Pesquisar no Blog

sexta-feira, 25 de maio de 2018

No Dia Mundial sem Tabaco, cardiologista alerta sobre os perigos do hábito de fumar


O tabagismo aumenta em até duas vezes a possibilidade de um infarto


         Na quinta-feira, 31 de maio, é o Dia Mundial sem Tabaco. A substância é um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares. Segundo dados da Heart Foundation (Fundação do Coração), o uso do tabaco aumenta em até duas vezes a possibilidade de infarto, em três vezes as chances de um derrame cerebral, em cinco vezes a possibilidade de uma doença arterial e em 20 vezes a probabilidade do fumante ter uma angina.

         “Sabemos que o tabaco apresenta na sua fumaça mais de quatro mil substâncias nocivas ao organismo, que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão arterial, arritmias cardíacas, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, além das várias alterações pulmonares que podem afetar o coração. O tabaco também reduz colesterol bom e aumenta o colesterol ruim, além de provocar doenças das artérias de membros inferiores”, revela Luiz Antonio Fruet Bettini, cardiologista da Sociedade Paranaense de Cardiologia.

              A nicotina presente no tabaco aumenta a liberação das catecolaminas, como adrenalina, noradrenalina e dopamina, que contraem os vasos sanguíneos levando a hipertensão arterial. “As catecolaminas elevadas podem aumentar a frequência cardíaca e a pressão arterial. Além disso, temos também o monóxido de carbono, que ao entrar em contato com a hemoglobina do sangue, diminui a oxigenação, que é o que pode ocasionar a aterosclerose e, consequentemente, um infarto do miorcárdio”, explica Bettini. 

              O cardiologista ainda alerta ainda sobre os riscos que sofrem as crianças que são fumantes passivas, ao conviverem com tabagistas. “A fumaça expelida pelo cigarro aumento o risco cardiovascular em 30% nos fumantes passivos. No caso de crianças, é responsável por 30% das mortes relacionadas a problemas respiratórios.”


Diagnóstico precoce

              Para ajudar a prevenir os problemas cardiovasculares, é fundamental fazer check-up regular. “Os fumantes ou pessoas que já fumaram não podem deixar de fazer consultas regulares para a realização de uma radiografia do tórax, que avalia campos pleuropulmonares em busca de tumor de pulmão, além de analisar o tamanho do coração. Outros exames essenciais são eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico, além de exames de sangue, como lipidograma e hemograma”, orienta Bettini. “Mas, largar o tabagismo ainda é a atitude principal para evitar o infarto e doenças cardiovasculares”, ressalta. 




SBOC e AMB lançam alerta conjunto sobre comportamento de risco do brasileiro em relação ao cigarro


  Brasileiro ainda acredita que fumar poucos cigarros não acarreta risco de desenvolver câncer e não realiza exames preventivos


A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e a Associação Médica Brasileira (AMB) lançam um alerta nacional para um cenário preocupante no País: o mau comportamento de muitos brasileiros em relação ao risco representado pelo cigarro. Em celebração ao Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio, as duas entidades se uniram para promover o conhecimento e mudança de atitude do brasileiro com respeito ao tabagismo, que possui relação com os tumores de pulmão, cavidade oral, laringe, esôfago, estômago, bexiga, colo do útero e leucemias.

Apesar das campanhas de conscientização para os danos causados pelo hábito terem gerado avanços no nível de conhecimento e atitude dos brasileiros, ainda há mitos e lacunas que continuam a habitar o imaginário popular. Um dos mais perigosos se refere a um suposto limite seguro de cigarros que poderiam ser consumidos sem acarretar risco de desenvolver câncer: 21% dos brasileiros acreditam nisso, em maior ou menor grau, de acordo com dados da pesquisa proprietária da SBOC “Os brasileiros e o câncer: entendimentos e atitudes”.

A crença equivocada vai na contramão de outros dados positivos identificados pelo levantamento. O cigarro é, por exemplo, o fator causador de câncer mais lembrado pelos brasileiros, sendo citado por nove em cada dez (93%). Um percentual similar da população (91%) também afirma que evitar o fumo é um passo importante a ser tomado para não desenvolver qualquer forma de câncer.

“Não há como negar que tivemos avanços significativos na conscientização da população quanto aos riscos que o tabaco traz ao organismo. Segundo os dados da pesquisa da SBOC, dos 30% que têm ou tiveram contato com cigarro, um pouco mais da metade (16%) já deixou de fumar. Entretanto, como o mito do limite seguro para o uso do tabaco mostra, há ainda muito espaço para melhoria. Dois dos principais centros do país, por exemplo, possuem uma taxa elevada de fumantes: cerca de um quarto dos habitantes de São Paulo (26%) e Rio de Janeiro (24%) mantém o hábito”, afirma Sergio D. Simon, Presidente da SBOC.

Outro sinal de alerta se refere à quantidade de cigarros que os brasileiros consomem diariamente. Dos 30% que afirmaram já ter tido contato direto com o fumo – sejam ex-fumantes ou fumantes –, mais da metade (54%) consome entre dez cigarros e mais de dois maços por dia. Além disso, seis em cada dez brasileiros que fumam ou já fumaram mantêm o hábito entre 10 e mais de 30 anos.

“O tabagismo é a principal causa de mortes evitáveis no mundo e tem uma relação especial com o câncer, sendo responsável por cerca 30% dos falecimentos relacionados à doença. Os danos causados pelo tabaco são cumulativos, logo, o contato prolongado com a substância é extremamente prejudicial à saúde – ainda mais em quantidades significativas. Fumantes têm 20 vezes mais chances de desenvolver a doença no pulmão, dez vezes mais na laringe e de duas a cinco vezes mais no esôfago. O tema foi amplamente abordado em reunião de fevereiro/2018 do Conselho Científico da AMB e retratado no último Jornal da AMB (JAMB), para levar informações aos associados, disponibilizando em seu site as apresentações realizadas no encontro”, ressalta Lincoln Lopes Ferreira, Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB).

Para piorar a situação, os brasileiros que ainda fumam tendem a manter outros comportamentos prejudiciais acima da média do restante da população. Segundo a pesquisa proprietária da SBOC, um em cada três fumantes (32%) não realiza qualquer exame preventivo (a média nacional é 24%) e 10% não se preocupam com produtos ou situações que podem favorecer o surgimento de um câncer – dobro da média nacional, que é 5%. Além disso, quem é fumante acredita muito menos na cura da doença: 32% contra a média de 20% dos brasileiros como um todo.

“É extremamente preocupante ver que os fumantes, uma parte da população que se expõe muito ao risco de desenvolver câncer, se preocupam tão pouco em fazer exames, o que aumenta muito as chances de um diagnóstico tardio. E o fato desses brasileiros não acreditarem na cura da doença também liga o alerta vermelho, por poder gerar um comportamento contrário aos tratamentos – que, segundo suas crenças, não trariam resultado. É essencial que redobremos nossos esforços de conscientização para que a população que ainda fuma entenda a extensão dos riscos corridos toda vez que um cigarro é colocado na boca e compreenda a importância dos exames preventivos para o diagnóstico precoce, que melhora muito as chances de cura”, alerta Sergio D. Simon.






SOBRE A SBOC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 1,5 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da Oncologia Clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. Desde novembro de 2017, é presidida pelo médico oncologista Sérgio D. Simon, eleito para o biênio 2017/2019. 


SOBRE A AMB – ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA
A Associação Médica Brasileira é uma sociedade sem fins lucrativos, fundada em 26 de janeiro de 1951, cuja missão é defender a dignidade profissional do médico e a assistência de qualidade à saúde da população brasileira. A entidade, presidida atualmente por Lincoln Lopes Ferreira, possui 27 Associações Médicas Estaduais às quais são ligadas Associações Regionais. Compõem o seu Conselho Científico Sociedades de Especialidade que representam as especialidades reconhecidas no Brasil.


Os caminhões, o diesel e os impostos


O momento é crítico e uma parada forçada poderá levar a consequências imprevisíveis


A semana começou com o bloqueio das estradas pelos caminhoneiros, em protesto ao preço do óleo diesel, que teve o preço reajustado em 15,6% nos últimos 12 meses, período em que a inflação oficial foi de 2,76% (IPCA-abril).



O movimento coincide com a disparada do dólar e o aumento do preço internacional do petróleo, que leva a gasolina a mais de R$ 5 o litro. Isto porque, além do preço de obtenção e processamento do petróleo (de onde saem os combustíveis) ainda pagamos uma das maiores cargas de impostos do mundo. A Petrobrás, em sua página na internet, revela que do preço cobrado na bomba do diesel, 55% são custo do produto, 29% são tributos, 7% o biodiesel adicionado e 9% a margem de distribuição e comercialização. Já para a gasolina, o custo do produto é de apenas 32%, os tributos 45%, o etanol adicionado 11% e a margem de distribuição e comercialização 12%. Com a divulgação desses números, a petrolífera se exime de culpa e ainda afirma que opera em consonância com as congêneres internacionais.

A brutal carga tributária é a razão de pagarmos tanto pelos combustíveis e, indignados, vermos que o mesmo produto brasileiro, exportado para os países vizinhos, lá é vendido a quantias muito inferiores às praticadas no Brasil. Agora os caminhoneiros, com a força de poderem parar o país (56% do que é produzido e consumido no território nacional são transportados por caminhão), exigem óleo diesel sem impostos. Argumentam que seu serviço é estratégico e de utilidade pública e que os tributos forçam o aumento do preço das mercadorias, que já pagam impostos na produção e comercialização.

Na verdade, a matriz tributária brasileira é perversa. Isso também ocorre com os veículos e muitos outros manufaturados. Mas o pior é que, mesmo cobrando elevados impostos, o poder público está quebrado, opera com déficit, não cumpre suas obrigações para com o cidadão e a corrupção é um escândalo permanente. O movimento dos caminhoneiros é apenas a sequência de um processo iniciado há anos. O momento é crítico e uma parada forçada poderá levar a consequências imprevisíveis.

O Executivo e o Legislativo, que hoje vivem a anestesia pré-eleitoral, precisam agir e encontrar uma forma de evitar que a falta de caminhão e o bloqueio das rodovias parem o país. Talvez esteja na hora de abrir mão de parte dos tributos para fazer o preço do combustível permanecer, pelo menos, dentro da variação inflacionária do período. É impossível ter estabilidade quando o transporte, que incide sobre todos os preços, tem seu custo turbinado pelos impostos cobrados da energia que o movimenta. A conta não fecha.





Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves - dirigente da ASPOMIL (Associação de Assist. Social dos Policiais Militares de São Paulo)

Fonte:  O DEBATE 
odebate@odebate.com.br



Posts mais acessados