o que é fazer a coisa certa.

A ética, infelizmente, se reduziu a um mercado. Os chamados programas de compliance têm se tornado um motor que deu aceleração ao que podemos chamar de ética formal, mas deixou pra trás a ética em sua essência. As certificações – seja qual nome se procure rotular – dão combustível a esse motor que, ávido pela celeridade, abandonou a sua razão de existir.

Porém, a ética não está disponível para medições técnicas por meio de normas certificadoras. Não se trata do cumprimento de requisitos que atestem a solidez de uma estrutura ou a estanqueidade de uma porta corta-fogo. No campo da ética, a comprovação de que cada um cumpre seu papel não se faz mediante o preenchimento de formulários ou da mecanização de procedimentos. Os valores devem ser disseminados com educação e com exemplos.

Em sociedades que já adotam programa de compliance há décadas, não existem tantas normas formais ou certificadoras como se criou no Brasil nos últimos tempos. Ao contrário, os pilares de um programa de compliance, estudados e aprimorados ao longo dessas décadas, se mantêm firmes na residência, justamente, do aprendizado e do exemplo.

Tome-se, para ilustrar essa afirmação, alguns desses pilares. O comprometimento da alta direção numa corporação, como início de análise, é justamente uma forma de se buscar a transferência de conhecimento por meio do exemplo. E, recorde-se: um programa de compliance é considerado eficaz desde que possua o comprometimento da alta direção de uma corporação.

O código de conduta é o instrumento clássico do aprendizado. É a lei dos valores, o guia da coisa certa a se fazer no ambiente profissional e corporativo. Os treinamentos, também alçados à categoria de pilar num programa de compliance, novamente remetem à educação, esta sim o mecanismo mais eficiente para se fazer valer a ética.

Ao lado de instrumentos de detecção de condutas distorcidas da ética, como o canal de denúncias e os sistemas de monitoramento, tem-se, assim, completos os pilares tradicionais de um programa de compliance. Há, portanto, razão para a existência desses pilares, cuja criação se destinou a uma finalidade diferente da mera formalização da ética – o que pode findar por banalizá-la.

Há muito se criou, no Brasil, a cultura de combater a consequência e não se trabalhar na causa. Outro, infelizmente, não tem sido o destino da ética, justamente ela, a principal força para prevenir os diferentes absurdos existentes em nossa sociedade.

Esquecer a cultura e o ensino da ética para apenas cobrar formalmente seu cumprimento não é solução, apenas remediação. São importantes certas formalidades? Sim, tal como é importante combater a corrupção. Mas, ainda mais importante que combater a corrupção é evitá-la, o que só se faz com educação sobre a ética, sobre os valores.
Não se pretende, com esse texto, esvaziar por completo as normas que hoje existem para tentar conferir medições aos programas de compliance. As linhas aqui desenhadas se prestam a convidar o leitor à reflexão sobre a importância de que a ética, os valores e a lealdade sejam precursores do compliance e que este apenas venha a existir em função daqueles, e não como mais uma mercadoria posta à venda.

Que tenhamos mais especialistas em disseminar os valores do que especialistas em criar formalidades vendáveis. Que saibamos usar os primeiros passos com sabedoria e, assim, desenvolvermos todas as habilidades da ética em nossa sociedade, tão carente daquilo o que é fazer a coisa certa.







Alexandre Pinheiro - diretor Jurídico e Compliance Officer da SONDA, maior companhia latino-americana de soluções e serviços de tecnologia.

SONDA
www.sonda.com/br

13º salário: pagar dívidas, fazer compras ou investir?

A chegada do 13º salário coincide com o aumento de gastos típicos de final de ano, como troca de presentes, ceia de Natal e viagens.



Mas é preciso considerar as despesas previstas para o início de 2019, além de olhar para a vida financeira e usar essa renda extra de forma consciente, respeitando o padrão de vida da família.

É importante entender que o 13º salário foi criado para ser uma gratificação de fim de ano, algo a ser recebido pela população como um presente. Hoje, muitos contam com ele para pagar as dívidas que já têm ou para começar novas, uma evidência de que gastam mais do que a sua renda permite.

Dinheiro extra não deveria ser utilizado para quitar dívidas, afinal de contas, o correto é planejar e ter compromissos financeiros que caibam no orçamento mensal. O 13º, então, pode ser poupado, investido (para render) e destinado para a realização de sonhos de curto prazo (a serem realizados em até um ano), médio prazo (de um a dez anos) e longo prazo (acima de dez anos).


Fazer as compras de fim de ano

Muitas pessoas vão utilizar o 13º salário para fazer as compras de final de ano, o que não é errado, desde que isso já tenha sido programado. Uma maneira de fazer isso é escolher uma época do ano (geralmente o início). Se puder inserir as despesas com a ceia de Natal e os presentes já no orçamento financeiro mensal e poupar o 13º inteiramente para os sonhos, melhor ainda.


Quitar as dívidas

Para aqueles que estão endividados e veem esse dinheiro extra como a solução dos problemas, saiba que ele não é. O ideal é que os compromissos financeiros caibam no orçamento financeiro mensal.

Antes de sair pagando as dívidas, analise todas elas, saiba o total, os juros, os prazos, enfim, reúna todas as informações possíveis. A partir daí, tente renegociar esses valores com o credor e então veja a possibilidade de usar o 13º para quitar uma dívida e resolver o problema.


Poupar e investir

Há pessoas que estão em uma “zona de conforto”, ou seja, não devem, mas também não poupam. A esses, faço um alerta para que ajam com consciência, pois um passo em falso pode levá-los ao endividamento e até à inadimplência, uma vez que não possuem reserva financeira para se apoiar.

É claro que cada pessoa usa o 13º salário como bem entender e julgar coerente, no entanto, já que não possui dívidas, é importante que se guarde boa parte dele, para começar a formar essa reserva e também para realizar mais sonhos, de agora em diante.

Para os investidores, mesmo que iniciantes, a melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um objetivo, seja ele qual for. A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra é muito positivo quando utilizado com educação financeira.






Reinaldo Domingos - doutor em educação financeira, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br) e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Está a frente do canal Dinheiro à Vista e é autor do best-seller Terapia Financeira


Obesidade entre as formas mais comuns de discriminação no Brasil


  • Federação Mundial da Obesidade revela que 85% dos brasileiros acreditam que pessoas com excesso de peso provavelmente são discriminadas

LONDRES /PRNewswire/ -- Nova pesquisa revela que mais de quatro em cinco adultos no Brasil acreditam que pessoas obesas são vistas negativamente por causa do excesso de peso e 85% dos brasileiros acreditam que as pessoas obesas são provavelmente discriminadas. Essa forma de discriminação é mais forte do que outras, como a de gênero (73%) e de identidade étnica (69%).

O resultado da pesquisa mostra que as pessoas com obesidade experimentam estigma e discriminação em todos os aspectos de suas vidas. Três em cinco brasileiros adultos que convivem com a obesidade se sentiram criticados por causa do excesso de peso em lojas de roupas ou em situações sociais e, preocupantemente, cerca da metade se sentiram criticados em instituições de saúde (51%) e academias de ginástica (46%).

Estigma por excesso de peso também é percebido on-line. Mais de uma em quatro pessoas obesas se sentiram julgadas on-line por causa de seus pesos. Uma análise separada, feita pela Federação Mundial da Obesidade (World Obesity Federation), revelou que quase 10.000 tweets com linguagem estigmatizante na mídia social desde janeiro de 2018, o que inclui humilhações e abusos por causa do corpo.

O impacto do estigma e da discriminação por causa do excesso de peso têm longo alcance. Ele pode prejudicar a carreira das pessoas, com mais de um em cinco brasileiros admitindo que, entre dois candidatos igualmente qualificados para um emprego, eles escolheriam um com peso saudável, em detrimento do candidato com excesso de peso. O estigma também traz consequências para a saúde física e mental: descobriu-se que pessoas obesas evitam buscar tratamento médico e tendem a se isolar socialmente.

Em termos do que influencia o estigma do excesso de peso, a Fundação Mundial da Obesidade acredita que a mídia exerce um papel fundamental. Muitos brasileiros adultos pensam que o noticiário (38%) e a mídia popular (48%), tais como a TV e revistas, pioram a opinião pública sobre pessoas com obesidade. A Federação Mundial da Obesidade também publicou um relatório, baseado em pesquisa publicada na Clinical Obesity, destacando a prevalência de imagens e linguagem negativas usadas na publicação de notícias sobre a obesidade na mídia on-line.

À luz das descobertas, a Federação Mundial da Obesidade está expondo exemplos de discriminação com o propósito de acabar com o estigma do excesso de peso (#endweightstigma) no Dia Mundial da Obesidade, argumentando que estigmatizar pessoas com obesidade afeta suas oportunidades na vidas e a saúde física e mental delas, ao mesmo tempo que ignora as múltiplas e complexas causas que levam à obesidade.


A presidente-executiva da Federação Mundial da Obesidade, Johanna Ralston, disse:

"Neste Dia Mundial da Obesidade estamos conclamando a mídia a reformular a narrativa sobre a obesidade e as empresas da mídia social a reprimir abusos contra a obesidade on-line. Mudar a narrativa sobre doenças e outros problemas de saúde pode transformar as percepções do público e melhorar a qualidade de vida e os resultados para os pacientes".


O diretor geral da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse:

"Todos têm direito à vida saudável em um mundo em que escolhas saudáveis são fáceis de fazer. Desafortunadamente, em nosso mundo moderno, manter uma dieta saudável e ter um estilo de vida ativo é, frequentemente, difícil. Para muitas pessoas, isso se traduz em obesidade e saúde ruim.

"Porém, os governos podem lidar com isso. Tornar alimentos saudáveis facilmente disponíveis nas comunidades, locais de trabalho e escolas é essencial para proteger as pessoas contra a obesidade. Restringir a comercialização de alimentos e bebidas prejudiciais às crianças, tributar bebidas com açúcar e banir ácidos graxos trans industrializados em alimentos são medidas que atacam as principais causas da obesidade. Fornecer mais oportunidades para transporte ativo e lazer é essencial para promover melhor saúde".

Para coincidir com o Dia Mundial da Obesidade, um novo identificador no Twitter, o @endweightstigma, foi criado para destacar exemplos de discriminação. Qualquer um pode destacar práticas boas e ruins de empresas, instituições ou indivíduos, quando vê exemplos de linguagem ou imagem estigmatizante, ao escrever no Twitter @endweightstigma ou usar a hashtag #endweightstigma. Mais informações sobre como ajudar a combater o estigma do excesso de peso podem ser encontradas no website da Federação Mundial da Obesidade (http://www.worldobesity.org).

A Federação Mundial da Obesidade também publicou um Banco de Imagens para a mídia, editores de fotografia e profissionais de saúde usarem em publicações sobre a obesidade. Isso inclui uma variedade de visuais não estigmatizantes em diferentes opções, fornecendo uma reflexão mais precisa sobre a convivência com a obesidade.



FONTE World Obesity Federation


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