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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Qualidade do sono pode afetar saúde neurológica em longo prazo?


Ter cada vez mais responsabilidades e tarefas na rotina profissional, pessoal e doméstica, somado ao uso excessivo de dispositivos móveis, tem causado mais estresse em homens e mulheres.  O frequente estado de alerta tem gerado dificuldades em encontrar momentos de relaxamento durante o dia, afetando a qualidade do sono à noite.

Dormir pouco ou mal com frequência pode trazer uma série de problemas à saúde em longo prazo, causando transtornos cognitivos (atividades relacionadas à memória, aprendizado, linguagem, cálculos) e alterações do humor, como nervosismo e irritabilidade. "Entre os principais sintomas da má qualidade de sono estão à sonolência diurna ou a facilidade para ficar sonolento durante pausas da atividade principal ou quando está submetido a situações mais tediosas, como aulas ou palestras" pontua Dr. Edson Issamu, neurologista na Rede de Hospitais São Camilo de SP.

A quantidade ideal de sono REM (conhecido como o período de sono profundo e reparador) é relativa a diversos fatores e necessidade de cada pessoa, pois é preciso considerar o desgaste que ela sofreu durante o período de vigília,  e o hábito  de sono, que é moldado desde seus primeiros momentos de vida "Existem indivíduos que precisam de muitas horas de sono e de dias seguidos para se recuperar, em contraposição a outras que em poucas horas de sono  já conseguem adquirir a reparação necessária para retornar às suas atividades normais" analisa Issamu.

No entanto, o cochilo de 20 a 40 minutos costuma ser uma prática benéfica às pessoas em geral. Estudos mostram que alguns minutos de interrupção na atividade, possibilitando até um breve período de sono, melhora a produtividade e mantem a pessoa mais equilibrada por mais tempo revela o neurologista "Em alguns países da Europa isto já é praticado, curiosamente, a tal sesta espanhola não seria apenas um aspecto folclórico local, mas sim uma importante ferramenta fisiológica para melhorar e equilibrar a atividade humana".

Notívagos

Pessoas que apresentam melhor desempenho produtivo à noite e de madrugada podem apresentar transtornos cognitivos  e emocionais mais severos em longo prazo, pois a atividade noturna  é uma situação forçada, não fisiológica.

Por outro lado, existem pessoas que se adaptam perfeitamente à vida e trabalho noturno sem desenvolver nenhuma perturbação neurológica ou clínica. Tendo um desempenho produtivo maior, já que o número de interferências externas que produzem distrações é bem menor, conseguem focar mais, melhorando o seu desempenho. "Para não haver mais desequilíbrio, a pessoa deve procurar dormir durante o dia o mesmo número de horas que iria dormir se dormisse à noite" aconselha Dr Edson.

Em casos de má qualidade de sono é indicado procurar neurologistas clínicos, pneumologistas e otorrinolaringologistas, especializados em questões do sono.

Confira quais hábitos geram problemas no sono:

 -  Excesso de atividade cerebral nas horas que antecedem seu horário habitual de sono, como continuar trabalhando mesmo em casa.

   -  Assistir no período noturno, presencialmente ou pela televisão, atividades que liberam muita adrenalina, como os jogos de futebol do seu time favorito.

   -  Realização de atividade física neste horário.

   -  Ingestão de bebidas alcoólicas ou que contenham estimulantes como a cafeína.

   -  Ingestão de alimentos ricos em tecidos gordurosos e temperados, de difícil digestão.

   -  Dormir em ambientes com algum tipo de iluminação.

   -  Levar para a cama telefone celulares, tablets e laptops nos momentos que antecedem o sono.  Atualmente é um grande fator de desequilíbrio para que se consiga um sono rápido e agradável.

   -  Dormir em ambientes com ruídos, como televisão ou rádio, mesmo que seja com música lenta e contemplativa.

   -  Desenvolver conversas ou contatos com alto teor explosivo, como desavenças familiares ou financeiras com seus parceiros comerciais no período próximo ao sono.

   - Uso de medicações inadequadas, como os benzodiazepínicos que não são indutores do sono e sim ansiolíticos, mas que carregam como efeito adverso a própria eficácia e diminuição do sono REM.


70% dos brasileiros fazem uso de medicamentos sem recomendação médica, aponta pesquisa


Auto diagnose pode ocasionar intoxicações e reações alérgicas; de acordo com a Anvisa, analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são os maiores responsáveis por complicações


O brasileiro ainda tem pouco conhecimento sobre os impactos ocasionados pela automedicação e diagnose. É o que mostra uma pesquisa que constatou a prevalência de automedicação em 18,3% dos indivíduos investigados. As informações são do relatório “Fatores predisponentes para a prática da automedicação no Brasil: resultados da pesquisa nacional de acesso, utilização e promoção do uso racional de medicamentos (PNAUM)”, publicado na 21º edição do Boletim Científico. Foram entrevistadas 31.573 pessoas com idade igual ou superior a 20 anos.

A pesquisa mostra que 73,6% dos entrevistados afirmaram ter usado algum medicamento sem recomendação médica – caso eles já tivessem usado anteriormente esse mesmo produto; 73,8% declararam ter usado medicamentos não prescritos quando o medicamento já estava presente em casa; e 35,5% afirmaram ter usado alguma medicação não prescrita quando conheciam alguém que já havia tomado a mesma medicação.

O principal problema na automedicação e diagnose, aponta a professora Vera Lucia Pereira dos Santos, coordenadora do curso de Gestão da Vigilância em Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter, é o risco de intoxicação ou uma reação alérgica. “A pessoa que se automedica já apresenta sintomas que indicam um estado alterado de saúde; se ocorrer a intoxicação pelo medicamento não indicado, o paciente pode inclusive não distinguir a reação e não procurar ajuda a tempo ou ainda ter uma reação alérgica, que poderá trazer sérias consequências”, avalia a especialista.

Por serem medicamentos que são de fácil acesso, os pacientes tendem a subestimar seus efeitos ou não seguir corretamente a prescrição da bula. “A automedicação revela, na verdade, um cenário de pouco acesso à saúde. As pessoas se medicam porque consideram difícil o acesso a uma consulta médica”, explica. Para consultas de emergência no SUS, em que os pacientes são classificados de baixo risco, a espera para atendimento pode chegar a 4 horas. “Essa dificuldade leva o paciente a achar que, sozinho, pode se ajudar. Aliada à falta de informação, eles tomam decisões sem aval médico achando que não vão se prejudicar”, afirma.

Dr. Google: as dez pesquisas sobre saúde mais procuradas no buscador em 2017

O processo de automedicação normalmente está associado a auto diagnose, explica Vera Lucia. Com maior acesso à informação, é comum que pacientes, ao sentirem sintomas diversos, tentem encontrar respostas nos buscadores de pesquisa. “O procedimento é incorreto e pode oferecer riscos à saúde de crianças e idosos, os mais afetados pela intoxicação medicamentosa”, alerta a especialista. Confira as dez pesquisas sobre saúde mais realizadas no Google, em 2017.

1. O que causam soluços?

2. Como faço para parar de roncar?

3. O que causa pedra nos rins?

4. Por que eu me sinto tão cansado?

5. Qual a duração de uma gripe?

6. Qual a pressão sanguínea normal?

7. Como diminuir colesterol?

8. O que causa pressão alta?

9. O que é TDAH?

10. O que é lupus?

De acordo com levantamento do Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) da Unicamp, em Campinas, 33% dos casos de intoxicação no Brasil se deram por ingestão de medicamentos, em 2017. “Para acabar com a automedicação, é preciso não só de informação, mas aumentar os pontos de contato da população com os hospitais”, finaliza.



Câncer de mama em familiares é sinal de alerta


 Inovações na medicina permitem rastrear os genes favoráveis a doenças, como o câncer de mama, e a optar por intervenções profiláticas, como a mastectomia


O câncer de mama é a patologia que mais acomete as mulheres, sendo responsável por cerca de 20% das mortes por câncer. Dados da American Cancer Society (Sociedade Americana do Câncer) estimam que uma entre 12 mulheres desenvolverá câncer de mama durante a vida e a incidência desta doença aumenta com a idade.
Antecedentes familiares de câncer de mama, especificamente em mãe e irmãs, além de lesões benignas precursoras de malignidade, são fatores que compõem o grupo de maior risco. Segundo pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association, aproximadamente 10% da população feminina pode ser considerada de alto risco para câncer de mama. Mas felizmente apenas 30% desenvolve a doença. Com dados que crescem a cada ano, como prevenir esta doença?
Com os avanços na medicina em tecnologia e exames já é possível investigar as possibilidades genéticas de desenvolver algumas doenças, entre elas o câncer, bem como listar as mais de 50 síndromes de câncer hereditárias. Mas muito se debate sobre investigar ou não esse tipo de questão, pois esse tema leva a outro tema bem controverso entre os médicos mastologistas que é a cirurgia de mastectomia profilática, a mesma realizada pela atriz Angelina Jolie em 2013.
De acordo com o Dr. Rogério Fenile, mastologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia, este procedimento é uma forma preventiva para as mulheres com alto índice hereditário, de histórico familiar, de desenvolver a doença. “O procedimento também é indicado para os casos em que a paciente já teve ou tem câncer em uma das mamas e retira a outra para evitar que a doença se espalhe”, explica o especialista.  
Ainda de acordo com Fenile, é importante ressaltar que esta passa a ser mais uma opção a ser considerada e não a única. “A paciente deve ter clareza das opções para que o melhor seja feito em benefício da sua saúde. É uma decisão que ela deve tomar em conjunto com o seu médico, sempre lembrando que a cirurgia veio para somar às alternativas já existentes”, reforça.
Ter a alteração genética não é garantia de que a paciente desenvolverá um câncer, mas sim um grande aumento das possibilidades. Assim como a cirurgia não impossibilita a doença de ressurgir. É uma alternativa que reduz as chances do câncer nas mamas em aproximadamente 90%, mas não impede que surja nas axilas e na parede torácica, por exemplo. “Por isso, mesmo se esta tenha sido a opção escolhida pela paciente, ela precisará manter o acompanhamento com o mastologista justamente para realizar exames com frequência, reforçando a prevenção”, conclui o mastologista.




 Dr. Rogério Fenile - Mestre e Doutor em Ciências Médicas pela Disciplina de Mastologia do Departamento de Ginecologia da UNIFESP e membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia. É especialista em cirurgia de reconstrução mamária, com mais de 20 anos de experiência médica. Para saber mais sobre o seu trabalho, acesse www.drrogeriofenile.com.br ou @drrogeriofenile nas redes sociais.

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