A chegada do 13º salário coincide com o
aumento de gastos típicos de final de ano, como troca de presentes, ceia de
Natal e viagens.
Mas é preciso considerar as despesas previstas para
o início de 2019, além de olhar para a vida financeira e usar essa renda extra
de forma consciente, respeitando o padrão de vida da família.
É importante entender que o 13º salário foi criado
para ser uma gratificação de fim de ano, algo a ser recebido pela população
como um presente. Hoje, muitos contam com ele para pagar as dívidas que já têm
ou para começar novas, uma evidência de que gastam mais do que a sua renda
permite.
Dinheiro extra não deveria ser utilizado para
quitar dívidas, afinal de contas, o correto é planejar e ter compromissos
financeiros que caibam no orçamento mensal. O 13º, então, pode ser poupado,
investido (para render) e destinado para a realização de sonhos de curto prazo
(a serem realizados em até um ano), médio prazo (de um a dez anos) e longo
prazo (acima de dez anos).
Fazer as compras de fim de ano
Muitas pessoas vão utilizar o 13º salário para
fazer as compras de final de ano, o que não é errado, desde que isso já tenha
sido programado. Uma maneira de fazer isso é escolher uma época do ano
(geralmente o início). Se puder inserir as despesas com a ceia de Natal e os
presentes já no orçamento financeiro mensal e poupar o 13º inteiramente para os
sonhos, melhor ainda.
Quitar as dívidas
Para aqueles que estão endividados e veem esse
dinheiro extra como a solução dos problemas, saiba que ele não é. O ideal é que
os compromissos financeiros caibam no orçamento financeiro mensal.
Antes de sair pagando as dívidas, analise todas
elas, saiba o total, os juros, os prazos, enfim, reúna todas as informações
possíveis. A partir daí, tente renegociar esses valores com o credor e então
veja a possibilidade de usar o 13º para quitar uma dívida e resolver o
problema.
Poupar e investir
Há pessoas que estão em uma “zona de conforto”, ou
seja, não devem, mas também não poupam. A esses, faço um alerta para que ajam
com consciência, pois um passo em falso pode levá-los ao endividamento e até à
inadimplência, uma vez que não possuem reserva financeira para se apoiar.
É claro que cada pessoa usa o 13º salário como bem
entender e julgar coerente, no entanto, já que não possui dívidas, é importante
que se guarde boa parte dele, para começar a formar essa reserva e também para
realizar mais sonhos, de agora em diante.
Para os investidores, mesmo que iniciantes, a
melhor opção para utilizar o 13º é continuar investindo, tendo sempre um
objetivo, seja ele qual for. A conclusão que podemos tirar é que dinheiro extra
é muito positivo quando utilizado com educação financeira.
Reinaldo Domingos - doutor em educação financeira,
presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin – www.abefin.org.br)
e da DSOP Educação Financeira (www.dsop.com.br). Está a frente do canal Dinheiro
à Vista e é autor do best-seller Terapia Financeira