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sábado, 13 de outubro de 2018

O POVO BRASILEIRO ACORDOU

        Não adiantou a enorme e persistente campanha para afastar os brasileiros das urnas. Poucas coisas são tão consensuais entre nós quanto a inconfiabilidade das eletrônicas em uso no país. Descrédito total! O solene depoimento de meia dúzia ou mais de ministros do STF e do TSE só agrava a situação. Quem confia nessas cortes? Pois mesmo assim, olhando de soslaio, com um pé atrás, os eleitores brasileiros foram às seções de votação no dia 7 de outubro. O pleito era sua bala de prata! Era a possibilidade de usar a minúscula fração de poder nas mãos de cada cidadão. Apenas nove horas, das 8 às 17. Mas durante esse curto espaço de tempo podia mandar quadrilheiros para casa e para a justiça, renovar o Congresso Nacional e evitar o retorno de criminosos aos locais dos crimes. 
        O jogo foi pesado. Havia na sociedade uma firme disposição de renovar o parlamento, suprimindo o foro privilegiado dos corruptos e despachando os coniventes e os omissos. Confrontados com essa notória intenção dos eleitores, os parlamentares avaliavam suas chances e muitos já buscavam alternativas pessoais longe do poder. Subitamente tudo mudou. Impulsionados pela oportunidade de ouro concedida pelo STF ao impedir o financiamento empresarial no modo como o fez, os parlamentares criaram o Fundão de Campanha com nosso dinheiro e o ratearam entre si. Em seguida, encurtaram todos os prazos, com o intuito de dificultar o trabalho dos novos postulantes. Para estes, apenas 45 dias de campanha, horário gratuito reduzido, publicidade dificultada e csteio por “vaquinha”. Enquanto os novatos corriam por uma pista cheia de obstáculos, os detentores de mandato colhiam os frutos da generosa distribuição de emendas parlamentares. A vida lhes voltou a sorrir e o céu de Brasília se fez novamente azul. O STF é bom e Deus existe, talvez dissessem blasfemando.
        Quem haveria de imaginar que o povo, contra tudo e contra todos, saísse de casa, mandasse às favas a desconfiança nas urnas e levasse a cabo sua tarefa promovendo a maior renovação do Congresso Nacional em vinte anos? O bom povo brasileiro fez o que lhe correspondia. De cada quatro senadores que tentaram reeleição, três não conseguiram; das 54 vagas em disputa, 46 serão ocupadas com novos nomes! Na Câmara dos Deputados, dos 382 parlamentares que tentaram a reeleição, 142 foram destituídos de seus mandatos. A renovação atingiu mais da metade da Casa. O número de conservadores e liberais eleitos marca o que a imprensa militante qualificou como um inusitado giro à direita. Infelizmente, alguns inocentes foram descartados com a água desse banho.
        É claro que esse giro se fez ao arrepio da grande imprensa. Nesta, viceja, cada vez mais forte, um rancor em relação às redes sociais. Acostumados a infundir suas convicções a um público dócil e cativo, muitos formadores de opinião viram o próprio poder se diluir, quase atomizar-se, na caótica democratização das redes sociais. Os grandes jornalões, as principais revistas semanais, a Vênus Platinada e os militantes globais do “progressismo” debochado e do esquerdismo anacrônico, em vão tentaram conter o sucesso eleitoral de Bolsonaro. Em vão queimaram o filme perante seu público. Em vão promoveram o presidiário. Em vão tentaram vender picolé de chuchu por chicabom. A nação, preferindo escolher o próprio caminho, recusou o buçal insistentemente apresentado.
        O povo brasileiro acordou em tempo de salvar o país e os próprios dedos, que os anéis já lhe levaram.




Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site
www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
        

AJOELHAR E REZAR. NOSSA SENHORA, SEJA AGORA A NOSSA PADROEIRA

É tamanha a angústia, que chega até a ser inexplicável, chega a doer no peito, uma enorme tristeza, ansiedade, apreensão. Como se sentisse que algumas portas de dimensões desconhecidas tivessem sido destrancadas, abertas, e delas estivesse emergindo o que de pior há no ser humano - sua inesgotável capacidade de ser cruel, egoísta e disseminar o mal.


Pois olha, tanto, tão forte, que eu pensei. Já pensaram em escrever uma carta para algum santo? Pois não é que não sei se por essa mistura toda de Dia da Criança e Dia da Padroeira, com Dia de eleições e outras datas, semanas de brigas, eu quis escrever um pedido, e logo para a Nossa Senhora Aparecida? Aqui em casa, muito por influência da minha mãe, todos fomos criados muito ligados à Nossa Senhora, ao seu manto azul, à sua imagem que parece refletir exatamente o nosso país. À sua bondade e abrigo a todos. E se ela lembra minha mãe, só posso reconhecer nela o que de melhor há.


Imagem encontrada, pescada do fundo de um rio, despedaçada, cabeça e corpo, vem sendo unida e adorada há três séculos. Novamente destruída em 1978 – ficou em cacos - pelo ataque de um maluco, mais um destes tantos que ouvem vozes apelando pela destruição - foi remontada. Agora, aprisionada em uma cabine de vidro blindada dali só sai uma vez por ano, escoltada.


Pequenina guerreira. Meio estropiada após tantos percalços, feita de barro terracota, 36 centímetros de altura, dois quilos e meio. Ganhou o maior Santuário do Mundo para ela, uma imagem, uma escultura preciosidade que tanta fé impulsiona. Ganhou bênçãos e o reconhecimento de Papas. Da Princesa Isabel ganhou o manto azul ricamente ornado, a coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis. Ganhou um Feriado Nacional. Milhares de pessoas chegam a ela todos os dias, com os pés em chagas, joelhos destroçados, caminhando pelas estradas. Fazem filas e sacrifícios apenas para passar diante dela, erguer os olhos e seguir adiante.


Ela é negra nessa imagem, mas há explicações: ou o tempo que ficou no fundo do rio; ou depois, as dezenas de anos que ficou na casa do pescador, sendo adorada pelo povo local, que à sua frente acendeu muitas velas que teriam escurecido sua tez.


A certeza é a de que Nossa Senhora Aparecida está acima de tudo isso – representa o Brasil de todas as raças, cores, credos, idades, times, inclusive. Sim, até teve evangélico que a chutou, mas isso foi um episódio superado. Ela une todos, motiva respeito. Vou dizer mais uma que que acabo de descobrir e que talvez tenha sido a gota d` água para eu pensar em apelar a Ela nesse momento. Nossa Senhora Aparecida, além de Rainha do Brasil, título conquistado em 1904, de ser a Padroeira do Brasil, desde 1931, é também desde 1967 a Generalíssima do Exército Brasileiro. A única.


No instante em que vivemos, nervos à flor da pele, a volta dos tons verdes, insígnias e fardas, em que famílias estão desunidas e que tudo parece ser assim tão só dialético, o Bem e o Mal, o Sim e o Não, me vejo acreditando mais ainda e orando para que se faça luz, que essa luz mostre o prisma tão diversificado.


Que irradie um calor que se espalhe amorosamente e nós, que apenas desejamos caminhar em paz para um futuro, consigamos seguir em frente sem tantos receios por nós mesmos e por todos que amamos ou consideramos. Haja o que houver, que nós todos sejamos respeitados e tenhamos nossa liberdade individual garantida.


Brasil, 2018



Marli Gonçalves -jornalista. É a graça que peço. Rogai por nós, Nossa Senhora da Conceição Aparecida! Te chamo pelo seu nome.


marligo@uol.com.br e marli@brickmann.com.br



sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Na Semana da Ciência e Tecnologia, Butantan inaugura painel em braile para apresentar a pessoas com deficiência visual peixe usado em pesquisas


Inauguração terá escolas convidadas e apresentação de grupo musical com pessoas com deficiência


O Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa científica do mundo e que é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, inaugura nesta segunda-feira (15), às 15h, um painel ilustrativo em braile para simular, aos deficientes visuais, a biologia do Zebrafish ou peixe paulistinha, modelo experimental que vem sendo adotado para estudos no mundo todo por ter 70% de semelhança com o ser humano.  A ideia do projeto é promover a acessibilidade nas atividades de difusão do conhecimento.

A inauguração faz parte das atividades da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que acontece em todo o Brasil, inclusive no Instituto Butantan, e cujo tema este ano é “Ciência para a Redução das Desigualdades”. O novo espaço ilustrativo do Zebrafish foi instalado na parede externa do Leta (Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada) e poderá ser acessado por todos os visitantes gratuitamente. A criação do espaço teve a assessoria da designer Wanda Gomes, especialista em projetos em braile.

A cerimônia receberá instituições e ONGs convidadas, que trabalham com pessoas com deficiência visual. Também acontecerá a apresentação do grupo Sons Vítreos, vinculado à UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), que tem músicos, com e sem deficiência visual, que tocam instrumentos feitos com vidro.

“Considero um privilégio promover a difusão do conhecimento a todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, financeiras ou geográficas. Se houver agentes limitadores para a divulgação da ciência, temos que criar novas possibilidades para quebrá-los. Este é o objetivo do nosso trabalho”, afirma a diretora e idealizadora do projeto, Mônica Lopes Fereira.

O laboratório Leta abriga hoje a Plataforma Zebrafish, dentro do Butantan, que recebe pesquisadores de todo o Brasil e que possui um biotério com 6 mil peixes adultos. A plataforma existe desde 2015 e é uma referência em testes de toxicidade e pesquisas diversas. O Leta faz parte do Centro de Pesquisa em Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular (CeTICs), que é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs) financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

A Semana da Ciência e Tecnologia no Butantan terá também outras sete atividades gratuitas para toda família no próximo final de semana (dias 20 e 21), como o “#VemBorboletar” e  “O Que Comem as Corujas?”.

 

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