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sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Falta de sono prejudica a visão


Maioria dos brasileiros dorme mal e  pode ter graves doenças oculares. Alterações hormonais fazem a mulher sofrer  mais. Outros vilões são: dieta, estresse  e luz dos eletrônicos. Saiba como se proteger


Levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que os  distúrbios do sono atingem 4 em cada 10 pessoas no mundo. No Brasil é um problema em ascensão. A mais recente pesquisa divulgada pelo IPOM (Instituto de Pesquisa e Orientação da Mente) no final de 2012 mostra que atinge 69% dos brasileiros com idade de 20 a 60 anos.

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, nossa vida é regida pela luz que regula todas as funções biológicas no período de um dia. Por isso, o sono é vital à saúde. O hábito de dormir menos de 6 a 8 horas diárias recomendadas internacionalmente, ressalta, aumenta o risco de alterações vasculares na retina que podem causar a perda definitiva da visão.  Isso porque, afirma,  diversas pesquisas apontam uma correlação entre a falta de sono e o aparecimento da obesidade, diabetes e doenças cardíacas, importantes fatores relacionados às degenerações nos vasinhos do  fundo do olho.

O médico explica que o estresse gerado pela dificuldade para dormir  desorganiza o consumo de glicose pelo organismo e dificulta a utilização da insulina secretada pelo pâncreas. A obesidade e o diabetes são efeitos deste processo. 


Mulheres sofrem mais

O sono insuficiente, ressalta,  também eleva o nível de dois marcadores inflamatórios ligados às doenças cardíacas - a molécula interleucina-6 (IL-6) e a proteína C reativa de alta sensibilidade (hs-CRP). O especialista destaca que um estudo britânico mostra que esta elevação é maior em mulheres do que entre  homens. O problema, comenta, é que os distúrbios do sono são mais frequentes entre mulheres  por causa das alterações hormonais que regularmente experimentam na TPM (tensão pré-menstrual), menstruação,  climatério e menopausa. Não por acaso, observa, um relatório publicado no início deste  mês pela Sociedade de Pesquisa em Saúde da Mulher (EUA) sugere à comunidade científica o desenvolvimento de estudos da higiene do sono abordando as diferenças entre os sexos.  

Queiroz Neto destaca que um estudo realizado por ele com 960 pacientes, sendo 540 mulheres e 420 homens com idade entre 23 e 65 anos demonstra que na população feminina os problemas visuais não relacionados à presbiopia e aos erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia) são 50% maiores do que entre homens. "Os hormônios sexuais que fazem dos distúrbios do sono serem mais frequentes na população feminina, também respondem pela maior incidência de olho seco, glaucoma e da catarata prematura nas mulheres  que entram na menopausa precocemente", comenta.


Outros efeitos do estresse

O médico destaca que os distúrbios do sono comprometem a imunidade e portanto a capacidade  de nosso organismo combater infecções e ter reações equilibradas às agressões externas. Por isso, afirma, quem dorme mal tem mais facilidade de contrair conjuntivite viral e bacteriana ou ter conjuntivite alérgica, especialmente no frio e períodos de estiagem prolongada.  Outro efeito é a maior liberação dos hormônios do estresse - cortisol e adrenalina - que aumentam a produção de radicais livres. No olhos, a maior produção de radicais livres favorece o envelhecimento precoce, e o aparecimento da catarata.


Como prevenir

O oftalmologista diz que algumas alterações na dieta podem minimizar os efeitos do estresse e reduzir o distúrbio do sono. As principais dicas do médio são


·         Frutas ricas em vitamina C - laranja, goiaba, acerola - diminuem a produção do cortisol, protegem os olhos dos radicais livres  da catarata
·         Inclua carboidratos no jantar para aumentar a produção de insulina
·         Peixes de água fria (salmão e sardinha),semente de linhaça e frutos do mar equilibram a lágrima e previnem a degeneração macular
·         Uma castanha do Pará/ - contém  selênio, protege os olhos e combate a depressão.
·         Espinafre e brócolis - previnem a depressão e protegem a retina.
·         Café, doces e gorduras saturadas devem ser evitados principalmente a noite
·         Evite usar computador, tablet ou smartphone a noite - a luz azul destes dispositivos dificulta o sono.



A língua e suas curiosidades


Entenda sua importância para sensibilidade dos gostos e suas funções no processo digestivo
A boca é constituída por dentes, língua, gengiva, palato, bochecha e lábios. Todas essas partes são importantes e auxiliam o processo digestivo e a língua tem um papel especial. Hellen Maluly, doutora em ciência de alimentos, explica que esse órgão é essencial para sentirmos o sabor dos alimentos, pois é o que possui maior sensibilidade aos gostos básicos, além de ajudar a digerir os alimentos através da movimentação de suas fibras musculares.

Algumas curiosidades cercaram este órgão por muito tempo, como podemos verificar abaixo:


1. Sentido do Paladar
 
A língua é considerada a principal responsável pelo sentido do paladar, porém, nós possuímos aproximadamente cinco mil papilas gustativas, que podem ser encontradas também no palato e na epiglote. A nossa língua possui receptores para cinco gostos básicos: doce, salgado, azedo, amargo e umami - quinto gosto básico do paladar humano, reconhecido cientificamente no ano 2000. Esse gosto pode ser sentido por meio de alguns alimentos, como o tomate e o queijo parmesão e as suas principais características são: a permanência do gosto por alguns minutos após a ingestão e o aumento da salivação. 


2. Mapa da língua
 
Durante o ensino fundamental, quando estudamos o sistema digestivo, aprendemos que a nossa língua possui um mapa que define as regiões do paladar pelas quais sentimos cada gosto. Mas, na verdade, toda a superfície da língua é capaz de identificar os cinco gostos, independente de sua localização. Isso porque o órgão possui, em toda sua extensão, receptores que estão presentes nas papilas gustativas.

O mito existe porque no início do século 20, um pesquisador alemão chamado David Hänig publicou um artigo com informações sobre a sensibilidade dos gostos em diferentes partes da língua. O artigo pode ter sido mal interpretado e, de forma equivocada, criou-se o mapa da língua.


3. As papilas têm apenas a função gustativa
 
Os humanos possuem quatro tipos de papilas gustativas com funções diferentes. Além de permitirem a percepção do gosto dos alimentos, elas também percebem a sensação do tato, ou seja, para que percebamos quando um alimento está quente ou frio, por exemplo.


4. Com a idade nós deixamos de sentir os cinco gostos básicos
 
Com o passar dos anos, muitas células do nosso organismo tendem a reduzir sua produção, inclusive as células sensitivas. Este fato está diretamente relacionado à má nutrição e ao envelhecimento, o que pode vir a prejudicar o organismo. Além disso, dificuldades psicológicas, redução das sensações de olfato e fatores patológicos, como indigestão, diarreia e constipação, podem atrapalhar na percepção dos gostos.


5. A saliva contribui para a saúde bucal
 
A saliva é extremamente importante para a saúde bucal, pois possui função imunológica importante na prevenção contra o crescimento de alguns micro-organismos patógenos, além de lubrificação dos alimentos, o que pode ajudar a mastigação.





COMITÊ UMAMI
O Comitê Umami Brasil é um grupo criado para discutir e divulgar temas relacionados ao quinto gosto básico do paladar humano e ligado ao Umami Information Center (UIC), organização sem fins lucrativos, dedicada a pesquisas sobre o tema.


Postura errada em tarefas domésticas causa lesões na coluna


A longo prazo, dores podem virar doenças agudas ou crônicas


Cozinhar, varrer, lavar e passar roupas ou carregar compras são afazeres tão triviais que raramente prestamos atenção neles - ou como estão sendo feitos. Essas atividades, porém, são repetitivas e exigem um verdadeiro esforço físico ao abaixar, levantar, carregar, arrastar; movimentos que submetem o corpo a posições desconfortáveis e arriscadas por muito tempo.

A fisioterapeuta Silvia Canevari Barros, que atende no  Instituto de Tratamento da Coluna Vertebral (ITC – Jundiaí), explica que, se realizadas constantemente e de maneira errada, tarefas domésticas podem causar danos a coluna. "Todo esse esforço pode causar problemas agudos, como desvios posturais, contraturas musculares e hérnias de disco, ou até doenças crônicas, como lombalgias, artroses e cervicalgias", previne.

Ela conta que o problema, muitas vezes, é agravado porque a maior parte da população se automedica. "O remédio mascara a dor, dessa forma, a pessoa continua fazendo errado e a dor acaba virando uma doença mais grave", explica Silvia, membro da Sociedade Brasileira de RPG, da Associação Brasileira de Reabilitação da Coluna e diretora do ITC Vertebral Jundiaí.

Para tratar as dores, o primeiro passo é procurar um médico especializado. "A pessoa precisa ser avaliada para saber se a dor é articular ou muscular, se é contusão ou desvio, etc", explica a fisioterapeuta. "Depois de investigar de onde vem a dor, aí sim podemos indicar o melhor tratamento", conclui.

Silvia chama a atenção para o fato de que, às vezes, o próprio ambiente em que os serviços são feitos pode agravar a situação. Prateleiras muito altas ou muito baixas e profundas, por exemplo, podem lesionar os ombros. Para limpar ou retirar coisas de lugares altos, o mais adequado é utilizar um banquinho ou escada.

Outro problema é que a maioria das pias, bancadas e tanques são muito altos para algumas pessoas e muito baixos para outras, já que as casas são sempre construídas de forma padrão. "Pode parecer desperdício de dinheiro reformar para arrumar esses detalhes, mas custa muito mais caro quando uma doença crônica aparece", previne a fisioterapeuta.

Para executar as tarefas de forma correta, de forma geral, o mais importante é prestar atenção à posição da coluna. "Quando for varrer ou abaixar, é importante deixar as costas mais retas possível. É melhor flexionar os joelhos do que dobrar a coluna para frente”, aconselha a especialista.

Outro fator importante para evitar lesões é fazer atividades físicas, pois elas tornam tonificam a musculatura, aumentando o condicionamento físico, o que facilita a execução de esforço físico em casa sem dores. "Mas é uma medida preventiva! Se não tem dor, é preciso fazer para evitar que tenha. Quem já tem, precisa tratar a dor primeiro, se não o exercício pode piorar o quadro clínico do paciente", adverte a fisioterapeuta.


 
Dra. Silvia Canevari Barros - Fisioterapeuta Responsável pela Unidade ITC Vertebral Jundiaí, pós-graduada em Terapia Manual e Postural pelo Instituto Salgado Saúde Integral e especialista em RPG pelo Método Souchard. Além disso, é membro da  Associação Brasileira de Reabilitação da Coluna e Diretora do Instituto Pilates - Unidade Jundiaí. www.corpoecoluna.com.br



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