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quinta-feira, 21 de junho de 2018

Malefícios do álcool vão além dos acidentes de trânsito


A Lei Seca completa dez anos e, segundo estudo do CPES (Centro de Pesquisa e Economia do Seguro), divulgado em 2017, teria evitado a morte de quase 41 mil pessoas, entre 2008 e 2016. Uma boa notícia, mas pode melhorar. Além disso, o álcool traz outros malefícios à saúde, inclusive à visão, que reflete diretamente na direção.

De acordo com o Dr. Ramon Antunes de Oliveira, oftalmologista do H.Olhos – Hospital de Olhos Paulista, a curto prazo, o álcool retarda a contração e dilatação pupilar, dificultando a adaptação a ambientes de diferentes iluminações, reduz a sensibilidade ao contraste, piora os sintomas de olho seco, entre outros danos.
A ingestão prolongada de álcool pode aumentar a incidência de DMRI e catarata.

  • DMRI (Degeneração Macular Relacionada à Idade): principal causa de cegueira irreversível em idosos, a doença ataca a retina, parte posterior do olho.  
  • Catarata: doença que mais cega no mundo, também está relacionada à idade. Reversível, seu efeito é o de opacificação do cristalino, lente natural do olho, resultando na perda progressiva da visão.

Além dessas mais comuns, o Dr. Ramon Antunes de Oliveira destaca:
  • Síndrome do Álcool Fetal: grávidas que ingerem bebidas alcoólicas em grandes quantidades, no início da gestação, aumentam o risco desta síndrome, provocando doenças durante o desenvolvimento do olho do bebê, como coloboma, microftalmia ou hipoplasia do nervo óptico.
  • Neuropatia óptica severa e irreversível: provocada pela intoxicação por metanol.

Visão empacada e dificuldade de adaptação no claro/escuro, perda de contraste e do campo visual são alguns dos sintomas de doenças oculares derivadas do álcool. Nesses casos, recomenda-se a avaliação oftalmológica minuciosa, e acompanhamento multiprofissional, com médico, nutricionista e psicólogo.



Febre amarela: Da origem ao transplante


De origem africana, o vírus da febre amarela teve sua primeira epidemia em 1730, na Península Ibérica, quando causou a morte de 2.200 pessoas. Nos séculos 18 e 19, os Estados Unidos foram atingidos muitas vezes por epidemias devastadoras, pois a doença era disseminada por embarcações vindas das índias ocidentais e do Caribe.

Em terras brasileiras, a febre amarela apareceu pela primeira vez em 1685 no estado de Pernambuco, onde permaneceu por dez anos. Na mesma época, a cidade de Salvador também foi atingida, e contabilizou cerca de 900 mortes no período de seis anos.  A primeira constatação de morte por febre amarela é de 1692 em um navio, e nesta situação, foi relatado o impacto profundo da doença na deterioração do fígado. Após o surto no século 17 e com realização de campanhas de prevenção, os períodos de epidemia da doença foram cessados por 150 anos no país, retornando em 1850.

No período de 1980 a 2004, foram confirmados 662 casos de febre amarela silvestre, com ocorrência de 339 óbitos, representando uma taxa de letalidade de 51% no período, segundo informações do Ministério da Saúde.  Recentemente, se constatou que de 2017 a abril de 2018, o Brasil vive o maior número de casos e mortes desde o último surto da doença em 1980. 

Em dezembro de 2017, uma equipe liderada por um professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) realizou a primeira cirurgia de transplante de fígado em um paciente com febre amarela no mundo. De lá para cá, foram realizados outros vinte transplantes, em hospitais de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

O Hospital Felício Rocho, localizado em Belo Horizonte (MG), foi o segundo no mundo a realizar o transplante de fígado em casos graves de febre amarela, com sucesso, alcançando o melhor resultado em sobrevida (50%). Pioneiro e inovador na ciência de transplantação, nos últimos dois anos, o Hospital realizou cerca de 442 transplantes. Os órgãos transplantados foram de fígado, rim, pâncreas, coração e medula óssea. Já nos casos de transplantes de fígado por causa da febre amarela, o Hospital transplantou quatro pacientes, e dois sobreviveram.  

No mês de fevereiro, um grupo de especialistas brasileiros envolvidos nos transplantes de fígado, em parceria com o Ministério da Saúde, definiram critérios específicos para os casos de troca de órgão em pacientes com a febre amarela. Conforme as novas normas, a principal diferença entre os pacientes que sobreviveram e os que morreram foi o momento de realização do transplante. Digo isso, pois os pacientes que tiveram êxito com o procedimento, foram encaminhados para o transplante de forma precoce, com apenas um ou dois dias de diferença, o que dá uma ideia do quanto a situação é dramática. 

Um dos critérios adaptados para esses pacientes foi referente ao grau de comprometimento cerebral causado pela falência do fígado, a chamada encefalopatia hepática. Em casos de hepatite fulminante por outras causas, nós indicamos o transplante com comprometimento (máximo) grau 3 ou 4. No caso da febre amarela, o paciente já pode ter indicação com comprometimento grau 1, tamanha a agressividade da doença.







Antônio Márcio de Faria Andrade - hepatologista e responsável técnico pelo transplante de fígado do Hospital Felício Rocho


21 de junho Dia Mundial de Conscientização sobre o Câncer de Rim


Câncer de rim avançado é um dos que mais crescem no mundo

Devido aos sintomas silenciosos e à inexistência de um exame específico para detecção, grande parte dos pacientes é diagnosticada por acaso e de forma tardia, reduzindo suas chances de cura


O carcinoma renal, ou câncer de rim é um tipo de câncer raro que afeta duas vezes mais os homens em relação às mulheres e costuma ser detectado por acaso, em exames de rotina, já que os sintomas iniciais são silenciosos e ainda não existe um exame específico para diagnóstico. Anualmente são detectados cerca de 338 mil novos casos, e o número está aumentando rapidamente – por isso é importante que as pessoas se conscientizem sobre o assunto.

Existem diversos tipos de câncer de rim, porém o adenocarcinoma de células renais representa cerca de 90 em cada 100 casos. Por isso, acaba sendo chamado de forma genérica de ‘câncer de rim’. “Carcinomas são cânceres que se iniciam em células que revestem as surfícies internas ou externas do corpo. No caso dos rins, eles começam a se desenvolver em células que revestem os túbulos renais, originando então os adenocarcinomas de células renais”, conta o oncologista e hematologista Dr. André Nebel de Mello.


Fatores de risco

Pessoas que estão acima dos 50 anos de idade tem maior probabilidade de desenvolver a doença, e os principais fatores de risco são o tabagismo, a obesidade, a exposição a substâncias tóxicas, histórico familiar, hipertensão e doenças renais avançadas. 


Sintomas

Já os sintomas mais comuns são a coloração rosada ou avermelhada da urina (ou até sangue expelido, em alguns casos), dor em um dos lados da região lombar, massa (nódulo) na parte lateral ou inferior das costas, febre e perda de peso sem motivo.


Tratamento

Em estágio inicial, o tratamento é feito por meio de cirurgia e ainda há chance de cura. Porém, devido à dificuldade de detecção, muitos pacientes são diagnosticados já em estágio avançado, podendo até apresentar metástase, ou seja, a extensão do tumor para outros órgãos. “Nesses casos, o tratamento costuma ser feito com medicações, que tem o objetivo de frear o avanço da doença e promover uma melhor qualidade de vida”, explica o médico.


Prevenção







Ipsen



 

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