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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

3 passos para as empresas engajarem o público certo e venderem mais na internet


Especialista em audiência na internet, Samuel Pereira explica como atrair a atenção do público mesmo com a avalanche de informações



Existe uma forma totalmente nova de se comunicar com a audiência através da internet. Segundo o especialista Samuel Pereira, autor do livro “Atenção: o Maior Ativo do Mundo” e criador do Segredos da Audiência, maior evento de tráfego e audiência da América Latina, a forma como as pessoas lidam com a propaganda mudou. “Elas preferem ir atrás da informação quando precisam dela, em vez de serem interrompidas por propagandas que não pediram para ver”, alerta.

Para ajudar os empreendedores e profissionais responsáveis por marcas e empresas a compreenderem como captar a atenção do público e transforma-lo em cliente, Samuel desenvolveu o conceito de Jornada do Engajamento, este material está presente em seu livro que já chegou à lisa dos mais vendidos. “Os três passos da jornada do engajamento ajudam a construir uma trilha com muito mais chances de fazer a audiência estar com você a escolher contratar seus produtos ou serviços”, completa Samuel, que destaca a importância de conquistar o interesse das pessoas com algo de valor em vez de apenas interromper o conteúdo que estão consumindo. “A ideia é que as marcas e empresas não tenham que correr atrás do cliente, mas sejam encontradas quando ele precisar do seu serviço”, completa, antes de listar os passos.


1- Atração do interesse:

O primeiro passo é definir o público-alvo e se tornar um verdadeiro especialista em interpretar suas dores e desejos. “O empreendedor tem que saber explicar o problema do seu público-alvo melhor do que ele mesmo”, sugere. Assim, o cliente em potencial automaticamente percebe que pode encontrar a solução para o problema. “O segredo é focar em uma comunicação para gerar identificação, trazendo características que fazem parte desse público, como a linguagem, os desenhos e os problemas, assim o consumidor vai sentir que é este o produto ou serviço que vai ajudá-lo”.


2- Doutrinação:

Ao contrário do que muitos fazem na internet, o conteúdo não deve ser composto apenas de dicas soltas. “O que as marcas ou especialistas produzem deve seguir uma lógica que leve as pessoas até o que vai ser oferecido depois”, enfatiza. Ao fazer assim, o conteúdo irá ter um objetivo na jornada do cliente. “A ideia é usar o que é ensinado para reforçar a importância do produto ou serviço que você oferece”, completa.


3- Conversão:

Por fim, deve-se oferecer o produto ou serviço que soluciona um ou mais problemas do público-alvo. “As marcas devem oferecer ao seu cliente não o meio, mas o fim, ou seja, a transformação que ele terá ao adquirir o produto ou serviço”, ensina. Um exemplo é quando se vende um produto para cabelos: a venda deve se preocuparem oferecer cabelos mais bonitos e saudáveis, e não apenas um creme. “O segredo é vender o resultado que ele terá com o serviço, método ou produto”, completa Samuel Pereira.

Definir esses três passos é fundamental para que a audiência seja alcançada no momento certo, preparada para consumir o produto, e entenda os motivos pelos quais deve comprá-lo.







Samuel Pereira, - publicitário, empresário, especialista em tráfego e audiência na internet e criador do Segredos da Audiência Ao Vivo, o maior evento de tráfego e audiência do mundo, que em sua última edição reuniu mais de 3 mil pessoas.  Concentra o seu trabalho em ajudar empreendedores a criar negócios online sustentáveis a longo prazo, por meio de estratégias de tráfego e audiência que não dependam das constantes mudanças de regras das redes sociais, atraindo um público extremamente qualificado e capaz de gerar resultados. É ainda, autor do livro "Atenção: o maior ativo do mundo – o caminho mais efetivo para ser conhecido, gerar valor para seu público e ganhar dinheiro" e co-autor de "Negócios Digitais".



Blockchain nas empresas: conheça os principais desafios e oportunidades


Um fator importante na análise da dificuldade das empresas em utilizarem o Blockchain é o entendimento do ciclo de desenvolvimento, ou a introdução de uma nova tecnologia, muito bem descrito pelo famoso Hype Cycle. Esse ciclo é desenhado sobre dois eixos: tempo e expectativa. O ciclo se inicia a partir de um “trigger de inovação” que é seguido por uma rápida elevação da expectativa até que um pico seja formado, denominado Peak of inflated Expectations, momento no qual o mercado tem a expectativa de que praticamente tudo poderia ser resolvido, melhorado ou impactado por essa nova tecnologia. 

A expectativa começa a ser reduzida ao mesmo tempo em que essa inovação passa por um processo de amadurecimento. Em tecnologia podemos dizer que um grande número de provas de conceitos e testes são realizados durante esse processo. O amadurecimento da tecnologia leva essa inovação por meio da Slope of Enlightenment ou rampa de consolidação, para enfim atingir o sonhado planalto de produtividade, ponto a partir do qual a tecnologia é totalmente dominada e o uso começa a trazer reais benefícios a ponto de ser utilizado em uma maior escala.


Fonte: Gartner (Julho 2017)


Com isso, podemos dizer que os três principais desafios atuais das empresas na utilização do Blockchain são:


Desafio1 – Identificar qual problema ou processo pode realmente ser beneficiado com o uso do Blockchain

O termo Blockchain está em alta. As empresas se aproveitam do fato do mercado ter elevado o assunto a um patamar de altas expectativas, para alavancar seus negócios por intermédio da associação entre seus serviços e produtos ao termo Blockchain, ganhando assim atenção de seus potenciais clientes. O problema disso é que a aplicação do blockchain por si só não entrega benefício para o negócio, e, até o contrário, a implantação do blockchain, nesse momento, é complexa e custosa. Portanto, o termo Blockchain pode até vender, mas nem tudo pode ser beneficiado pelo uso dessa tecnologia.

O ponto crucial para o sucesso de implantação do blockchain passa necessariamente pela análise de se realmente essa solução trará benefícios reais para o negócio.  Pensando nisso, sempre devemos avaliar três pontos antes de pensar na utilização dessa tecnologia:
  • O problema que quero resolver envolve múltiplos agentes que devem compartilhar decisões e/ou informações?
  • Deve existir algum tipo de transação entre esses agentes que torna importante o registro do histórico?
  • Essa transação deve ser registrada segundo uma determinada regra de consenso?
Para a obtenção do potencial benefício do Blockchain, a resposta deve ser “sim” para essas três perguntas. Caso o problema a ser resolvido não possua tais características, outra solução deve ser utilizada.


Desafio 2 – Pagar o preço de ser inovador

Como dito anteriormente, a aplicação do Blockchain atualmente é complexa e custosa, pelo simples fato de ser uma tecnologia ainda em fase de amadurecimento. Poucas pessoas e empresas estão realmente na vanguarda dessa tecnologia, pois grande parte do amadurecimento desse conceito acontece ainda em âmbito acadêmico, ou em centros de pesquisa e desenvolvimento de grandes empresas.

Por outro lado, é importante reconhecer que estamos em tempos de crescimento exponencial. Inovações são rapidamente amadurecidas por meio da aplicação de recursos cada vez mais abundantes, inclusive falando de cérebros. Esse fenômeno pode ser observado de forma clara no desenvolvimento do blockchain, afinal sua aplicação mais famosa (Bitcoin) se deu a partir do desenvolvimento colaborativo dentro de uma comunidade cyberpunk da internet.

O resultado disso são sistemas com pouca documentação, ausência de produtos de “prateleira”, suporte pouco disponível e potenciais falhas técnicas ainda não conhecidas. E é esse o preço da inovação. Com isso, temos a seguinte pergunta: “Quem está disposto a pagar esse preço?”

É inegável que o principal grupo que assume a liderança no desenvolvimento dessa tecnologia é formado por Bancos: consórcios e grupos de trabalho foram formados inclusive com a colaboração de concorrentes para o desenvolvimento de uma tecnologia comum.

Essa liderança se deu por dois fatores: o primeiro é o benefício já comprovado da utilização do Blockchain no sistema financeiro, afinal o Bitcoin está aí há mais ou menos 10 anos, utilizando essa tecnologia de forma bastante consistente. O segundo fator é o poder e disponibilidade de investimentos em tecnologia que esse setor sempre mostrou.

Não podemos esquecer dos parceiros dos bancos nessa empreitada, os grandes provedores de soluções de tecnologia, como a IBM e a Oracle. Junto com os bancos as empresas estão desenvolvendo seus produtos que logo estarão disponíveis para os seguidores a um preço muito mais acessível.

Outro grupo que divide a liderança na utilização dessa tecnologia são as startups, sobretudo as fintechs, empresas novas que exploram a tecnologia para obter vantagens competitivas frente à concorrência, principalmente relacionadas a baixos custos de operação, e grande apelo junto a geração millennial.

O principal motivo pelas startups apostarem na utilização dessa tecnologia é a facilidade de implantação em comparação às empresas já estabelecidas, afinal de contas é muito mais fácil você nascer digital do que se tornar digital. Além disso, o impacto se algo der errado é insignificante frente ao risco que seus concorrentes correm ao aplicar uma tecnologia ainda não madura. Esse fator justifica o caráter disruptivo do Blockchain.

Para superar essa dificuldade sugerimos atenção em dois pontos:


1 – Parcerias: A associação a um parceiro que tenha conhecimento sobre Blockchain é importante para acelerar o processo de adoção e reduzir custos com aprendizado e desenho da solução, além de garantir qualidade na escolha do processo a ser automatizado.


2 – Comece pequeno: A adoção do Blockchain nesse momento não será suportada por um Business Case fantástico e deve ocorrer aos poucos, sendo aplicada a tecnologia em processos pequenos e de baixa criticidade. Ao passar do tempo, com aprendizado e amadurecimento da tecnologia a adoção deve ser escalada, trazendo aos poucos os benefícios esperados em maior escala.


Desafio 3 – Rompimento de barreiras culturais para ampla utilização da tecnologia
Como o Blockchain é uma solução em rede que tem como principal benefício o relacionamento entre nós, é de suma importância a adoção dessa tecnologia por nós de “peso” que colaborem com a rede com informações relevantes para serem transacionadas ou consumidas pelos demais. Ou seja, quanto mais a rede for adotada mais será atrativa a adoção de novos nós.


Por exemplo, se o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) adotar a solução e transformar o Documento Único de Transferência (DUT) em um token poderíamos fazer a transferência e o registro desse bem através da internet, poupando assim muito trabalho burocrático e ainda conferindo uma enorme segurança ao processo. Imagina a oportunidade da Webmotors em oferecer um serviço que vá desde a oferta do carro à efetiva compra e transferência do bem. Nesse mesmo conceito, poderíamos tokenizar grande parte de nossos documentos e assim compartilha-los com os agentes que nos interessarem. Imagine como seria mais fácil abrir uma conta no banco, ou conseguir um empréstimo! Ou ainda fazer a matricula na escola apenas habilitando esses nós para lerem informações que já estão em uma rede!

Outra importante alavanca para ampla utilização do Blockchain é o reconhecimento pelos órgãos competentes de um dos principais atributos intrínsecos da solução: a imutabilidade dos registros. A ideia é que um registro na rede blockchain forneça o valor legal de que aquelas informações são legítimas. Como por exemplo, um contrato entre duas pessoas, o registro de um bem como um apartamento ou carro, e assim por diante.

Em resumo, a utilização do Blockchain terá um rápido crescimento ao passar do tempo, em uma trajetória exponencial, uma vez que quanto mais for adotada, mais atrativa a solução será.

Para superar essa barreira cultural, temos que sair do papel. O estudo teórico sobre a tecnologia, seja na literatura ou a partir de cases do mercado, é apenas o primeiro passo. Para que a organização acredite realmente no potencial do Blockchain é necessária a degustação dessa solução na prática, vendo os benefícios sendo extraídos da própria operação e a partir de seus próprios processos.






Pedro Birindelli - executivo sênior em transformação digital e especialista em blockchain da Cosin Consulting.


A ética antes do compliance


Há um certo encanto numa recorrente cena que, se já não presenciamos em nossas próprias casas, certamente tivemos acesso, que são os primeiros passos de um bebê. Desconcertado pelo equilíbrio ainda em construção, há quedas, trombadas e desacertos, até seguir firme em sua definitiva posição para desenvolver os movimentos próprios. Essa poderia ser apenas a notória e indiscutível narrativa de um passo da evolução de uma vida humana, mas em nada se distanciaria também da ética no Brasil.

Embora as facetas, os conceitos e as aplicações humanas sobre o entendimento da ética nos remetam à antiguidade, no Brasil ela ainda parece dar seus primeiros passos tentando se erguer, mas desequilibrada finda por tombar. Busca, então, se reerguer. E até consegue, mas ainda desequilibrada voltar a tombar e oscila entre a certeza do que quer e a dúvida do que pode.

Assim como a cabeça de uma criança, poucos compreendem qual o momento que a ética verdadeiramente passa no País. O Brasil, hoje, tenta propagar compromisso com a ética, mas ainda engatinha quanto ao seu efetivo entendimento.

O carro foi colocado à frente dos bois. Programas de compliance, normas certificadoras, relatórios de perfis, riscos e integridade. Critérios procuram ser criados, colocados, disseminados e aceitos por variados setores da sociedade, principalmente no meio jurídico. Mas, pouco se faz para criar o entendimento e disseminar a ética em si, assim como o compromisso com os valores pessoais e sociais e a lição sobre o que é fazer a coisa certa.

A ética, infelizmente, se reduziu a um mercado. Os chamados programas de compliance têm se tornado um motor que deu aceleração ao que podemos chamar de ética formal, mas deixou pra trás a ética em sua essência. As certificações – seja qual nome se procure rotular – dão combustível a esse motor que, ávido pela celeridade, abandonou a sua razão de existir.

Porém, a ética não está disponível para medições técnicas por meio de normas certificadoras. Não se trata do cumprimento de requisitos que atestem a solidez de uma estrutura ou a estanqueidade de uma porta corta-fogo. No campo da ética, a comprovação de que cada um cumpre seu papel não se faz mediante o preenchimento de formulários ou da mecanização de procedimentos. Os valores devem ser disseminados com educação e com exemplos.

Em sociedades que já adotam programa de compliance há décadas, não existem tantas normas formais ou certificadoras como se criou no Brasil nos últimos tempos. Ao contrário, os pilares de um programa de compliance, estudados e aprimorados ao longo dessas décadas, se mantêm firmes na residência, justamente, do aprendizado e do exemplo.

Tome-se, para ilustrar essa afirmação, alguns desses pilares. O comprometimento da alta direção numa corporação, como início de análise, é justamente uma forma de se buscar a transferência de conhecimento por meio do exemplo. E, recorde-se: um programa de compliance é considerado eficaz desde que possua o comprometimento da alta direção de uma corporação.

O código de conduta é o instrumento clássico do aprendizado. É a lei dos valores, o guia da coisa certa a se fazer no ambiente profissional e corporativo. Os treinamentos, também alçados à categoria de pilar num programa de compliance, novamente remetem à educação, esta sim o mecanismo mais eficiente para se fazer valer a ética.

Ao lado de instrumentos de detecção de condutas distorcidas da ética, como o canal de denúncias e os sistemas de monitoramento, tem-se, assim, completos os pilares tradicionais de um programa de compliance. Há, portanto, razão para a existência desses pilares, cuja criação se destinou a uma finalidade diferente da mera formalização da ética – o que pode findar por banalizá-la.

Há muito se criou, no Brasil, a cultura de combater a consequência e não se trabalhar na causa. Outro, infelizmente, não tem sido o destino da ética, justamente ela, a principal força para prevenir os diferentes absurdos existentes em nossa sociedade.

Esquecer a cultura e o ensino da ética para apenas cobrar formalmente seu cumprimento não é solução, apenas remediação. São importantes certas formalidades? Sim, tal como é importante combater a corrupção. Mas, ainda mais importante que combater a corrupção é evitá-la, o que só se faz com educação sobre a ética, sobre os valores.
Não se pretende, com esse texto, esvaziar por completo as normas que hoje existem para tentar conferir medições aos programas de compliance. As linhas aqui desenhadas se prestam a convidar o leitor à reflexão sobre a importância de que a ética, os valores e a lealdade sejam precursores do compliance e que este apenas venha a existir em função daqueles, e não como mais uma mercadoria posta à venda.

Que tenhamos mais especialistas em disseminar os valores do que especialistas em criar formalidades vendáveis. Que saibamos usar os primeiros passos com sabedoria e, assim, desenvolvermos todas as habilidades da ética em nossa sociedade, tão carente daquilo o que é fazer a coisa certa.







Alexandre Pinheiro - diretor Jurídico e Compliance Officer da SONDA, maior companhia latino-americana de soluções e serviços de tecnologia.

SONDA
www.sonda.com/br

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