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terça-feira, 19 de junho de 2018

A nova era da relação entre médico e paciente


Há cerca de um século, o surgimento de análises de laboratório e de equipamentos de diagnóstico fez com que o atendimento médico em domicílio se tornasse cada vez menos comum. Não apenas essa tecnologia afastou os médicos dos atendimentos realizados na casa do paciente, mas também o fato de que poucos poderiam pagar honorários mais altos que permitissem ao profissional não ter de acumular três a quatro empregos em sua jornada diária.

Somado a esses fatores, há de se falar sobre a intensa especialização desenvolvida pelos profissionais de forma a não analisarem mais seus pacientes de forma integral; mas sim, fragmentada.

O paciente, então, passou a procurar médicos distintos, segundo seus sintomas, observando o credenciamento do profissional em um plano de saúde, a distância da residência ou trabalho ou, em caso de atendimento particular, a preocupação passou a ser também com o valor dos honorários.

Assim, a relação médico e paciente esvaziou-se. Mesmo no SUS, onde está presente a figura do médico de família, raramente o profissional permanece tempo suficiente para desenvolver uma relação de confiança.

De outro lado, é fato que, nos últimos anos, a tecnologia tem mudado a forma como o mundo se configura e como as pessoas se relacionam com ele, nos mais diversos setores, inclusive da saúde. O que poderia ser mais um fator para o distanciamento entre médicos e pacientes, porém, está revolucionando esse relacionamento, notadamente no que se refere ao uso da internet.

É inconteste que ferramentas como WhatsApp e Skype, bem como a comunicação via e-mail, estão servindo para aproximar médico e paciente, o qual se sente mais bem assistido durante a fase pós-consulta. Segundo as normas emanadas pelo CFM – Conselho Federal da Medicina, o médico não pode fazer consultas, diagnosticar ou prescrever à distância, mas nada o impede de orientar o paciente a certas condutas menos complexas.

Na verdade, há uma tendência mundial, tanto nos Estados Unidos como na Europa, a levar o médico novamente para mais perto do paciente, inclusive com atendimentos em domicílio. Nesses lugares, criou-se uma modalidade: a do médico concierge. Trata-se de médicos, não exclusivamente clínicos gerais, que atuam no atendimento de pacientes em seus domicílios, de uma forma bem personalizada. Nos Estados Unidos há profissionais que ficam disponíveis 24 horas por dia, e chegam até a acompanhar seus pacientes em outros especialistas, claro que a um custo difícil para a maioria da população suportar.

Aqui no Brasil, de forma análoga, busca-se essa volta dos médicos às residências pela forma de aplicativos que possibilitam a escolha pelos pacientes de profissionais especialistas que se cadastram em uma plataforma e precificam suas consultas. Tal formato já encontra respaldo em resolução específica, de número 2178/2018, publicada em 28 de fevereiro último, pelo CFM.

A resolução tem o escopo de normatizar a prática de forma a obrigar as plataformas que oferecem tal serviço a terem um diretor técnico que seja o responsável pelos médicos cadastrados, em especial no que se refere à sua habilitação para o exercício da Medicina e seu registro de especialista perante o Conselho. Tal medida é importante como proteção aos pacientes/consumidores.

Outra modalidade que tem crescido no Brasil é a telemedicina, em razão da má distribuição de profissionais médicos nas regiões mais distantes, em especial no Norte e Nordeste do país. Já há algum tempo, centros de excelência hospitalar, como o Albert Einstein, conseguem levar a expertise do médico a locais em que a falta de especialistas poderia trazer prejuízos indeléveis aos pacientes. É o caso do hospital na cidade de Floriano, no interior do Piauí, que atende pelo SUS e está conectado ao Albert Einstein, a uma distância física de 2.500 quilômetros.

Nesse formato de atendimento à distância, mas envolvendo médico e paciente diretamente, em 2014, a Secretaria de Saúde de São Paulo começou a implementar uma rede de atendimento. O sistema, operado pela equipe da Cross – Central de Regulação da Oferta de Serviços de Saúde, na capital paulista, servirá como apoio ao processo de regulação de leitos e transferência de pacientes entre unidades de saúde. O investimento foi alto, em torno de R$ 3,1 milhões.

No entanto, o sistema foi criticado pelo CFM, em razão de a resolução que regulamenta a telemedicina não prever o atendimento não presencial ao paciente. É necessário que haja um médico assistente para fazer a anamnese e o exame clínico do paciente. A regulamentação não tem o escopo de evitar que essas ferramentas tecnológicas sejam usadas na Medicina, mas, sim, de criar regras de segurança dos dados e informações dos pacientes.

A telemedicina, segundo resolução do CFM, deve ser vista como um recurso de médico para médico, do médico que assiste o paciente ao médico consultor. E ambos têm responsabilidade pelo paciente, de forma solidária e proporcional aos atos realizados. Tal responsabilização é essencial para que todos estejam envolvidos no processo e não se coloque apenas ao médico assistente a incumbência de cuidar do paciente e buscar a aplicação de todos os meios possíveis para seu tratamento.

Nessa seara dos atendimentos à distância, podem ser incluídos também os aplicativos usados para que o próprio paciente monitore suas doenças, aqueles que sofrem de diabetes ou hipertensão arterial, por exemplo. Há outros aplicativos que ajudam os pacientes a tomarem adequadamente seus remédios, o que os auxilia a obter um melhor resultado e a aderir aos tratamentos propostos.

Na esteira tecnológica, de um caminho sem volta, o Ministério da Saúde lançou o app e-Saúde. O aplicativo é a plataforma móvel e de serviços digitais que agrega informações do paciente, como CNS – Cartão Nacional do SUS, medicamentos usados, exames, médicos, além de informações como serviços do SUS mais perto de sua residência, propondo-se a ser um canal de comunicação entre o usuário e o governo.

Mais interessante é que o aplicativo possibilita maior transparência quanto às informações gerais do cidadão, como a consulta da posição na lista de transplantes. Também é possível denunciar o lançamento indevido de medicamentos em seu nome. Além disso, o aplicativo tem o objetivo de diminuir fraudes e a qualidade na prestação de serviços públicos. Por exemplo, o app permite que o Ministério da Saúde seja informado diretamente pelo usuário quando o atendimento não foi realizado.

A tecnologia usada na saúde com a proposta de diminuir fronteiras do conhecimento, possibilitar o acesso a tratamentos e aproximar o médico do paciente deve ser comemorada.






Sandra Franco - consultora jurídica especializada em Direito Médico e da Saúde, presidente da Academia Brasileira de Direito Médico e da Saúde, presidente da Comissão de Direito da Saúde e Responsabilidade Médico-Hospitalar da OAB de São José dos Campos (SP), membro do Comitê de Ética da UNESP para pesquisa em seres humanos e doutoranda em Saúde Pública.


Violações na nuvem colocam as estratégias de transformação digital em risco


O mais recente estudo da Kaspersky Lab mostra que as violações de dados hoje custam às empresas mais de US$ 1,14 milhão na América Latina

O sucesso dos projetos de transformação digital sofre um impasse devido ao receio do impacto e dos custos crescentes relacionados a violações associadas aos “dados em movimento”. Segundo a recente pesquisa da Kaspersky Lab, a proteção de dados na nuvem continua apresentando novos desafios para as empresas, pois os incidentes de cibersegurança mais custosos dos últimos 12 meses foram relacionados a proteção de dados e ambientes de nuvem. Na tentativa de possibilitar a transformação digital sem comprometer sua proteção, as empresas agora estão priorizando os investimentos em segurança de TI. Em 2018, na América Latina, as grandes corporações estão destinando até 30% de seus orçamentos de TI para a segurança online, redefinindo a função estratégica da proteção de dados corporativos. 

Custos de violações de dados aumentaram 
O aspecto econômico da segurança de TI corporativa de 2018 espelha a mudança do impacto da cibersegurança sobre os resultados financeiros das empresas. Como os resultados de violações de dados se tornaram mais caros e destrutivos durante os últimos 12 meses, as empresas se depararam com uma realidade perturbadora: para as PMEs, o custo médio de uma violação alcançou US$ 103 mil em 2018, um valor 61% maior do que em 2017 (US$ 64 mil). Para as grandes empresas, o valor foi de 97%; com o impacto financeiro médio de uma violação chegando a US $ 1,14 milhão.


Os incidentes mais caros e as crescentes preocupações sobre os ‘dados em movimento'
 

O crescimento dos ‘dados em movimento’ apresenta novos problemas de segurança, pois os incidentes que geram custos mais elevados estão relacionados a proteção de dados e ambientes de nuvem. Dois em cada três dos incidentes de cibersegurança mais custosos que afetam PMEs estão relacionados à nuvem, onde falhas na infraestrutura de TI hospedada por terceiros causam prejuízos, em média, de US$ 98 mil. No caso das grandes empresas, a proteção de dados também continua sendo a maior prioridade: enquanto as violações de dados resultantes de ataques direcionados custam a elas até US$ 1,25 milhão, os incidentes que afetam a infraestrutura de TI de terceiros não ficam longe disso, causando em média prejuízos de US$ 964 milhão.


 
Os investimentos em segurança para combater ataques na nuvem e dar continuidade à transformação estão aumentando

Com a elevação do custo de incidentes de TI, as empresas estão se dando conta de que precisam priorizar os investimentos em cibersegurança para que seus projetos de transformação digital possam ser realizados de modo consistente e seguro. Isso é comprovado pelo aumento do orçamento destinado a segurança de TI em 2018, onde se observa que as empresas investem US$ 12,3 milhões de seu orçamento de TI em cibersegurança.. 
 

Um dos principais motivos por trás desse investimento adicional em segurança de TI é a maior complexidade da infraestrutura de TI (conforme aumenta a adoção de plataformas de nuvem pelas empresas), junto com a melhoria do nível de conhecimento dos especialistas em segurança.  

A associação desses fatores mostra que as empresas estão realmente sentindo o impacto da segurança de TI e ilustra a dimensão dos desafios que elas enfrentam na batalha para se proteger.

Para dar suporte às mudanças dinâmicas nos negócios e melhorar sua eficiência, as empresas estão adotando a nuvem e a mobilidade corporativa. Além de ser um item individual nas contas de TI, a cibersegurança tornou-se também uma questão para os executivos e uma prioridade de negócios em empresas de todos os tamanhos, o que é evidenciado pelo aumento dos orçamentos corporativos de segurança de TI. As empresas esperam um retorno de peso, pois os riscos continuam aumentando: além dos riscos normais de cibersegurança, muitas empresas precisam lidar, por exemplo, com pressões normativas cada vez mais rígidas”, declarou Maxim Frolov, vice-presidente de vendas globais da Kaspersky Lab.  



Kaspersky Lab



Inteligência Artificial transforma a maneira de fazer negócios


A Inteligência Artificial começou a transformar o modo como as organizações fazem seus negócios no dia a dia. A tecnologia traz mais agilidade para processos internos dentro das empresas, incentivando uma verdadeira transformação digital e cultural em busca de mais eficiência e satisfação no atendimento aos clientes.

O mercado disponibiliza inúmeras soluções de Inteligência Artificial, mas uma ferramenta que vem sendo muito aplicada pelas corporações é o atendimento via chatbot. A criação de um assistente pessoal ajuda a resolver tarefas simples do cotidiano de uma empresa, como, por exemplo, lembrar as tarefas do dia, agendar reuniões, buscar telefones ou endereços.

O chabot é um software de computador que simula ser um atendente na interação com as pessoas. A finalidade é responder perguntas de forma simples, para que os usuários tenham a impressão de estar dialogando com outra pessoa e não com um programa de computador. Após o envio de perguntas, o algoritmo consulta uma base de conhecimento e, em seguida, providencia uma resposta que atenda às expectativas do usuário.

O avanço dessa tecnologia tem sido rápido e há previsões de que ela substitua cada vez mais as atividades repetitivas dentro de uma organização. Com plataformas de inteligência cognitiva, as interações passam a seguir fluxos de conversas simples e naturais. Caso uma grande empresa queira instalar a ferramenta para facilitar a troca de informações internamente, a solução permite a busca de dados de maneira dinâmica nos sistemas, solucionando um problema ou elucidando uma dúvida.Tudo de forma integrada e intuitiva.

A Inteligência Artificial está cada vez mais inserida nas organizações. De acordo com uma pesquisa da Salesforce realizada com mais de oito mil líderes de vendas e sete mil clientes, os números são relevantes para as empresas que adotam algum tipo de IA para análise de vendas. Mais de 80% das empresas perceberam uma considerável ampliação na retenção de clientes, enquanto 74% destacaram o crescimento na velocidade das vendas. 

Esses números mostram que os chatbots chegaram para ficar, trazendo mais agilidade, dinamismo e interatividade nesse mundo volátil em que vivemos.







Alexandre Winetzki - diretor de P&D da Stefanini


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