Na semana mundial da amamentação, enfermeira
obstetra e fonoaudióloga desmitificam esse ato tão importante
Amamentar é mais do que um
ato de amor, é também um gesto de autocuidado e entrega. Para poder prover o
alimento do bebê, a mãe precisa se cuidar física e emocionalmente. Na semana
mundial da amamentação, Cinthia Calsinski, enfermeira obstetra e Ana
Lúcia Duran, fonoaudióloga – ambas de SP desvendam alguns dos mitos e
verdades ligados ao aleitamento.
Mitos
- A quantidade de leite tem a ver com o tamanho da mama. Mito: o tamanho do seio tem a ver com a quantidade de gordura e glândulas, não impactando a produção de leite.
- Mamilos planos ou invertidos inviabilizam o aleitamento. Mito: “para ordenhar o leite da mama, o bebê faz a ‘pega correta’, na qual abocanha a maior parte possível da aréola. O mamilo plano ou invertido pode dificultar um pouco as primeiras mamadas até o bebê entender como deve ser feito, mas depois de um tempo a amamentação ocorre sem problemas”, orienta Cinthia.
- A quantidade de leite produzida pela mãe tem a ver com a ingestão de água. Mito: a lactante deve se manter hidratada para manter a saúde como um todo, mas não tem a ver com a quantidade de leite produzida pelo organismo.
Parcialmente verdade
- Toda mulher pode amamentar. Parcialmente verdade: “Anatomicamente fomos projetadas para aleitar, mas nem todas as mulheres conseguem amamentar. E isso tem a ver com o emocional, com o preparo do seio e até com o estado de saúde da mamãe”, conta Cinthia. Mulheres que se submeteram a cirurgia redutora de mama, por exemplo, podem encontrar dificuldade em amamentar, enquanto outras, com doenças contagiosas, como o HIV, não podem realizar este ato.
Verdades
- O bebê não precisa ser desmamado quando a mãe volta a trabalhar.Verdade: “a orientação é que a mãe amamente pela manhã, no fim da tarde ou no meio da noite diretamente no seio e, quando ela não está com o bebê, que o leite seja administrado através de copinho”, conta a enfermeira obstetra.
- O bebê deve ser alimentado a livre demanda. Verdade: Cinthia explica que a mãe sabe identificar o choro de fome e a amamentação serve também para matar a sede do bebê, provendo sua hidratação.
“O importante é que a
mamãe que amamenta cuide adequadamente da sua alimentação e do seu emocional. Muitas
mulheres têm dificuldade em amamentar porque se sentem inseguras e ansiosas.
Com isso, acabam se sabotando e perdendo esse momento único de contato mãe e
bebê”, conclui Cinthia.
- Amamentação previne problemas na fala e no desenvolvimento psicomotor. Verdade. Parece simples e obvio, mas a sucção que o bebê faz na hora de mamar pode ser a grande saída para evitar problemas fonoaudiológicos, de respiração, de audição, de deglutição, psicomotoras e até elevam o grau de desempenho escolar. “Isso porque a sustentação da cabeça, que a criança acaba fazendo naturalmente na hora de mamar, é o que vai ajudar a promover o equilíbrio e sustentação para sentar, engatinhar e andar. Além disso, uma criança segura para fazer movimentos, e de vínculos estabelecidos com a mãe durante essa fase de aleitamento, as deixam mais auto confiantes para se desenvolverem no período escolar”, fala Ana Lúcia.
- Mamadas estimulam o canal do ouvido. Verdade. E assim, ajudam a evitar as infecções desta região que também é favorecida pela deglutição, que é privilegiada nos bebês que mamam. “Todo o esforço para sugar o leite ajuda a posicionar ainda a arcada dentária, e assim, a mastigação e consequentemente a deglutição também se tornam mais fáceis”, completa a fonoaudióloga.
FONTES:
Ana Lúcia Duran - Fonoaudióloga clínica. Graduada
pela EPM/UNIFESP e educacional (responsável pelo projeto oficina de linguagem
do colégio Cermac/ vencedor do PNGE - Prêmio Nacional de Gestão
Educacional/2015), pós graduada em psicomotricidade.
Cinthia Calsinski -Enfermeira Obstetra.