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segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Você já ouviu falar da Drunkorexia?


Com certeza você já ouviu falar sobre Transtornos Alimentares pois a todo o momento aparece algo na mídia. Demi Lovato, Jane Fonda, Lady Gaga e Mary Kate Olsen são alguns exemplos de personalidades que já passaram por essas doenças. Para não ir tão longe, aqui mesmo no Brasil, temos a Daiana Garbin, Isabella Fiorentino, Deborah Evelyn e Cassia Kiss que lutam ou já lutaram contra esses distúrbios.

De qualquer maneira, vamos fazer um overview bem rápido sobre este assunto!


Transtornos alimentares: o mal do século!

Em linhas gerais, os distúrbios alimentares mais conhecidos são a Anorexia e Bulimia. Em ambos, há uma distorção da imagem corporal, ou seja, as pessoas não conseguem enxergar o próprio corpo com a sua real imagem e o olham com muito desprezo. Não é frescura! As pessoas que apresentam esse sintoma, apesar de você dizer que o corpo está lindo ou magro demais, elas continuam acreditando que estão gordas e adotam práticas nocivas para compensar a ingestão de alimentos.

As causas ainda são desconhecidas, mas sabe-se que há diversos fatores que podem contribuir para o surgimento desses problemas, sejam eles genéticos, biológicos, psicológicos, socioculturais e familiares. De acordo com o DSM IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais), cerca de 0,5 a 3% das mulheres sofrem de transtorno alimentar. Eles atingem especialmente as adolescentes e mulheres jovens (entre 18 e 24 anos), mas ainda assim é crescente o número de homens com as mesmas perturbações no comportamento alimentar.

Na Anorexia, a pessoa tem grande interesse em reduzir o seu peso por meio da diminuição da ingestão de alimentos, indução de vômitos ou purgação (uso de laxantes, por exemplo), exercícios físicos excessivos, ou uso de inibidores de apetite ou diuréticos. Mesmo quando se está abaixo do peso (considerado aqui como um IMC – Índice de Massa Corporal – abaixo de 17,5), a intenção de emagrecer permanece e acontece uma desordem generalizada no sistema endócrino – podendo causar amenorreia (interrupção da menstruação) nas mulheres, e perda de interesse e redução da potência sexual nos homens.

Já na Bulimia, a pessoa apresenta comportamentos compulsivos na alimentação: come, come, come (come descontroladamente mesmo!). E depois, com a culpa pela perda de controle e preocupação exagerada sobre o peso, adota práticas extremas: indução de vômitos, uso de laxantes e excesso de atividades físicas.

E quando pensamos que bastassem esses comportamentos nada saudáveis para a perda de peso, eis que surge mais uma nova atitude: a Drunkorexia!


E o que é essa tal de Drunkorexia?

Esse é um termo relativamente "novo" na mídia e não é usado como uma sigla médica oficial, mas é considerado um dos possíveis sintomas de um transtorno alimentar. Nem todas as pessoas que possuem transtornos alimentares apresentam comportamentos abusivos ligados ao álcool, mas sabe-se que os comportamentos nocivos relacionados à alimentação têm maior influência sobre aqueles relativos ao consumo excessivo de álcool.

De acordo com o CISA (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool), estima-se que 16% das pessoas com transtornos alimentares também sofrem com o abuso ou dependência do álcool, sendo a bulimia mais associada aos transtornos relacionados ao uso de álcool do que os demais transtornos alimentares.

No Brasil, há poucos estudos com relação à incidência de transtornos alimentares e uso do álcool. Há somente dados em Minas Gerais, onde sintomas de anorexia nervosa foram identificados em um grupo de estudantes (13,3%), assim como em Florianópolis (15,6% das adolescentes).

A ocorrência de transtornos relacionados ao uso do álcool e transtornos alimentares deve ser olhada de forma muito precisa. Segundo um Levantamento sobre os Padrões de Álcool na população brasileira feito em 2007, o abuso e dependência de álcool atingem, respectivamente, cerca de 1 a 4% das mulheres (18 anos ou mais). Além disso, 14% das mulheres jovens brasileiras (de 18 a 15 anos) bebem ocasionalmente (1 a 3 vezes por mês) e 6% bebem frequentemente (1 a 4 vezes por semana).

Algumas pessoas anoréxicas (ou anoréticas) geralmente restringem a ingestão de álcool por conta do excesso de calorias. Outras, quando permitem, preferem os destilados (gin, vodka, vinhos...) justamente por terem um menor índice calórico comparado à uma cerveja, por exemplo, que lhe pode trazer a "famosa barriguinha". De acordo com o site Drinkware, em alguns casos, sabemos que um litro de cerveja tem em média 197 calorias (o equivalente à uma fatia de pizza) enquanto um copo de vinho pode conter as mesmas calorias que uma pequena porção de sorvete. Pensando dessa maneira, as pessoas com drunkorexia preferem pular algumas refeições para compensar na bebida que será tomada na próxima noite.


Drunkorexia e emoções....

O exagero na ingestão alcoólica está relacionado à questões emocionais mais profundas. Geralmente, essas pessoas abusam das bebidas para compensar uma ingestão "exagerada" de comida ou aliviar uma tristeza. O que se sabe é que a bebida serve como um compensador, ou seja, uma espécie de "anestesia" para os momentos que não conseguem lidar com a tristeza ou ansiedade.

Há um estudo recente publicado pela Elsevier que investigou os comportamentos alimentares inadequados – tais como "pular" refeições – e sua relação com o aparecimento da drunkorexia em uma amostra de aproximadamente 1000 adolescentes. Os resultados mostraram que o jejum e a busca pela sensação de embriaguez decorrentes do uso excessivo de álcool foram preditores significativos para o aparecimento da drunkorexia na amostra de homens e mulheres. De acordo com o estudo, as mulheres buscam a bebida para sentir-se mais seguras e os homens para o controle das suas emoções. A pesquisa sugere que a alimentação de forma desordenada contribui de forma semelhante para o aparecimento da drunkorexia em pessoas do sexo masculino e feminino.

De acordo com o CISA, as pessoas com transtornos alimentares bebem para amenizar a dor e angústia que sentem por restringirem a sua alimentação enquanto outros acreditam que a bebida não engorda ou que ajuda a controlar a fome. Essa sensação de que o álcool diminui a fome é porque é liberada uma substância no cérebro chamada leptina relacionada à sensação de saciedade.


Complicações Físicas

Pois é... como não é novidade para ninguém, quanto mais vazio o estômago, mais o álcool age de maneira agressiva no corpo.

As bebidas alcoólicas fornecem poucos nutrientes e o seu consumo excessivo por essas pessoas com transtornos alimentares podem levá-las à casos de desnutrição pelo baixo consumo de alimentos. Como decorrência de uma má alimentação, o organismo fica suscetível à uma série de doenças. Com o estômago vazio, o álcool é absorvido mais rapidamente, podendo ocasionar gastrites e úlceras.

Pelo fato de os transtornos alimentares afetar mais as mulheres, é importante ressaltar que elas são mais vulneráveis aos efeitos do álcool do que os homens. Uma mesma quantidade de álcool geralmente afeta a mulher mais rapidamente do que o homem, mesmo levando em conta as diferenças no peso corporal, por apresentar características fisiológicas diferentes. Além disso, a mulher tem menos água e mais gordura corporal comparado aos homens – tornando-se mais concentrado – e o álcool permanece mais tempo no corpo da mulher por apresentar menores índices de enzimas relacionados ao metabolismo do álcool.


Tratamento

Assim como qualquer distúrbio alimentar, é importante que a pessoa seja acompanhada por uma equipe multidisciplinar. É preciso pensar na autoestima desse paciente e sempre com o apoio da família.

O mais importante é: não existe o corpo perfeito! Com essa obsessão para encontrar o melhor corpo e o melhor afeto, faz com que deixemos de aproveitar e curtir momentos lindos da nossa vida. A partir do momento que pararmos de pensar nisso, a vida fluirá de maneira natural. Seja honesto consigo mesmo!







Denise Monteiro - psicóloga clínica e organizacional. Começou sua carreira atendendo casos de transtornos alimentares no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP. Denise é psicóloga da Vittude, plataforma que conecta psicólogos e pacientes em três cliques.


Fontes:

Como perceber que chegou a hora de terminar um relacionamento


Infelizmente, a violência doméstica contra a mulher é uma constante em nossa sociedade. Por meio da divulgação dos casos mais recentes na imprensa, percebe-se que os relacionamentos abusivos podem atingir qualquer pessoa, de qualquer nível sócio, econômico e cultural. Muitos, infelizmente, acabam de forma trágica deixando no ar uma série de questionamentos.

Uma das principais questões é: quais as dificuldades que essas mulheres, vítimas da violência doméstica, enfrentam para terminar esses relacionamentos abusivos?

Segundo a psicóloga Marina Simas de Lima, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, as respostas são complexas, pois a violência doméstica não é apenas um caso de polícia, é na verdade algo que envolve as relações conjugais e os vínculos afetivos.

“Os relacionamentos afetivos são construídos ao longo do tempo. Cada casal desenvolve sua dinâmica e forma próprias de comunicação. Infelizmente, alguns casais constroem uma linguagem relacional que oscila entre o amor e a dor. E é aqui que entra o abuso, seja ele verbal, físico ou sexual”, explica Marina.



A culpa nossa de cada dia

Para a psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, terapeuta de casal, família e cofundadora do Instituto do Casal, vemos que hoje, apesar da mulher ter sua profissão, sua independência financeira e poder sair de uma relação abusiva, ela fica. “Um dos motivos é a culpa. O abusador, ao longo do tempo, leva essa mulher a sentir-se culpada pela situação. Elas podem ainda sentir culpa e/ou vergonha por terem escolhido esse parceiro”.

Outra questão levantada pelas especialistas é que a mulher, dentro de uma sociedade patriarcal e tradicional, como ainda é o Brasil, pode ter a crença de que para ser completa precisa estar em um relacionamento estável e duradouro.

“Isso pode vir da família de origem, da religião e de crenças individuais. Assim, essa mulher permanece na relação e ainda acredita que o parceiro pode mudar, pode melhorar. Dependendo da religião ou da cultura da família de origem, o divórcio não é bem visto, não é aceito. Portanto, para essas mulheres parece que a única opção é ficar, mesmo sob constante violência”, explica Denise.



Empoderar é preciso
 
“Sair de um relacionamento abusivo sozinha pode ser muito difícil. Primeiro, porque a mulher pode nem perceber que se trata disso, pode considerar normal a dinâmica do casal. Depois, há o medo do julgamento e a vergonha de abrir os problemas conjugais para outra pessoa. E aqui vai um alerta: é preciso empoderar as mulheres para que procurem ajuda”, reforçam Marina e Denise.

“Quem está dentro da situação tem uma percepção menos apurada da gravidade. Assim, a recomendação é que a família e os amigos tenham mais atenção aos sinais que podem indicar algum tipo de violência e oferecer ajuda, escutar sem julgar e contribuir para que essa mulher entenda que está em um relacionamento abusivo, mostrando inclusive quais podem ser as consequências disso”, diz Denise.  



Intervenção necessária
 
As psicólogas afirmam ainda que é um mito achar que não se deve interferir em brigas de casais. “O bom senso deve prevalecer sempre. Porém, brigas de casais que envolvem violência verbal e física, por exemplo, podem precisar da intervenção de alguém de fora, seja da família, dos amigos ou de um vizinho”, dizem. Lembrando ainda que a terapia de casal também pode ajudar a mediar conflitos conjugais.  

“Quando alguém pede por socorro, como seres humanos, devemos nos preocupar, checar o que está havendo. A omissão pode levar a consequências mais graves do que ser considerado apenas “intrometido”, concluem Marina e Denise.


Deixe-se conquistar pela carta escrita que você é!


Nós, mulheres somos cativantes e como tal responsáveis por nós mesmas. Somos uma carta escrita e, se a carta não é lida, perde-se a oportunidade de viver. “Tenho uma flor que rego todos os dias. Tenho três vulcões que limpo toda a semana. É útil aos meus vulcões e é útil para a minha flor que eu os possua”, ensina o Pequeno Príncipe.

Lê-se na obra Cinelogia Ontopsicológica que o drama de muitas de nós, mulheres, é ter essa maravilhosa carta escrita e não abri-la, pois: “somente lendo-a com atenção ela dará o grande significado de quem a escreveu, de quem a criou, de quem nos colocou nessa realidade e nos inquieta dentro”.

A genialidade é uma coincidência que surge como uma chispa luminosa e como refere o pensador argentino José Engenieros, a função reclama o órgão. Gênio é aquele que torna atual aquilo que em si é potencial e ninguém alcança a genialidade enquanto em seu meio se sente exótico ou inoportuno, faz-se necessário buscar condições favoráveis para que sua aptidão se converta em função e marque uma época na história.

Estudiosos modernos distinguem a pessoa genial daquela talentosa, porém é necessário recordar que o potencial inicial está presente em ambas. Como o Pequeno Príncipe, tenhamos a delicadeza de cuidar dos nossos dons, porque se não o fizermos é como se aquela carta repentinamente se apagasse. Uma vez existentes é possível adquirimos consciência dos nossos talentos no decorrer da história que conduzimos vivendo e convivendo.

Você é única e, como pontua Exupéry, “se alguém ama uma flor da qual existe um exemplar apenas em milhões e milhões de estrelas, basta que a olhe para sentir-se feliz”.

Deixe-se conquistar pela beleza da carta escrita que você é!







Alice Schuch - escritora, palestrante, doutora e pesquisadora do universo feminino.


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