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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Será que perdemos o interesse na humanidade?



Lá vem aquele sentimento agoniante. É o que experimentamos quando temos que tomar uma decisão importante, como mudar de carreira, buscar outra empresa, decidir por fazer um curso ou empreender. O que fazer? Organizar todas essas alternativas parece uma tortura para nós, humanos e detentores do livre arbítrio. Mas nós temos um método desenvolvido para encontrar uma solução: comparar tudo.

Se estamos indecisos entre empreender ou buscar outra empresa, o cérebro compara todas as consequências das duas opções. Isso tudo faz parte do papel que, em teoria, o uso da razão tem sobre as nossas escolhas. É o contraponto aos sentimentos irracionais, como emoções e instintos, que se preocupam com o resultado imediato das nossas decisões. Mas nem sempre escolhemos com base no uso da razão – inclusive, existem algumas decisões que tomamos que estão longe de ser racionais e que podem mudar o destino da humanidade.

Antes de entrar propriamente neste assunto, vale a pena fazer uma pequena reflexão dos primeiros registros racionais do homem: entre 200 e 100 mil anos atrás. Um estudo divulgado por um médico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, revelou que a primeira decisão racional pode ter ocorrido quando o homem, vivendo em comunidade, começou a respeitar a esposa do outro – a respeitar um casal. Ou evitou agredir um companheiro. E assim começaram as pequenas regras sociais de convivência.

A mesma pesquisa constatou que há 15 mil anos, o homem aprendeu que deveria guardar comida. Era a razão avisando que tempos difíceis de escassez de suprimentos poderiam vir, e assim, um alerta para o instinto de sobrevivência. Lembro aqui de uma famosa passagem do Velho Testamento: a história de José do Egito. Foi ele que, segundo o livro, interpretou o sonho do faraó, orientando-o a estocar alimentos, pois teriam pela frente sete anos de fartura e outros sete de total escassez.

Não sei se é uma impressão particular, mas o cenário que observo todos os dias mostra que o ser-humano deixou de se preocupar com o seu bem-estar futuro e também das próximas gerações. As decisões estão cada vez mais individuais, pautadas pela realização de um desejo imediato – "o aqui e agora e para mim". O altruísmo, dando sempre lugar ao egoísmo e ganância.

Hoje, em que o consumismo é desenfreado e a falta de recursos para sobrevivência humana não é, supostamente, de necessidade (ou consciência?) do indivíduo, o ser-humano parece ter perdido, por exemplo, o uso da razão para decisões que afetam o meio ambiente e a vida em comunidade no planeta.

Pergunte a um amigo próximo qual a preocupação dele. Faça esse teste. É muito provável que a resposta seja relacionada a algo material, um desejo e algo muito particular de si próprio: viagens, compras, experiências, carências pessoais de todo tipo. É natural. Vivemos num mundo de consumo. Será que uma das respostas terá relação com educação de qualidade para todos, ou o fim da sede e fome – algo que está completamente nas nossas mãos?

São perguntas que valem a reflexão!

Enquanto isso, acompanhamos nos noticiários a vibração de pesquisadores mundo afora com a possibilidade de haver água em estado líquido em Marte. Claro que é algo a se celebrar. Mas quantos bilhões de dólares estão sendo destinados para esse projeto? Será que essa quantia não poderia ser aplicada em nosso Planeta, por exemplo, nas regiões em que a seca prevalece e onde a fome se apresenta de maneira mais cruel?

Podemos, é claro, sermos cativados pela ideia de vida em outro planeta, mas parece que perdemos o interesse no nosso próprio. Pior, será que perdemos interesse no nosso semelhante? Perdemos interesse em nós mesmos?

E tudo isso por conta de nossas próprias decisões.






Uranio Bonoldi  -consultor, palestrante e oferece coaching personalizado para empresários e executivos. www.uraniobonoldi.com.br


A eficiência do mercado político no Brasil



Em razão da verdadeira guerra política que vivemos neste período de eleições, é necessário nos debruçarmos no que é tangível do ponto de vista histórico e político no Brasil. 

A grande dúvida seria: até que ponto o regime militar não favoreceu a guinada socialista em nosso país? Lembro-me de que, nos anos 70, época em que a influência e o pensamento estatista permeavam o governo militar, centralizador e afeito a construir grandes obras, como a Ferrovia do Aço, a Eletrobrás, a Telebrás e muitas outras, havia uma euforia com o crescimento econômico que contagiava a população e os empresários, pois 23% do PIB, em média, eram destinados aos gastos públicos, e a imprensa mais conservadora alegava que o Brasil era tão estatizante quanto os países comunistas.

 É claro que a argumentação de que só uma empresa estatal seria capaz de construir uma usina como a Itaipu é verdadeira, mas, ao analisarmos o desfecho do regime militar, podemos aferir que sem dúvida o legado estatista satisfez não só as ideias socialistas, pois, se por um lado os gastos com as estatais engordavam, o mesmo ocorria com os lucros das empresas multinacionais que se instalaram aqui para fornecer bens de capital. 

Toda a dinâmica política do regime militar na época era tachada de “autoritária, de direita”, e essa percepção com a saída dos militares permaneceu e foi ardilosamente utilizada pela esquerda, que se dizia “social-democrata”, para angariar os órfãos da direita liberal, que teve como um de seus gurus o ministro Roberto Campos, ministro do Planejamento no governo Castelo Branco, que, sem dúvida, juntamente com o colega Octávio Gouveia de Bulhões, do Ministério da Fazenda, modernizou a economia e o estado brasileiro através de diversas reformas, além de controlar a inflação.

Portanto, ao fim do regime militar e com a abertura política, com a anistia e a vinda de vários expoentes da esquerda, a tática era dizer que quem era de direita era autoritário e antidemocrático, pois os esquerdistas alimentavam no povo a ideia de que democracia era sinônimo de justiça social, de tal sorte que a direita acabou sucumbindo no Brasil. 

As pessoas tinham vergonha de se dizer de direita, pois a imprensa, também já orientada pela esquerda, impingia no inconsciente coletivo – como dizia Jung – do povo brasileiro que a social-democracia era o caminho, e então todos os partidos políticos passaram a ser de esquerda, não mais havendo ideias liberais democratas e enterrando-se de vez os ideais do Conservadorismo Liberal neste país. Foi aí que a dívida social entrou em pane com ideias social-democratas, de um lado, e políticos oportunistas populistas embriagados de poder e de mãos dadas com economistas ingênuos, de outro, o que culminou no Plano Collor, por exemplo. 

Agora vejo com entusiasmo certo amadurecimento político, que faz com que o Conservadorismo Liberal não seja mais tido como um crime, até porque, enquanto perdíamos tempo com todos os partidos de esquerda neste Brasil, outros, como a China comunista, faziam o caminho do liberalismo econômico e do crescimento. Vejo também uma esquerda social-democrata desmoralizada, envolvida em corrupção, assim como todos os partidos, que disputam 40% do PIB numa festa em que os convidados são sempre os mesmos. 

Partidos políticos no Brasil se assemelham a sindicatos, possuem donos e toda sua corriola. Isto posto, diria até que ocorre hoje uma crise existencial da esquerda não só no Brasil, mas em vários países. Seremos capazes de nos reinventar? Eu pelo menos hoje digo: “sou um Conservador Liberal”, e isso – como se dizia nos anos 70 – “é muito legal”. Perdemos a vergonha de ser felizes e queremos esquecer o negro passado da bandeira vermelha. 






Fernando Rizzolo - Advogado, Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, Professor de Direito.


45% dos beneficiários do PIS/PASEP vão usar dinheiro extra para pagar dívidas em atraso, mostra levantamento da CNDL/SPC Brasil


Para SPC Brasil, medida é importante para que o cidadão consiga sanar pendências e recuperar crédito no mercado; 14% dos brasileiros ainda não sabem se têm direito ao benefício


Os recursos do fundo PIS/PASEP, cujos novos saques estarão liberados para trabalhadores de todas as idades a partir desta terça (14/8), devem ajudar muitos brasileiros a sair do sufoco financeiro. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito aponta que 45% dos cotistas devem utilizar os recursos para pagar dívidas em atraso – o percentual sobe para 57% considerando apenas os consumidores das classes C, D e E.

A segunda principal finalidade do dinheiro extra será os investimentos, com 30% de citações. Há ainda 30% de entrevistados que devem pagar despesas do dia a dia com o saldo disponível e 15% que anteciparão o pagamento de contas não atrasadas, como prestações da casa, do carro ou crediário, por exemplo. Outros 9% de entrevistados vão usar o dinheiro para adquirir roupas e calçados.

Tem direito a sacar recursos, os trabalhadores de empresas públicas e privadas que contribuíram para o PIS ou para o Pasep entre os anos de 1971 e 1988 e que não tenham resgatado o saldo. Ao todo, aproximadamente 28,75 milhões de cidadãos brasileiros têm direito ao saldo das contas, o que deve totalizar uma injeção de R$ 39,52 bilhões na economia, segundo dados oficiais do governo.

Para o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o acesso ao dinheiro das cotas do fundo PIS/PASEP é uma medida importante que deve injetar uma quantidade de dinheiro significativa na economia do país. “Isso pode ajudar o cidadão afetado pela crise e pelo desemprego a sanar suas dívidas, limpar o nome e recuperar seu crédito na praça. Ao reduzir a inadimplência o impacto sobre a economia é positivo”, explica. O presidente da CNDL, José Cesar da Costa, também destaca que os recursos também poderão impactar o consumo. “É positivo ver que uma quantidade relevante de beneficiários usará os recursos para antecipar dívidas que não estavam atrasadas. Isso mostra uma atitude preventiva e prudente do consumidor”, analisa.

De acordo com a pesquisa, 14% dos brasileiros ainda não sabem se têm direito ou não ao recebimento do benefício e 10% desconheciam a informação de que o governo havia liberado os saques.





Metodologia

A pesquisa foi realizada em 12 capitais das cinco regiões brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Recife, Salvador, Fortaleza, Brasília, Goiânia, Manaus e Belém. Juntas, essas cidades somam aproximadamente 80% da população residente nas capitais. A amostra, de 800 casos, foi composta por pessoas com idade superior ou igual a 18 anos, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 3,5 pontos percentuais a uma margem de confiança de 95%.



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